Encantos da donzela escrita por Lostanny


Capítulo 1
1. Semana um – Conto de fadas


Notas iniciais do capítulo

♥ Contos de fadas! Aomomo! Felicidades! N

♥ Olá, cê aí que se interessou minimamente para ler essas notas! Esse cap. é inspirado na história de Hansel e Gretel (João e Maria). Porém Aomine e Momoi não são irmãos.

♥ Não tem incesto, porém contêm de forma implícita canibalismo então não é tão levinho.

♥ E aqui temos um Mines novinho a Satsuki também o que quer dizer que ele vai encarnar sua personalidade mais feliz aqui KKK

♥ Espero que gostem! N



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Momoi escutava um tanto assustada o que era discutido na mesa dos adultos. Uma mulher e um homem argumentavam sobre o que fazer pela falta de comida. A solução era óbvia até. Teriam que ir embora. Mais uma vez. Olhou para trás onde imaginou Aomine surgindo ali a qualquer momento com o rosto sonolento. Só que provavelmente estavam dormindo. Isso era bom. Imagina se o rapazinho ouvisse algo assim?

E mesmo que não ouvisse nada, a visão seria o suficiente para lhe embrulhar o estômago: tinham acabado de abrir o estômago de um dos ratos que se escondia na casa. Para se alimentarem do que havia ali.

Era a única coisa que tinham fora o pão dormido de quatro dias e água do poço.

Sim, era melhor que Aomine não visse algo assim. Assim como ela, gostava muito daquelas pessoas que havia lhes dado lugar para ficar. Naquela terra árida e com pouquíssimo recurso. Muita gente e pouca atenção. Onde órfãos estavam fadados a no máximo acabarem como aquele rato estirado na mesa grotescamente: mortos e servindo de alimento para as pessoas sofrendo de fome extrema.

A falta de alimento nos faz cometer loucuras.

Satsuki bem sabia disso.

“Tudo vai ficar bem” Satsuki repetiu para si como um mantra. Iriam arranjar uma forma de sobreviver. Aquela não tinha sido a primeira vez. Só tinha durado um pouco mais que as outras vezes.

Achar a “casa dos doces” foi difícil. O sol castigava suas cabeças como se tivessem cometido atrocidades na vida anterior. Os pés estavam com bolhas e as gargantas secas impossibilitavam a fala. Alucinava. Imaginava um grupo de pessoas a uma distância considerável os observando. Como abutres esperando a morte de seu alimento.

Não. Não era alucinação.

Momoi apertou a mão de Aomine com um pouco mais de força. Daiki esboçou um sorriso mínimo para confortá-la. Devia estar tão cansado quanto ela. Não havia motivos para soltar aquela mão. Definitivamente.

Com o decorrer dos quilômetros o céu passou do azul para laranja e então negro. Para a felicidade deles os pares de olhos fixos neles haviam se afastado. Devia ser porque estavam em uma floresta a noite e apenas pessoas que querem ser mortas por ursos que faziam uma loucura como aquela.

- Estou cansado, Satsuki. - Aomine reclamou apoiando o braço no ombro da garota.

- Ei, Dai-chan! Assim eu vou cair...

Mal disse isso e Satsuki acabou perdendo o equilíbrio ao tropeçar numa raiz. A única fonte de iluminação deles acabou escapando de sua mão e caiu. Sem luz, o local parecia ainda mais intimidador que antes.

- Desculpe. - Aomine falou com um toque de arrependimento.

- Não tem problema, Dai-chan. Vamos descansar um pouco. - Momoi falou tentando parecer otimista.

Satsuki fez menção de se sentar no chão mesmo, quando o garota a puxou pela cintura para perto de si, fazendo-a sentar em seu colo.

- Que ideia é essa Dai-chan... - Momoi reclamou.

Porém seu coração tinha falhado uma batida.

- É melhor assim. Não precisa mais sujar a roupa, né? - Aomine perguntou em um tom divertido.

- Mas o que fazer agora? Vamos ter que esperar o dia chegar e é perigoso...

- Não é como se tivéssemos escolha. - Aomine falou em tom despreocupado - Além do mais eu tô mesmo cansado. Então fica de guarda antes.

O garoto falou isso, mas antes que pudesse se afastar Aomine a puxou junto com ele para o chão. É. Aparentemente seu cavalheirismo havia caído por terra. Literalmente. Presa no abraço apertado do moreno, Satsuki apenas pensou com um pouco de graça e pânico em como ia manter a guarda desse jeito.

Então apenas tratou de se ajeitar da melhor forma possível naquele abraço esperando que o outro dormisse. Gostaria de poder cantar alguma coisa, basicamente para se acalmar, mas sabia que era péssima e Aomine iria reclamar do barulho.

Tentou pensar em coisas felizes, porém o máximo que conseguiria era lembrar-se de seus últimos pais adotivos, o que a deixava triste. Sabia que tinha sido melhor assim. A última coisa de que precisavam eram ver a transformação naquelas pessoas gentis devido à fome. Que eles perdessem a razão completamente como todos os outros antes deles e os quisessem como jantar.

Aomine ainda tinha esperança, mas ela apenas queria confiar nele.

Acabou não acordando Aomine para a troca de turnos. O que lhe rendeu veiazinhas vermelhas em seus olhos.

Aomine pareceu bastante preocupado com seu estado, porém disse que estava bem. Ainda estava na floresta. Ela continuava perigosa como era de noite, porém felizmente podiam saber por onde andavam.

Andaram mais meio quilômetro quando Daiki disse:

- Chega Satsuki. Sobe. Eu te carrego.

O garoto tinha se virado de lado para Satsuki pudesse se apoiar nele. Momoi não pode fazer nada além de abrir a boca em “o” de surpresa, definitivamente se sentia corar com aquilo. Ela acabou virando o rosto para o lado, e um risinho nervoso acabou escapando de seus lábios:

- Ainda ‘tá dormindo Dai-chan?

- Se não queria era só dizer.

Aomine falou isso tentando parecer como se não ligasse, porém era nítido que tinha ficado aborrecido. Por algum motivo Satsuki o achou bem fofo daquela forma: braços cruzados, a cara fechada meio corada e um biquinho de aborrecimento.

- Desculpe, Dai-chan, eu adoraria! - Satsuki falou em um tom animado abraçando o outro pelo pescoço - Só não vale dizer que sou pesada!

Aomine resmungou algo coisa que Satsuki não pôde ouvir, mas depois disse um “ok” falando para ela subir. Foi ajudada a se acomodar naquelas costas e seguiram viagem.

Hora ou outra Satsuki descia para que Aomine retomasse o fôlego. Mesmo que não tivesse com um peso saudável tampouco seu amigo estava e exigia considerável esforço.

- Será que ainda falta muito? - Aomine falou se sentando em uma pedra.

- Não faço ideia... - Momoi falou depois em tom surpreso apontando com o dedo. - O que é aquilo?

A casa que tinha sido orientando a encontrar estava apenas alguns quilômetros de distância. E seria impossível que fosse outro lugar.

O aroma de bolo chegou até eles como uma isca diabólica. Apenas com a ideia de que próximo de si havia comida fez com que Momoi salivasse. Olhou para Aomine que olhou para ela. Um entendimento rápido se passou entre eles e começaram a correr como loucos.

Não sem antes apertarem as mãos. Nem mesmo a insanidade a poderia fazer esquecer-se disso.


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Notas finais do capítulo

Até ♥