You and Me escrita por Moon writer


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Finalmente postei a continuação desta fic. Digamos que Iolanda estava me dando um pouco de trabalho. :v É isso.

Boa leitura!



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Passaram-se oito dias desde a morte de Iolanda. Vitória havia dormido cedo, alegando estar cansada pelo dia difícil que teve. Mas tarde da noite ela desperta num susto. Um pesadelo.


– De novo. - Ela sussurra com o mão sobre o peito. - O que está havendo comigo?


Sem conseguir mais voltar a dormir, a moça decide então dar uma volta pelos arredores da casa. Veste um roupão vermelho e sai pela porta dos fundos. A parte de trás da casa foi o único lugar que se manteve prevenido, ela caminha para dentro do jardim, sentindo a grama acariciar seus pés e o aroma das rosas se prender a seu roupão. Esboça um sorriso fraco, mesmo se distraindo, sua cabeça não há tirava do pensamento que a atordoava. Antônio ainda não tinha continuado a conversa que acabara ficando pendente, ela mal estava procurando a filha. Por um lado, Vitória entendia, pois a empresa da família estava em maus lençóis e ele era o único que se dispusera a ajudar. Mas mesmo assim, ela não conseguia evitar o desaponto. Afinal, seu pai estava a deixando de lado.


– Quem está ai? - Um barulho vindo do escuro ascende sua atenção.


– Ah, então me percebeu... - Uma voz grossa se pronuncia sobre a proteção do escuro. - Nada mal. - Brinca.


– Essa voz... - Antes que pudesse terminar de falar, a figura salta de um arbusto e tapa a boca de Vitória com a mão.


– Ainda lembra de mim, não é? - Um sorriso debochado desafia a dama. Ela se rebate e tenta gritar, mas ele era claramente mais forte.

– Calma menina, não vou te fazer nada. Vim apenas conversar. - O moreno afrouxa um pouco sua mão para que Vitória o respondesse.


– O que quer comigo? - Estava tomada pelo medo e pelo desejo.

Desde o dia do acidente não vira mais aquele homem e em todos os dias que se seguiram ele acompanhava os pensamentos de Vitória.


– Já disse, quero conversar. - Finalmente ele começa a soltá-la. - Por favor, não fuja.


Vitória estava pronta para correr de volta para dentro da casa e gritar por socorro, mas uma curiosidade a atrai e ela, mesmo cheia de duvidas, decide ficar.


– O que quer falar comigo? - Diz irritada.


– Sei que você procura por respostas.


– Sim, muitas! Começando por respostas sobre você. - Interrompe o moreno. - Eu nem ao menos sei seu nome!


– Ah, naquele dia você estava tão atordoada que não teria graça se eu me apresentasse. - Sorri. - Prazer, sou Aquiles.


– Aquiles. - Ela repete baixo. O moreno se aproxima do rosto dela a fazendo corar.


– Gostou do nome?


– Não fuja do assunto! - Ela tenta disfarçar a vermelhidão. - Seu nome não me é muita coisa. Quero saber mais. Tudo de preferência.


– Parece que alguém está interessada no rapaz aqui. - Vitória sente seu rosto arder e desvia seu olhar de Aquiles, torcendo para que ele não perceba sua vergonha. - Mas... - O tom do rapaz enrijece. - Não vim para falar de mim.


– Então do que se trata? - A curiosidade da morena aumenta. - Vamos, diga!


– É sobre sua avó.


A garota não consegue impedir que sua surpresa transpareça. Aquiles era bem mais do que todo pensamento que já teve com ele. Quanto ele sabia? Quanto ele havia invadido a vida de Vitória?


– O que sabe sobre ela? - A morena teme a resposta. Mas seu pai não havia lhe dado tal informação e um estranho a tinha e estava pronto para contar.


– Digamos que eu saiba de tudo o que houve depois que você se mudou para aquele colégio. - Ele se cala. O coração de Vitória salta e sua respiração sai com dificuldade. - Ela tentou matar sua mãe.


– Desculpe, não consegui entender. O que disse? - Aquiles percebe que a notícia abalou Vitória.


– Sim... - Ele hesita. - Assim que se mudou para o Espírito Santo Iolanda tentou matar sua mãe enquanto ela dormia. Antônio ficou furioso, quis devolver a tentativa na mesma moeda, mas Analiz não permitiu que ele o fizesse. Sua mãe era submissa a Iolanda, sempre foi. Depois dessa tentativa, sua avó ameaçou seu pais dizendo que se esse evento chegasse aos ouvidos de alguém fora da casa, eles seriam desertados e nunca mais a veriam. Tudo sempre fora um plano. Sua viagem, as visitas, as histórias que ela te contava. Tudo. Sua avó nunca gostou de Analiz, sempre a tratou mal, a fazendo viver sobe constante ameaça. Mas quando você nasceu, Iolanda viu uma esperança. Com a fábrica falindo e nenhum de seus filhos dispostos a ajudá-la, você era a única salvação. Ela nunca gostou de você, Vitória. Só brincava contigo assim como fazia com sua mãe. Foi um alívio ela ter morrido.


A palma da mão trêmula de Vitória encontra o rosto do rapaz, criando um estalo forte.


– Ela me amava sim! - Começava a chorar, se mantinha forte enquanto ouvia toda aquela história, mas agora estava se entregando ao desespero. - Ela foi a única...


– Não seja tola! - Aquiles a interrompe com indignação. - Se não acredita em mim, pergunte à seus pais ou até mesmo aos empregados da casa, eles irão provar que não estou mentindo.


Ela respirou fundo e analisou tudo o que ouviu. Matar? Aquiles estava louco. Sua avó não teria essa capacidade, nunca. Ela era doce, carinhosa... Não poderia acreditar.


É então que mais uma duvida surge em sua mente.


– Como sabe de tudo isso? - Ela o encara, analisava cada movimento do rapaz, cada expressão. Mas seu rosto e seu corpo não entregavam respostas, Aquiles era o mistério incorporado em pessoa.


– Os meios não precisam ser ditos.


– Isso é só mais um motivo para eu não acreditar em você. - O moreno respira fundo, ela percebe que ele estava sem paciência alguma.


– Escute, acreditar em mim ou não é escolha sua. Amanhã tire a prova, pergunte a seus pais. Tenho certeza de que eles não vão te enganar. Estou indo, está tarde e você precisa dormir. - Ele se vira e começa a caminhar de volta para a escuridão.


– Espere! - Vitória pede sem pensar. Aquiles a olha. - Como sabia que eu iria vir para cá? - Ela cora.


– Intuição. Ela é uma grande amiga minha. - Ele sorri e some entre as árvores e arbustos.


Amanhece e Vitória se mantinha acordada. Sua mente ainda estava confusa, relutante. No entanto, estava decidida a tirar a verdade de seus pais de qualquer maneira. Hoje saberia de tudo e tinha a certeza de que Aquiles estava errado.


– Bom dia minha filha. - Analiz a recebe na sala de jantar com um beijo carinhoso em seu rosto.


– Mãe... - Calou-se. Estava com medo, porém precisava de respostas. Vitória não aguentava mais viver cega. - A vovó já... Tentou te matar?


– De onde tirou essa história, filha? - Ela tenta esboçar um sorriso, mas o nervosismo transparece. Antônio também tinha ouvido a pergunta da filha e permanece calado.


– Por favor, responda mãe.


– Quem te falou isso? - Analiz não conseguia olhar diretamente para a filha e sua atitude só mostrava a Vitória que tudo que ouviu era verdade. - Vamos, responda! Quem...


– Iolanda tentou matar sua mãe. - Antônio impede que sua esposa termine suas perguntas, já estava farto de ver sua filha confusa. - Depois que viajou. Se eu não estivesse acordado no momento... - Ele segura uma lágrima. - Não sei o que teria acontecido.


– Então é verdade. - Sussurra. Analiz enrijece o rosto e senta-se em uma das cadeiras disposta ao redor da mesa.


– Aquela não foi a primeira vez. Era fato de que minha mãe não gostava de mim, mas eu nunca sabia... - A senhora enxuga lágrimas insistentes. - Nunca sabia o que tinha feito.


Analiz então ergue seu vestido até o alto de sua cabeça e exibe um corpo bem cuidado, de pele branca. Seria perfeito, se não fosse as cicatrizes que se espalhavam por ele. Abaixo do seio esquerdo, próximo ao umbigo, na coxa... Eram várias. Cicatrizes que serviam como lembrança dos dias de tormento, serviam como prova para sua filha.


– Me desculpe. - Analiz abaixa o vestido e começa a chorar descompassada. - Eu queria ter dito antes, mas nunca tive chances de chegar perto de você. Ela nunca deixava. Eu e Antônio tentamos até sair escondido para poder ver você, mas ela sempre se prevenia... Me desculpe, filha. Fui fraca, covarde. Deixei que ela a levasse de mim. - Ela cobre o rosto e abafa o choro.


– Não, mãe. - Vitória se abaixa e apoia sua mão sobre a perna da mãe. - Você não foi nada disso. Eu que sempre fui cega e desonesta com você. Com vocês. - Ela olha para o pai. - Sinto muito mãe. Quero que me desculpe por tudo o que eu lhe disse, pelo modo como eu agi.


– Ah minha filha... Eu te amo! - A senhora envolve a filha num abraço forte e aconchegante. Mais do que isso, desculpas, amor e carinho se misturavam, fazendo das duas uma só. Fazendo ser mãe e filha depois de muito tempo.


– Eu também te amo, mãe. Obrigado. - Cochicha em seu ouvido.
As duas se mantém abraçadas por um bom tempo e Antônio se enche de felicidade. Parecia que finalmente as coisas estavam sendo postas de volta ao seu lugar.


***


Pov’s Vitória


Estava ansiosa por este dia. Eu sei que as situação mudou, mas viajar sempre é uma boa ideia. Mesmo tendo me reconciliado com meus pais, saber que minha avó era um monstro ainda me dói.


– Está pronta, senhorita? - Magda me assusta ao entrar no quarto. Ponho a mão no coração e sorrio.


– Estou sim. Já vou descer. E por favor não me chame de senhorita, certo? - Ela responde algo, mas não consigo saber o que foi.


Desço com duas malas na mão e atravesso o salão principal até a porta. Lá, Lorenzo me esperava, ele pega as malas das minhas mãos e as leva para o carro. Eu o sigo.


– Onde estão meus pais? - Pergunto.


– Lá fora, pequena. - Ele responde sem nem ao menos olhar para trás.


Ao chegar na calçada de minha casa, encontro meus pais próximo ao carro. Quando me veem sorriem e eu retribuo o carinho. Estavam felizes e eu também. Tudo que eu precisava agora era voltar para a instituição, terminar as provas e voltar para o encontro deles. Viagens são boas, mas não há nada melhor como o aconchego de meus pais.


Me despeço rápido. Choramos. Minha mãe me segura antes que eu pudesse entrar no carro e diz:


– Eu te amo, Vitória.


– Também te amo, mãe. Nos vemos em duas semanas! - Dou um largo sorriso e entro no carro. Aceno uma ultima vez antes deles sumirem da minha vista.


***


Encontro minha poltrona no avião e me acomodo. Respiro fundo para acalmar o nervosismo. Já poderia imaginar o interrogatório que minhas amigas fariam. É óbvio que eu não falaria tudo, nem sequer o começo. Minha meta com essa viagem não é somente a conclusão dos meus estudos, mas também a libertação de todos esses acontecimentos ruins: o velório, a fuga, o acidente, Aquiles...
Ele sumiu da minha vida e eu nem pude ter a chance de agradecer. Fui muito rude com ele o tempo todo. Eu não deveria, mas ele também teve culpa. Ainda não consigo entender como ele sabia de tudo aquilo.

Aquiles... Que tipo de segredo você esconde?


– Parece que nos encontramos de novo, senhorita. - A voz era familiar.


– Aquiles! - Exclamo ao vê-lo.


– Surpresa? - Ele sorri satisfeito, sempre esbanjando seu ar de superioridade.


– Você não vai ter a capacidade de dizer que isso também é coincidência.


– Isso o que? - Ele senta ao meu lado.


– Você aqui. O mesmo avião que o meu, para o mesmo lugar? Diga, o que vai fazer em Espírito Santo? - O olho com curiosidade. Sua companhia me inquietava. E os motivos variavam muito, tentava deixar de lado os que se intitulavam por atração, fascínio e desejo.


– Estou indo a passeio, não posso? - O sorriso permanece intacto. É só então que percebo o quanto ele estava bem vestido. Camisa polo preta, calça jeans rasgada na coxa e um tênis vermelho completavam o look de garoto informal. Seu rosto estava bem visível, o cabelo preso em um rabo de cavalo deu-me a chance de estudar sua feição. Os olhos verdes, que só agora percebo que são escuros, a boca erguida, os dentes brancos a mostra, pele clara... Ele era realmente lindo. - Cuidado para não babar, princesa.


Eu coro. Sinto meu rosto arder e tento desviar o seu olhar para não ver meu estado.


– Você é muito convencido. - Digo por fim.


– E eu tenho certeza de que adora isso. - Meu coração começa a pulsar rápido. Tinha que fazer algo! Não podia deixar ele me desafiar a viagem inteira.


– Eu acho melhor você ir procurar o seu assento. O dono dessa poltrona deve chegar logo.


– O dono desta poltrona já está ocupando lugar. - Seu sorriso aumenta e seus olhos se apertam, como se estivesse sugerindo algo. Demoro um tempo para entender, mas um estalo me faz compreender e meu coração salta.


– Você vai sentado aqui? - Um tom de incredulidade escapa na minha voz.


– É o que parece.


Me convenço de duas coisas sobre Aquiles: ele é lindo; e nada do que faz ou fala referente a mim nunca é coincidência. Ele irá comigo? Ótimo, irei descobrir tudo sobre o senhor mistério, e tentarei não expressar minha primeira convicção.


Fim Pov’s Vitória


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Notas finais do capítulo

Prontinho, capítulo terminado. OO Muito obrigado por ter lido. Espero que diga para mim o que achou, é muito importante saber! XD Enfim...

Até a próxima!



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