"Nunca me senti tão...leve." Foi meu último suspiro, então sorri, Clary não me odiava, não a mim, seu ódio era por Sebastian - o monstro que eu vinha sendo desde que nasci por causa de meu pai - fechei os olhos e morri.
Morrer não foi como eu imaginei que seria - eu não fui direto para o céu ou para o inferno, mas sim para um corredor negro. Talvez "corredor" não seja a palavra certa, túnel seria uma definição melhor. Havia mais pessoas comigo no túnel, homens mundanos, e outros Nephilim como eu andando sem rumo. E literalmente tinha uma luz no fundo do túnel, corri em sua direção. Queria sair de perto daqueles estranhos mesmo sabendo que eles não me fariam mal, porquê Pelo Anjo, eu estava morto, e eles provavelmente também.
Quando cheguei ao que parecia o fim do "corredor" me vi em uma sala bem iluminada semelhante à uma sala de espera. Me sentei em uma das cadeiras de veludo negro com a marca dos Nephilim e aguardei.
Depois de um tempo uma voz me chamou.

-Sebastian? O que você está fazendo aqui? - o choque do reconhecimento foi enorme e não consegui conter as lágrimas.

-Max, me escute, eu não sou o Sebastian...

-Você me matou! - ele me interrompeu, e as lágrimas também chegaram aos seus olhos cinzentos que eu sabia a muito não estarem mais vivos.

- Eu sou...eu sou o Jonathan! - minha voz estava em soluços - Max por favor me escute, não foi eu quem te matou. Eu não tenho mais o sangue de demônio que eu tinha antes...

- Izzy...Isabelle está viva? Fiquei por aqui muito tempo depois do que você - ele pôs ênfase nessa última -fez, ela não morreu. Morreu?

Seu tom era de urgência, e mesmo sendo mais novo e menos esperiente que a irmã ele sentia-se como se fosse o único capaz de protege-la. Então parei para pensar na cena da minha morte, estavam todos bem, não? Se você tirar o fato de estarem presos no inferno.

- Não, Max. Ela está bem.

- Foi ela quem te matou, Sebastian? Para vingar a minha morte?

- Não, não foi ela, Max, escute por favor, aquele monstro com sangue demoníaco que eu vinha sendo não existe mais. Clary me salvou, ela queimou todo o mal que existia em mim. Mas eu era mal quase por inteiro, então meu corpo não pôde aguentar...morri nos braços de minha mãe. Eu gostaria de ter podido ser o filho que ela merecia, Jonathan o garoto de olhos verdes...

- Então a culpa é toda de Valentim? - Não pude deixar de notar o sarcasmo em sua voz - Quero ver você tentar explicar tudo isso no seu Juízo Final.

Parecia que o que Max falou era realmente sério, porquê uma das portas à minha direita se abriu e uma voz entoou:

- Jonathan Christopher Morgenstern?

Olhei mais uma vez para Max antes de ir até a porta, mas ele já tinha ido embora.

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- Você é Jonathan? - perguntou - me um dos anjos na entrada da sala, assenti e ele me deixou entrar-Muito bem, sente-se.

Olhei em volta , havia algumas cadeiras na sala e para o meu espanto estavam nelas algumas pessoas a quem "eu" tinha matado: Max , Hodge, e até mesmo Sebastian Verlac.

-Vamos começar então, Jonathan conte-nos sua vida e os fatos que o levaram a cometer seus crimes.

Respirei um pouco até me lembrar que esse ato reflexo que eu tinha quando ficava nervoso não era mais necessário. Então comecei:

-Meu nome é Jonathan Christopher Morgenstern, sou filho de Jocelyn Fairchild Morgenstern e de Valentim Morgenstern, e tenho uma irmã, Clarissa Adele Fairchild Morgenstern.
Meus pais faziam parte de um grupo de amigos liderados por Valentim, O ciclo. Eles acreditavam que os integrantes do submundo eram como os demônios e que os Nephilim não deviam se aliar e conviver com eles. Meu pai não compreendia como os integrantes do submundo, que eram tão impuros sobre seus olhos, tinham os poderes que tinham.
Ele, então,começou a fazer experiências injetando sangue de demônio nele mesmo, e depois, dando sangue do demônio Lilith para minha mãe tomar enquanto estava grávida de mim .
Então eu nasci, minha mãe me segurou em seus braços e eu me encaixava direitinho nela, eu nao chorava como os outros mas então abri os olhos...