Diário de um Khajiit escrita por Lorde Rick Lefeaten


Capítulo 5
“O belo país congelado ao norte de Tamriel!”


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Acordei em mais um dia, dessa vez não havia luz do Sol vindo diretamente no meu rosto, olhei em volta e lembrei o porque, eu estava no dormitório do colégio, vi meu companheiro de quarto na cama do outro lado do quarto, dormindo todo desarrumado, me levantei, e fui até a janela do quarto, comecei a olhar para fora, havia nevado de noite, o lugar estava mais bonito do que nunca, a luz solar brilhava em contato com a neve e muitos animais passavam saltitando sobre ela. Virei para trás e fui até a porta do quarto abri devagar para não acordar Bazzir, quando sai senti minha barriga roncar, eu estava com fome, havia esquecido disso, eu não tinha oque comer, nem dinheiro.

– Algo errado? – perguntou um Orc vindo perto de mim quando viu que eu estava com as mãos na barriga

– Não, nada, eu só estou... com fome... – respondi

– Compre algo para comer! – disse ele imperativamente

O Orc era mais burro que uma porta, na verdade, isso já era uma característica natural dos Orcs. Opa! Olha eu julgando as pessoas por raça, desculpem, não vai acontecer de novo.

– Eu não tenho dinheiro o bastante – respondi

– Se quiser eu te compro algo e você me paga depois! – disse ele parecendo gentil demais para um morador de Skyrim

Eu já tinha ouvido antes que as pessoas em Skyrim costumavam ser mal educadas, e falar rude, mas afinal porque ele não poderia estar sendo apenas legal, afinal Âlara e Azyra já foram legais comigo.

– Errr... – eu hesitei um pouco, mas oque eu tinha a perder? – se não for te incomodar... posso te pagar amanha! – complementei

– Claro – respondeu o Orc com um sorriso caridoso

Nós dois fomos nos dirigindo para a entrada, e conversando.

– Você persegue ratos? – perguntou ele rindo

– Não! – dei uma risada – eu sou um Khajiit! Não um gato

Ele riu alto, como todo o Orc fazia, essa raça não sabe rir, nem falar baixo, o cochichar deles da para ouvir lá de Hammerfell.

– Qual seu nome? – perguntei

– Sou Bawh – respondeu ele

– Hum... é um nome curto para um Orc. – falei enquanto saiamos da ponte de entrada do colégio

– É derivado da palavra Bah, que significa raiva – respondeu ele

– Porque te deram esse nome? Você nasceu um bebe muito bravo? – perguntei rindo

Pareceu que ele não levou na brincadeira, ele fechou a cara franzindo as sobrancelhas.

– Desculpe, você não gostou? – perguntei me afastando dele, afinal ele era um Orc se me desse um soco na cabeça, ela voava longe.

Ele não me respondeu e continuamos andando em direção a taverna, tive um pouco de medo que minha atitude tirasse a caridade dele de me comprar algo, quando entramos estava mais vazia do que no dia anterior, dei de cara novamente com aquele elfo da floresta, ele estava limpando uns copos.

– Ah! É você? Veio para ser mais humilhado? – disse o elfo rindo

– Eu vou querer aquele doce que você disse ser o mais barato de sua taverna... – pedi me debruçando no balcão

– Espera, não precisa comprar o doce mais barato para poupar meu dinheiro – disse Bawh franzindo a testa novamente – não prefere comprar um prato nativo de Elsweyr? Que tal o fondue de Elsweyr?

– Mas quanto custa? – perguntei olhando de lado para o elfo que nos atendia

– 20 Septins... – respondeu ele fazendo uma cara de que eu não poderia pagar

– É muito caro, não precisa disso... – eu falei, não queria gastar o dinheiro do Orc bondoso

– Que isso! – Bawh jogou um saco de moedas sobre o balcão

O elfo olhou com admiração e junto as moedas com a mão, depois começou a conta-las, quando confirmou ter 20, ele fez um sinal com a mão para a mulher Argoniana atrás dele, ela levantou da cadeira que estava e desceu as escadas atrás deles para o porão

A primeira pessoa de uma raça meio humana meio animal que vejo é uma servente, ela foi a primeira Argoniana que havia visto aqui.

– Já estamos preparando seu fondue, por favor esperem... – disse o elfo indo atender outra pessoa

Eu e Bawh nos sentamos numa mesa junto a uma Nórdica com um enorme decote em sua roupa laranja e verde e cabelo loiro preso em tranças e um Redguard de olhar inteligente, ele estava com um adaga de cristal na mão enquanto olhava por cima dos trapos velhos que usava cobrindo sua boca e nariz.

– Obrigado por pagar a comida, amanha eu te devolvo o dinheiro, prometo! – eu disse juntando as mãos

– Está bem, mas cuidado, se você não devolver posso me irritar! – disse ele rindo e colocou a mão sobre meu ombro, eu sei que ele estava só brincando, mas ele tinha uma força tão grande que quase cai do banco.

Eu dei uma risada forçada me segurando no banco.

– Você é legal, devo admitir que tive uma má impressão sobre você quando te vi pela primeira vez... – disse ele virando para a mesa

– Deixa eu adivinhar... foi por eu ser um Khajiit? – perguntei

– Não, foi por você ter ficado no canto da sala, tão escondido de todos, achei que a qualquer momento você podia levantar e gritar “Todos para o chão, isso é um assalto!” – disse ele rindo

Eu ri junto, nesse momento comecei a pensar, a maioria das pessoas ali, apesar do que se ouvia sobre o povo de Skyrim, a maioria das pessoas não ligava para o fato de eu ser um Khajiit, acho que eu estava criando tempestade num copo de hidromel.

A Argoniana chegou a nossa mesa com um pote de fondue de Elsweyr, quando senti o cheiro me fez lembrar de quando ainda morava naquela terra tropical do sul que era cheia de Khajiits, em vez desse “belo país congelado ao norte de Tamriel”. Ela coclocu o fondue na minha frente sorriu para mim e saiu andando, peguei a colher e comecei a comer em desespero, estava com muita fome, quando lembrei que Bawh estava do meu lado, parei de comer como um louco e limpei a boca.

– Você vai querer um pouco? – perguntei

– Não, obrigado, acabei de comer... – respondeu ele recusando o fondue com a mão

Voltei a comer o fondue, quando terminei nós dois saímos da taverna.

Obrigado mesmo pela comida! Muito obrigado! – agradeci quase ficando de joelhos

Ele riu.

– Não tem de que, não precisa de tanto. – disse ele

– Está bem, desculpe – falei rindo

– Eu vou ter que ir agora, te vejo qualquer dia desses... – disse ele indo em direção ao colégio

Na verdade eu também ia para lá, mas antes que pudesse dar o primeiro passo Âlara apareceu atrás de mim e me segurou pelo braço.

– Oi! – disse ela dando um sorriso bonito, não tinha notado, mas ela tinha mesmo um sorriso muito bonito

– Oi, Âlara... – respondi

– Tem algum compromisso agora? – perguntou ela se aproximando de mim

– Não... que eu saiba... – respondi

– Então, pode me treinar em arquearia agora? – perguntou ela passando a mão no cabelo

Eu não estava muito afim de fazer isso naquele momento, mas não tinha como dar uma desculpa e sair andando para o colégio, além de que eu estaria sendo mal educado.

– Claro. – respondi, mas antes mesmo de eu terminar meu “Claro.” Ela me interrompeu e saiu me puxando

– Eu sei o lugar perfeito! – disse ela me levando pelo braço por meio da cidade de Winterhold

Chegamos a montanha que havia na frente de Winterhold, e começamos a subi-la por uma estrada em meio a neve, ela estava indo na minha frete, pois aparentemente já conhecia o caminho, eu olhava para baixo e dava para ver a cidadezinha lá em baixo, com as pessoas pequenas demais para identifica-las, só conseguia ver pontinhos pretos andando num tapete branco de neve.


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Notas finais do capítulo

Comentem!



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