Pov Ally

Que dia é hoje mesmo? 05/01/2016! Nossa, o tempo passou tão rápido... parece que foi ontem que eu passei por todo aquele caos e não seis anos! Mas enfim, não vou reclamar. O que eu mais queria que acontecesse, aconteceu. Eu cresci. Amadureci e sou um novo ser, uma nova garota. E estou muito orgulhosa dos resultados.

[ Levanta preguiça, vamos! levantando dessa cama! porque quem ganha dinheiro na cama é mulher de programa! Vamos levanta, Ally?]

Certo... Acho que já passou da hora de trocar esse novo toque do meu despertador ( que foi gravado pela minha querida mamãe ) e comprar um novo! Ninguém merece ouvir isso todos os dias. Não estou reclamando da voz dela ou do que ela diz, é que eu sou preguiçosa demais e tenho que levantar cedo para desligar essa coisa.

–Ally Dawson, se eu que estou aqui na cozinha ouvi o despertador, por que será que tu ainda não levantou pra desligar?

–Bom dia para senhora também queridinha. O que temos para o café?

–Bolo de laranja, alguns pães, frutas e suco!

Olho pra ela que olha para cima com uma cara bem cínica.

–Mãe? Cade o meu café?

–Café? que café?

Vou até o armário. Subo em uma cadeira e olho atrás das latas de milho verde e ervilhas. Achei.

–Boa tentativa! mas da próxima vez, tenta não fazer muito barulho Às 03:00 da madrugada. Algumas garotas de 16 anos podem ouvir e ver o que está acontecendo.

Ela revira os olhos e me empurra.

–Não sei a quem você puxou...

–Faço essa pergunta todo santo dia. Sou muito esperta pra ser dessa família! hahahaha...

Ela me encara e eu apenas dou risada.

–Calma dona Penny, eu também te amo muito!! E então, vamos comer?

–Ai Ally, só você viu. Vamos!

(...)

Depois de ter tomado o meu café, e ser escravizada pela a minha própia mãe, resolvo subir e arrumar o meu quarto.

Não, eu até gosto de arrumar o meu quarto. O problema é arrumar o meu guarda roupa! Eu só pego as roupas, limpas é claro, e jogo tudo dentro do bicho e faço força para ele fechar.

Cade o meu diário? Hum, acho que deixei em cima de uma prateleira... não, deixei em cima do guarda roupa!

– Ô mainha, a senhora sabe dizer onde tem uma escada aqui?

–Eu emprestei para a nossa vizinha filha. Ela só vai devolver mais tarde!

–Tá, valeu!

Sento no chão e olho pra cima...

–Como é que eu vou tirar você daí de cima?

Dou um sorriso sapeca e levanto.

–Vou subir em você, claro. Não sou tão pesada e você não está tão velho assim, acho que aguenta...

1...2...3...

–Ai, que coisa! Se eu quebrar uma parte desse negoço a minha mãe me coloca em uma caixa e manda para a casa do cão!

–Prontinho, peguei você seu safado! Agora é só eu descer...

–O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ?

– O que? Socorro!

(...)

Onde eu vim parar? Que dor na perna! Será que minha mãe me botou em uma caixa e eu vim parar em outro país? Hehehe, tá... parei!

–Ally? Está acordada?

–Oi mãe, onde eu estou?

–No hospital querida...

–Oxe, o que eu estou fazendo aqui?

Tento levantar e sinto uma dor na perna.

–Ah, já sei... eu caí de mal jeito e quebrei a perna certo?

–Certo.

–A senhora se sentiu culpada por ter me assustado na hora, ficou desesperada e começou a correr pela casa. Certo?

–Não...

–Mãe...

–Ok... certo!

–E eu posso sair daqui assim que assinar uns papéis?

–Com certeza! Ai como você fala. Já volto!

Apenas dou risada e ela sai da sala.

–Hum... que cheiro engraçado! É uma mistura de álcool com um perfume estranho.

–Cheiro de morte!

Olho para o lado e vejo um garoto loiro me encarando.

–Como é?

–Morte. Aqui tem cheiro de morte.

–Tá lega... e você quem é?

– E te interessa?

–Eu estava aqui falando sozinha quando você, super educado se meteu onde não foi chamado. E sim, me interessa. Fala logo.

–Austin, Austin moon.

–Hum... Oi.

–E você é Ally Dawson.

–E como sabe meu nome? Eu nem te conheço.

–Você tem uma mãe não muito normal sabia?

–Sim, disso eu sei. Estou aqui por causa da loucura dela!

–Toma. Tenho que ir, até um dia guria...

–Até, estranho!

Ele me entrega um papelzinho e sai do quarto onde havia um tio seu e mais algumas pessoas. No papel estava escrito:

‘’ Eu ia entregar a sua mãe, mas achei melhor esperar você acordar e te entregar. Meu telefone, caso queira um amigo. Xxxx-xxxx

O seu número eu peguei com a sua mãe. Até um dia estranha!’’

–Mas que palhaçada, ninguém merece! Fica aí achando queridinho que eu vou falar com você.

–Vamos minha filha?

–Vamos senhora que gosta de dar o telefone das filhas para pessoas completamente estranhas.

– Não sei do que você está falando...

–Não? E o que é isso na minha mão?

–Hum... vamos? Estou com fome! Hoje farei pizza para nós duas!

– Hehehehe... assim eu vou engordar mãe. Que se dane, vamos! Gordice é a melhor coisa do mundo.

Do lado de fora do hospital, já entrando no carro, vejo o loiro com um amigo ruivo e uma garota meio gordinha e baixinha. Hum... eu poderia ligar pra ele mas... ah, eu não vou. Ou vou? Hum...

–Acorda!

–O que? Chegamos?

–Nem saímos ainda minha filha. Fecha a porta do carro, não posso dirigir assim né? O que você tanto olha?

–Nada, nada. Desculpa!

Fecho a porta e ela gira a chave do carro.