A festa rolou até umas 1:30hrs da madrugada, subi a escadaria mas fui interrompida por meu pai me chamando.
America, não te dei seu presente - ele disse tirando uma caixinha branca com fita amarela do bolso - aqui.
Ah obrigado pai.
Abri a caixinha e vi uma gargantilha de ouro com um pingente grande de coração. Arfei. Dentro dele havia uma foto de mim e de mamãe abraçadas, uma lágrima caiu e não limpei. Tudo o que eu queria era ela aqui agora, me beijando e dizendo alguma bobagem minha quando pequena.
Eu...eu...não sei o que dizer pai, obrigada - eu disse simplesmente.
Não há de quê - ele pôs a mão em meu ombro direito - vá dormir, e descansar.
Assenti com a cabeça e fui, pressionando o colar contra o peito. Girei a maçaneta silensiosamente e entrei. Chamei as meninas e elas me ajudaram com o banho. Vesti um baby-doll fino, dispensei elas e deitei na cama quentinha, puxei minhas cobertas e abraçei o travesseiro, adormeci de repente.
Eu estava na ponta de um penhasco, com um vestido cinza assustador, ele balançava com o vento frio, meu pés estavam descalços, uma voz que parecia um eco, cantava um canção sobre estrelas, parou subitamente e disse "Desconfie dos conhecidos, sou seu guia permanente, você ainda descobrirá a verdade" e então eu avançava, caindo num buraco sem fundo.
Nãooooo - gritei, percebendo que era só um pesadelo.
Graças aos céus, não tinha ninguém no quarto.
Me levantei e abri as cortinas da varanda, era um dia chuvoso. Fui até minha cômoda e peguei meu colar que papai me dera, percebi que tinha uma pequena estrela atrás, será que tinha algo a ver com o sonho? O que quer que ele tenha significado, eu não queria saber. Chamei Marlee, e ela veio rápido. Pedi para que ela me ajudasse a me arrumar, ela pegou um vestido lilás e pôs e mim. Mostrei a ela minha gargantilha, que por sua vez perguntou sobre a estrela, não respondi nem falei sobre meu sonho. Abraçei-a e fui trabalhar.
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A sexta-feira havia chegado, eu anunciaria os Selecionados, e segunda eles chegariam. Meu pai escolheu todos eles a dedo, fiquei com raiva. Estava andando no corredor, indo até o salão para apresenta-los. Meu vestido tinha um decote V que não mostrava muito, nem escondia, ele era vinho e um pouco rodado. Meu cabelo estava preso em um coque alto.
A transmição comecou, meu pai falou sobre a aliança com a Itália, e sobre ataques rebeldes em Bonita. Gavril me chamou.
Boa noite, Illéa. Hoje será revelado os tão aguardados selecionados. -Sorri - Obrigado aos que tentaram, estou feliz por você fazerem parte dessa fase de minha vida. Vamos?!
Joseph Taller, de Kent, Quatro - sorri, embora não podendo ver a foto.
Brain Roberts, de Clermont, Dois - senti minha bochechas doerem.
Aspen Leger, de Columbia, Três.
Foram vários nomes, não decorei ao menos um.
E para acabar. Maxon Singer, de Carolina, Cinco.
Cinco? Era uma das escolhas aleatórias de meu pai. Palmas surgiram no salão.
Meu pai viu minha cara de confusão, e me chamou discretamente com um dedo.
Cheguei ao escritório, e ele estava com as mão para trás.
Senta - ele apontou para a cadeira vazia e sentei - Eu coloquei três Cincos na competição, mas você irá dispensá-los no começo. Só coloquei para não chamar atenção do povo. Não chegue perto deles, não se aproxime demais.
Explodi. E muito.
Você acha que eu vou ouvir você? Eles são MEUS Selecionados. Eu vou dar atenção a eles. A. Quem. Eu. Quiser. -Gritei.
Não! - ele pôs o dedo indicador em meu rosto - Você se casará com quem eu mandar, quem eu deixar, sua imbecil, como pude ter uma filha tão burra como você?
Eu que tenho um pai idiota e psicopata - Gritei mais alto ainda.
Sua mão forte veio de encontro ao meu rosto, cambaleei para trás e não totalmente recuperada outro tapa me atingiu e eu cai. Tinha um pouco e sangue em minha boca, pressionei o dedo contra a mesma.
Saia daqui, você não merece essa herança.
Abri a porta, e corri como se minha vida dependesse daquilo, chorando arrasada. Minha vida era uma droga. Me joguei na cama, se abraçando e soluçando. Pegueu no sono sem perceber.
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Era segunda feira , e o sol já estava se pondo. Os selecionados já deviam estar vagando por aí. Eu estava com raiva do meu pai. Fiquei trabalhando em meu quarto. Resolvi sair um pouco para respirar, mas cada vez que escutava vozes de ummontim de garotos eu ne escondia, tecnicamente eu só os veria amanhã.
Sentei em um banquinho no corredor, e pus-me a chorar, meu pai me dizia coisas horríveis, me batia e ne chicoteava. E céus, ele queimou levemente meus pés quando pequena, por eu gostar de dançar no salão. Droga. Eu chorava tanto que soluçava. Eu só queria um sentimento recíproco, algo que permaneça, que fique...Senti alguém se aproximando mas não saí dali. Levantei a cabeça e vi um rapaz com cabelos loiros feito mel, uma boca ligeiramente farta como um morango, bem musculoso me encarando.
Você podeira por favor me deixar sozinha? Já tenho muitos problemas. -Pedi.
Ah, muitos problemas - ele riu debochado - Você mora numa casa enorme tem tudo o que deseja, comida para dar e vender, vestido novo a cada dia. E tem problemas?
Escuta aqui senhor... - limpei as lágrimas, procurando seu distintivo - Singer, vou contar tudo para meu pai, você sairá logo daqui.
Não tenho medo dele - garantiu-me sorrindo, e que sorriso. Uau.
Some daqui, saí da minha frente, garantirei que você fiqu bem longe de mim -menti.
Como todo prazer alteza - tomou minha mão direita e depositou um beijo ali -até mais.
E saiu sorrindo, andando com charme. O lugar onde beijara, pinicava. E me peguei sorrindo encantada. O quê? Não ele me desacatou. Idiota, metido, chato.
Ele tomaria a dose certa amanhã. Senhor Singer irritante, e irresístivel.