We Are Young escrita por Luisa Stoll, Pin


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

MIL DESCULPAS POR TER DEMORADO CINCO MESES E SETE DIAS PARA POSTAR CAPÍTULO NOVO.

Como eu posso argumentar isso?

Vestibular. E escola. E vestibular. E bloqueio criativo. E escola de novo. É... Mas agora é férias, uhu o/ (E eu tô mofando com meu bloqueio criativo, mas relevemos)

Boa leitura!



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POV Jake

G-A-R-O-T-A-S! Sim, você ouviu direito. Eu disse garotas! Garotas de saias, vestidos, shortinhos... cabelos castanhos, loiros, ruivos, verdes... Verdes? Sim! Verdes. Se você ainda não tivesse descoberto seu tipo (o que com certeza não era meu caso), aquele era o lugar certo. E se você já tivesse descoberto, era o lugar mais certo ainda.

Eu tinha perdido Megan de vista assim que ela saiu de seu carro, o que já era um progresso: antigamente eu nem a via sair. Uma das qualidades de minha irmã era o poder de andar e entrar em lugares sem ser percebida, o que acabava me rendendo vários sustos e coisa e tal.

Resolvi dar uma volta pelo local para... você sabe... conhecer... A área dos chalés ficava linda à noite, com aquela fogueira multicolorida dançando ao centro, e eu resolvi ir mais além. Sempre acreditei que sobrenaturalmente eu conseguia enxergar no escuro melhor que qualquer ser humano normal, mas, bom, eu nunca fui exatamente um ser humano normal, e tinha acabado de descobrir isso. Andei um pouco mais e cheguei à uma floresta, vi um vulto humanoide correndo lugar adentro e resolvi correr atrás dele. Minutos mais tarde estava em um lago enorme e a garota um pouco mais à frente, deitada no chão, observando as estrelas. E eu tinha que admitir que as estrelas eram lindas naquele lugar.

Me deitei ao seu lado. Ela era linda! Eu não conseguia definir uma cor para seus olhos e seu cabelo era loiro e curto com as pontas alongadas, com uma mecha larga pintada de azul claro. Em seu pescoço havia um colar com um cálice, no qual cada ângulo formava uma cor diferente.

Deitei-me ao seu lado.

– Olá.

– Olá, Jake – a menina deu um sorriso que poderia iluminar todas as noites da minha vida - Meu nome é Layza.

– Como... Você sabe o meu nome? – questionei.

– Tenho meus truques. – Layza comentou, sorrindo.

– E eu posso conhecê-los? – um sorriso malicioso surgiu em meus lábios.

– Com certeza não. – ela riu e se levantou, desaparecendo logo em seguida em meio às árvores.

E eu fiquei ali, parado, pensando na garota misteriosa que roubara meu coração por alguns segundos.

POV Adrian

E passou um dia, dois, talvez três. Acho que eu tinha perdido a noção do tempo, mas aquilo não importava. Resolvi fazer um passeio depois do almoço, para... você sabe... dizem que faz bem para a digestão. Avistei Megan e Jake vindo em minha direção, e claro, discutindo.

– O que foi? – perguntei assim que chegaram.

– É que não tem absolutamente nada para se fazer aqui – Megan reclamou.

– O chalé de Hefesto também não está exatamente animado – Jake comentou.

– Então vamos fazer alguma coisa nós... hm... três?

– E o senhor Adrian tem alguma ideia?

– RPG? – Sugeri.

Ambos gargalharam.

– Acho que não. Bem, podemos tentar o lago de canoagem.

– E fazer o quê? Andar de canoa? – Jake riu.

Em um segundo ou menos um olhar de compreensão passou por seus rostos, e ambos esboçaram os mesmos sorrisos e olhares travessos.

– Conheço esse olhar... – fiz uma careta – Realmente conheço.

Nesse exato momento, Katy chegou do meu lado com uma adaga em suas mãos.

– Ah não! – exclamou. – Eles estão com o mesmo olhar que a Tia Isa faz quando inventa uma receita de cookie.

– Por favor, por favor, não digam – implorei.

Os irmãos Valdez se entreolharam.

– Acho que tivemos uma ideia brilhante.

POV Katherine

Ouvir a frase "Acho que tivemos uma ideia brilhante" já era uma coisa capaz de me deixar com medo, e olha que eu tinha medo de pouca coisa. Agora... Essa frase pronunciada pelos dois irmãos Valdez em um mesmo momento... Era algo que claramente dizia: Corram para as montanhas!

Eu só vi Megan e Jake correrem em direção à floresta e Adrian os acompanhar, com a mesma agilidade. Eu corri atrás deles, mas acabei tropeçando em alguém.

Sorte definitivamente não existia no meu vocabulário.

Henri, o garoto loiro vestido de Batman da festa, estendeu a mão para mim, na intenção de me ajudar a levantar.

– Não preciso da sua ajuda. – enfatizei. Dei um impulso para ficar em pé, mas, claro, a vida não queria colaborar! Pisei em um buraco na grama e virei o pé.

– Tem certeza que não precisa da minha ajuda? – perguntou, maliciosamente.

– Eu preciso é descobrir o que o meu irmão está aprontando. – murmurei. Ele pegou o meu pulso e me puxou, ficando próximo demais à mim. – Isso é perseguição, por acaso?

– Se fosse perseguição, eu não teria te deixado em paz desde que você chegou aqui. – ele revirou os olhos.

– É basicamente o que eu sinto.

Eu não sabia explicar o porquê de ele me deixar tão nervosa, e do porquê eu ficar 100% mais desastrada perto dele – não que meu desastre já não fosse natural – mas eu não gostava daquilo. Odiava me sentir insegura, e era este o sentimento que ele me passava, juntamente com uma segurança indescritível. Paradoxal, talvez, mas eu não podia fazer nada quanto a isso.

– Você não quer dar uma volta comigo, docinho? – ele perguntou, me puxando para mais perto e levantando meu maxilar com o dedo indicador.

– Por que eu faria isso?

– Porque eu sou o cara mais lindo, inteligente, forte e desejado de todo esse Acampamento e seria uma honra para você ser vista comigo.

– Você se acha, não é, garoto? Se você é assim tão desejado, então procure alguém que te suporte.

Ele revirou os olhos e me beijou. Não por muito tempo, já que eu o empurrei assim que tomei consciência do que estava acontecendo.

– Fique longe de mim! – segurei a minha adaga com mais força e apontei para o seu pescoço. – Ou eu juro que não vou ser boazinha. – meu coração batia forte, e eu me recusava a acreditar que fosse culpa do beijo...

POV Megan

Se todas as histórias da minha infância eram reais, então o famoso Bunker 9 estaria por ali, e logo encontraríamos o que estávamos procurando.

– Ali! – Apontei para o que seria a entrada do local. – Por aqui.

Os conduzi até um alçapão de carvalho, no qual havia várias "rachaduras" que pareciam ramificações.

– Você não espera mesmo que eu vá abrir isso, não é, Meggie? Está na cara que é uma senha ou coisa do tipo...

– Está? – Adrian perguntou.

– Lógico que está. Vai na frente, nerd.

O garoto usou a força, e tocou os ramos, e xingou. E nada.

– Isso é tudo um monte de merda! – Jake cuspiu na porta.

Nesse exato momento, metade das ramificações ficaram azuis.

– DNA? – sorri. – Brilhante! – cuspi em seguida.

O resto dos ramos ficaram azuis dessa vez, e um holograma surgiu, mostrando um monte de pedaços fragmentados que, aparentemente, formavam uma espécie de enigma.

– Um quebra cabeça! – Exclamei.

– Obrigado, Mrs. Óbvia. – Jake murmurou. Mostrei a língua.

– Agora é realmente com você, Adrian.

– Claaaro, porque o nerd aqui só serve pra isso mesmo, né? – reclamou, mas começou a mexer nas peças. Conhecendo bem Adrian, aquilo não demoraria muito a ficar pronto.

– Será possível que todo mundo tem um lugar legal nesse Acampamento, menos eu? – ouvi uma voz conhecida se aproximar. Katherine.

– O que quer dizer com isso, irmãzinha? – Adrian questionou. – Me ajuda a montar isso aqui. – ele apontou para o enigma.

– Humpf... O que eu ganho com isso? – questionou.

– Um abraço do seu amado irmão. – Adrian sorriu e Katy revirou os olhos.

– Prefiro não ganhar nada. – ela se aproximou e mexeu em algumas peças que Adrian não tinha encaixado ainda, com tanta facilidade como se estivesse colocando um pendrive em um computador. – Só isso?

– Como...? – Jake estava de boca aberta.

– Ué, a pergunta é: Como vocês NÃO conseguiram. – Katy comentou.

Uma luz azul-acinzentada surgiu sobre a cabeça dela, com um holograma de coruja.

– Mas que raios...?

– O que diabos é isso? – Katy questionou, e seu colar de coruja, que ela tinha ganhado há pouco tempo e nunca me contara a verdadeira origem, brilhou. Katherine tirou-o do pescoço e segurou o pingente. Subitamente, ele se transformou em uma lança com uma ponta de ouro ameaçadora, com aproximadamente a altura da menina.

POV Marie

Depois de todo o tal episódio do esquecimento de calças, chegamos ao tal Acampamento. Papai e mamãe, então, praticamente nos arrastaram para um chalé razoavelmente isolado, com paredes brancas brilhantes como a neve – e tão geladas quanto. A porta parecia ser feita por uma placa de gelo, assim como as janelas. O jardim era constituído por cristais de gelo e flocos de neve.

– Meninas, sejam bem-vindas ao chalé de Quione, minha mãe. – mamãe falou, com um sorriso orgulhoso no rosto.

– Nós poderíamos deixar vocês no chalé de Atena, mas acho que aqui será mais confortável para vocês... Ao menos terão mais privacidade. Digo, se não congelarem. – papai comentou com uma risadinha. Mas nenhuma de nós achou a piada engraçada.

– E nós já conversamos com Quione e pedimos permissão para usar o chalé.

– Eu não quero nem pensar em tudo que já aconteceu aqui dentro... – Ashley murmurou, com cara de nojo. Os dois riram.

– Nem tanto. O chalé de Heitor sempre foi o mais usado. – papai piscou.

– Não precisamos falar disso, né? – murmurei, desconfortável com o rumo da conversa.

– Tudo bem. Querem entrar? – mamãe perguntou.

Assentimos, e mamãe simplesmente tocou na porta, que abriu-se sozinha.

Devo confessar que fiquei de boca aberta. O chalé era maior do que eu achei que seria. E também mais aconchegante. A sala tinha um chão de mármore branco parcialmente coberto por um tapete branco felpudo. Em uma parede, um sofá de veludo cinza bem claro. Na parede paralela, uma estante coberta pelos mais diversos objetos, com uma televisão enorme. Comecei a reparar nos objetos: CDs e DVDs dos mais diversos, livros, revistas, e um e outro suvenir de diversos países, especialmente Canadá. O lustre era feito por cristais e parecia formar um floco de neve.

Deixei minhas malas em um canto e deitei-me no sofá. Estava tão cansada que não vi ou ouvi qualquer coisa mais.

POV Jake

Depois que me instalei no chalé de Hefesto por motivos de "não queria ser tentado pelas minhas tias de Apolo", eu comecei a me perguntar porque havia acabado ali. Eu sempre fui muito bom com instrumentos musicais e tinha uma enorme aptidão para o canto (entendam como quiserem), mas a parte das engenhocas ficava única e exclusivamente com a Meggie. Eu tinha me enfiado no lugar errado.

Mas depois que entrei no Bunker, toda a dúvida desapareceu. O lugar era definitivamente fascinante. Mapas diversos cobriam quase todas as paredes. Vários objetos estranhos (bom, isso depende do seu ponto de vista) cobriam as prateleiras e um ou outro objeto da cultura pop poderia ser visto em alguns lugares. O chão e as paredes brancas estavam manchados com tintas coloridas, como que de propósito, desenhos aleatórios cobriam os espaços chatos, mas ainda havia muito o que fazer. Megan olhava encantada para tudo aquilo e mais uma vez era como se compartilhássemos os mesmos pensamentos.

– O quanto deve ser difícil? – Meggie me perguntou.

– Não muito – sorri. – Nada que não fazemos em cinco minutos com essas belezinhas aqui.

– Só eu que estou morrendo de medo? – Adrian perguntou para Katherine. Ele parecia realmente aflito.

– Infelizmente eu tenho que concordar com você, irmãozinho.

POV Megan

Vasculhei as prateleiras atrás de alguma coisa que pudesse ajudar. Detergente, super cola, óleo, pólvora aquática (não sabia o que era, mas pelo aquático me pareceu útil), verniz, sal e corante arco-íris.

– Isso é alguma espécie de liquidificador? – Jake apontou para uma máquina um tanto quanto bizarra. Dei de ombros.

– Não custa nada tentar.

E acabou que era mesmo um super liquidificador desmontável com um sistema de fluxo de ar que impedia que qualquer resquício de mistura ficasse desperdiçada no instrumento. Brilhante.

Achei também uma espécie de bolinhas, nas quais coloquei a mistura que seria cuspida assim que entrasse em contato com a agua.

– Ainda falta alguma coisa – comentei, os irmãos Stoll completamente avulsos na conversa.

– GLITTER – Jake gritou. Gargalhei.

– Se você soubesse como isso soou gay...

– Jake, você quer mesmo colocar glitter? – Katherine questionou. – Você não sabe que isso está fora de moda? Faça um favor e coloque paetês.

– Katherine! – exclamou Adrian. – Cala a boca, por favor. Só cala a boca.

– Só estava tentando ajudar... – ela fechou a cara, contrariada, como sempre ficava quando alguém a mandava ficar quieta ou dizia que ela estava errada.

– Contem seus planos. – Adrian se rendeu.

– Bom... Nós vamos...

POV Atena

– Essa é a minha garota – riu Hefesto.

– Ela é minha neta, faz-tudo. – Apolo fechou a cara, enfatizando a palavra “minha”.

– Sua neta? Irmão, por favor, o garoto é seu.

– Vocês dois estão mesmo discutindo isso? – questionei, encarando meus dois irmãos mais novos.

– Ela está no meu chalé, ela me escolheu. Eu lhe darei a bênção.

– Mas ela tem os meus poderes. Ela está no chalé errado.

– Fui ignorada novamente... – murmurei, e só então os dois deuses pareceram notar minha presença.

– Atena, irmãzinha! – exclamou Apolo. - Diga para esse mecânico idiota que eu estou correto. Você é a mais sábia aqui.

– Claro, ela é a deusa da Sabedoria... – Hefesto revirou os olhos.

– É incrível como pode se passar vários anos e vocês continuam brigando pelos mesmos motivos bestas – revirei os olhos.

– Não são os mesmos. – insistiu Apolo. – Agora que não dá mais para salvar minha filha do faz-tudo, tenho que defender meus netos.

– O que raios está acontecendo aqui? – Hermes gritou – Não estou conseguindo descansar com essa bagunça.

– Descansar? Você está é jogando Mario Bros! Por que você não vai trabalhar, Hermes? – reclamei. – Deve ter centenas de entregas para fazer.

– E você acabou de reclamar a minha neta. Sem pedir minha opinião. A Katherine tem os meus poderes, Atena.

– E a minha inteligência. Tenho todo o direito de dar a ela minha bênção.

– Não vou reclamar o menino, ele não leva o menor jeito para a coisa – Hermes reclamou.

– Bom, as minhas duas crianças têm toda a capacidade para serem reclamados por mim... Já esse mecânico sem classe... – Apolo revirou os olhos.

– Vocês estão realmente discutindo por causa disso? – uma luz azul brilhou na sala do trono, e de lá saiu Abnara. – Ora, as crianças têm a capacidade necessária para usar os poderes, uma bênção só irá intensificá-los. Apolo e Hefesto podem dar suas bênçãos para as duas crianças, assim como Atena e Hermes. Vocês não acham que já brigaram o bastante quando os filhos de vocês se casaram?

– Não! – Hermes, Hefesto e Apolo exclamaram em coro – De jeito nenhum.

Uma risada foi ouvida ao longe.

– Imagina só quando chegarem os bisnetos desses quatro, ai sim eu quero ver briga – Ronnoc apareceu descalço e com uma bermuda de patinhos – Vocês deveriam relaxar um pouco perante a isso e observar o espetáculo que está por vir.

– Do que você está falando, Ronnoc? – Hermes questionou. Era uma pena que levar a sério alguém que usava uma bermuda de patinhos fosse tão difícil. Aliás... Bermuda de patinhos?

– O que você está fazendo com uma bermuda de patinhos? – questionei, em coro com Apolo e Hefesto.

Ronnoc revirou os olhos.

– Esses deuses que não conhecem os netos que tem... Tsc tsc.

– Fala logo – reclamei.

– Bom, as mentes maléficas dos Valdez estavam entediadas...

– Estavam? – Hermes gargalhou.

– Esses são os meus garotos. – Apolo riu, provavelmente vendo algum pensamento na mente de Ronnoc.

Abri uma holografia que mostrava o Acampamento.

– Oh... Ah, não...

– Anão é um homem bem pequeno, Atena. – implicou Hermes. Nunca perdia a chance... – É óbvio que meus netos estão envolvidos nisso também, não é?

– Claro que estão – Ronnoc riu – Os quatro nunca se desgrudam.

– Silêncio! – Apolo pediu. – Acho que já vai começar.

POV Jake

A hora já estava chegando, e começamos os preparativos. Peguei um frasco e coloquei limão, álcool e açúcar dentro, junto com um líquido lilás que encontrei no Bunker, o que supostamente repeliria nossa surpresinha. Ah, não tentem fazer isso em casa, sério, não quero ser responsabilizado por incêndios ou coisa parecida. Borrifei a mistura sobre meu corpo todo, especialmente no rosto e cabelo, e a entreguei para Megan, Adrian e Katherine, respectivamente, esta última murmurando algo sobre como aquilo acabaria com sua chapinha. Certifiquei que tínhamos feito tudo com perfeição e nos dirigimos ao lago. O show ia começar!

– Estou fedendo a álcool, e eu ainda não encontrei um chuveiro que preste nesse Acampamento. – Katherine reclamou. Mimada...

Não me entenda mal, eu gostava bastante da Katy. Mas ela era uma das pessoas mais frescas que eu já conhecera na minha vida, se não a mais.

– Vamos logo, Kat, antes que eu resolva fazer você chorar de verdade. – Adrian falou, com a voz firme.

– Mas...

Nós três a ignoramos e apressamos o passo até o lago.

– Vocês têm certeza absoluta da mistura química que fizeram? – Megan questionou.

– E eu erraria uma mistura química? – Adrian abriu um sorriso maldoso. Tive a leve impressão de que ele só tinha dito aquilo para tentar impressionar minha irmã...

– Então que o show comece!

Corremos o mais rápido que conseguimos e tiramos os chinelos.

– Essas roupas serão arruinadas, então eu realmente aconselho que as tire, Kat. – Meggie riu.

– Definitivamente não sei o que é pior, perder minha saia ou a minha dignidade. – Katherine resmungou. – Bem, acho que a saia.

– Chega de mimimi e vamos ao que interessa! – ri loucamente, jogando três das cinco bolas no ar, e dando duas para a Megan.

POV Katherine

Aquilo não estava indo nada bem. E quando eu digo nada, era nada mesmo. Isso não era uma pegadinha qualquer que eu tinha feito com meu irmão, ou então o que já tínhamos feito na escola, como colocar um refil de tinta explosiva dentro da caneta do professor. Nesse caso, nós nem sabíamos ao certo o que estávamos fazendo.

– Adeus, dignidade. – resmunguei, tirando minha saia. Peguei as bolas que Megan me oferecera e, sem que eu me desse conta, algo muito estranho ocorreu: Apenas com o meu pensamento, as bolas começaram a flutuar, e então caíram no lago, junto com as outras três, enchendo a água com bolhas coloridas que atrairiam qualquer pessoa como se fosse um ímã gigante. E isso estava também acontecendo conosco.

– Viva! - Os irmãos Valdez se jogaram na água borbulhante.

– Venha, Kat! – Adrian me puxou pelo braço, me arrastando para dentro, e sem que nos déssemos conta, em menos de cinco minutos havia mais de cinquenta pessoas junto conosco.

Ao menos a água estava numa temperatura boa...

Mergulhei e deixei que a água cheia de produtos químicos lavasse minha pele. Afinal, não tinha mais escolha...

– Um dia você vai se acostumar a essas pegadinhas, Kirsten-Stoll. - alguém comentou, e eu emergi. Um rapaz de uns vinte anos estava sentado na borda do lago, sem se arriscar a tocar na água. Ele era, de certa forma, parecido com o meu pai. Seus olhos azuis possuíam um brilho divertido, e seus lábios mostravam um sorriso torto com dentes muito retos e brancos.

– Quem... quem é você? – questionei, limpando meus olhos para ter certeza de que estava enxergando direito.

– Seu avô. Claro.

– Avô? Você parece mais um irmão mais novo do meu pai. Numa dessas até um filho dele. – comentei, olhando bem para suas feições jovens.

– Bom saber que estou conservado. – ele sorriu. – Eu tive que vir aqui pessoalmente, a ideia de vocês foi genial. – ele comentou, e seus olhos brilharam.

Tive uma crise de espirros, provavelmente por causa daquela espuma.

– Hã... Você se importa se eu sair daqui um pouco? – murmurei.

– Não, eu adoraria dar uma volta com a minha neta. – ele deu de ombros.

– E você tem alguma ideia de onde esteja minha saia?

Ele não respondeu. Apenas estendeu a mão e mostrou a minha saia Abercrombie preta e uma blusinha rosa. Digamos que eu me recusava terminantemente a usar aquela camiseta laranja, a não ser quando me obrigavam a ir à algum treinamento.

– Um tanto quanto imprudente, isso sim, deixar uma saia jogada por aí. Ela está meio sujinha também, mas fazer o quê... – O homem gargalhou. - E qual seria a graça se não fosse assim...?

– Feche os olhos.

– O quê?

– Feche os olhos, por favor. Eu preciso me vestir.

– E qual é o problema em eu ver?

– O problema é que não é nada confortável quando seu avô de 20 anos fica observando você se trocar.

E Hermes tapou os olhos com as mãos, e enquanto eu me trocava, tive a certeza absoluta de que ele me espiava por entre os dedos.

POV Connor

– Sim... Não... Preninger, entenda: Eu preciso desses arquivos no meu e-mail até, no máximo, 6 da manhã de amanhã. Sem desculpas. Ou você entrega, ou está demitido! - falei, desligando o telefone e suspirando alto. Eu detestava ter que ameaçar os meus funcionários, contudo, infelizmente, era assim que as coisas funcionavam no mundo dos negócios. - Lui, você quer sair para jantar naquele restaurante italiano que você tanto gosta? - perguntei, sorrindo, mas sem olhar para ela, por estar concentrado na escrita de um e-mail para o meu assistente. Silêncio. Luisa nunca ficava tanto tempo em silêncio. Levantei os olhos da tela e olhei em sua direção.

O celular escorregou de minha mão quando eu vi como minha esposa estava.

Seus olhos estavam arregalados, olhando diretamente para um ponto fixo, mas parecendo não ver nada. Ela estava paralisada, assim como sua respiração, enquanto eu podia ouvir as batidas de seu coração de onde eu estava.

Eu sabia o que estava acontecendo. Isso ocorria de vez em quando. Especialmente quando seu instinto falava mais forte. E quando isso acontecia, nós sempre descobríamos que nossos filhos tinham se metido em encrenca. Ou que o mundo estava em perigo. Digo... quando algum gigante ou titã idiota resolvia que estava na hora de tentar destruir o mundo de novo.

– Lui... - respirei fundo e fui até uma prateleira da cozinha que sempre mantínhamos trancada... Afinal, não queríamos que nenhum empregado fosse automaticamente incinerado. Peguei um dos frascos de néctar e pinguei três gotas em sua boca entreaberta e esperei.

Em cinco segundos, senti sua respiração bater em minha pele e seu olhar voltar ao normal.

– Uma visão? - questionei. Eu sabia que era, mas queria confirmar.

– Nossos filhos estão muito encrencados.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Quero reviews, por favor... Estou carente de reviews :c



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