Ghosts - Auslly escrita por C H C


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu estou muuito animada com esta 'fic, e eu espero não abandoná-la futuramente! É o primeiro projeto em terceira pessoa, e confesso que eu estou com muito medo das reações de vocês c: Não me privem de suas opiniões, certo? Qualquer coisa, dependendo de algumas coisas, reescreverei utilizado novamente a primeira pessoa! Espero que gostem! Vejo vocês nas Notas Finais como de costume!



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A menininha gritou em êxtase puro. Enxergou por cima do muro, tentando esconder-se do adulto que fingia que não estava vendo-a, brincando de esconde-esconde com os amigos. Ela era uma garota incrível, a seu ver.

Sua pele morena constratava seu cabelo um pouco cacheado nas pontas, de coloração preta. Os olhos eram tão castanhos e profundos que pareciam perfurar a sua alma, como se fossem pintados à mão. O seu rosto era límpido, tão bonito quanto uma modelo, embora carregasse apenas onze anos nas costas.

–Eu não estou enxergando! - exclamou para si mesma em um sussurro surpreso. O beco estava escuro, e ela sentiu a caixa em que permanecia agachada sobre começar a virar. Se caísse, não conseguiria mais pular o muro.

Contudo, não conseguia enxergar nada a um palmo de distância de seu rosto. Tentava observar com cautela onde pisava, equilibrando o seu peso. Tinha noção de que a caixa era quadrada e alta, mas estava oca por dentro, fazendo com que seu peso fosse extremamente leve. Ela não estava mais conseguindo equilibrar-se.

Pensou em gritar por um segundo, mas não abriu a boca emitindo algum som. Sabia que seu tio estaria à sua espera do outro lado do muro, prontamente a ajudá-la. E, ainda assim, sua voz não saía. Como se tivessem cortado as suas cordas vocais.

Sentiu as palmas das mãos suarem, e fechou seus olhos com força. Tinha que ter alguma maneira de sair dali, voltar para os seus dois melhores amigos, escapar, voltar para a sua família.

–Você está aqui. - gritou, mas não era ela. Seu tio a pegou no colo com um sorriso satisfeito, e o pânico dentro da menina se dissipou. Decidiu prontamente que não contaria sobre o que ocorrera no beco. Não fora nada demais, de qualquer forma. - Nossa, isto aqui está um breu. Vamos? - ele a pôs no chão e estendeu a mão. O lampião o iluminava. A menina sorriu docemente e aceitou.

Os dois caminharam para a festa novamente, onde toda a família estava reunida. Algumas músicas tocavam, fazendo com que os convidados dançassem empolgados. Ela já começava a se animar. Os parentes passavam, cumprimentando-os ou despedindo-se.

–Você está bem? Não disse uma palavra desde que voltamos. Nem ao menos pediu por uma revanche. - preocupou-se. Ela não era uma menina que aceitava perder de uma maneira fácil.

Ela sorriu simpaticamente, apertando a mão do tio, assentindo com a cabeça enquanto olhava ao redor. Começou a balançar as mãos dadas, saltitando pela calçada, sem dizer uma única palavra.

–Eu estou com sono. - avisou. - Acho que estou indo dormir. Vou me despedir deles antes. - comentou, vendo o homem assentir. Ele tinha plena noção de quem a sobrinha falava sobre.

–Você gosta mesmo dele, não é? - falou, fazendo-a enrubescer. Seu namorado e melhor amigo, é claro. Ela assentiu, evitando encará-lo. - Ah, doce amor.

A princípio, eles tinham apenas sete anos quando começaram os sentimentos. Ela jamais notara algo estranho entre ambos, até aquele momento em que confessara. Depois, haviam trocado um beijo - um selinho - inocente, e o namoro começara. Três anos juntos. Todos acreditavam, com exceção dos dois e da melhor amiga, que era um amor infantil. Somente com o tempo, a duração persistente fez com que repensassem sobre o assunto. Ninguém também dera uma palavra contra.

–Boa noite, tio. - ele depositou um beijo estalado no topo da cabeça da menina, com um sorriso brincalhão nos lábios. Ela piscou para ele antes de dar um aceno em despedida, correndo porta adentro da casa.

Conversou brevemente com mais alguns parentes, que vinham elogiá-la pela beleza pura - e seus enormes centímetros a mais desde a última vez em que haviam se visto. Ela era simpática com todos, algo que herdara dos pais, por natureza.

Ela desviou de outros assuntos, principalmente os que envolviam o namorado, e elogiou-o com todas as palavras bonitas possíveis. Deu uma desculpa antes de andar pelo último corredor deserto que a separava dos dois melhores amigos, presumindo que estivessem no quintal.

A menina abriu a porta sem hesitação, um sorriso amoroso estampado. Entretanto, o silêncio também havia condenado-a.

Sua garganta ardeu por um segundo. Uma dor pequena, mas extremamente incômoda, cresceu em seu peito. Ela forçou a mão suada, limpando o suor nervoso antes, contra o lado esquerdo onde sentia a dor. O seu coração batia forte, e ela podia sentir a adrenalina - mas não era boa.

Suas palmas não conseguiam recuperar-se e renovavam o suor a cada segundo que passava. Um suor frio. O vento bateu contra os seus cabelos, e uma lágrima escorreu pela bochecha fina, molhando a pele impecável.

Ainda estava invisível, embora estivesse bem à vista.

Abriu a boca, mas não pôde gritar. A mesma sensação de pânico de quando estava naquele beco surgiu, dominando-a ferozmente. Arfou, tomando fôlego mais uma vez antes de mais uma tentativa vã de som. As palavras escapavam de seu alcance.

Respirou fundo mais uma vez. Não estava funcionando. Ela não conseguia simplesmente acalmar-se. Puxou um fio do cabelo brilhante, soluçando, finalmente produzindo algo de sua boca.

Ela bateu o pé. Eles se viraram.

Ela soluçou com mais força, sem nem ao menos compreender a sensação que fazia seu peito doer, como se seu coração estivesse ardendo.

Ela recuou um passo para trás, finalmente compreendendo um dos sentimentos mistos. Tristeza.

Ela abriu a boca e virou para trás, pulando a cerca que a separava da rua. Ela correu rapidamente, sem importar-se com a dor que atingira seu pé ao salto.

Um grito cortou a noite.

Doloroso; agoniado.

Eles trocaram um olhar.

Ela chorou mais uma vez.

Outro grito, desta vez, o pior.

Azedo coração partido.


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Notas finais do capítulo

Nhá, desculpem-me por qualquer erro de gramática!Obrigada a todo mundo que veio aqui! Eu senti muitas saudades! Quero agradecer a todos que me procuraram por mensagem, a todos que me incentivaram muitas vezes, quem me acompanhou em Stars Auslly e, hey, é claro que não me esqueço dos leitores novos! O que acharam da mudança de narração?Obrigada especialmente a: Garota Rebelde (não me abandone, hein? ♥) e Ary Lynch (que se tornou uma grande amiga!)! Estou matando as saudades ♥ Vejo todo mundo no próximo sábado? :3-CHC