Atlanta escrita por Luna Collins


Capítulo 19
Capítulo Dezoito


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598238/chapter/19

O Loerya Rock Museum de Stockbridge parecia morto. Carla fez a volta silenciosamente ao redor dele, verificando se havia algum sinal de zumbis por ali. Pelo menos por enquanto o local estava seguro de errantes, mas podia-se ouvir um pouco próximo dali o gemido de uma pequena horda que rondava por Stockbridge. Carla parou o carro perto da entrada dos fundos e Owen saiu primeiro com uma faca em mãos.

―Vou fazer uma vistoria, espere um pouco. ―disse o rapaz e sumiu na escuridão. Carla desligou os faróis e Gavin verificava a temperatura de Alicia, ela estava bem quente, febril. Logo Owen voltou dando sinal.

―E então? ―perguntou Carla.

―Está limpo. ―ele respondeu e a garota loira saiu do carro, abrindo a porta de trás e ajudando Gavin a carregar Alicia.

―Owen, me ajude com ela. ―falou Gavin pedindo ajuda com Alicia. ―Carla, pegue as mochilas com os suprimentos e nossas coisas.

Ela não respondeu, apenas assentiu e abriu o porta-malas pegando as três mochilas e ajeitando-as consigo. Sorte que conseguiriam travar o carro com a chave que estava pendurada no carro, o alarme estava junto. Carla entrou e iluminava o local com uma lanterna. Owen estava indo para dentro, mas nem sabia em qual parte do museu estava. Carla tomou a frente.

―Owen, você nem sabe onde está nos levando. ―ela disse em tom de voz mais baixo, acendendo uma lanterna que havia trago e iluminou o caminho.

―Pois bem, você que tem que nos guiar. ―o rapaz respondeu.

―Por quê eu? ―ela se fez irônica.

―Porque você conhece o local. ―falou Gavin não muito bem de humor. ―Você disse que vinha aqui quando era mais nova, não é?

―Sim, eu sei um lugar bom que podemos nos instalar. ―ela foi na frente. ―Eu vinha muito aqui porque uma tia trabalhava aqui, e certa vez ela me mostrou tudo dentro deste museu. Tem uma sala logo ali, é a enfermaria. ―ela indicou com a lanterna, levando-os para lá. Eles andavam com pressa carregando a moça pois era uma emergência.

―Precisaremos tirar esse caco de vidro que entrou na perna dela. ―falou Owen olhando o ferimento. Carla olhou para a perna dela e iluminou com a lanterna para ver melhor.

―Precisarei da ajuda de vocês. ―ela suspirou e continuou, já haviam chegado na enfermaria. Logo apertou o interruptor e a luz se acendeu, era de uma luminosidade mais baixa para não chamar atenção. ―É aqui. Por sorte ainda temos energia aqui. ―ela indicou a maca. ―Deite-na ali.

Gavin e Owen colocaram Alicia com cuidado na maca, ela estava pálida e o Gavin olhou-a com um pouco de tristeza, havia se arriscado para salvá-la e agora não queria perdê-la, mesmo nem tendo conhecido a garota muito bem. Carla deu a volta e ficou ao lado da maca observando a garota de cabelos pretos e lisos, verificou o pulso e a respiração.

―Ainda bem que viemos parar aqui. ―falou Carla indo em direção ás mochilas e abrindo a de Gavin, tinha uns analgésicos e antitérmicos que pegou junto com uma garrafinha de água.

―Você é enfermeira? ―perguntou Owen.

―Era, antes de ser assistente de Gavin. ―respondeu, enquanto sozinha levantou um pouco a cabeça da garota e colocando dois comprimidos em sua boca e fazendo-a beber água. ―Isso vai baixar a febre dela e me ajudar também, até fazermos a retirada do vidro.

―Eu já conhecia a Carla ainda quando trabalhava no Northside Hospital. Ela já trabalhava lá há três anos e meio. Depois foi para o Atlanta Medical Center e ficou durante um ano. ―contava Gavin enquanto colocava uns travesseiros debaixo da cabeça de Alicia deixando-a confortável. Owen assentiu enquanto procurava uns medicamentos no armário que tinha no local.

―Procure por Ibuprofeno, é anti-inflamatório. ―disse Carla vendo o rapaz mexer no armário, ele iria pegando o que ela pedisse. ―Vou precisar de uma pinça cirúrgica, algodões, álcool, medidor de pressão arterial, estetoscópio e agulhas para dar pontos. ―ela ajeitava Alicia confortavelmente enquanto os dois homens pegavam o que era preciso. Ela logo ia esterelizando os objetos que seriam usados na pequena cirurgia.

**

Jack parou perto de uma casa que parecia segura, eles tomavam sempre cuidado para não fazerem tanto barulho e chamar atenção. O soldado saiu do carro, acompanhado pela cientista loira. Jack foi até o carro de Phillip que baixou o vidro.

―Vamos ficar por aqui? ―perguntou Penny colocando a cabeça entre os bancos da frente.

―Sim, mocinha. ―ele respondeu com calma. ―Eu e Grace vamos dar uma olhada dentro da casa para ver se o lugar é seguro mesmo.

―Eu vou também. ―falou o homem saindo do carro e batendo a porta devagar. ―Julio, fique aqui com Alicia, já voltamos. ―disse ele vendo o rapaz assentir e Phillip deu a volta por trás, abriu o porta-malas e pegou uma machadinha que achou no meio da estrada.

Levi ficou no carro com Judy e Penny com Angelo no outro carro. Grace, Jack e Phillip entraram devagar na casa. A cientista levava um taco de beisebol que achou no porta-malas e o soldado levara consigo desde Atlanta uma faca. Também tinham algumas armas mas não queriam fazer barulho, a não ser que tivessem um silenciador, mas Jack não conseguiu pegar quando estava fugindo.

―Fique atrás de mim, Grace. ―sussurrou ele indo na frente com Phillip.

―Eu cubro a retaguarda. ―sussurrou de volta.

Phillip escutou um gemido arrastado que vinha pela área dos fundos. Grace iluminou com a lanterna. Um zumbi se aproximava com dificuldade em andar, parece que a pessoa que se transformou havia torcido ou quebrado o pé. Era uma mulher de meia idade, os tecidos rasgados pareciam ser de um vestido até os joelhos. O rosto bastante arranhado e com aparentes mordidas pelo braço, veio na direção de Jack, alucinada pela luz da lanterna. Grace virou-se para olhar rapidamente.

―Cuidado, Jack! ―alertou ela e logo o soldado pegou o zumbi pela nuca dando-lhe um golpe de facada perfurando a têmpora esquerda. Jack abandonou o cadáver no chão da sala, e foi procurar mais algum perigo ali.

―Phillip, cheque os quartos. ―disse Grace se afastando de Jack e indo em outra direção enquanto viu Phillip subir as escadas e checar a área de cima.

―Grace, aonde vai? ―perguntou Jack.

―Olhar a área dos fundos. ―ela posicionou o taco nas mãos e seguiu para a varanda. O soldado continuou ali, e foi até os outros cômodos na área de baixo.

Grace andava com cuidado pela varanda, como estava escuro, ela usou a audição para se guiar. Logo ouviu algum gemido arrastado por ali. Estava com uma lanterna, mas não ligou-a. Tentava enxergar no escuro só que não conseguia. “Droga, se for um zumbi de qualquer jeito vou ter que matá-lo. Mas tenho que pensar se não há outros por aqui.” Ela pensava. Continuou indo na direção do barulho. Um grunhido alto assustou a cientista e ela deu um passo para trás, tropeçando em alguma coisa, o zumbi caiu em cima dela. Era um homem de meia idade, vestido com roupas simples, que agora estavam esfarrapadas, e seu rosto em início de decomposição. Grace quis gritar, mas apenas arfava e chamava por Jack.

―Jack, me ajude! Phillip! ―ela chamava. Phillip ouviu Grace de onde estava e logo desceu, encontrando Jack que também a escutou.

―Deve ser algum errante. ―falou Phillip chegando na área dos fundos com Jack.

O zumbi estava em cima de Grace tentando mordê-la. Por incrível que pareça, ela tinha um soco inglês e quando pegou suas coisas em casa antes de sair de Atlanta, colocou-o junto com suas coisas. E quando pegou estrada com Jack, o levava no cós da calça. Os dentes podres do zumbi se abriam para atacar a cientista, ela olhou apavorada mas respirou fundo e criou coragem. Como no susto, o taco que ela segurava caiu, ela conseguiu levantar sua mão e acertar a cara do zumbi que recuou, dando espaço para ela pegar o taco.

―Grace! ―exclamou Jack.

―Eu consigo acertá-lo. ―ela disse ao soldado que parou no meio do caminho, deixando que ela tentasse atingi-lo, e se não conseguisse, ele a salvaria rapidamente.

Grace posicionou o taco nas mãos e acertou a cabeça do zumbi com força. O cadáver caiu ao seu lado e ela se levantou depressa, limpando a grama que havia sujado sua roupa. Estava ofegante, as emoções naquele momento ficaram a flor da pele. O medo, adrenalina, tensão. Os três ficaram olhando para o corpo por uns segundos e em silêncio.

―Phillip, lá em cima como está? ―ela perguntou ajeitando sua roupa.

―Tudo limpo. ―respondeu.

―Podemos trazê-los agora tranquilamente, não é?

―Sim.

Phillip respondeu e antes de comunicar aos sobreviventes que a casa era segura agora, os três se juntaram e retiraram os cadáveres de dentro da casa, só não colocaram fogo porque durante a noite, chamaria atenção dos outros zumbis que pairavam ali por perto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nos próximos capítulos teremos surpresas.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Atlanta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.