- eu não sei mais o que faço, Frank. Eu não sei onde ela está.
- a Sue sabe.
- o quê?? Eu sabia!
- mas eu não acho que ela vai dizer.
- ela vai ter que me dizer por bem ou por mal, Frank. Eu preciso encontrar a Anne e explicar tudo antes que eu fique louco de vez!
- calma, deixa que eu falo com a Sue e descubro onde a Anne está. Mas agora você precisa ir atrás da Debby e resolver essa confusão.
- eu ainda mato aquela vagabunda! Ela arruinou a minha vida como ela disse que ia fazer. Fuck!
- você tem que achar ela e convence-la a contar toda a verdade pra Anne. Só assim ela vai acreditar em você, Gerard.
- o pior é que eu sei que a Debby nunca vai fazer isso, Frank. Eu conheço muito bem aquela víbora.
- mas você também foi fraco né, Gerard? Tinha que se envolver logo com a pior prostituta do bairro?? Ela disse que ia se vingar de você, mas você não a ouviu.
- e nem você, ou já se esqueceu que ficou com ela também?
- mas foi antes de conhecer a Susan, ela não tem o que me culpar.
- eu também não tenho culpa! Eu estava com raiva da Anne e pensei que conseguiria esquece-la saindo com outras mulheres. O problema é que isso não deu certo...
- e nunca daria. Você é completamente apaixonado por ela, eu sei. – os dois se abraçaram.
- valeu, amigo. Eu te devo muito.
- deixa disso. Agora vai atrás da Debby e resolve sua vida. Eu vou falar com a Sue e tentar descobrir onde a Anne está.
- ok. Obrigado, Frank.
- vê se não faz nenhuma besteira. – e saiu.

Gerard foi ao banheiro, jogou uma água no rosto abatido e pegou as chaves do carro decidido a resolver toda aquela situação.
Frank voltou pra casa e Sue falava ao telefone com Anne. Ele entrou sem fazer barulho e ouviu o que as duas conversavam.
- mas Anne, você não pode fugir assim...
- eu não posso ficar aqui, Sue. Não vai demorar até ele saber onde eu estou. Eu sei que você vai contar e não quero enfrentá-lo de novo, não agora.
- por favor, não vá. Você e o Gerard ainda se amam.
- eu não agüento mais isso, meu coração está sofrendo demais aqui. Eu preciso voltar pra onde eu nunca deveria ter saído. Eu te ligo quando chegar em Amsterdã.
- Annabelle....
A ligação caiu e Sue sentou no sofá chorando. Frank apareceu e a abraçou.
- eu ouvi tudo, me desculpe.
- ela vai embora, Frank. Ela vai voltar pra Amsterdã e deixar todo o seu passado pra trás mais uma vez.

Gerard dirigiu até uma casa noturna, a mais famosa e mais cheia de New Jersey. Ele já era figurinha fácil então não foi nem um pouco difícil conseguir entrar. Lá dentro, olhou por todos os lados até encontrá-la dançando em uma barra de ferro quase nua. Os homens babavam por seu corpo e jogavam dinheiro para ela que se oferecia mais e mais. Logo que ela viu Gerard se aproximando, tentou fugir, mas ele a puxou pela perna e ela caiu sentada no tapete.
- me solta!
- você vai ter que me ouvir, Debby.
- você é louco. Sai daqui e me deixa trabalhar em paz.
Os homens gritavam para que Gerard a soltasse e ela pudesse continuar seu show. Mas ao contrário disso, ele a tirou do palco e a carregou pra fora da boate a segurando no colo. Debby se debatia e gritava para que ela a largasse.
- me larga!! Seguranças!! Socorro!!
- pára de gritaria, Debby!! Eu te conheço muito bem e acho que todos aqui também te conhecem. Você não vale nem um centavo do que ganha e ninguém vai ter coragem de te ajudar. – ela ficou muda e ouvia Gerard falar furioso.
Ele a prendeu pelos braços na parede da rua e ela ficou quieta.
- o que você quer?
- você ainda pergunta?
- sexo? – ela perguntou cínica.
- nem de graça. – ela fechou a cara – eu quero que você desfaça todo aquele mal-entendido com a minha noiva, tá me ouvindo? Eu não vou aceitar que você estrague a minha vida só porque eu não quis te ‘agradar’.
- e nem me pagar, né? Você me deixou sem dinheiro até pra voltar pra casa.
- casa? Que casa?? Você deve morar na rua, sem ninguém. Eu não senti nada por você porque eu amo a Anne, somente ela. Eu nunca a trairia e ainda mais com gente como você.
- então por que veio me procurar, hein?
- por um infeliz engano de que eu me sentiria melhor. E graças a Deus, eu me arrependi em tempo.
- mas parece que não é isso que ela tá pensando de você... – ela deu um sorriso e ele apertou os braços dela com mais força.
- eu te solto se você for comigo até onde ela está.
- você bebeu? Eu não vou fazer isso. – ele apertou mais – aiiiiiiiiiii!
- você tem certeza que não?

(...)
No caminho para a casa de Frank, o celular de Gerard tocou.
- Gerard?
- Frank? Eu to indo pra sua casa. Onde a Anne está?
- ela não está mais tão perto.
- como assim?
- ela disse pra Sue que vai embora.
- embora?? Pra onde??
- Amsterdã.

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