Clark Kent acaba de acordar. Ele fica alguns minutos olhando para o teto do seu quarto escuro, iluminado apenas pela luz urbana e noturna de Metropólis que entra de sua janela. Ele tenta lembrar do sonho que teve, mas cada vez que força a memória mais as imagens desaparecem. Ele olha para a esquerda e vê que o relógio digital marca três horas da manha.

— De novo. – pensou Clark

Fazia uma semana que ele sofria de uma estranha falta de sono que o fazia acorda sempre neste horário, e não sabia o porquê. Ele se levanta e vai ate a janela e observa a cidade que ainda dorme. Algo o estava incomodando a alguns dias. Um incomodo que o faz acordar sempre as três da madrugada e ele nem se quer sabe o que é. Clark tenta recordar as últimas semana de sua vida para tentar encontrar o que poderia ser que tenha começado esse incomodo. Mas não acha nada de incomum em suas memórias. Ele apenas fez coisas rotineiras, como escrever artigos, impedir catástrofes, derrotar vilões e salvar o universo.

— Então o que me incomoda? – se questionou.

Pensou por um instante em ir a Gotham e procurar Bruce. Talvez, com sua grande habilidade de analisar as pessoas, Batman poderia dizer o que há de errado.

— Mas ele deve estar ocupado. Não quero incomodar. –pensou Clark.

Ficou mais um tempo na janela escutando cada rua e beco de Metropólis atrás de um assaltando, ladrão de lojas ou arruaceiro. Escutou uma loja sendo arrombada por um grupo de ladrões. Clark se virou rapidamente com o intuito de vestir seu uniforme mas parou no caminho e pensou:

— São só simples ladrões. A policia pode dar conta. Por que devo eu perder meu tempo atrás deles? Só porque eu posso?

Clark então se sentou em sua poltrona e refletiu esse seu último pensamento. Algo estava mesmo errado. O “antigo” Clark nunca se questionaria em ajudar uma pessoa por menor que fosse o problema. Mas mesmo refletindo isso ele não se sente nem um pouco com vontade de sair pela noite e parar os ladrões. O que esta acontecendo comigo? Pensou. E a ideia de ir pedir conselho a Bruce voltou em sua mente.

—Mas ele deve estar realmente ocupado. É o turno dele.

Clark se encostou para trás, ficou olhando para o teto novamente por um tempo que parecia infinito. Se inclinou para frente e pós as mãos no rosto.

— Que se dane. – Ele disse. E disparou pela janela voando em direção a Gotham.