A semana que Hana e Rangiku passam na mansão Kuchiki foi de longe a mais estranha, os servos evitavam a senhora Kuchiki, por mais que continuavam a agir normalmente com a Hana. Os anciões sempre estavam de cochicho e com certeza armando alguma coisa.

Rangiku aguentou a semana com uma postura incrível, ela fingia que nada estava acontecendo pra não deixar sua pequena menina preocupada. Finalmente chegou o dia que Rangiku voltaria ao trabalho e Hana faria o exame pra poder ser liberada do repouso. Rangiku mal podia esperar por estar fora da mansão e poder sentir o ar fresco e se sentir livre da pressão da mansão que sabia que não fazia nada bem para os gêmeos.

_ Bom dia! – Hana diz com um sorriso de orelha a orelha quando se senta na mesa com seus pais e tios. – Mãe, pai.....hoje finalmente vou ser liberada do repouso.

_ Depois do exame, vá direto ao sexto.

_ Já vai dar trabalho pra ela Onii-sama? – Rukia pergunta fazendo seu irmão encará-la – Só faz uma semana desde que ela voltou do passado. Eu podia passear com ela, sei lá......

_ Rukia, ela é fukutaichou adjunta do sexto esquadrão, e eu vou precisar dela hoje. Já que seu marido vai para uma missão de alguns dias na terra.

_ Eu sei, mas......... – Ela olha meio cabisbaixa, no fundo Rukia só queria passar um dia com sua sobrinha longe da loucura da mansão – Rangiku, o que você acha?

_ Eu o que? – Rangiku estava num silencio tranquilo durante o café da manhã, ela nem percebeu a conversa até seu nome ser pronunciado.

_ O que você acha da Hana voltar ao trabalho hoje? – Rukia refaz a pergunta.

_ Eu acho que eu estou atrasada para o oitavo, prometi encontrar Nira mais cedo hoje. Sinto muito......tenho que ir. – Ela levanta e sai.

_ O que ela tem? – Renji pergunta. – Ela parece mais distraída do que antes da traição do Aizen.

_ Realmente a mamãe não parece nada com ela mesma. – Hana parecia preocupada.

_ Bom eu tenho que ir também, Renji não demore, e Hana estarei te esperando após seu exame. – Byakuya diz saindo da sala de jantar.

_ Rangiku mais distraída do que nunca e o onii-sama não parece nem um pouco preocupado com ela, o que está acontecendo?

_ Nunca via a mamãe não abrir a boca numa refeição em família, ou dar sua opinião quando pedirem, definitivamente tem algo errado. – Hana diz pensativa – e o papai parecia estranho também.

_ Hana não se preocupa vai ficar tudo bem....

_ Eu não seu Rukia, eu prefiro quando os dois brigam ou pelo mens se olham no café da manhã. – Renji falava com cautela.

_ Será que devo ir ver a mamãe no trabalho, e perguntar o que está errado?

_ Não sei Hana, mas antes que tal eu acompanha-la ao seu exame?

_ Vai ser ótimo tia Rukia.........queria que a tia Haruka estivesse aqui.......

_ Eu também... – Rukia e Renji dizem em juntos.

Os três terminam o café da manhã e Rukia e Hana se despedem de Renji e vão para o quarto esquadrão. Elas caminham lentamente aproveitando a companhia uma da outra, mesmo sem dizer nada Rukia sabia que Hana estava preocupada, nada na mansão foi normal depois que a Hana voltou. Haruka tinha simplesmente desaparecido, e ninguém sabia onde ela estava, ou quem sabia não dizia a elas. Rangiku agia mais estranho a cada dia. Byakuya estava mais quieto do que quando Rukia o conheceu. E pra piorar as fofocas na mansão não ajudavam, como por exemplo “ os filhos que a senhora Kuchiki está esperando só podem ser daquele fukutaichou, Hisagi” ou “temos que fazer todo nosso possível para separá-los, o Byakuya-sama vai ser melhor sem uma mulher como ela, como foi a alguns meses atrás” E Rukia sabia que tanto Byakuya como Rangiku sabiam sobre as fofocas, e que os anciões estavam procurando novas candidatas a se casarem com o seu irmão, mesmo que a sua esposa ainda dormia na mesma cama que ele.

_ Rukia..............

_ O que foi Hana, sempre que você só diz “Rukia” sem o “Tia” na frente, algo muito errado está acontecendo.

_ Meus pais........vão ficar bem?

_ Eles vão. – Rukia diz mesmo sem saber se sua resposta era a verdade.

Elas chegam no quarto esquadrão e são recebidas pelo Yamada e pela Eru que logo levam a Hana para a sala de exames. Eru deixa Yamada fazendo os exames na Hana ao perceber a preocupação da Rukia.

_ Ela é uma garota forte, ela está bem.......

_ Eu sei que ela é.......mas esse não é o problema.........

_ O que foi Rukia, eu tenho sido próxima o bastante de você nos últimos anos, e sei quando algo a aborrece.

_ É só........o Onii-sama, a Rangiku e.......

_ A Haruka?

_ É............o onii-sama e a Rangiku parecem afastados um do outro.........e a Haruka........

_ Olha eu não sei onde a Haruka está, mas pelo que me disseram ela está bem, e quanto seu irmão e cunhada, eles vão ficar bem..........

_ E tem os anciões que estão fazendo a vida da Rangiku um inferno na mansão, não sei se ela e o onii-sama vão sobreviver a isso.

_ Olha o que eu trouxe! – Yachiru entra na sala com uma sacola cheia de doces. – Os melhores da seireitei, você está de volta e finalmente vai sair do repouso e isso precisa de uma comemoração com sua melhor amiga.

_ Obrigada Yachiru!

Rukia e Eru sorriem com a imagem da Hana e Yachiru brincando enquanto Yamada tenta fazer os exames da Hana.

No oitavo esquadrão Rangiku teve uma pequena reunião com sua fukutaichou e os oficiais dos postos 3 ao 10, depois foi ao seu escritório que divide com Nira.

_ Taichou está tudo bem? – Nira pergunta enquanto senta na sua mesa para o trabalho.

_ Melhor impossível – Rangiku diz com um sorriso forçado que não usava em anos.

_ Rangiku........pode não parecer, mas......

_ Mas você me conhece, eu sei Nira......vamos fazer assim você acredita no que eu te disse e me deixa ter um pouco de paz..........

_ A mansão Kuchiki está......

_ Nira!

_ Tudo bem, não vou entrar nesse assunto.

_ Nira, eu vou dar uma saída, você poderia tomar conta de tudo?

_ Pode deixar taichou.

Rangiku sai do seu escritório e decide caminhar um pouco, e ela acaba indo para a mansão, ela não sabe por que. Ela entra na mansão sem ser percebida por ninguém e vai em direção ao jardim dos fundos. Quando se aproxima ela encontra três anciões que ela sabe que não gosta nem um pouco dela, e uma jovem linda, e pelas roupas percebe que era de uma família nobre. Ela observa por um tempo até que Byakuya chega.

_ Então além de estarem procurando uma nova pretendente, agora ele começaram a fazer encontros quando sabem que eu não deveria estar nem um pouco perto da mansão? – Rangiku fala pensativa pra si mesma.

Byakuya se aproxima dos anciões, ele não parecia feliz, mas mesmo assim ele tinha que agradar aqueles anciões. Ele conversa com um dos anciões mais velhos antes dos anciões o deixar sozinho com sua nova pretendente. Os anciões ficam perto o bastante pra perceber qualquer coisa que aconteça de forma que eles não querem.

O que Rangiku não esperava era como essa pretendente era exibida, e um pouco voluptuosa, ela se aproximou de Byakuya pegando se braço, e tentava fazer ele rir, quase tudo em vão. Então ela forçou Byakuya a olha-la e quando ela percebeu que o Byakuya abaixou a guarda ela o beijou. Ele foi pego completamente de surpresa, ele tentou afastar a garota sem machuca-la, mas a garota era mais forte do que ele queria.

_ O que está acontecendo aqui?

A garota logo se afasta do líder do clã Kuciku e encara a voz que a fez levar um susto. Os anciões que ficaram perto para ver se tudo ia conforme o plano deles, logo se aproximaram também.

_ Essa é.... - Um dos anciões começa.

_ Não perguntei quem ela é. Eu perguntei o que está acontecendo aqui. – Kaori diz irritada.

_ Kaori, nós só.........

_ Me façam um favor. – Kaori sorriu completamente irônica – Se querem que o líder do clã Kuchiki encontre uma amante ou algo assim, pelo menos não marque o encontro na mansão.

_ Eu não sou uma amante, eu serei a futura senhora Kuchiki. – A garota diz enfrentando Kaori.

_ Olha garota, quando você tiver a metade da classe da atual senhora Kuchiki você pode ter chances com algum membro da família secundária, ou até um clna de baixo nível.

_ Kaori!!! – Os três anciões dizem juntos.

Rangiku achando que já tinha visto o suficiente sai da mansão da mesma forma que entrou e sem ser percebida por ninguém.

Byakuya abaixa a cabeça e respira fundo, sabia que seu dia ia ser longo e que Kaori iria dizer o que aconteceu a sua esposa.

_ Não venham gritando o meu nome, sabendo que os únicos que cometeram erro aqui foram vocês.

_ Que erro Kaori, essa garota é de uma família muito mais prestigiosa que a família Matsumoto, e seria incrível se conseguirmos unir os dois clã.......

_ Não me venham com essa conversa, sabem bem que o Ginrei-sama dirá a vocês. Agora Byakuya-sama venha comigo.

Byakuya segue Kaori, deixando a garota nobre e os anciões que claramente não gostam da sua esposa no jardim. Kaori vai até uma sala vazia e logo depois que Byakuya entra na sala ela fecha a porta.

_ Byakuya-sama.........ainda bem que cheguei a tempo....

_ A tempo de que, Kaori-dono?

_ Eles iriam chamar a Rangiku para presenciar a cena, e dizer que o senhor não a queria mais aqui.

_ O que?

_ Eu sei, os anciões que não gostam da Rangiku estão crescendo em número, o que não ajuda no fato dos boatos que eles soltaram sobre os bebês.

_ Eu sei......

_ Byakuya-sama eu o aconselho a ir falar com sua esposa, antes que os anciões façam, ou até mesmo aquela menina da família Natsuhime.

_ Obrigada, Kaori-dono.

Byakuya sai da mansão e vai para seu esquadrão encontrar com Renji, antes do seu fukutaichou sair em sua missão, e para ver se Hana já estava de volta. Ao chegar fica desapontado em apenas ver Renji.

_ A Hana?

_ Rukia me mandou uma borboleta infernal dizendo que vão passar no oitavo primeiro, parece que ela e a Hana estão preocupadas.

_ Tudo bem.

Hana, Yachiru e Rukia chegam no oitavo esquadrão e vão direto para o escritório principal. Elas encontram Nira sentada em sua mesa fazendo seu trabalho.

_ Tia Nira, a minha mãe não está?

_ Ah! Olá Hana, Yachiru, Rukia. Olha sinto muito sua mãe saiu depois da reunião. E como eu estava preocupada com ela fiquei de olho na reatsu dela, ela foi na mansão Kuchiki e depois sua reatsu desapareceu. Mas acho que não é nada com se preocupar.

_ Ok! Obrigada tia Nira.

_ Sempre que precisar Hana.

_ Então acho melhor irmos ao sexto ver o papai.

_ É a solução.

Hana e Yachiru saíram correndo na frente, Rukia e Nira trocaram um olhar tranquilizador, Rukia sentia como se Nira estivesse dizendo “ Não se preocupe, tudo vai ficar bem”.

_ Ganhei! – Yachiru grita quando chega na entrada do sexto esquadrão.

_ Você sempre ganha Yachiru – Hana diz rindo.

_ Vamos ver seu pai, Hana? – Rukia pergunta assim que alcança as duas garotas.

Elas caminham dentro do escritório e Renji abre um sorriso para as pequenas meninas e sua esposa. Byakuya olha para cima encontrando os olhos doces da sua filha que eram exatamente o da sua esposa.

_ E como sua mãe está? – Renji pergunta com o sorriso ainda.

_ Ela não estava no oitavo, a Nira disse que ela foi pra mansão depois da reunião que ela teve no oitavo.

_ O que? – Byakuya parecia realmente perturbado com a notícia.

_ Onii-sama?

_ Droga! – Ele se levanta e tenta encontrar a reatsu da sua esposa, mas percebe que não sentia nada.

_ Onii-sama, o que está acontecendo.

_ Papai?

_ Os...... – Byakuya engole seco, ele sabia que era melhor contar o que aconteceu – os anciões fizeram uma armadilha para tentar fazer com que a Rangiku me visse com uma nova pretendente do gosto deles......eu só achei que ela não tivesse visto nada......Kaori disse que ela impediu qualquer servo de ir ao oitavo......

_ Não.......... – Rukia disse – isso quer dizer que a Rangiku viu.....mas ela ver você com outra mulher não a faria desaparecer assim.......o que aconteceu onii-sama?

_ Papai o que a mamãe viu? – Hana estava com os olhos cheio de lágrimas.

_ Essa garota que os anciões escolheram, ela aproveitou um momento de distração e me beijou – Byakuya vai diminuindo o volume da sua voz enquanto fala.

_ O que? – Rukia grita em desespero.

_ Papai........

_ Eu sei, eu tenho que acha-la e dizer que não foi nada................ela pode acabar me matando..........

_ Taichou......você precisa da minha ajuda? – Renji pergunta ficando pronto para rastrear a Rangiku.

_ Meu deu e se acontecer algo com os bebês? – Hana pergunta enquanto uma lágrima fujona desce pelo seu rosto.

_ Ela vai estar bem..........os bebês vão estar bem........ – Byakuya fala mais pra si mesmo do que pra filha.

Eles começam a procurar pela seireitei inteira, conforme procuram acabam esbarrando em alguém que começa a ajudar a procurar a taichou do oitavo esquadrão. Estava quase anoitecendo, o céu já estava quase todo num tom de avermelhado com um azul escuro, quando eles escutam um grito do Yamada.

_ Yamada o que foi? – Eru que era a mais próxima pergunta se aproximando.

_ É.........é..........é.............

_ Yamada-san...... – Hana chega com Yachiru, Rukia e Byakuya.

_ Eru...........tem..................um................................tigre...................enorme.... – ele diz cada palavra no intervalo de um soluço de medo.

_ Aonde?! – Byakuya grita com o garoto.

_ Yamada onde você viu esse tigre? – Eru fala tentando fazer com que o outro shinigami não fique com mais medo.

_ Eu só achei que o tigre iria me comer vivo, ele era tão grande..........

_ Yamada........

_ Sim......sim........na floresta......acho que eu me perdi.......

Antes que o garoto terminasse sua frase Byakuya já estava em direção a clareira no meio da floresta que ele não ia em anos, ele foi seguido por Hana, Rukia, Renji, Yachiru, Eru que estava levando o pobre Yamada com ela.

Eles chegam perto da clareira e avistam o tigre gigante, ele tinha pelo menos uns cinco metros.

_ Tenho que concordar com o Yamada é assustador – Renji diz.

_ Onii-sama, como vamos combate-lo? – Rukia pergunta assustada.

_ Como ninguém viu esse animal entrando na seireitei? – Hitsugaya pergunta quando se aproxima dos outros shinigamis com Hinamori.

_ E a mamãe? – Hana pergunta assustada.

_ Acho que esse animal é nossa prioridade agora. – Eru diz soltando Yamada que está com medo.

_ Não é melhor deixarmos ele em paz? – Yamada pergunta.

Byakuya começa a rir de todas as perguntas o que faz receber olhares de dúvida, mas quando o animal se mexe todos ficam em posição de ataque.

_ Papai........o que está acontecendo? – Hana olha para o pai preocupada.

Byakuya olha pra filha e sorri.

_ Rangiku por quanto tempo você pretende assusta-los? – Ele pergunta sério e todos olham para ele.

O tigre se senta e permite que ele vejam Rangiku sentada no meio do lago em forma de meditação.

_ Até vocês irem embora. – ela diz sorrindo.

_ Mamãe!? – Hana diz correndo em direção a sua mãe que estava no meio do lago.

_ Hana! – Rukia, Renji e Hitsugaya gritam preocupados com a menina, quando percebem que o tigre começa a se mexer.

_ Haineko! – Rangiku diz, e logo o tigre desaparece. – lá se vai meu momento de paz. – ela ri. Abraçando a filha – está tudo bem Hana?

_ Você despareceu!

_ Desculpa se eu te preocupei, eu meio que me perdi no tempo. – Rangiku ri. – mas o que é tudo isso?

_ Ficamos preocupados com você e os bebês....... – Hana diz sorrindo, e com lágrimas escorrendo pelas bochechas.

_ Eu estou bem e seus irmãos também. – ela e Hana andam até onde os amigos estão. – que cara de preocupados é essa?

_ Você usou a Haineko como guarda costas pra ninguém chegar perto de você? – Byakuya pergunta sério.

Rangiku olha nos olhos do marido e apenas sorri.

_ Acho melhor voltarmos. – Rukia diz. – Rangiku você está bem? Mesmo?

_ Eu estou. Então vamos? – ela pergunta e todos começa a sair da floresta, deixando apenas ela e Byakuya para trás – Não se preocupa eu não estou brava, eu sei do que os anciões são capazes, eu só precisava........

_ De um tempo..... – ele sorri – Você podia ter me avisado, eu não ficaria preocupado, saberia onde você estava......

_ Sinto muito......

_ Pelo menos a conversa com a Haineko foi boa?

_ Eu acho, ela disse que é uma menina e um menino.......

_ Ela disse?

_ Zanpakitou se conectam com nossas almas, e ela pode sentir essas coisas eu acho......

_ Então...... – ele ajoelha até ficar na altura da barriga da esposa – minha princesinha e meu guerreiro eu amo vocês.

_ E acho que agora estamos quites......

_ Como assim?

_ Você viu o Hisagi me beijar e eu vi a Natshime-dono te beijar.

_ Rangiku.........você é impossível..........eu te amo.........

_ Eu te amo Byakuya bobo.

_ Agora vamos voltar para nossa encenação.

_ Essa é a pior parte, ainda bem que nosso quarto é a prova de som. – ela ri, depois sai em disparada usando shunpo deixando o marido pra trás, que logo a segue.

Nesse momento quem os visse acharia que eles eram dois adolescentes e não pais de uma menina linda e de gêmeos que ainda estavam por vir.