Can You Make Me Smile? escrita por Yoshi Kim


Capítulo 1
Eu não sou amaldiçoado!


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Essa é a minha primeira fic no Nyah!
Essa história já está rolando no AnimeSpirit, então se quiserem ler, já está lá ^^
Mas enfim,
boa leitura :3



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Estou em minha cama e acordo quando alguns raios de sol passam por frestas na cortina e atingem meu olho. Retiro o cobertor que está sobre mim e me sento na cama.Percebo que meu corpo está todo suado.Pesadelo? Talvez,mas não me lembro de nada.

Levanto-me da cama e vou até o banheiro fazer minha higiene matinal.Volto para a cama para pegar meu celular que está sobre o criado mudo,são seis e meia da manhã.Vou até o banheiro e ligo o chuveiro no gelado.Estranhamente aquela sensação da água fria caindo sobre meu rosto me dava conforto.

Me seco e coloco minha cueca box preta.Em seguida vou até o closet e pego a calça jeans,também preta, que é parte do uniforme.Passo a mão em meus cabelos, que por sinal é rosa natural, os bagunçando.Visto a blusa social branca com o emblema da escola, e dobro a manga até o cotovelo.Enrolo meu cachecol no pescoço,pego minha bolsa e desço as escadas em direção ao genkan da casa. (N/A: é uma espécie de hall nas casas japonesas onde se colocam os sapatos e etc.)

Me agacho e coloco o meu tênis, um All Star vermelho. – Wendy! Você vai se atrasar se não vier logo! – grito. Wendy é minha irmã caçula.Diferente de mim ela possui cabelos azuis,sinceramente não sei como,pois meu pai é ruivo e minha mãe é albina...mas deixa quieto.Alguns segundos depois de tê-la chamado, a mesma aparece e se senta ao meu lado calçando o sapato. – Vamos. – digo depois de terminarmos,dou a mão a ela tranco a porta,e saímos de casa.

- Natsu-nii. – ela me chamou e me virei para a mesma. – Aqui,você não comeu nada. – ela me estendeu a mão que segurava um misto-quente.

- Não estou com fome, Wendy. – digo e ignoro o pão,mesmo meu estômago dizendo para eu pegá-lo.

- Anda,come. Mamãe e papai ficariam tristes se você não comesse. – e tornou a insistir.

- Se o pai nos largou, ele não ligaria se eu deixasse de tomar café da manhã. – dei uma pausa – Só aceitarei porque quem realmente ficaria triste era a mamãe. –digo e como o misto.

Chegamos a escola pouco tempo depois.Ela possuía muros de pedra de talvez uns três metros e portões de ferro,tão brilhantes que parecia feito de prata.Era nosso primeiro ano na Fairy Tail.Morávamos em outra cidade,mas depois que o pai sumiu nós viemos para cá.

- Pois não? – disse uma voz chiada que vinha de uma cabine do lado de dentro do portão.

- Somos os alunos novos. Natsu Dragneel e Wendy Marvell. – assim os portões foram abertos.Não completamente,mas o suficiente para passarmos.

Vocês devem estar se perguntando o por que de Wendy e eu termos sobrenomes diferentes.Na verdade,temos o mesmo sobrenome,mas devido a minha má personalidade,a Wendy pode se machucar.Então concordamos da Wendy usar o nome da mamãe e eu o do pai,mesmo não gostando.

Entramos no pátio, olhei em volta e vi que não tinha ninguém. Dei um beijo estalado na testa de Wendy e saí dali como se não nos conhecêssemos .Segui em direção à minha sala que era a 1-A,provavelmente no segundo andar, pois o primeiro era do ensino fundamental.

Minha sala era no final do corredor à direita das escadas.Enquanto andava senti alguém atrás de mim pisar no meu pé.Me virei e vi uma loira,usava fones de ouvido e All Star de cano longo preto.Não parece ser patricinha,menos mal.

- Ah, desculpe. – ela disse retirando os fones e olhando diretamente para mim.Olhos cor chocolate,hm? Pena que os meus orbes verdes são mais bonitos.

- Tá.Só preste mais atenção da próxima vez. – disse já virado para frente, e segui meu rumo.Quando pensei ter me livrado dela, a mesma aparece do meu lado,indo na mesma direção. – Tsc, dá para parar de me seguir? – perguntei sem paciência.

-Eu? Te seguir? Faça-me o favor!Pelo o que parece, estou na mesma sala que você,não estou te seguindo. Não se ache, imbecil. – acelerou o passo,virou-se e mostrou o dedo do meio.

“Essa garota... É uma garota morta.” ...pensei.Adentrei na sala e vi que a mesma estava ao lado da mesa do professor,provavelmente se apresentando.Assim que fechei a porta,o professor olhou para mim.Rodei o olho pela sala até que...

“A Lisanna estuda aqui também?Parece que ela me segue em todos os lugares que vou.Puta merda.” ...pensei.Lisanna era uma conhecida de longa data.Mais chata que ela não a ninguém.Sabe, quando eu a conheci eu era um pouco mais... pode se dizer, “agradável”.E com isso eu era bastante popular,então ela se aproveitou disso e se aproximou de mim.Dizia aos outros que estávamos namorando,mesmo não sendo a verdade.Mas um dia eu comecei a me aproximar de uma certa garota,e então ela parou um pouco.Mas logo depois ela voltou porque essa amiga... Bem,esqueçam.Só entendam que ela é insuportável.

- O senhor é o Natsu Dragneel,certo? – perguntou olhando a chamada.

- Isso.

- Bom, como vocês chegaram um pouco atrasados, não tem muito espaço livre. – deu uma pausa – Bem, essa é Lucy Heartfilia – disse apontando para a loira – Vocês dois, sentem-se naquela fileira da janela.

- Ah, profe! Deixa o Nat-kun sentar ao meu lado. – pronunciou-se com uma voz manhosa, que mais parecia uma vaca engasgada.

- Não! – disse, quase gritando. – Eu fico na janela.Não quero ficar com você! – falei e ela se espantou, e além disso todos riram.Eu sou esse tipo de cara, falo o que me vem na telha.Goste ou odeie quem quiser.Só sei de uma coisa,perto da Lisanna eu não fico.

O dia passou rapidamente.Quem dava aula era o Gildarts de história, um velho conhecido.Sinceramente a aula dele é muito chata, mas eu preciso dela para passar de ano.Anotava tudo o que ele dizia,ao contrário de uma certa loira que só desenhava na minha frente.Pelo menos ela desenha bem.Me ergui um pouco na cadeira para ver o desenho.Era um velho gigante de pele azul.Usava uma armadura prata com algumas partes douradas, além de ter um bigode comprido e bem estranho.Acima da cabeça da criatura estava escrito “Rei dos Espíritos”.Que diabos?

Endireitei-me na cadeira e vi que o professor olhava mortalmente para ela. Ferrou-se...Ele nervoso era assustador.

- Lucy Heartfilia! – gritou – Está prestando atenção na aula?

- Sim,senhor. – disse sem tirar os olhos do desenho.

- Em que data Napoleão morreu? Quando aconteceu a Revolução Francesa?E qual era o método de execução favorito de Hitler. – deu uma pausa para recuperar o fôlego. – Responda.

- Napoleão Bonaparte morreu em 5 de maio de 1821. A Revolução Francesa aconteceu em 1789 e o método favorito de Hitler era a execução com gás tóxico. – disse sem parar de desenhar.Ela é realmente muito inteligente,não pensei que saberia as resposta.Mas ela irritou Gildarts, o que jamais deve ser feito.

- Para a direção. – disse com uma veia pulsando de sua testa.

- Por que? Por responder as perguntas corretamente? – desafiou. Ao ver que o professor cerrou os dentes,ela ergueu as mãos em rendição e seguiu em direção a porta. – Okay, você venceu. – provocou.

Observei a loira sair da sala e percebi que ela sorria,provavelmente ela tinha um plano para irritar o professor e esse plano deu certo. Mas sinceramente,discutir com o professor? Francamente, um bando de crianças. – Bocós. – Sussurrei mas acho que Gildarts ouviu,senão fosse por isso porque ele me mandaria sair? “Bocó.” – pensei.E daí que mais ninguém diz bocó? É antigo mas eu gosto.

Saí da sala e me deparei com ela sentada encostada na parede mexendo no celular.A música estava muito alta,deu até para saber qual era a música. I Will Show You, do From Ashes to New, isso sim é músoca boa.

- Luce – chamei a atenção da mesma que olhou para mim – Você não vai para diretoria? – perguntei me sentado encostando na parede,de frente para ela.

- Não sou Luce,sou Lucy. E não, não vou para a diretoria. Estou sem vontade. – disse sem tirar os olhos do celular.

- Entendo... – coloquei as mão atrás da cabeça e me apoiei nas mesmas – Você é uma daquelas...Como se diz? Bad-Girls? – perguntei arqueando a sobrancelha.

- Você me considera uma? – assenti com a cabeça – Então eu sou. Aliás,por que você não vai na direção também? – desafiou dando ênfase no “você”.

- Ele me mandou sair,não me mandou para a direção.Ao contrário de você.

- É... pode ser.

Desde a última frase dita por Lucy, o silêncio se instalou no corredor.Aquilo me dava arrepios. Um vento forte passava por entre nós trazendo algumas folhas do jardim do lado de fora.Pelo que percebi que aquele vento trazia frio, pois Lucy fechou o blazer da escola afim de esquentar-se. Não entendo muito bem o que é frio,eu não sinto.A temperatura do meu corpo geralmente é entre os 38º e 40º, mas isso não quer dizer que eu esteja com febre.Apenas sinto frio quando a temperatura estiver em menos dos zero graus,o que é raro pois essa cidade é constantemente quente.

Ajeitei meu cachecol para que cobrisse metade do meu rosto,ou seja, apenas a boca e o nariz.Deixei que meus cabelos fizessem o trabalho de cobrir os olhos, e assim cochilei.Não foi por muito tempo, no máximo uns cinco minutos.Logo logo, sou acordado por pequenos tapas na cabeça.Ergo a cabeça e vejo Lucy me mandando levantar.

- Não,me deixe dormir. – disse virando a cabeça para o lado oposto afim que ela me deixasse em paz.

- O professor mandou te chamar, está na hora de entrar,Penélope Charmosa. – debochou de minha pessoa, e ainda apertou me nariz. – Hahaha, sua cara de sono é hilária! Hahaha. – e caiu na gargalhada.

- Tsc, loira oxigenada. – resmunguei me levantando.Ela ouviu e me deu um soco no ombro, bem forte por sinal. – Ei! Quem te deu permissão para me bater?

Aproveitei que o professor já havia retornado à sala e prensei ela na parede.A mão esquerda ao lado de sua cabeça e a outra no bolso.Eu tinha que lhe ensinar boas maneiras, não podia deixar ela zombar do grande Natsu.

- Você não acha que é meio abusada não,loirinha? – disse colocando o polegar em seu queixo levantando sua cabeça, para que ela olhasse para mim.Mas sua reação foi meio que... inesperada.

- Acha mesmo que eu tenho medo de você? – provocou com um sorriso sarcástico.Logo em seguida tentou me dar um gancho tentando atingir meu queixo, provavelmente seria nocauteado.Mas desvio por pouco.

- Ora ora, a loirinha sabe lutar boxe? – provoquei cruzando os braços.

- Pode se dizer que sim. – Ela avançou sobre mim tentando me dar um soco de direita.Desviei, segurei seu braço e os dobrei nas costas, a imobilizando.

- Eu também sei. – sussurrei em seu ouvido com uma voz rouca.Ninguém resiste a essa voz, e nem ela resistirá! Ela tentou se soltar mas toda vez que se mexia eu apertava mais seu braço.Ela virou-se para mim e cuspiu em meu rosto.A soltei e me afastei ainda surpreso.Como ela ousa?

- Com licença, Penélope.O professor mandou entrar. – disse sarcástica e adentrou na sala.

Filha duma... Limpei meu rosto e entrei na sala.Segui em direção a minha cadeira recebendo olhares.Todos me olhavam com uma expressão de medo.Deve ser porque eu estou irado com essa loira, ela me paga.Em dobro.Em triplo... ou talvez até mais.Sentei-me, cruzei os braços sobre a cadeia e adormeci sobre os mesmos.Gildarts não me viu porque eu usei Lucy como um protetor.Como posso dizer? Ela fica na minha frente, e isso atrapalha o campo de visão do Gildarts assim ele não me vê.Bom, como eu tinha dito, acabei por dormir.E sabe, eu tive um sonho muito, muito esquisito...

Onde eu estou? Não sei.O chão é um pouco duro e está úmido. Tudo a minha volta está escuro, não sinto nenhum sólido perto de mim. Um completo vácuo.Tento gritar mas minha voz não sai.Passo a mão sobre a garganta e sinto uma textura diferente da minha pele.Curativos?Talvez alguém tenha retirado as minhas cordas vocais,não me apavoro pois esse não é o meu único medo aqui.

Meus olhos ardem por um momento e eu os fecho com força, quando abro novamente eu estava em um... quarto cirúrgico?Mas por que? Tento me levantar do leito mas estou amarrado.Meu corpo está todo enfaixado,com exceção de um lugar, meu peito do lado direito.Mais especificamente, onde está meu coração.Há uma grande cicatriz,como se tivessem acabado de fechar uma ferida.As faixas que estão sobre meu corpo estão ensanguentada.Não sinto cheiro de nada.Perdi meu olfato também?Decido olhar para frente, ainda deitado.Havia um grande vidro.Sinto que estou sendo vigiado, tento olhar por trás do vidro e vejo um vulto.Um homem alto de terno cor vinho, possuía cabelos ruivos espetados...Espera.Pai? Por que não me tira daqui? Me debato afim de mostrá-lo que não quero mais ficar aqui.Mas ao me ver desesperado ele solta um sorriso tenebroso.

- Hm? Acha mesmo que te tirarei daqui? Sinto muito. Meu. Querido. Filho. – disse pausadamente com uma voz chiada que saía por um aparelho de rádio, que estava dentro do quarto.Ele virou-se e foi embora.

Tento falar, gritar,qualquer coisa. Mas nada sai de minha boca.Decido simplesmente fechar os olhos e esperar a morte me alcançar, pois tenho certeza que agora ela está bem perto de mim.

Alguns segundos se passaram e sinto que o ambiente, antes gélido agora estava quente.Abro os olhos e percebo que tudo ali estava pegando fogo.Bom, que se dane.Estou quase morto mesmo.Mas de repente ouço um “click”, olho em volta e vejo que as correntes, que antes me seguravam estava soltas.Levantei-me às pressas e rodei pelo local procurando uma porta.Só tinha uma, mas a volta da mesma só havia fogo, e a propósito a porta era de ferro.Corro até uma mesa onde está os instrumentos de cirurgia, e pego um pequeno martelo prateado.Vou até o grande vidro, pego impulso e dou uma martelada no mesmo fazendo apenas uma pequena rachadura. Inútil? Decido andar um pouco para trás e voltar a correr mas quando me viro o fogo já estava ao meu redor.Não tinha escapatória, nenhum lugar ao qual eu pudesse escapar, tudo já havia sido consumido pelo fogo.Droga.Olho para o teto a procura de um duto, mas sem sucesso.Volto a olhar minhas pernas e vejo que elas já estão em chamas.Mas não arde... Não me queima.Por que?

- Por que você é amaldiçoado meu filho. – disse uma voz.Era de meu pai,mas dessa vez não estava chiada.Isso significa que ele está dentro dessa sala mas onde?

Quero olhar em volta... Onde ele está? Eu estou apavorado.E a propósito, onde está Wendy? Será que ela está passando a mesma coisa que eu? Espero que não.Não quero vê-la sofrer.

De repente sinto um forte impacto em meu rosto.Um tapa? Pode ser. Mas não tem ninguém nesse quarto a não ser eu.Sinto novamente o impacto, mas dessa vez olhava para o lado direito que era de onde veio o tapa.E novamente não tinha ninguém.Que diabos...? Agora em vez de tapa, sinto um soco no topo da cabeça.Ergo a cabeça mas não há ninguém.Recebo um segundo soco, dessa vez mais forte...

- Faça parar! – gritei.O que aconteceu? Estou zonzo, suado.Ainda na cadeira da sala a qual está vazia, só tinha uma pessoa na minha frente. – Lu...ce? – tento falar, mas minha voz falha às vezes.

- Desculpe pelos tapas mas você não acordava.Murmurava algo de “Eu não sou amaldiçoado”, “Pai, onde estás?” . Eu fiquei preocupada,oras. E mesmo assim você não acordou.Achei que você estivesse com paralisia do sono, ou algo assim – suspirou aliviada. – Você dormiu o dia inteiro.Inclusive no recreio, o professor tentou te acordar mas não conseguiu.

- Estava... preocupada comigo? – tento dizer, ainda com dificuldade. – N-Não se preocupe... eu estou bem. – levanto-me depressa e quase caio.

- Está bem, uma merda.Anda eu te acompanho até sua casa.Até porque você mora perto de mim – bufou.

- Tá gostando de mim loirinha? – provoquei.

- Não Penélope. Estou apenas fazendo o que sua irmã me pediu. Apenas.

- Conhece minha irmã? – perguntei surpreso e apavorado ao mesmo tempo.

- Uhum, ela estava te esperando do lado de fora da sala.Ela me viu saindo e me chamou.

- Droga. – resmunguei.

- Cala a boca! – disse me dando um peteleco – Aqui Wendy, trouxe seu parasita.Agora vamos. – Sério que EU estou passando por isso?

Passei o braço esquerdo sobre o pescoço dela e seguimos até minha casa.Recebíamos olhares curiosos.Isso me irritava muito.

Ao chegarmos em casa, abri a porta e entramos.Lucy me deixou sentado no sofá e foi ajudar Wendy com a comida.Quem diria? Uma Bad Girl me ajudando,nossa!

Levantei-me e fui até a uma pequena mesinha que tinha no centro da sala para pegar o controle remoto.Sinto minhas pernas pesarem.Tudo ardia, como se tivesse com machucados a carne viva.Não conseguia respirar direito, minha pálpebras pesavam, elas imploravam para eu fechá-las. Comecei a fazer grunhidos involuntariamente.O que está havendo?

Afim de parar com os ruídos resolvo morder a língua.Mas isso sai do meu controle, a mordo até sangrar, dói mas não consigo parar.Meus olhos reviram.Minhas pernas cedem e caio no chão fazendo um enorme estrondo.Sinto um gosto estranho na boca, mas não é sangue.Ouço vozes me chamando mas não consigo responder.A saliva começa a sair de minha boca mesmo sem minha permissão. Meus músculos se contraem sozinhos, não tenho o menor controle sobre eles.

- Natsu-nii! – isso eu consigo ouvir, uma voz melosa,ela está chorando.Não quero fazê-la passar por isso, mas não sei o que posso fazer – L-Lucy-san, chame ambulância! – gritou.

- Uma convulsão! Não temos tempo para isso Wendy! Até a ambulância chegar ele já pode estar morto! – gritou fazendo a pequena chorar ainda mais – Pense Lucy. Pense! O que sua mãe lhe ensinou? – disse para si mesma.

“Lembre-se Lucy.Quando uma pessoa tiver uma convulsão, deite-a de lado para que a mesma não se engasgue com a saliva.Erga o queixo para facilitar a respiração e afrouxe suas roupas.Assim, um dia você poderá salvar uma vida, minha filha.” –Obrigado mamãe. – sussurrou.

E assim Lucy me fez.

Meus olhos orbitaram normalmente.Parei de salivar, mas ainda estava um pouco zonzo.Aos poucos fui recuperando o controle de meus braços e pernas,sentei-me e encarei o chão pensando no que acabara de acontecer.Tudo por causa de um sonho? Logo no primeiro dia de aula? Eu sou definitivamente, muito azarado.Lucy e Wendy me olhavam aliviadas.Abaixava ainda mais minha cabeça para o cabelo tampar meu rosto.Não acredito que me viram nessa situação tão deplorável.

- Natsu?- chamou-me a loira. E nada respondi.

- Nii? – Wendy me abraçou – Que bom que está bem! – deu uma pequena pausa – Está chorando?

- É claro que não, pirralha! – grito. Droga! Não deveria tê-la tratado desse jeito.

- Está sim. – riu – Meu ombro está quente e úmido.

- Filha da mãe.

- E do pai também.

Lucy suspirou aliviada, levantou do chão e se jogou no sofá. – Puta merda, Natsu! No primeiro dia de aula você nos dá esse susto? Da próxima vou cobrar para salvar sua vida. – bufou se afundando ainda mais no sofá. – Hahahahaha... – começou a rir assustando a mim e a Wendy – Eu tenho que escrever isso em meu diário. – deu uma pausa – Minha mãe ficaria orgulhosa de mim. – sussurrou, mas nós ouvimos.

- Vamos, nii-san. – me puxou pelo braço – Te levarei para o quarto.Você tem que descansar.

- Não precisa, já estou bem. – retruco.

- Vá! – disse Lucy, ou melhor, gritou.

- Tsc. – cedi.

Cheguei ao meu quarto e Wendy havia preparado o banho e a cama para mim.Tomei uma ducha rápida, eu estava esgotado. Saí, me sequei e coloquei apenas um calção.

Deitei-me na cama e me cobri com o lençol.Talvez eu tente dormir.Talvez eu consiga.

Não sei por quanto tempo fiquei ali deitado,mas sei que não dormi.Desci sem colocar nenhuma blusa, apenas com o calção.Ao chegar no último degrau da escada vi que Wendy limpava o sangue e a saliva que eu deixei no carpete.Não via a loira em lugar nenhum.Minha barriga reclamou, e segui até a cozinha. Parei em frente a uma porta branca que abria ao um simples empurrão. E vejo Lucy cozinhando no fogão.Esse cheiro... Me parece frango assado. Ela me viu e me empurrou para fora da cozinha e me mandou descansar no sofá.

Passou-se alguns minutos e o jantar estava pronto.Havia frango assado, salada, sorvete de sobremesa e muito mais coisa.Não vejo uma mesa cheia assim desde que a mamãe morreu.Sentei-me a mesa e abocanhei a comida.Estava deliciosa.Não deixava espaço para meu pulmão respirar, engolia a comida e logo já dava outra garfada.O jantar acabou, sendo que fui eu quem comeu mais da metade da comida.

Wendy se ofereceu para lavar a louça, Lucy tentou ajudá-la mas mesmo assim minha maninha não mudou de ideia.Ela se sentou no sofá ao meu lado.Então perguntei:

- O que você quer?

- Hm? – perguntou confusa.

- O quer em troca, por salvar minha vida?Não vai me dizer que fez tudo com bondade?

- Calma.Não sou dessas.Fica tranquilo, não cobrarei nada. – riu me dando um pequeno soco no braço.

- Não aprendeu, não é? Não deve bater nos superiores, loirinha. – debochei.

- Superior? Você? Ah tá, e eu sou a Chapeuzinho Vermelho. – ironizou.

- Mas sério. O que você quer? – insisti.

- Se insiste tanto... Me deixe jogar no seu Play 4 aqui todos os dias, e ficarei de boa.Que tal? – disse apontando para o aparelho ao lado da Tv.

- Hm... Não sei, não.

- Então você também pode impor uma condição.Assim está bom?

- Está bem. Pode jogar no meu Play 4.Mas em troca terá de me ajudar nos estudos.Sou inteligente o suficiente para passar de ano, mas quero algo mais que isso.- dei uma pausa - Feito? – estendi a mão.

- Feito. - e ela retribuiu o aperto.

Lucy nos disse “Até mais” e se foi. Acabei de descobrir que ela mora na casa atrás da nossa.Posso espiá-la pela janela do meu quarto, hehe.

Mas o ruim, é que ela sabe que Wendy é minha irmã e ela pode contar para qualquer um.Se isso acontecer, minha irmã estará em perigo.Lhe sou profundamente grato por salvar minha vida, mas ela não deveria ter me visto.Ela me viu chorando, me viu no chão indefeso, não posso aceitar isso.

Merda.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Espero que gostem, e por favor comentem.
Podem me esculachar, apenas comentem o que acharam ^^
Até :3