—Quem é você? —pergunto.

—Eu é que te pergunto, quem é você?

—Porque eu responderia a você? Foi você que invadiu o quarto?— digo.

—Ah, mas é claro! Eu estou sendo acusado de invadir o meu próprio quarto! —diz ele indignado.

Minha visão começa a se ajustar á escuridão, permitindo-me ve-lo.

—Clovis? —minha voz soa estranha.— Oque você está fazendo aqui?

— Invadindo meu quarto?— diz ele sarcástico.

—Você não ia chegar tarde?

—É...bem....houve uns imprevistos.— hum, sei.— Mas oque VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU QUARTO?!?

—Hoje ele é MEU! Você pode dormir no quartinho do mofo, é logo ali!

—Nada disso, nem vem, sai daqui.

—Ah, Clovizinho, por favor — falo docemente, fazendo o olho igual ao do gato de botas, na esperança de ele poder ver.—...você pode dormir no chão se quiser.

Ele passa um longo tempo me encarando, como se estivesse em uma grande decisão. Até que ele finalmente fala:

—Tá bom, eu permito.— Viva! —...mas — tinha que ter um ‘mas’—...você vai ficar me devendo um favor!

—Fechado! — tenho uma leve impressão que vou me arrepender disso.

Depois de um tempo, Jhonathan finalmente chega.

—Até que fim! Achei que você tivesse morrido!— digo brincalhona.

— A Julliet ficaria bem triste se isso acontecesse, né Allan?— zoa Clovis.

—Hmm...Posso saber quem é essa tal de Julliet?— digo maliciosa.

—Ninguém! —diz Jhona antes que Clovis pudesse se pronunciar.

—Não sabia que a definição de “Amor da Minha Vida” passou a ser “Ninguém”.

—Clovis, considera-se morto.— ameaça Jhonathan.

—Okay, chega de falar dos romances de Jhona, que eu tô com fome!

—Mas eu só trouxe dois lanches!

—Tenho certeza que a baixinha aqui não se importa de me dar um pedaço do seu.— diz ele me olhando.

—Nem vem, Evans! Eu tô morrendo de fome.

—E o meu favor? —chantageia-me —...você ainda tem sorte de eu não ter pedido o lanche todo!

—Ta bom.— resmungo.

Clovis pegou uma faca e cortou o hambúrguer no meio. Comemos assistindo um filme.

—Gente, eu já vou dormir, se quiserem podem ver mais algum filme, vocês que sabem!— fala ele.

—Eu também vou dormir!— digo.

E assim todos nós nos levantamos e fomos para os quartos.

Clovis me obrigou a arrumar uma cama pra ele no chão, e misteriosamente eu obedeci. Quando acabei admirei o meu trabalho.

—Tcharam!

—Nada mal.— diz ele se jogando na cama.

Deitei na cama, me cobri e dormi.

+ + +

Acordei cedo, mas não ousei me levantar ou a abrir meus olhos. Aquele cobertor era maravilhoso. Ele não me deixava com frio ou com calor. Adicionar á nota mental: Pedir para Clovis me dar de presente ou pedir se posso ficar com ele, caso ele negue, eu o roubarei para mim. Um tempo se passou, e sinto uma leve respiração bater em meu rosto.

Levanto a cabeça e vejo que o cobertor se tratava de Clovis. Solto uma pequena risada ao lembrar da minha nota mental, e vejo que Clovis está acordado.

—Por que você está embaixo de mim? —digo afastando-me.

—Vai dizer que a baixinha não se lembra?— diz me encarando— Eu tava dormindo, tranquilamente, quando do nada...Puf...uma garota cai da cama em CIMA de mim!

—Por que você não me afastou?

—Porquê?! Você me segurou e não quis me largar!— AI meu deus! Eu não posso ter feito isso! Que vergonha!

Pego minhas roupas e saio do quarto correndo, com medo de que ele me visse vermelha igual um pimentão. Visto uma roupa colorida. E volto pro quarto procurando meu chinelo.

—Lenizinha, do meu coração, me responda...—começa a dizer— Porque. Você. Está. Parecendo. Um. Arco. Íris? —pergunta ele pausadamente?

—Por acaso você tem alguma coisa contra Gnomos fantasiados de arco-íris? —digo colocando minhas mãos na cintura.

—Hein?!

—Esquece!

Clovis nos leva para a escola no seu, maravilhoso, carro.