Hell's Heaven escrita por Nidaime Lover


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esse é um tema que eu gosto bastante, inclusive para jogar RPG de Storyteller, então já deixo avisado que eu me inspirei em muita coisa do cenário de World of Darkness, desse mesmo sistema.

O casal em questão, Tobirama e Izuna, é um dos que mais amo no anime Naruto. Acho que a história original deles combina muito com enredos onde os dois seriam inimigos declarados, porém, com a possibilidade de rolar um romance proíbido e tal. Por isso, tive essa ideia maluca de fazer esse UA gotico colocando-os aqui como celestial e demônio.

Eu gostaria também de dedicar essa fic à linda e diva Pale Moon que eu amo muito, e que é a responsável por eu amar esse casal, e desde então, sempre me atura quando eu começo a surtar com ideias para escrever sobre eles, e sempre me incentiva mais e mais a continuar escrevendo! ♥

No mais, tudo isso são apenas devaneios da minha mente de fujoshi perturbada, escritos unicamente para diversão. Espero que gostem e boa leitura!



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Do alto de um prédio de cinco andares, uma figura misteriosa observava a rua. Agachado sobre o parapeito do terraço, ele parecia estar esperando por algo (ou alguém). Seu sobretudo branco sacudia incessantemente por causa do vento. Seus olhos castanhos alaranjados profundos estavam concentrados, sem ao menos piscar. A avenida, que era uma das principais da cidade, era vazia naquele horário e estava coberta por uma fina neblina típica do clima local.

Mas, repentinamente, o silêncio da madrugada foi quebrado.

Subitamente aparece alguém correndo em meio à neblina - corria desajeitado e com pressa, parecia estar com medo. Olhava sempre para trás deixando óbvio que estava fugindo. E foi naquele momento que o observador do alto do prédio se posicionou.

O homem de cabelos prateados se levantou rapidamente em cima do parapeito e saltou do quinto andar. Naquela hora seu sobretudo abriu feito asas por causa do vento. Caindo rápido em queda livre, o observador salta para a rua aterrissando no chão perfeitamente. Sem pensar duas vezes, começou a perseguir aquele outro que estava fugindo. Em meio ao desespero por saber que estava sendo perseguido, o foragido não percebe que acaba entrando sem querer em um beco sem saída, ficando encurralado:

—Pare onde está agora mesmo, caído! —ralha o albino, com altivez e domínio para o outro, que entendendo a posição de desvantagem na qual se encontrava, se volta para o perseguidor, revelando da sua figura envolta nas sombras daquele local, apenas o brilho carmesim do seu olhar assustado e hostil.

—Está certo de que vai mesmo me deter aqui, celestial? —indaga a voz que soava suave, porém trêmula, vinda daquela total escuridão, enquanto o albino pode ver o brilho intenso e vermelho se fechar em um piscar pesaroso diante de si.

—Não me faça perder tempo com uma mácula como você! —irrita-se o maior, indo até o corpo miúdo que se ocultava nas sombras e o agarrando pelo colarinho de seu sobretudo negro, arrastando-o dali e jogando-o para fora daquele beco, fazendo-o cair na calçada iluminada por um poste de luz meio tremulante.

Ao observar com mais atenção, o albino percebe uma pequena trilha de sangue que se estendia do beco para o local onde o fugitivo fora jogado; só então percebe também que esse parecia segurar o ombro esquerdo, enquanto tentava se levantar com certa dificuldade e respiração ofegante, com seu rosto de pele alva parcialmente oculto pelos longos cabelos lisos e negros.

—É engraçado como a burocracia de Paradísia funciona; precisam de nós para resolver seus serviços sujos, mas quando somos mandados em uma missão para o seu precioso Alto Clero, sempre enviam os seus cães de caça para nos atrapalhar... —os lábios finos e delicados comentavam com uma tranqüilidade contrastante com o sarcasmo implícito na voz suave. —É uma espécie de humor estranho…

—Quem você pensa que é para ousar contestar as nossas leis, caído? —diz o albino, investindo-lhe um chute nas costelas, o que o arremessa a alguns metros de onde estava, e ao tentar se levantar novamente, se vê preso contra o chão pela mão forte que o segurava-o pela garganta, sufocando-o um pouco: —Eu deveria obliterá-lo aqui e agora mesmo!

—Faça isso e atrapalhe os planos da sua própria Corte, celestial... —o rosto que agora se revela belo e alvo responde-o sem se intimidar pela submissão que sofria com aquele golpe, sustentando o olhar facínora que recebia com o brilho intenso dos seus olhos carmesins.

—Não haja como se você estivesse em condições de negociar comigo seu maldito! —ralha o albino, batendo-o com força contra o chão, fazendo-o tossir um pouco com o impacto mais forte contra sua garganta, porém como se ponderasse por um instante sobre o que ouviu, ele logo o solta, levantando-se de cima do seu corpo e afastando-se de forma irritada.

—Não é como se tivéssemos escolha diante das negociações entre Paradísia e Abysmus. —diz o moreno, levantando-se e se recompondo, enquanto ainda segurava o braço, que agora revelava ferido; ainda sem se abalar, diferente do albino que se afastava em passos nervosos e firmes: —Temos ordens para seguir dos altos escalões dos nossos mundos, o melhor que temos a fazer é cumpri-las sem grandes questionamentos.

—Hunf! A quem você quer enganar com essa pseudo-humildade toda? —resmunga o albino, vendo o menor dar alguns passos em direção ao destino que corria anteriormente, passando por si sem se importar com a proximidade, e percebendo que o moreno o ignorava, o segura pelo braço ferido com força, puxando-o com brusquidão para trás, fazendo-o voltar a atenção para si: —Logo você, que pertence a um dos clãs mais poderosos de Abysmus, e é o irmão do grande lorde da sua casta, Uchiha Izuna!

—Ai! —o protesto foi num tom baixo e abafado, ao sentir seu ferimento ser apertado daquela forma, o que o faz se desvencilhar do maior de uma vez, com um olhar obstinado em seu semblante fechado, e após se afastar um pouco do celestial, ele continua: —Diferente de você, existem aqueles que preferem ser discretos durantes uma revolução como a que estamos passando. —ele recomeça alguns passos lentos, porém, dessa vez, passa a se apoiar na parede do prédio pichado e cheio de cartazes rasgados ao seu lado, enquanto continua: —Como irmão de um líder arcanjo da resistência Celestial, você deveria pensar melhor a respeito disso... Senju Tobirama.

Ambos trocam olhares por um momento, antes de Izuna recomeçar sua caminhada, deixando o celestial completamente irritado para trás.

—Aquele grupo de celestiais da Sagrada Inquisição parece ter feito um bom estrago no seu ombro... —diz Tobirama, observando o algumas gotas de sangue que formavam um rastro no chão por onde o moreno passava: —Não é muito inteligente da sua parte não cuidar desse ferimento; além de ter sido feito por uma lâmina enoquiana, eles vão lhe encontrar facilmente através dessa trilha de sangue que está deixando por onde pisa.

—Não se preocupe. —responde o anjo negro, com sua calma peculiar, e um ínfimo sorriso se forma em seus lábios, como se lembrasse de algo, ao dizer: —Sinto muito em lhe informar que não sobrou nenhum dos seus subordinados da Inquisição para me perseguir depois do encontro que tivemos. —ele volta o olhar carmesim para o albino, que parecia um pouco surpreso e intrigado, e continua: —O que? Não é segredo para mim que você é um agente duplo, um Arcanjo da Inquisição que age secretamente para a Resistência de Paradisia. Não se preocupe, seu segredo está a salvo comigo.

—Isso não é da sua conta, caído! –rosna o celestial, voltando o olha na direção oposta à qual o outro andava, e como se sentisse a presença de alguém que se aproximava, ele estreita seus olhos castanhos avermelhados e diz: —Mas parece que suas habilidades não foram o suficiente para acabar com os o grupo da Inquisição. Alguém ainda está no seu encalço.

—Nesse caso, é a sua vez de mostrar o que pode fazer pela Resistência do seu mundo, detendo-o enquanto eu ganho alguma distância daqui. —diz Izuna, voltando sua atenção para trás e sentindo o mesma presença ameaçadora para si, se aproximar.

—Maldito! Não tenha tanta certeza de que pode contar comigo! Ainda estou pensando seriamente se permitirei ou não que você continue a caminho do que está indo fazer!

—Eu não tenho tempo a perder por aqui enquanto você se decide com seus conflitos particulares. —o moreno então recomeça a andar em passos rápidos, os quais se transformam em uma corrida, e após se afastar consideravelmente, desaparece no final da rua, em meio à neblina.

—Praga! —rosna o albino, enquanto o via sumir no final da rua, ao mesmo tempo em que tinha que admitir que ele estava certo; realmente estava num ligeiro conflito particular com relação à sua obrigação com a instituição à qual pertencia, a Sagrada Inquisição do Paraíso, uma organização perigosa e poderosa, a qual era uma ameaça não só aos demônios, mas também, a celestiais e seres humanos. Por conta disso, uma espécie de Resistência Celestial foi criada para combater essa instituição de fanáticos, o que acabou por acarretar algumas alianças entre os altos Cleros de Paradisia e as Castas de Abysmus. O que era o caso do seu irmão, um arcanjo poderoso que se aliara a um grande lorde infernal para combaterem a Inquisição.

Sem querer lutar contra o seu irmão Hashirama, ele se vê obrigado a se tornar um agente duplo, fazendo serviços para Inquisição, ao mesmo tempo que tomava a frente de alguns casos que ajudariam a Resistência às escondidas. No entanto, poucos eram os que sabiam desse segredo e de suas missões secretas. Como a que estava acabando de assumir naquele momento, após ponderar por um instante sobre Izuna.

—Senhor Tobirama! —diz uma voz atrás de si, e ele percebe que alguns homens com sobretudos claros iguais ao seu se aproximam, tirando-o de seus devaneios por um instante.

—Estamos no encalço de um caído da Alta Casta, pertencente ao clã Uchiha, que está em missão para a Resistência. Ele passou por aqui?

—É claro que passou! Afinal, um bando de incompetentes como vocês não foram capazes de detê-lo! —diz o albino, voltando seu olhar irritado para os homens, que ficam um pouco intimidados. —Será que ao menos conseguiram descobrir o que ele está fazendo para a Resistência?

—Ao que parece, ele está a caminho da base da Resistencia aqui no mundo humano, onde seu irmão Madara, o grande lorde do clã Uchiha está a espera dos seus olhos.

—Olhos? —intriga-se Tobirama, ao que os homens se põe a contar com mais detalhes sobre o que sabiam. Algum tempo depois, ele continua: — Podem voltar aos seus postos. Eu assumo a perseguição dele a partir daqui.

—Mas senhor, ele parece pertencer a uma Alta Casta! Além do mais, o poder que ele tem nos olhos é muito perigoso e…

—Agora! —ralha o albino, intimidando-os o suficiente para acatarem suas ordens e logo se retirarem dali. Ao perceber que eles tomaram uma distância considerável, Tobirama se volta para a direção onde Izuna foi, começando uma caminhada lenta em meio à neblina.

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Uma espécie de fábrica abandonada com dutos e containeres empoeirados e semi iluminados pela luz dos carros que passavam num viaduto ali perto parecia ser um local parcialmente para se esconder. Pensando nisso enquanto desenhava com sangue alguns símbolos místicos pela porta enferrujada do local, e também em algumas paredes, Izuna decide parar ali por um momento, antes de continuar sua jornada rumo à base da Resistência, a qual ainda estava longe de alcançar.

Andando pelo local úmido e obscuro, ele caminha até algum dos corredores entre aquelas caixas altas de madeira, sentando-se em um canto afim de descansar. Recostando-se para trás por um momento, abaixa um pouco a gola do seu sobretudo, olhando para o ferimento em seu ombro, pensando em tratar aquela dor que só servia para lhe atrasar. Estava um pouco distraído, quando um barulho forte na porta do galpão lhe chama a atenção para alguém que chegara ali.

—Droga! —murmura, voltando a vestir o casaco, e levantando-se num impeto, já pensando em sair dali por uma das janelas com vidros estilhaçados dos fundos, porém, mal tem tempo de entender o que acontecera naquele curto espaço de tempo, quando se sente atingido por alguém que o prende pelo pescoço contra um dos contêineres de madeira atrás de si.

—Não tão rápido, infernal! —diz a voz rouca do albino, que com um sorriso de canto encara um pouco o olhar assustado do moreno e continua: —Você é mesmo muito ingênuo para achar que um selo medíocre daquele que fez na porta iria me segurar do lado de fora, não é mesmo?

—Achei que 'alguém como você' tivesse coisas mais importantes para fazer do que me perseguir... —diz Izuna, com a voz entrecortada devido a pressão forte em sua garganta.

—Falou o irmão de um Grande Lorde Demoníaco em uma missão suicida a caminho da Resistência. —diz o albino, encarando-o com um olhar facínora, próximo o suficiente de seu rosto para ambos sentirem a respiração um do outro. —Então quer dizer que vai entregar seus olhos para o seu irmão, para que ele possa recuperar o poder enfraquecido dos olhos místicos dele e continuar lutando contra a Inquisição?

—Ao lado do seu irmão, diga-se de passagem... —responde Izuna, sentindo-se sufocado, enquanto ainda tentava se soltar das mãos firmes do celestial que o imobilizavam daquela maneira agressiva.

—Hunf! Atrevido! —rosna Tobirama, soltando-o com brusquidão para um lado, fazendo-o cair no chão com o impacto. O moreno tosse um pouco, recuperando o ar, ao que percebe o maior se aproximar de si novamente, dessa vez apenas se agachando ao seu lado, e tomando seu rosto pelo queixo, obriga-o a olhar para si. —Eu deveria acabar com você aqui mesmo…

Um silêncio tenso toma conta do local por alguns minutos, ao que Izuna é o primeiro a quebrá-lo:

—... Mas você provavelmente pode tirar vantagem da minha missão também, por isso não faz isso, não é mesmo? —diz o moreno, como se completasse a linha de pensamento do celestial, que franze o cenho diante do que ouve.

—Eu não negocio com os da sua raça!

—Seria interessante para a Sagrada Inquisição se levasse a cabeça de alguém da minha Casta como seu trunfo particular... —diz o moreno com um tom de voz explicativo e sereno e notando um interesse camuflado no tom surpreso do olhar do albino, ele continua: —Me deixe completar a missão de entregar esses olhos ao meu irmão, e pode me levar para as prisões de prata da Inquisição. Ou me obliterar você mesmo, como preferir.

Desconcertado diante da oferta inesperada do anjo caído, Tobirama solta o seu rosto com rispidez, porém se mantém no mesmo lugar, um pouco pensativo e intrigado; voltando sua atenção para ele, continua:

—Que tipo de demônio perturbado é você?

—Acha que só os da sua raça possuem devoção às suas causas? —diz Izuna, levantando-se devagar, e se recompondo aos poucos , dando alguns passos até um container, no qual se escora, demonstrando um ar cansado e dolorido enquanto segurava o ombro. Percebendo o olhar ainda intrigado do albino, ele continua: —O que me diz?

—É uma proposta realmente tentadora... —diz o maior, levantando-se e indo até ele, escorando um braço na parede amadeirada atrás dele, e continua: —Típico da sua gente!

—Eu sei que a Inquisição está no meu encalço, por tanto, ganharei um bom tempo se conseguir chegar à Base com alguém da própria Inquisição me escoltando.

—Acha que vou ser seu guarda-costas pela cidade seu bastardo?! —irrita-se o celestial.

—Eu não precisaria do apoio de ninguém para me livrar dos perseguidores, se não tivesse que levar o poder desses olhos intacto para o meu irmão. —diz Izuna, um pouco pensativo, levando uma mão ao rosto e tocando sobre as pálpebras; —Além disso, você também estaria prestando um favor à Paradisia. Hashirama ficaria orgulhoso de você…

–Hunf! Cale a boca! —resmunga o albino, afastando-se alguns passos dali, como se ponderasse por um instante sobre aquilo. Era verdade que era muito correto para com a Inquisição, pois acreditava que os ideais deles de purificar até mesmo a humanidade era sensato, porém, nada lhe dava mais satisfação pessoal do que orgulhar o seu irmão de suas ações. Um pouco confuso, ele se volta para o moreno, encarando-o por um momento antes de dizer:

—Vamos lá então! Será um prazer obliterá-lo quando acabar essa missão deplorável!

Observando-o se afastar de si em passos lentos para fora do galpão, Izuna apenas sorri brevemente, com o olhar baixo, recomeçando a andar e indo em direção ao albino, seguindo-o devagar.

---

A madrugada estava fria, e faltava poucas horas para amanhecer. O local exato onde deveriam ir ficava a um dia de viagem de carro, devido o fato de terem que desviar de vários grupos da Inquisição que se espalhava pela cidade naqueles tempos de conflitos.

—Se não tivermos nossas energias muito bem disfarçadas em nossas formas humanas, eles nos encontrarão rapidamente. —diz Tobirama, enquanto dirigia por uma avenida movimentada daquela metrópole decadente e obscura. Voltando-se para o banco do passageiro, ele percebe que Izuna ainda segurava o ombro ferido, e continua: —Enquanto estiver com esse ferimento aberto, seu sangue infernal chamará a atenção para nós, por tanto, trate de cuidar disso.

—É um corte feito por uma lâmina celestial, não irá se curar facilmente. Eu precisaria de algum repouso para isso acontecer naturalmente nesse corpo humano, mas não temos tempo a perder.

Após dirigir por mais algum tempo, o albino pára o carro diante de um letreiro luminoso, o que notava que era algum hotel barato de uma periferia qualquer. Despertando devido a luz, pois havia adormecido durante a viagem, Izuna estranha um pouco o fato de terem parado repentinamente.

—Por que paramos aqui? Deveríamos prosseguir viagem e…

—Nos atrasaremos ainda mais se tivermos que lutar contra os agentes da Inquisição, por sermos encontrados devido isso aí... Além disso, não vou enfrentar meus subordinados por sua causa, por tanto…

Tobirama então sai do carro e se dirige para a recepção do estabelecimento, sem se importar com a opinião do moreno, que suspira pesaroso, deixando o veículo então e seguindo-o para o mesmo lugar.

Algum tempo depois, ambos já estavam hospedados em um pequeno, porém aconchegante quarto daquele hotel. Tobirama parecia montar guarda diante da janela, observando a noite através do vidro, enquanto Izuna tentava cuidar do próprio ferimento em seu ombro esquerdo.

—Hm... —um gemido de dor baixo que escapa dos lábios do moreno enquanto limpava o machucado quebra o silencio estabelecido no local, fazendo o albino voltar o olhar momentaneamente para ele. Observando-o por um momento, percebe que agora ele tinha parte da clavícula e do tórax descoberto, além de estar sem seu sobretudo; estava distraído, entretido com o curativo daquele machucado que parecia lhe doer bastante, pois ora ou outra mordia o lábio inferior tentando abafar os gemidos baixos que insistiam em escapar.

Por um momento breve, Tobirama se pega perdido enquanto observava Izuna; tudo nele parecia lhe fascinar e atrair de uma forma inesperada. Ao dar por si, já estava sentado ao seu lado na cama, o que o surpreende um pouco. Levantando o olhar para o albino diante de si, o moreno se intriga ao vê-lo levar dois dedos até seu ombro, tocando de leve no corte que havia ali, e começando a massagear devagar o local. Os olhos cor de ônix se voltam para o celestial com um ar curioso, porém o albino parecia concentrado demais no que fazia para responder aquela indagação muda. Diante disso, o moreno apenas fecha os olhos, permitindo-se apenas sentir o toque suave que parecia diminuir gradativamente a dor do seu machucado.

—Mas o que...? —a voz de Izuna quebra o silêncio do local, ao olhar para o próprio ombro e ver o ferimento completamente curado; apenas uma tênue cicatriz permanecia no local onde o albino ainda esfregava com leves movimentos circulares, ainda bastante concentrado no que fazia: —Você usou sua energia celestial para...?

—Tsc! —Tobirama solta um resmungo ao acordar do transe que se encontrava, e encontrando o olhar intrigado do moreno diante de si, ele retira a mão de seu ombro, quebrando aquele contato que era tão envolvente para ambos, e se levanta, afastando-se rapidamente dele enquanto explica: —Pelo menos agora não vai mais atrair a atenção da Inquisição para você.

Izuna observa o celestial se afastar e voltar a sentar-se na janela, pondo-se a observar lá fora novamente. De certa forma, agora parecia mais fácil descansar e recuperar suas energias, e pensando nisso, o moreno se deita na cama que havia ali, permitindo-se relaxar por um momento. Mesmo que se visse obrigado a dormir com um celestial ao seu lado. Um celestial da Sagrada Inquisição, diga-se de passagem.

Voltou seus olhos que, quando não refletiam seus poderes místicos, possuíam apenas o tom escuro como ônix, e observou Tobirama que ainda parecia distraído, montando guarda na janela. Algo naquele homem o intrigava e o incomodava. Lhe incomodava além da conta, mais do que qualquer celestial o faria, como de costume. Principalmente agora, que ele havia tocado em si, para lhe curar...

Izuna cerrou os olhos com força, como se tentasse tirar aqueles pensamentos da sua mente e manter o foco apenas em sua missão. Passou a repetir para si mesmo que andar ao lado daquele celestial era apenas algo necessário para desempenhar com êxito o que deveria fazer pelo seu irmão. Tentou então se concentrar apenas em seu dever, sem deixar que nenhum fator externo pudesse lhe atrapalhar de atingir seus objetivos.

Nem mesmo aquela estranha e perigosa atração que estava nascendo dentro de seu peito naquele momento…

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! =3 Aguardo suas opiniões, elogios, raivas e ranger de dentes nos comentários! Um beijo e um cheiro pra quem leu até aqui! :*



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