Sofia escrita por LiaAlmeida


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Aqui vai uma nova história pra vocês. Espero que gostem e se gostarem escrevam pra mim. Eu ficarei muito feliz em saber o que estão achando.
O começo não explica muita coisa... talvez esteja meio confuso, mais td será explicado no devido tempo!
Bjss



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O sol estava queimando em nossas cabeças. Uma multidão de jovens estava na praça central de nossa cidade. Acreditava que estavamos entre uns oito mil jovens de dezoito a vinte e dois anos. Aquilo era assustador. Nenhum de nós parecia querer falar muito, mas era também a chance que nós tinhamos de poder nós reunir com pessoas que conheciamos.

Minha irmã me agarrou pelo braço:

- Vamos encontrar nossos amigos! – ela me disse olhando por cima do ombro, para o lado e para frente, vasculhando por toda a parte tentando achar algum rosto familar.

- Quantas pessoas sobraram da nossa idade? – eu pergunto pensando na minha lista de amigos.

- Temos o Vine, o Cristian... Os seus amigos... – ela me fala me puxando para caminhar na multidão apertada.

-Vão nós fuziliar ou algo parecido, o que importa... – digo desanimada. Era claro que eu gostaria de ver meus amigos, mas eu iria morrer.

- Para com essa ideia de fuzilamento! – ela me repreende ainda me forçando a caminhar. – Eles devem querer falar alguma coisa pra nós... Temos que achar o nossos amigos e tentar saber o que andou acontecendo com eles também.

Eu caminho com ela. Vejo muitos rostos conhecidos, mas ninguém com que eu pudesse parar e dizer “oi e ai, como passou o final de semana?”, talvez a maior parte dos rostos que eu conhecia, nem sabiam da minha existencia.

Foi quando eu vejo o Matheus. Ele estava lá com o grupo de populares deles... Todos eles com caras emburradas e em uma discussão acalorada...

- Ô, Matheus lá! – disse Rebeca. – O Maicon está lá... Vamos avisá-lo que a Aline esta bem...

Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisas a multidão começa a se movimentar e quando percebo estava nós fazendo em filas. Sim, vão nós fuzelar e eu vou ter que ficar bem na visão do Matheus...

Um som agudo surgiu, fazendo todos se calarem. Eu me curvei com as mãos nas orelhas.

- JOVENS, EM FILA... SABEMOS SOBRE VOCÊS... SABEMOS SOBRE SUAS FAMILIAS... COLABOREM E TODOS SERÃO LEVADOS PARA SEUS DEVIDOS LUGARES...

Ninguém falou mais nada depois daquele barrulho, a sensação era que meus ouvidos estavam intupidos, e pra não ficar zonza fechei os olhos, certa de que teria que ficar muito tempo debaixo desse sol quente e esperar a minha vez de seja o sei lá pra que.

Pareceu uma eternidade, mas a fila que eu estava parecia ter diminuido muito pouco. Tinha dado poucos passos pra frente, e o sol do meio do dia estava deixando todos nós esxalstos.

- Estou com sede! – digo a Rebeca que esta a minha frente em silecio, também parecendo cançada.

- Acho que estou vendo a nossa resistencia... As filas mal andam, acho que nem começaram a fazer o trabalho deles. Algumas meninas já desmaiaram... – disse a minha irmão, olhando para o grupo um pouco a frente de meninas que pareciam tão perdidas e desesperadas. Eu só via os Soldados quase gigantes retirando alguns corpos.

- O que será que vão fazer com elas? – pergunto um pouco desesperada tentando me sentir forte.

- Eu não sei, mas é melhor que a sua cede passe – ela me disse e arrumou a postura quando alguns soldados passam perto de nós.

Eu volto a encarar o grupo que o Matheus está. Ele está abraçado com duas meninas que parecem chorar... Na verdade não só ele, todos os meninos do seu grupo pareciam escorar as meninas que pertenciam ao grupo deles. Meus olhos de relance encontram ao do Maicon... Apesar dele namorar a minha melhor amiga que não esta aqui, ele também confortava uma menina.

Ele ergue as sombrancelhas pra mim, e eu já sei o que ele quer saber:

- Ela esta ok! – silabo pra ele tentando mostrar um joinha discreto.

Ele mostra um meio sorriso, mas volta sua atenção a menina chorando.

O Vedana, melhor amigo do Matheus e o que a minha irmã daria tudo pra ter ficado, olha pra mim também, quando percebe que o Maicon estava falando comigo, eu o encaro... ele estava lá com a namorada dele, abracando-a por trás e a mantendo firme. Apesar de nunca ter gostado de como ele tratou a minha irmã, e não gostar menos ainda de vê-lo com sua nova namorada, tinha que admitir que ele parecia ser um bom namorado, e sua poso de protetor faria qualquer garota querer estar ali, sendo protegida por ele...

Menos o Matheus olhava para o meu lado.

Era meio dia. Certeza. O sol estava fazendo meu cerebro cozinhar... Muita mais gente do que eu esperava tinha cido levada embora... Era como se uma onda de meninas resolvesse desmaiar, só para poder sair dali... Até que seria um bom plano se pelo menos elas soubessem para onde as outras estavam sendo levadas...

Minha boca estava seca, e eu e a Rebeca tinhamos descido não falar nada, para não ficarmos com mais cede. A unica coisas que fizemos foi uma escorar na outra, pra podermos descansar um pouco... Quando os soldados parecendo querer testar ainda mais nossa resistencia começaram a passar fileira por fileira e nos colocar eretos, sem podermos nós encostar nos outros... Eu percebi rapido, e mais uma onda de meninas e mais incrivelmente, meninos, desfaleceram...

Tive que notar que duas meninas do grupo do Matheus também adotaram essa decisão. Os meninos tentaram impedir que as levassem, mas foram repreendidos pelos Soldados, o proprio Matheus levou uma casetada nas costas... Foi nessa hora que ele olhou pra mim. Eu estava com o coração na mão por ver aquilo... Mas ele arrumou a postura e olhou pra frente.

Duas horas...

- Acho que talvez a ideia de desmaiar não seja tão ruim... – digo a Rebeca, muito cansada. Minha boca estava muito seca, minha cabeça queimando, já não sabia mais em que perna descansar o peso do corpo...

- Sofia, isso deve significar alguma coisa...

- Talvez eles matem quem oferece maior resistencia – digo, tentando achar um bom motivo pra desistir de tentar ser forte.

- Eles não fariam isso...

- Fariam, fariam sim... – digo totalmente certa da minha ideia. – Isso só deve estar sendo bem divertido pra eles... Nós ver aqui no sol... pegando fogo...

- Só aguente mais um pouco, vamos Sofia! – pediu a Rebeca não parecendo querer discutir comigo.

- Eu não aguento... – reclamei, mas fui distraida pela namorada do Vedana desfalecendo. Ele segura ela firme e tentava acorda-la... Os soldados já estavam lá pra retira-la.

Era quase como se eu pudesse escutar “solte ela!”, vindo dele e uma tentativa muito frustrada de tentar empedir que a levassem, o que não foi nada legal de se ver a retalhação que lhe trouxe.

- Minha nossa! – Rebeca esclamou quando viu o corte no rosto dele.

- Eu estou com pena... – digo. Não era nada bonito de se ver, um dos caras mais gatos e populares da cidade nessa situação humilhante. – Mas era o perfil dele fazer isso...

- Era namorada dele, o que ele poderia fazer... – disse a Rebeca.

Até as quatro da tarde, uma onda de caras acabou também sangrando. Teve alguns que se revoltaram... Outros tomaram a mesma atitude que o Vedana tomou de tentar lutar quando a namorada, irmã ou amiga acabou por desmaiar... Dois oito mil jovens, parecia que a metade não aguentou... O que eu via de meninas sendo carregadas, era algo tão impressionate que até estava satisfeita com a minha resistencia...

O Matheus depois de um certo ponto pareceu se interessar por mim. Ele me lancava olhares longos e eu não conseguia pensar em mais ninguém pra olhar além dele. Começando a lembrar todas as coisas que tinhamos passado juntos e como tudo tinha terminado... E como agora nada disso parecia ter nenhum sentido...

Aqui não importava quem você era, sua situação financeira, sua popularidade... Todos estavamos nas mesmas filas, de baixo do mesmo sol, sem nenhum resposta e com a mesmas perspctivas.

Outro som ensurdecedor tocou, os soldados passaram por nós e avaliaram se estavamos em forma e as filas começaram a andar...

- Rebeca, se não nós vermos mais depois disso – eu começo a dizer com medo. Na verdade muito medo do que estava por vir, meus olhos se encheram de lacrimas...

- Não começa Sofia! – pediu a Rebeca sem olhar pra trás. Mas sabia que ela estava chorando também.

- Não, é serio... Desculpa por não ter cido a irmã que você gostaria... Eu te amo, você sabe disso... – as palavras sairam confusas e minha voz muito rouca, por cousa da minha garganta apertada.

- Eu também te amo! – disse ela. – Vamos ficar bem, você vai ver...

- Eu não tenho muita certeza! – digo vendo que a frente da fila tinha cosntruido uma especie de muro e não dava pra ver o que acontecia com quem passava.

- Se não nós vermos... Bem, vamos arrumar um jeito de sabermos que estamos bem...

- É, podiamos criar um codigo, algo que diga que estavamos bem... – eu dou uma pausa tentando pensar. – Talvez uma palavra, arco-ires – jogo.

- Arco – ires? – Rebeca rebate, achando besta.

- É, da musica, e do significado de esperança que ele nós tras... Se ouvir isso de alguém é que estão querendo mandar uma mensagem de que tudo está bem... Ou melhor que estamos vivas...

- Tudo bem, vou tentar mandar essa mensagem pra você! – promenteu Rebeca.

- Mas se a mensagem for pra dizer que estamos em maus bocados, prestes a morrer? – pergunto pensando no lado ruim.

- E tem essa também? – pergunta Rebeca até com um pouco de humor...

- Sim, caso precisamos de um resgate, mesmo que talvez não a nada que possamos fazer com a informação, mas é bom da a oportunidade de saber caso tivermos a chance de podermos fazer algo, pelo menos nós da um pouco de esperança...

- Bem, pensado... – concordou Rebeca. –ACDC, a estrada pra o inferno ...

- A musica? – perguntei não achando muito criativo.

- É... sei lá, me veio isso na cabeça...

- Tudo bem! – digo meio rindo. Minha irmã não era muito de dizer qualquer coisa que vinha a mente.

- Olha é a vez do Matheus na fila dele – Rebeca observa e me faz observar.

Ele olha pra tras, recebendo o incentivo dos amigos dele, e passas seus olhos tão rapidos por mim que nem consigo mostrar que estava querendo encorajá-lo. O que me deixa frustrada.

Finalmente, ou não, era a vez da Rebeca. Eu apertei a mão dela discretamente, tentando passar toda a minha energia positiva e meu carinho, mas eu estava sentindo meu estomago girar e no momento que ela entrou, sentir minhas pernas banbas e quase achei que não iria conseguir me manter...

“Só mais uns minutinhos...”, penso. Nenhum barulho vindo de lá, é a minha vez.

“ Sofia, 19. estudante. Trabalhou em programas de ajuda social...” , o soldado solta essas informações como se fosse robotizado.

- Sim... – eu confirmo, mas ele nem olha pra mim.

“ Gosta de cameras, gravar videos, estrovertida. Boa aparencia. Conhecida... “ – ele olha rapidamente pra mim, com aqueles olhos verdes musgo e um tanto cintilantes. Parecia de outro planeta, e tinha quase a impressão que sim. Mais todas essas informações sobre mim não faziam sentido nenhum, o que eles poderiam querer com isso?

“ Tem uma familia grande, é leal a ela? “ , ele me pergunta.

- Daria a minha vida por ela! – respondo tentando parecer convincente. Não que não era verdade, mas eu queria fazer questão de alguma maneira mostrar a minha coragem e minha revolta com tudo isso.

“ Grupo A- 001” , ele fala voltando ao seu computador. E um soldado que estava parado ou lado dele me puxa pelos ombros e me guia para uma van fechada e preta, parecendo aquelas de bandidos de filme. Eu estou esperençosa de encontrar a rebeca lá. Mas eu sou a unica a estar naquele carro.

Espero, impaciente. Eu não sei o que fazer, só venho com muita vontade de chorar. Mas eu seguro com toda a força que eu tenho. Pelo menos lá não estava tão quente e eu podia relaxar as pernas... Estava com medo de nunca mais ver a minha familia. Eles estavam nós separando por numeros... o que será que isso significava?

Uma menina entra na van também... Ela era loira e magra. Parecia uma dessas populares da cidade, apesar de eu não conhecer quase nenhuma pessoalmente. Não acreditava que ela tinha conseguido resistir os dia de baixo do sol... Não parecia ser do tipo que aguentava muito o tranco, e quando deu uma bela olhada pela van, caiu no choro.

- Qual é seu nome? – eu pergunto pra ela.

- Ana Paula – ela me responde depois de alguns soluçõs. – E o seu?

- Sofia! – eu respondo e depois não sei mais nada o que dizer.

- Vão nos matar? – ela pergunta, mas não parecia estar com muito medo e sim com revolta.

- Não sei! – eu digo não querendo ser pessimista, mas não conseguindo ser otimista.

- Acho que vão sim! – ela diz e volta a chorar.

Eu não tinha nada pra dizer pra essa completa desconhecida. Na verdade, estava com pena dela e muito mais preocupada com as informações que poderia ter dela, pra me preocupar em consola-la.

- Você foi escolhida para algum grupo? – pedi, pra saber se estavamos no mesmo ou não.

- Disseram A-001, pra mim- ela disse parecendo se concentrar um pouco nisso. – E você?

- O mesmo! – respondo, não entendendo como ela e eu viemos parar aqui, ela realmente não tinha nada haver comigo...

- Para onde será que vão nos levar? – ela pergunta.

- Vamos saber daqui a pouco! – eu digo quando o soldado vem fechar as portas da van.

Andamos por uns 6 min. E paramos. A porta da van se abriu e percebi que estavamos em um dos bairros nobres da cidade.

- Desçam! – o soldado pediu.

Eu exitei um pouco e a Ana Paula foi na minha frente. Quando descemos estavamos na frente de uma mansão.

- Vocês vão ficar nessa casa... Entrem e suas coisas serão providenciadas. Não tentem sair... – O soldado disse enquanto nos levavam portão a dentro e quando passamos um escudo de energia invisivel se formou junto ao portão.

Nós duas nós olhamos com caras de espanto. O que estavamos fazendo ali? Era essa a pergunta estanpada em nossos rostos.

Não estavamos sozinhas na casa, quando perceberam que chegou gente, um grupo grande saiu lá pra fora. Um grupo grande e totalmente sem sentido.

Lá estava os populares da cidade. Todos eles. Eu encaro o Matheus que logo entra de volta pra casa.


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Notas finais do capítulo

Como já é de meu costume em minhas histórias, aqui vai um pedacinho do próximo capitulo:

"- Eu sempre quis te beijar... ele me disse com os lábios tão próximos dos meus que penso, por que não me beija logo."