Right Places escrita por PaollaD


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic de Kuroko no Basuke que escrevo. Bem curtinha e boba, apenas para acalmar um pouco a vontade doida que eu estava de escrever sobre este manga. Sim, shippo Kise x Kuroko como se não houvesse o amanhã, rs. Se algo no texto desagrada, aperte o X e seja feliz.

Aos demais, bem-vindos e boa leitura!

Fanfic sem betagem.



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— Vamos lá, Tetsu-kun! Será divertido... – dizia uma animada jovem de cabelos róseos em um tom claro, inclinada enquanto pincelava as pálpebras delicadas do jovem Tetsuya sentado no chão da sala, à sua frente. Eram tons discretos de pintura rosa, que, segundo Satsuki, serviriam apenas para iluminar a pele de Kuroko.

— Agora feche os olhos e fique paradinho para que eu não erre. – Aconselhou a garota.

— Tudo bem, Momoi-san. – Kuroko suspirou e fez como pedido. – Momoi-san? Por que não estou sentindo nada?

— Tetsu-kun... É tão fofo de olhos fechados! – Satsuki levou uma mão à testa, fazendo menção de desmaiar.

— Nem pense nisso, Satsuki! Já estamos atrasados. Se não nos apressarmos, Midorima vai ficar mais chato do que já é – disse um Aomine vestido com calças vermelhas, uma camisa branca com colete também vermelho, chifrinhos em um arco na cabeça e uma cauda pontiaguda. Estendeu uma bebida para um Midorima Teddy Bear enquanto ia se sentar. Midorima estava sentado um pouco atrás de Kuroko, ostentando sua melhor cara de tédio. Enquanto Takao, que estava vestido de estrela do rock, cutucava-lhe a orelhinha de sua fantasia.

— Andem logo. – disse, apenas.

— Shin-chan... Kawaii... – disse Takao.

— H-Hai! – Satsuki continuou seu trabalho, alarmada. Pintou os olhos e os lábios de Kuroko, batendo a esponjinha de pó em seu rosto, o que fez Número Dois espirrar e dar uma cambalhota engraçada. Logo em seguida, a garota pegou pequenos elásticos azuis com continhas da mesma cor e prendeu a peruca azul, no mesmo tom dos fios de Kuroko, prendendo-as em marias-chiquinhas.

— Ah, esse momento tem que ser registrado! Ajeita os peitinhos ae, amor! – disse Hyuuga, no seu tom mais zombeteiro, com o celular em mãos.

— H-Hyuuga-kun... – Kuroko ficou sem jeito. Estava com um enchimento por baixo da blusa branca com manga ¾ de Satsuki. E lembrava muito uma garota.

Midorima esboçou algo parecido com um sorriso, enquanto Aomine gargalhava jogado no sofá.

— Ninguém mandou perder a aposta, Tetsu!

Hyuuga se posicionou e tirou uma fotografia de Kuroko sentado no meio do tapete da sala de Kagami, vestido de menina com as bochechas carmim. Aquela foto serviria para muitas coisas hilárias, no futuro.

—x-

“Yeah eh yeah yeah...

I can feel a phoenix inside of me

As I march alone to a different beat

Slowly swallowing down my fear…

Yay yay…”

Um carro parava à frente da casa parcialmente apagada, reproduzindo uma música sexy entoada por uma sedutora voz feminina. Ao ouvir a canção e as buzinadas, o jovem saiu no jardim, fechando a porta atrás de si, e soltando um leve muxoxo de insatisfação.

— Eu pareço um idiota... – falou com a voz manhosa, por conta do afrouxar de seus lábios.

Kise Ryota estava parado a frente de Kasamatsu, que viera a seu encontro. Vestia calças negras moderadamente coladas ao corpo, uma camisa negra de algodão e uma gola amarrada por pequenas cordas, uma malha prateada por cima, e nos ombros tinha ombreiras de metal prateado com um pequeno cinto transpassando o peito diagonalmente. No rosto, uma cintilante máscara prateada cobria os olhos dourados.

— Olha só, você tem uma espada. – disse o senpai. – Como está o pé?

— Um pouco melhor... Sabe que não to afim de sair, posso ficar? – perguntou Kise.

— Nem pensar! Vai ter muitas gatas nessa festa. Qual é, desde quando recusa uma ida a lugares com presença feminina? – Kasamatsu franziu a testa. – O inferno deve ter congelado mesmo...

— Não é isso, é que...

Confio em você, Kise-kun! Parabéns, Kise-kun! Como está seu pé, Kise-kun?”

A voz ora sofrida, ora suave de Kuroko ecoava em sua mente, fazendo-o ficar confuso. Deveria animá-lo supostamente, mas ao mesmo tempo, produzia um efeito controverso dentro de si. O entristecia... Isso o fazia querer ficar em casa, só com seus sentimentos.

— Sério, to muito parecido com um soldadinho de brinquedo. – Kise não queria externar pensamentos que nem mesmo ele era capaz de compreender, ainda.

— Corta essa! – Kasamatsu deu-lhe um cascudo. – Você está muito parecido com alguém que está indo curtir a noite conosco. E vamos logo, não to querendo pegar fila. – O outro jovem, vestido de soldado romano empurrou Kise até o carro, arrancando em seguida, com o resto do time de Kaijo, no banco de trás.

—x-

“I can see the writing on the wall

I can’t ignore this war

At the end of it all

Who am I living for…?”

A festa já estava animada, as pessoas dançavam e bebiam entre luzes coloridas que partiam o escuro em pedaços e ao som da música contagiante.

Satsuki, Aomine, Midorima e Takao chegavam juntos com Hyuga, Kuroko, Kiyoshi, Riko, Kagami e os demais Seirins até a casa noturna onde comemorariam o aniversário de Akashi Seijuro.

Satsuki estava vestida de loba, com orelhas, uma cauda na saia, bigodes e um focinho. Riko estava fantasiada de uva, com balões roxos ao redor do corpo, Kiyoshi estava vestido de samurai, enquanto Kagami estava vestido como um pirata. Na verdade tinha apenas um chapéu com penas e um tapa olho, usando roupas elegantes, com botas que o faziam ficar muito atraente.

Aomine e Midorima fizeram questão de chegar com Seirin, pois não podiam perder a caracterização de Kuroko em “Querubim Azul”, devido às asas cintilantes que carregava presas à costas. Bem, pelo menos era esse o nome pelo qual Kuroko preferia chamar sua fantasia, pois os demais o designavam como uma “Princesa Adocicada”, o que fazia o menor ficar completamente sem jeito, até mesmo diante de Número Dois.

Entraram e cumprimentaram Akashi, que estava vestido num elegante kimono vermelho.

— Fico feliz por vê-los, meus antigos e novos amigos. – referiu-se aos Seirins. – Fiquem à vontade. – deu um sorriso leve e acentuado pelo olhar ameno, afastando-se.

Kise, juntamente com Kasamatsu e os Kaijo chegavam ao local, pouco tempo após terem buscado Kise em sua casa. O jovem deixou a máscara cair displicentemente sobre os olhos, movimentando a franja no processo. Mostrando o convite na porta, entrou com os demais. Estava mais do que sem paciência para aquela festa, o que não era algo comum, visto que Kise era alguém sempre de bem com a vida e poucas vezes fora visto desanimado.

— Muda essa cara e vamos pegar umas bebidas. – disse-lhe Kasamatsu.

— Hai, hai... – Kise foi junto com o colega, pegando um energético no bar. Kasamatsu logo avistou duas garotas vestidas de abelha e princesa, com roupas curtas e coloridas, além de risinhos fáceis, alertando o amigo sobre as conquistas em potencial.

— Hm, vai lá você. Eu depois vou... – disse Kise, bebendo o líquido de gosto doce e marcante.

— Cara, você não tá com nada hoje. Pode não haver um depois, sabia? – disse Kasamatsu.

— Assumo as consequências... – Kise deu um longo suspiro, vendo seu senpai se afastar. Só havia uma coisa ali capaz de animá-lo, e ele sabia muito bem o que era, ou melhor, quem era. Odiava-se e achava-se ridículo por possuir tal desejo, mas não era capaz de refrear-se. Era ele o único capaz de acalmar a agitação dentro de sua mente e de seu coração. Mas não era como se fosse estar ali. Não era o tipo festeiro. E nem Kise o era, esta noite.

—x-

Kuroko bebia um refrigerante ao lado de Kagami. A verdade é que estava para lá de desconcertado naquela fantasia, naquele lugar... Definitivamente não era o tipo que gostava de badalações. Como se não bastassem tais fatores, uma tontura apoderou-se de si por conta do calor do ambiente, deixando-o desconfortável e um pouco aflito.

— Kagami-kun... Eu vou até o lado de fora pegar um pouco de ar... – disse, tocando o braço de Taiga.

— Está tudo bem, Kuroko? – O ruivo tirou o tapa olhos e mirou o amigo.

— Sim, estou com um pouco de calor, só isso. Não demoro. – Kuroko deu um sorriso ensaiado e foi até o lado de fora.

Entediado e confuso, Kise foi até o banheiro da festa, encheu a pia de água, e atirando longe sua máscara, enfiou a cara na água, ficando ali por bons segundos até sentir o ar lhe faltar. Quando isso aconteceu, levantou o rosto do líquido, ajeitou os cabelos molhados para trás e encaminhou-se para fora da pista de dança. Estava uma noite agradável, pelo que foi dar uma olhada no céu e pensar um pouco. Como queria poder vê-lo e agradecer por sempre estar ali por ele. A cada momento decisivo, a cada jogo crítico ele estava ali. Apoiando-o e o motivando. Aquilo despertara em si sentimentos com os quais não sabia lidar e isso o sufocava. Era um garoto, era seu antigo companheiro de time. Não tinha propósito, tinha?

E depois, quando é que em sã consciência iria o alvo de sua afeição correspondê-lo, quando parecia muito mais inclinado a certo ruivo de cabeça quente? Era uma causa perdida. Entretanto, nenhuma dessas ponderações conseguia apagar de sua mente o substantivo próprio, catalisador de sua inquietude...

— Kurokocchi? – disse um Kise abobalhado, passando novamente a mão sobre os cabelos úmidos, moldando-os atrás da cabeça, expondo a fronte.

— Kise-kun? – A voz de Kuroko chamou, aproximando-se. Kise achou aquela fantasia e a forma como Kuroko andava dentro dela a coisa mais engraçadinha na qual já pusera os olhos.

— Kurokocchi, não esperava... Ver você aqui... – disse Kise, sentindo o rosto e o peito esquentarem.

— Ah, pois é... Tive que pagar uma aposta, então... Concordei em vir e deixar que o Aomine-kun e os demais escolhessem minha fantasia. Até Momoi-san curtiu com a minha cara... – Kuroko passou as mãos pela saia.

— Sei... Não está nada mal, Kurokocchi... – Kise deu uma risada leve.

— Não ria, Kise-kun. – Talvez qualquer outra pessoa se exasperasse com a atitude de Kise, mas Kuroko, apesar de dizer algo que condissesse com isso, não demonstrava a menor frustração em seu rosto.

— Hahaha, tudo bem... – Kise respirou fundo, sentindo os pulmões doerem. Seu coração acelerou um pouco quando observou Kuroko puxar a peruca de cabelos longos e voltar a ser parecido consigo mesmo. Só um pouco mais... Reluzente que o normal. O rapaz ajeitou os cabelos do jeito levemente desalinhado de costume e voltar a olhar Kise. Mas desta vez... Seria a maquiagem, o pouco álcool que ingerira, ou Kuroko estava corado?

— Kurokocchi, eu queria... – Kise começou a falar, mas foi interrompido pelo outro.

— Kise-kun, visco... – Kuroko apontou para a pequena planta semelhante a um arbusto, anexada a um galho da arvore debaixo da qual se encontravam.

— Oh... É... Sabe o que dizem sobre o visco, não é? – Kise riu, coçando a nuca. – Não fique bravo, eu estou só brincan... – Kise foi impedido de continuar pelos lábios de Kuroko pressionando os seus num toque delicado. Ryota sentiu o chão faltar e a cabeça girar, conforme era empurrado a corresponder por seu próprio corpo. Abraçou a cintura de Kuroko, fazendo suas asinhas balançarem levemente, circulando a língua de Tetsuya com a sua, conforme as pontas dos narizes bem feitos de ambos se esfregavam, quando moviam as cabeças na direção contrária a do outro.

Kise abriu sutilmente os olhos e ficou hipnotizado pela luminosidade que se desprendia da pele de Kuroko. E sabia, não era apenas mera maquiagem dessa vez. Ryota não podia saber, mas quando fechou os olhos, foi a vez de Kuroko os abrir para ter o mesmo pensamento.

Ali ficaram os dois, trocando aquela carícia molhada, corroborada por toques fortes na cintura do anjo, assim como em sua coxa, o que sugava de sua boca suspiro deleitados. As mãos trêmulas de Kuroko apertavam as ombreiras geladas de Kise, que o embalava em seus braços, sufocando naquele gesto todas suas preocupações e angústias internas. Claro que tinha de se abaixar um pouco para alcançar Kuroko, que também estava nas pontas dos pés, e quando a dor veio, junto com a falta de ar, ambos se separaram.

— Como está seu pé, Kise-kun? – Perguntou Kuroko, sem fôlego.

— B-Bem melhor, agora. – Kise respondeu, engolindo seco.

— Ótimo. – Kuroko pisou com cuidado sobre ambos e colou seus lábios novamente aos de Ryota.

—x-

Era uma tarde comum, calma. Kuroko sugava o canudo de seu milkshake de baunilha. O frio da bebida conflitava com o calor dos braços de Ryota a seu redor. Estavam ambos sob um carvalho, próximo a um parque. Kise beijou-lhe o rosto, bebendo um gole do líquido cremoso de Kuroko, enquanto tinha uma mecha de sua franja presa para cima com um dos lacinhos usados pelo anjo na noite anterior. Kuroko lhe confessara que ficara muito bem com os cabelos para trás. Devia fazer mais isso.

Quanto a Kise, só lhe restou acatar o conselho enquanto apertava o pequeno anjo de cabelos agora mais curtos em seus braços, pensando sobre como seu Kurokocchi estava sempre nos lugares onde mais precisava dele. Sempre nos lugares certos.

“Still I need you sway

Cause you always pay for it

And I, and I need your soul

Cause you’re are always soulful

And I, and I need your heart

Cause you are always in the right places…”


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Notas finais do capítulo

Espero não ter decepcionado.

Não mencionei qual foi a aposta que o Kuroko perdeu, quem se dispuser a adivinhar ganha uma surpresa! Essa fanfic se passa em algum momento posterior à Winter Cup, não situei muito bem o tempo, só sei que é depois do ensino médio e da copa também.

Caso tenha chegado até aqui, deixar um comentário não vai ser problema, vai? ;)

As fantasias de Kise e Kuroko, na fanfic, foram inspiradas nos figurinos do baile de "Romeu e Julieta", aquele filme com o DiCaprio. Acho que é de 1996. Super adoro essa sequência do filme e me baseei uma pouco nela para escrever a fanfic.

A imagem do Kuroko menina com o Kise era pra ser a capa, mas no fim, eu prefiro o Kurokocchi menino mesmo, então mudei a capa, mas coloquei a foto aqui, para ilustrar melhor o texto.

Bem, é isso.

Obrigada e até a próxima!

Nchan.