Escrito nas Estrelas escrita por maria lua


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo

 

~ Presente ~

 

Colocou o capuz do moletom rezando para não ser reconhecido pelo menos por essa tarde. Sabia que os trouxas não o reconheceriam como o homem que salvou o mundo bruxo ou tantos outros títulos que a imprensa bruxa fazia questão de criar, mas sempre era melhor prevenir do que remediar.

 

Não conseguia entender muito bem esse seu atual fascínio por privacidade. Era quase como se retornasse a sua conturbada adolescência. Era verdade que o tímido Harry Potter que havia andado pelos corredores de Hogwarts se perdeu em uma avalanche de novidades que cercou o Eleito ao fim da Grande Guerra.

 

Ele não se orgulhava completamente daquilo que havia se tornado, mas admitia que os sete anos de sofrimento sem saber se teriam um novo dia foram recompensado pelos últimos dois anos. Eram festas, comemorações, mulheres e ele não se permitia a pensar em todas as suas perdas.

 

Mudar pra França foi sua primeira decisão como adulto e até hoje não havia se arrependido. É claro que vez ou outra sentia falta dos seus amigos mais próximos, mas a sensação de liberdade era única. Mesmo que sua mente sempre o alertasse que aquela sensação era falsa. Nunca ele havia se permitido lembrar-se do seu desespero na terrível batalha que devastou Hogwarts. Doía demais a sua sensação de impotência diante da morte.

 

Mas, era melhor deixar suas reflexões para outro momento. Saiu de casa sentindo o vento do final do verão bater na sua face e continuou seu caminho até uma pequena feira trouxa que tinha por intenção reviver as antigas feiras medievais. Ele adorava como essas pequenas coisas o fazia recordar o único lugar que chamou de lar.

 

-Posso ler a sua mão, senhor? - Perguntou uma velha senhora vestida de cigana e Harry não conseguiu não sorrir. Depois de ter tido sua vida regida por uma profecia tudo que ele menos queria era saber de adivinhação, mas porque não fazer uma trouxa feliz?

 

-Claro – Respondeu o moreno entregando sua mão direita a velha senhora e ela a observou fazendo cara de surpresa.

 

-Você tem sangue nas mãos – Exclamou a velha e Harry puxou a mão irritado – Sua vida não segue uma ordem normal. Não segue.

 

-Quem lhe mandou dizer isso? - Questionou Harry não esperando menos do que total submissão.

 

-O senhor não pode fugir dos seus fantasmas – Disse a senhora antes de começar a se afastar lentamente e era como se ele tivesse sido atingido por um feitiço paralisante.

 

* * *

 

-O senhor quer mais alguma coisa? - Perguntou a mulher com um sorriso provocante deslizando sua mão lentamente por suas curvas.

 

-Saí – Mandou o ruivo se permitindo fechar os olhos e aproveitar o banho de espuma enquanto levava o copo de Fire Whisky aos lábios tragando o sabor amargo da bebida a sentindo sair rasgando sua garganta. Mas, há muito tempo não se incomodava com isso.

 

Não era mais o adolescente que bebeu seu primeiro gole em meio ao caos da guerra. Mas, a guerra era apenas uma má lembrança do seu tempo de Hogwarts. Não era mais um menino que teme sua própria vida. Agora não precisava mais se apoiar naquele que devia ser o seu melhor amigo para estar nos holofotes. Não, não mais precisava.

 

Agora tinha a vida que pediu a Merlin. Fama, dinheiro, mulheres, uma cobertura que podia ser muito bem o triplo da casa que cresceu.

 

Saiu da banheira pegando uma das tantas toalhas que estavam a sua espera. Secou-se observando no espelho o quanto havia mudado com o passar de dois anos. Tinha deixado de ser o melhor amigo de Harry Potter, o eleito, para ser o maior jogador de quadribol de todos os tempos. Até mais do que Vitor Krum. O melhor goleiro, o solteiro mais cobiçado da Inglaterra, um dos homens mais ricos da Europa. Havia tipo sacrifícios, é lógico. A glória nunca vem a troco de nada. Nunca.

 

-Onde estão as minhas correspondências? - Perguntou Rony em tom arrogante enquanto se sentava à mesa repleta de comidas matinais.

 

-Aqui senhor – Disse a velha governanta tentando refrear o olhar hostil. Muitas pessoas ainda acreditavam que respeito não era comprado por dinheiro.

 

Ele pegou as cartas e foi passando uma por uma apreciando o quanto era prazeroso ver a alta roda da sociedade implorando apenas por sua presença em uma de suas festas. Olhava atentamente as letras refinadas e sentia a textura refinada dos pergaminhos, mas um lhe atraiu a atenção completa.

 

Não era o uso de tintas de ouro ou prata ou a textura cara do pergaminho, e sim o nome que vinha no remetente.

 

Hermione Granger e Simas Finenngan

 

Convidam o Senhor Ronald Weasley para a festa de noivado.

 

Rua Alvo Dumbledore, Nº 14578, Bairro: Potter

Londres bruxa

 

Às vezes nem sempre os sacrifícios não são dolorosos.

 

* * *

 

-Enviou todos os convites? - Perguntou Simas sorrindo a vendo inclinar o rosto para encará-lo e se deliciou com o sorriso que nasceu em seus lábios cheios. Não era bobo em sonhar em ter seu completo amor, mas sabia que ela nutria por si um grande carinho.

 

-Todos e já recebemos várias respostas positivas – Respondeu Hermione o beijando com carinho na bochecha – E felizmente a coruja encontrou o Harry. Ele já respondeu.

 

-Até o Malfoy respondeu? - Perguntou Simas surpreso. Muito surpreso.

 

-Também fiquei relativamente surpresa com essa carta – Falou Hermione sorrindo ao observar o noivo se arrumar para sair. E com um pequeno beijo, se despediram.

 

Era verdade que não o amava loucamente, mas sentia por ele um carinho imenso. Ele era ótimo com ela apesar de todas as circunstancia pós-guerra. Ela com certeza não era a mesma garota animada, estudiosa, sabe-tudo e por vezes metida. De fato gostava ainda de estudar e por isso escolherá ser tradutora do ministério. Isso e sua outra condição.

 

Sua alta-estima já não mais existia. Ela não havia sentindo prazer após a guerra. Não havia tido festas. Não havia tipo sonhos realizados. Havia tido Harry e sua amizade incondicional. Havia tido a surpresa de encontrar um carinho imenso por Simas. Havia tido dor e recuperação. Havia tido muita decepção.

 

Hermione passou a mão pelo cabelo se forçando a sair dessa alta-piedade. Já se passaram dois anos. Dois anos. Dois anos. Dois anos.

 

Às vezes era difícil lembrar que só se passaram dois anos desde que Voldemort havia caído em pleno grande salão de Hogwarts. Tudo havia mudado, todos haviam mudado. Ela havia mudado.

 

-Senhora! Chegou uma nova carta – Falou Ellie sua elfa livre.

 

-Obrigada – Falei sorrindo e ela retribuiu com seus grandes olhos brilhando antes de me deixar novamente sozinha.

 

Tirei o lacre com delicadeza para não rasgar o pergaminho e desfiz as dobras com cuidado recebendo o impacto da letra conhecida. E era como se eu pudesse sentir o seu calor  ou seu cheiro.

 

E eu perderia o noivado da minha Hermione

 

E novamente as lágrimas tomaram meus olhos.

 

* * *

 

Orgulho. Sangue. Medo. Escolhas. Eram palavras que cabiam muito bem em seu vocabulário normal. Entrou na mansão escura ansioso com as novidades. E essa sensação não era muito normal vindo dele. Ele normalmente não demonstrava nenhuma reação.

 

Ele dignava essa forma de atuar pelos anos em que seguiu sendo um espião. Ele não havia nascido para ser o herói. Não passou a infância escutando contos sobre dignidade e seus pais não exigiam que dissesse a verdade. Não cresceu para sentir piedade e foi educado por um sádico que sentia um prazer intenso em machucar o filho quando o mesmo não correspondia suas expectativas. E novamente o medo.

 

Draco passou pelas pesarias antigas e destruídas pelo o incêndio que Narcissa Malfoy provocou na mansão após a morte do marido e que quase levou a sua própria morte.

 

Não havia tido tempo para sonhos e diversão após a guerra. Ele não era um dos heróis e a terrível marca no seu anti-braço esquerdo prova isso. Mas, ele havia pagado a sua divida. Desde o quinto ano ele trabalhava como espião arriscando sua vida dia após dia para no fim ter isso como recompensa.

 

-Sr. Malfoy Loly mandou a carta como o senhor dela ordenou – Disse a elfa domestica e ele sorriu sabendo que aquele pequeno ser era o que mais se preocupava com ele.

 

-Obrigada Loly – Falei com calma – Minha mãe já acordou?

 

-A Sra. Malfoy pediu para Loly fazê-la dormir, Loly não queria, mas Loly não podia desobedecer a sua senhora – Falou a elfa com as orelhas baixas e Draco lhe presenteou com um amargo sorriso.  

 

-Você não teve culpa, Loly – Disse Draco – Quando a Morgana chegar diga que eu estou esperando-a no meu escritório.

 

-A Srta. Tyler já o está esperando – Disse Loly e Draco a mandou preparar um chá antes de ir se encontrar com Morgana. Ela era a sua última esperança de ter uma vida.

 

~ Passado ~

 

O vermelho do crepúsculo era uma bela paisagem em um momento não propicio. Era uma bela cena para um casal de apaixonados, um encontro de amantes. Mas, assim como o anoitecer era uma hora propícia para um romance também era a hora que a morte escolhia para sair de sua morada e ceifar.

 

Só que a morte apesar de romantizada não deixava de lado a sua mascara de dramatização. Não havia beleza nesse momento. Não havia mágica, mas ela era irreversível. Adiada sim por aqueles que brincam de Deus. Mas, ela chega. Chega faceira. Pé ante pé. Pega de repente sem dá aviso. Pode ser esperada ou não, contudo é uma conhecida desconhecida.

 

Não há nada de bonito na morte de um velho vivido e menos ainda quando a vida é interrompida de modo bruto na flor da idade.

 

Não há beleza no sangue e os diversos feitiços que passavam pelo Beco Diagonal não eram fogos usados para embelezar o quatro de julho. Há heróis, mas eles não são tão importantes quando mortos. Os mortos não voltam, há não ser aqueles que temem o ceifeiro.

 

-Porra James! Que merda é essa! - Gritou Sirius se escondendo em um resto de parede tentando se proteger, tentando sobreviver mais uma noite.

 

-Eu não sei cara, eu não sei – Disse o outro se desviando de um raio verde. E as mães diziam desde cedo. Fujam dos raios verdes – Só sei que não vamos morrer. Não podemos morrer assim.

 

-Não podemos – Completou Sirius fechando os olhos. Não ele não podia morrer assim.

 

~ Futuro ~

 

O melhor profeta para o futuro é o passado...

Lord Byron

 

***

 

N/DJ*: Vou te falar... Nunca fui beta, mas por enquanto estou me divertindo AUHSUAHSAUH é interessante ler, poder opinar em alguma coisa (ainda não tive no que opinar, mas talvez eu tenha minha oportunidade xD) e xingar os personagens antes de todos.. xD Aquela carta do Ron me fez ter vontade de bater nele! Aliás que minha primeira reação quando li foi falar pra Maria Lua: ‘Essa foi cruel! Vou bater no Ron!’ Além de que ele se tornou arrogante e tudo mais... E a Hermione me pareceu triste, fiquei muito mal por ela! Mas o que estava me inquietando era: ‘Onde está Ginny Wesley e por que ela não está ao lado de Harry Potter?’ Bom... Eu já sei a resposta, mas como sou muuito intrometida queria saber algumas teorias de leitores. Então apertem aquele lindo botãozinho e soltem o verbo(?)! xP

 

[*] só aviso dessa vez o significado: Nota da Danda Jabur! O que? Sou uma beta com personalidade! AUSHAUHSAUSH Não é uma nota da beta.. É da DJ! xD

 

N/a: Ola meus amores!!

 

Pois é, uma fic um pouco fora do comum.

 

Eu sei que já muitas que tratam desse mesmo assunto, mas prometo que essa tem muitos quês a mais.

 

Então o que acharam?

 

Boa? Chata? Promete? Maravilhosa? Ruim?

 

Mandem reviews ta??

 

=****

 

 


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