Para Nina... escrita por UchiHaruAkasum


Capítulo 1
Para Nina...


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu postando uma one - shot de um livro pela primeira vez na minha vida, sempre escrevi fics do Naruto, mas realmente amei a historia desse livro (Perdida) e tive que fazer esse 'epilogo' espero que gostem e comentem, sofri bastante para escrever algo tão diferente! CUIDADO: Se não leu o livro fique avisado de que essa one tem muitos spoillers! Dito isso boa leitura e deixem reviews! Até a próxima!



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Para Nina...

Andava apressada pelos corredores na companhia de seu marido Rafa e de um sorridente Jonas, queria algumas explicações e o único lugar onde poderia obte – las era ali.

Entraram no cômodo e de imediato percebeu que havia algo de diferente, as paredes descascadas ainda eram decoradas com quadro pintados a óleo e a sua melhor amiga continuava a protagoniza – los com diversas poses e expressões, algumas que já estavam naquele quarto na sua ultima visita, outras que lhe eram novas. Porem havia um quadro em especial que lhe chamou a atenção.

Sofia com um lindo e volumoso vestido salmão, repleto de pérolas brancas na longa saia, os cabelos escuros estavam presos em um coque comportado com um lírio branco a enfeitar o topo, os olhos castanhos pareciam brilhar diante de tanta felicidade, enquanto um sorriso doce adornava o seu rosto pequeno, as mãos bem cuidadas estavam entrelaçadas junto de onde terminava o espartilho e começava a ‘gaiola’.

Nina sorriu vendo aquilo, sabia que aquele quadro era de Ian Clarke o homem que conseguira roubar o coração de sua teimosa e maluca irmãzinha. E se aquele retrato existia, estava bem claro que Sofia havia enfim encontrado o caminho de ‘casa’, como viera tentando durante os dois meses em que reaparecera no século vinte e um deixando o seu amado no dezenove.

– Sabe, Nina... se você não tivesse me contado eu não teria... quer dizer... como isso é possível? – A voz de Rafa soou tão espantada como a sua quando havia se deparado com aqueles quadros tantos dias antes, as provas concretas de que sua amiga não havia enlouquecido e de que encontrara o amor que tanto merecia. – Essa é a Sofia mesmo... mas parece tão diferente... tão...

– Feliz? – Indagou passando a mão levemente pelo contorno das mãos juntas dela, como se dessa forma pudesse toca – lá pelo menos mais uma vez.

– Sim... nunca a tinha visto sorrir desse jeito. – Concordou parecendo ainda um tanto confuso com aquela historia de viagem no tempo.

– É como se sorri quando se esta apaixonada. – Respondeu ainda sentindo seu peito doer um pouco pela saudade dela.

Suspirou e virou – se para analisar as demais pinturas, todas com a sua irmãzinha como modelo principal, Sofia agachada à beira de um rio límpido e cheio de vida, Sofia acariciando o focinho de um grande cavalo negro, Sofia cochilando em cima de um galho alto da arvore próxima a aquela casa, Sofia lendo tranquilamente o seu adorado livro ‘Orgulho & Preconceito’ sentada confortavelmente em um sofá antigo e cor de vinho...

– Caramba... esse cara não cansa de retrata – lá? – Rafa não pode deixar de dizer enquanto procurava entre aquelas pinturas alguma em que aquela louca viciada em trabalho não estivesse. – Nina... você precisa ver isso...

– O que é? – O tom de espanto na voz de seu marido a deixou preocupada, por isso adiantou – se com pressa para onde ele estava olhando espantado para uma tela um tanto ‘escondida’ em relação as demais. – Oh, meu Deus!

A paisagem em si era linda, um campo verde e extenso com uma estradinha de terra ao longe onde uma carruagem passava, o céu limpo e claro, o sol espalhando o seu calor sob todo aquele espaço exceto é claro embaixo da frondosa arvore de galhos imensos presente em um dos outros quadros também, aproveitando de sua sombra Sofia encontrava – se escorada contra o tronco grosso, o vestido lilás esparramado a sua volta, com um olhos fechados diante da leve brisa e um sorriso sereno no rosto, mas o que realmente chamara a atenção do casal foi o menino de aparentemente sete ou oito anos que dormia tranquilamente com a cabeça no colo dela. Os cabelos revoltos e negros como a noite contrastavam bem com a pele levemente coradinha e as mãos pequenas agarrando o tecido abaixo de si não deixou espaço para duvidas.

– Ela... ela teve... um filho... – Concluiu Nina sentindo seus olhos marejarem diante de tanta alegria, nunca havia imaginado que sua amiga tão contra casamento e filhos de fato se tornara esposa e mãe. - Eu não acredito, a minha irmãzinha teve uma criança...

– Sim. – Essa foi a resposta de Jonas enquanto estendia para a moça a carta lacrada com o brasão da família Clarke e com o seu nome no remetente. O papel estava levemente amarelado pelo tempo, mas ainda era possível ler a Janeiro de 1841 em um dos cantos. – Essa é a carta que Sofia deixou para você.

Com as mãos tremulas a garota a pegou e com a ajuda de Rafa quebrou o selo que por mais de 100 anos manteve aquelas palavras a espera da pessoa para o qual elas haviam sido endereçadas.

Para Nina...

Começava aquela carta com a letra rebuscada de sua querida amiga a fazendo sorrir inconscientemente como se a sentisse ali ao seu lado outra vez.

Acredito que assim que você notar a minha ausência, vai procurar por respostas na casa do Jonas, até por que se eu encontrei o caminho de volta para Ian, o futuro que vimos em sua antiga casa vai ser alterado.

Primeiro quero pedir desculpas por ir embora sem me despedir de você, mas aquela mulher (que descobri que era a minha fada madrinha) apareceu de repente pra mim e me deu a ultima oportunidade de voltar para 1830 permanecendo aqui pelo resto da minha vida.

Tão logo voltei, corri para Ian e fiquei muito triste quando vi a dor que o meu desaparecimento causou a ele, por isso não me arrependo mesmo de ter feito essa escolha, por que não quero que ele fique daquele jeito nunca mais e também por que é só ao lado dele que estou verdadeiramente em casa.

Gostaria que pudesse conhece – lo, eu mostrei para ele as fotos do seu casamento e (depois de ter parado de olhar para o celular como se fosse o próprio demônio encarnado por ‘pintar’ o retrato das pessoas instantaneamente) Ian realmente lamentou não poder te conhecer pessoalmente, já que você sempre foi a minha cúmplice e meia hora de conversa iria render uma boa cota de historias minhas...

Nina riu com gosto, imaginando como seria se de fato pudesse falar com aquele homem sobre as trapalhadas que Sofia já havia cometido na escola, em festas e até mesmo no trabalho... ah, teriam assunto para semanas...

Sinto tanto a sua falta Nina... mas acredito que você esteja muito feliz com o Rafa, por que apesar de ser daquele jeito mimado e birrento, ele te ama muito. Espero que tenha aproveitado a lua de mel apropriadamente e não só dormido como me disse que faria. Olha que eu quero sobrinhos hein?

Voltou a rir, olhando com doçura para aquele tão simples pedaço de papel em que estavam escritos todos os sentimentos de sua melhor amiga. Só ela para incentiva – lá a ter filhos quando nunca poderia conhece – los...

Como eu sei que você é muito curiosa vou te contar o que aconteceu desde que voltei isso é há mais de dez anos nesse tempo. Ian e eu nos cassamos com tudo que se tem direito até baile de noivado (onde me permiti usar aquela gaiola maldita que mais parecia um aparato de castidade, já que mantinha o Ian bem afastado de mim) e uma cerimônia formal onde ficamos horas de pé ouvindo o sermão do padre.

‘Você deve ter adorado isso!’ Pensou irônica, uma vez que Sofia não era do tipo que ficava quieta em um lugar por mais de dez minutos, era sempre ligada na 220V, deveria ter sido uma tortura e tanto, ficar ali parada ao lado do futuro marido sem poder agarra – lo e ainda ouvindo sermões antiquados diante de um bom numero de pessoas.

Mas quando tudo finalmente acabou Ian e eu começamos a nossa ‘lua de mel’ com bastante entusiasmo, (não vou te contar os detalhes, é melhor que imagine por si mesma), acordei na manhã seguinte e sorri ao vê – lo dormindo tão serenamente do meu lado, desde então essa tem sido uma das coisas que mais gosto na vida de casada. Acordar todo dia com ele agarrado em mim.

Elisa ficou super feliz com o casamento e nós duas nos tornamos ainda mais unidas, conversando sobre tudo, mas TUDO mesmo. Inclusive os detalhes práticos da gravidez (já que antes não pude oferece – los por não ter experiência no assunto).

Sim, você leu direito, eu Sofia Alonzo (Ou melhor, Clarke agora) a mulher independente, racional, que não esta interessada em matrimonio e muito menos maternidade, precisou voltar para o século dezenove para enfim casar – se e se tornar mãe.

Nina quase podia imaginar a expressão que sua amiga fez ao escrever aquela parte, era uma grande ironia do destino mesmo, alguém tão despreocupado com o amor acabar enroscada em a um rapaz do século dezenove daquele jeito. Ávida por mais informações sobre o filho de Sofia, voltou a ler se emocionando e sorrindo mais a cada linha.

Elisa ficou radiante quando soube que ganharia um sobrinho e grudou em mim quase tanto quanto Ian que estava sempre eufórico e quase matou os empregados de cansaço ao faze – los ir atrás do médico voando a cada mal estar que eu tinha. Ele também sofreu bastante com os meus desejos impossíveis, afinal onde encontraria um sorvete de pistache coberto de baunilha em 1835? Mas contrariando todas as possibilidades Ian fez de tudo que pode e até ajudou Madalena a reinventar algumas receitas apenas para ficar o mais parecido possível com o que eu desejava.

De resto fiquei muito tranqüila e feliz a gestação inteira, mas praticamente entrei em pânico conforme à hora do hora do parto chegava, até por que ao contrario das mulheres daí de 2010, eu não pude contar com anestesia, ultrasom ou até mesmo uma mesa de metal esterilizada, não, tinha apenas o doutor Almeida com seus remédios de gosto duvidoso e a parteira que Ian chamou.

Passei o ultimo mês deitada em repouso absoluto e quando enfim as dores começaram quase me senti aliviada por finalmente poder conhecer o meu bebe e também sair daquela cama. A dor foi terrível, mas a escondi o quanto pude já que Ian estava bem ao meu lado segurando a minha mão, preocupado comigo e o filho. Dei tudo de mim e ao fim de um pouco mais de duas horas, estava acabada de tanto cansaço, mas muito feliz com aquele pequeno bebe nos meus braços, nunca vi Ian tão encantado quanto naquele momento, mas ele demorou praticamente um dia inteiro para toca – lo por medo de o machucar.

Nós o chamamos Jonh Clarke II em homenagem ao pai de Ian que era um homem justo e honesto, o tempo passou rápido depois disso e hoje ele já esta com quase seis anos, é um menino alegre, educado, fofo e muito elétrico (Essa parte sendo puxada de mim), sem contar que mesmo tão novinho assim já tem a sua cota de admiradoras igualmente pequenas, mas isso não me surpreende, afinal ele é muito parecido com o pai, puxou os traços firmes do rosto e os cabelos negros e revoltos, de mim mesmo só tem os olhos castanhos e ainda sim com alguns pontilhados de cor prata igual a Ian.

Jonh tem demonstrado a mesma paixão do pai por cavalos e desde os três anos de idade cavalga com elegância, então é bem provável que acabe continuando o negócio da família para a felicidade de Ian, que simplesmente adora os passeios que damos juntos, embora eu tenha me tornado tão capaz de me manter em cima de um cavalo sozinha quanto de escalar o Everest usando só as mãos.

Nina teve que rir com a comparação, afinal sabia o quanto Sofia era desajeitada para aquele tipo de coisa, para aprender sobre como usar programas de computador não havia melhor que ela, mas para aquilo...

Nesse meio tempo Elisa se casou com um rapaz muito simpático e educado chamado Lucas Guimarães, mudou – se para uma casa linda e enorme vizinha a nossa e esta grávida de seu primeiro filho, Ian e eu seremos os padrinhos da criança.

Teodora casou – se com Dimitri Romanov e desde então tem desfilado pela vila com um vestido mais deslumbrante do que o outro, parecendo sempre estar de bom humor, tanto que até parou de implicar com os meus modos (Que apesar de todos os meus esforços não mudaram muito, Ian dá graças a Deus por isso, pois segundo ele se eu fosse como as moças daqui não seria mais a sua Sofia). Madalena continua com a gente e parece cada dia mais contente com os meus elogios, companhia e é claro em mimar o Jonh, assim como o Gomes que esta sempre disposto a ensinar coisas novas ao ‘jovem patrão’.

Ah, lembra – se daquela garota que eu te falei? A Valentina?

Inconscientemente Nina concordou com a cabeça, lembrava de Sofia ter lhe contado sobre a bela moça que também estava apaixonada por Ian e como achava que talvez os dois acabariam se casando se ela não tivesse se metido no meio, estragando tudo.

Fico feliz em dizer que ela também encontrou o amor, um conde chamado Leonard Rise apareceu na vila algum tempo depois de Ian e eu termos nos casado e a viu, foi amor a primeira vista e ela esta muito feliz tanto que ouso afirmar que já nem se lembra de que um dia chegou a amar o meu charmoso marido.

Storm agora esta bem velhinho, mas ainda gosta de caminhar e faz questão de carregar Ian e eu ao nosso lugar favorito, onde apareci pela primeira vez, onde sumi poucos dias depois e onde retornei para ficar tendo desaparecido por dois meses inteiros.

Enfim, acho que é isso, resumi como estão todos por aqui, essa carta é para avisar que estou muito feliz e apesar da falta que sinto de você não me arrependo de voltar para 1830, por que foi aqui que descobri o que era estar viva de verdade, o que é amar e o que é ser mãe. Estando ao lado de Ian e do nosso Jonh não preciso de mais nada. Espero que seja assim com o Rafa pra você também. Amo muito os dois e desejo que sejam muito felizes.

Da sua eterna irmã Sofia Clarke.

As lagrimas vieram aos seus olhos antes que pudesse impedi – las, sua amiga encontrara a felicidade, ela passou o resto da vida ao lado do homem que amava e tivera um filho com ele, Sofia havia feito a escolha certa.

– Cara, essa maluca tinha que se apaixonar justo por alguém tão... distante? – A voz irônica de Rafa a fez notar que estava com o rosto encharcado de lagrimas. – Nina você esta bem?

– To, eu só... me sinto muito feliz, apesar de nunca mais poder vê – la estou muito feliz por ela. – Disse secando o rosto com o lenço que Jonas lhe ofereceu. – Muito obrigada por me entregar essa carta, significa muito pra mim.

– Sei que sim. Ela viajou por seis gerações para enfim encontra – lá. – O rapaz contou sorrindo feliz. – Sofia é muito importante para a minha família, por isso não foi trabalho algum.

Depois de muitos agradecimentos e despedidas, o casal refez o caminho pelos inúmeros corredores da casa sendo guiados pelo descendente de Elisa que não parava de sorrir.

– Foi realmente um prazer recebe – los, voltem outra hora se puderem, meu pai conhece algumas historias engraçadas sobre a Sofia. – Disse Jonas à porta enquanto apertava a mão dos dois.

– Apareceremos sim. E mais uma vez obrigado por tudo. – Nina disse ainda abraçada na carta e ao lado de Rafa que segurava o quadro onde sua amiga e o filho estavam retratados, aquele era um dos presentes que Sofia lhe deixara.

Ela só não fazia idéia de que ao atravessar o portão da propriedade daria de cara com outro presente, um que nem ao menos esperava encontrar, uma moça de longos cabelos castanhos e olhos azuis claros passou pelo mesmo portão, o rosto, a cor do cabelo e aquele jeito de andar não deixaram duvidas, ela era uma descendente de Sofia.

– Alguma coisa errada? – Indagou Rafa depois de ter acomodado o quadro no banco de trás do carro, estranhando o olhar vidrado da esposa em direção a casa que acabaram de deixar.

– Não, esta tudo bem. – Respondeu entrando no carro com um sorriso estranho no rosto. – Esta tudo bem agora.


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Notas finais do capítulo

E é assim que eu imaginava o final do livro! A Nina tendo certeza de que sua tão querida e maluca amiga encontrou o caminho da felicidade e não se arrependeu disso! A moça passando por ela no final, só reforça a ideia de que sua amiga não 'morreu'. Espero que tenham gostado! Beijos e até a próxima!



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