Fireflies escrita por OnlyGirl08


Capítulo 6
Um Bilhete


Notas iniciais do capítulo

Sem delongas, boa leitura!



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Sam! Aguente mais um pouco seu irmão. Seja compreensiva... –só acenti com a cabeça. Derrotada, voltei o mesmo caminho que comecei. Da estaca zero, já sabia a desculpa perfeita que iria dá, seria Carly Shay. Assim que reconheci o corredor, vi que a porta da cabine estava entreaberta, fui devagar e vi Nathan encostado na janela com a jarra na mão

–O que vai fazer? –disse entrando na cabine, ele sorriu, me chamando com a cabeça para mais perto.

–Aprecie! - Ele tirou o pano da jarra e as estrelas saiam calmamente, quase dançando, o seu movimento fazia um barulho gostoso, tranquilo. Elas saiam pela janela em uma fileira organizada e ficou voando perto do trem sob o céu.

–Feche os olhos, pense em algo e os abra. –ordenou baixinho Nathan. E fiz, fechei os olhos, pensei e os abri. As estrelas se movimentavam rapidamente, a musica, me arrepiou, tocava como sininhos, a musica que minha vó cantava para eu dormir, o ritmo era tranquilo, e uma forma começava a surgir no céu com a junção das estrelas, se formava os olhos de Carly, não esquecia aquele lindo formato, eles piscavam, sabia que ela sorria, porque quando Carly sorri seus olhos ficavam daquele jeito, mais puxados e mais brilhante. Agora no momento, dourado, pelo brilho das estrelas, mas era perfeito e era reconfortante, olhava para aquela coisa brilhosa, com lagrimas nos olhos, tentei gravar essa imagem na minha mente, caso não voltasse para casa, não voltasse para aqueles olhos. Estendi minhas mãos para Carly, mas acabou. As estrelas voaram para longe, levando aqueles olhos reconfortantes. Desabei-me no sofá em que dormia, com as lagrimas escorrendo dos olhos. Não tinha mais emoção, não era feliz, nem triste. E sim sem expressão. Olhei para Nathan que olhava para a janela maravilhado e estendeu a mão para pegar algo de lá. E um pequeno brilho em suas mãos cintilava o quarto.

–Acho que gostou de você! –Nathan disse aproximando a mão com o pontinho que parecia uma bola de gude media .

–Oi. –sorri e a estrelinha voou em minha volta pousando no meu ombro, era tão gostoso ela ali, parecia a Carly, parecia o conforto da Carly como uma bolinha.- Vou te chamar de Carlinha. –a bolinha dourada se aproximou do meu nariz e se agitou na frente dele fazendo cócegas. Nathan sorriu.

–Acho que ela gostou! –ele a observou andando perto do meu rosto, era como se fizesse carinho.

–Ela tem vida? –disse olhando o brilhinho perto de mim

–Tem emoções! –Nathan disse abrindo a mão e acariciando-a depois que a mesma pousou nas mãos dele. –Estrelas cadentes são as mais belas e emotivas que existe!

–Achei que estrelas cadentes realizassem desejos...

–Não é bem isso.Elas te dão o que querem, da forma que precisam. E essa em particular gostou do que mais deseja... A musica, os olhos...?

–Era minha melhor amiga! –Sorri com admiração. Nunca joguei para esse lado. Achei que estrelas realizassem desejos, mas não, elas nos dão o que pedimos de uma forma que precisamos, e as vezes não como queremos. Queria Carly comigo, ela saberia exatamente o que me falar, como me orientar. Mas aqueles olhos me deram força, e essa estrelinha, é como se tivesse a presença de uma Carly muda.

–Me perdoe... –disse depois de um tempo olhando o pontinho dourado, que agora parecia repousar na cama de Nathan.

–Eu que peço desculpas, por... apressar. –ele disse coçando a nuca envergonhado. Suspirei.

–Certo...

–Quer alguma coisa? Ainda não tomei café! –ele se levantou

–Não. Estou sem fome. Vou ficar com a Carlinha um pouco! –ele sorriu e saiu da cabine. A estrelinha pousou em meu colo.

–Sabe o que é mais engraçado... –disse a bolinha dourada em meu colo – que eu pensei num jeito de sair daqui. E os olhos da Carly apareceram...e você. Eu não entendo. Mas...tudo bem. Estou ate melhor. Mas, não vou desistir de tentar sair daqui sozinha. Porque se eu ficar com o Nathan vai ser pior... –era ridículo falar sozinha, mas me sentia bem. – Vai vir comigo? –perguntei, e a bolinha começou a fazer cócegas na palma da minha mão. –Vou aceitar isso como um sim. Hum... –disse me deitando no sofá, de frente para a janela, estava bem azul o céu. As nuvens brancas flutuavam graciosas no ar. Estava tão quieto que ouvia os trilhos rangerem por causa do trem.

A tarde se arrastava, Nathan já havia voltado, mesmo não pedindo nada me trouxe um pedaço de bolo. Eram quase sete horas da noite e ele tomava banho, eu estava nervosa, ele ficaria furioso comigo, mas era necessário. Peguei seu caderno onde tinha um desenho meu e arranquei uma folha, peguei uma caneta e me apoiei na mesinha que ficava na parede da janela.

“Nathan,

Obrigado por tudo. Sei que aceitar vir para cá, só para me proteger foi muito generoso. Mas não posso me demorar aqui. Não estou agindo como minha vó, mas se ela conseguiu sair sozinha, também consigo. Não sinta raiva de mim, é ate melhor para você. Assim não corre perigo. Peça desculpas ao seu avô, ele foi um homem esplendido, e pelo que conheço minha avó, ela é igual a mim, ela o ama.

Mais uma vez obrigado.

Me perdoe...

Sam.”

Dobrei e guardei na mesma pagina do desenho e guardei o caderno de volta.

–Voltei! –Nathan entrou na cabine, irradiando minha visão.

–E como voltou! Esta um gatão! –ele sorriu satisfeito e deu uma volta bem sexy. Ele vestia um belo terno preto, o cabelo de lado com ajuda do gel. Os braços foram bem vistos quando ele tirou o blazer e mostrou a blusa social branca. “Nossa, que deus é esse!” Uma garota que passava pelo corredor disse supostamente para sua amiga ao lado. As duas vestidas para o baile.

–Não vai se arrumar? –Nathan evitou o ultimo comentário.

–Vou! –peguei minha mochila e a sacola de roupas e fui para o banheiro. Estava vazio o banheiro, entrei no boxe e tomei uma relaxante ducha morna, estava nervosa, não sabia nem onde esse trem pararia... Não! Tenho que pensar em Carly...em Pam! Tomei meu banho e vesti a roupa, abri a mochila e peguei meu estojo de maquiagem e de higiene. Pronto! Sai do banheiro e caminhei de volta a cabine, Nathan brincava com a Carlinha.

–Vou levá-la! –disse

–Tudo bem... Ai meu Deus! –ele disse me olhando – esta... linda. –ele me olhava me comendo pelos olhos

–Só não baba, ta! –disse fechando sua boca com uma mão, e jogando o saco vazio no sofá. Carlinha voou ate esta na minha frente, -Pode ir comigo sem sumir da minha vista? –disse com a voz mais doce do mundo. A bolinha dourada voou agitada e foi chegando perto da minha mão, a estendi e como mágica Carlinha criou como se fosse braços algo e se enlaçou no meu dedo como se fosse um belo anel dourado. –Obrigada... –disse olhando o anel.

–Vamos? –Nathan olhou para um relógio que ficava na cabine e me encarou feliz.

–Er... Tudo bem. –disse firme. O segui ao seu lado. Andamos o imenso corredor, e vi uma grande placa com letreiro de neon escrito “Independência” ,piscava sem parar, embaixo da grande placa havia uma abertura de porta, adentramos e descemos uma escada de madeira, como era possível? Os trilhos? E quando me dei conta estava num imenso salão de festas. Cheio de pessoas chiques, mesas redondas com forros vermelho escuro e bronze. Tinha uma jarra com frutas estranhas, uma delas era aquela rosa com pintas verdes que Sam vira. Uma banda tocava instrumentos clássicos, uma musica suave e calma, típica festa de rico, algumas faixas foram pendidas com frases, tipo “Eterno Maison...”, “A inteligência, vence a magia.” “Antes da força bruta, veio a coragem!”

–O que significa isso? –disse olhando os cartazes

–Maison Smooph (N.A. lê-se Esmufe.kkk), era o camponês que teve a coragem de enfrentar as pessoas de Nigthmare Tonw, ele que conseguiu a liberdade de Fireflires. Se tornou o primeiro rei. E o melhor... Foi o homem mais inteligente que já vi.

–Hum... Olha, comida! –disse indo em direção em uma longa mesa, cheio de aperitivos deliciosos.

–Ora quem eu encontro nesse trem! Focinho! – Ah, mais não pode ser... Gibby?!!!! O que essa bola faz aqui?Ou... não é ele.

–Ora, Julius! –Nathan o abraça como se fosse um amigo de infância

–Como você esta cara e... quem é sua amiga? –Gibby sorri para mim.

–Ah, essa Sam. Sam esse é Julius!

–Prazer... –ele beija a minha mão e me encara sorridente. –Muito prazer mesmo!

–Ata... –disse Nathan –O que faz aqui?

–Vou para o centro de Fireflires... –ele disse tristonho

–O que houve dessa vez?

–Minha irmã... Os guardas, a viram com Pedro... A levaram... –ele parecia muito chateado

–Isso tem que acabar! –Nathan estava furioso.

–O que houve? –disse

–Depois focinho te explica, é uma festa, e o reino esta aqui! –ele disse tomando um ponche

–A rainha esta aqui? –Nathan repetiu.

–Sim! Com os dois filhos também!

–Ta brincando comigo, né? –Nathan parecia nervoso

–Relaxa... eles não vão aparecer ate as dez aqui! –Julius disse calmo

–Ata... Só um instante! –Nathan disse me puxando para um canto

–O que ? –disse nervosa já.

–Temos que sair.

–Eles não sabem que eu sou ! Nathan acredite! Vou ficar no canto numa boa, voltamos para a cabine e ficamos por lá, não vai ser necessário sair! –disse, ele não pode inventar de sair e ir comigo, só da meia noite eu vou embora e o deixo em paz.

–Está bem! –ele parecia aflito –só quero seu bem! Não quero que te aconteça nada, mas acho que fugir não é necessário no momento!

–Isso! –concordei afagando suas bochechas. –Agora vou sentar ali no canto e você vai pegar um bom prato de petiscos pra mim! –disse apontando para o outro lado do enorme salão

–Tudo bem! –ele sorriu mais tranquilo. Sentei e tentei pensar, oque faria agora? Não, continua tudo como planejado.

–Não disse que ficaria linda! –Ivy disse ao meu lado

–Oh, oi Ivy!

–Olá!

–Obrigado, também esta fabulosa!

–Não esta sozinha né?

–Não... Quer dizer, mais ou menos!

–Entendi, não vai dança?

–Essas musicas não são muito agitadas, e não estou com vontade! –disse sorrindo.

–Olhe... –ela sussurrou e sentou ao meu lado na mesa –Alguém mandou lhe entregar isso! –ela sorriu e se levantou

–Ate logo! –ela me deu um beijo na testa e saiu. Abri o bilhete com a caligrafia impecável

“Queria lhe ver por uma ultima vez...

Jack”

Olhei para os lados, e parecia que Julius entreterá Nathan no meio do caminho, não queria ir, mas ao mesmo tempo ...queria! Me levantei e caminhei ate a saída do salão.

–O ultimo vagão é aonde? –perguntei a um senhor que parecia levar uma bandeja para a festa

–Vai seguindo reto!

–Obrigado! –Caminhei ate lá, estava nervosa. –Me ajude... –sussurrei para Carlinha que deu uma mexidinha como resposta. Me senti melhor. Passei por vários vagões, passando por varias portas, ate ver um ‘49’ o ultimo vagão. Adentrei e vi um carinho onde ficava os animais dos donos, e lá no final tinha uma porta aberta, logo vi uma figura ruiva, muito bem vestido.

–Sabia que viria! –ele sorriu para mim, fiz o mesmo. –Olha isso! –ele me chamou. Andei em sua direção e vi alguns animais dormindo tranquilamente em suas gaiolas e caixas. Ele segurou a minha mão fazendo-me passar pela ultima porta. La tinha uma pequena varanda, fui com medo de cair do trem, mas Jack segurou minhas duas mãos na grade de madeira. E finalmente pude ver a maravilha a minha frente. O céu, escuro e gélido. Voando sobre os trilhos que rangiam com a velocidade do trem. Era maravilhoso, emocionante.

–Isso é demais! –disse encantada. O vento super rápido e frio batendo no meu rosto e bagunçando meu cabelo, isso nem me incomodou.

–Erga as mãos! –ele disse alto, as levantando com suas próprias mãos. Começamos a gritar de alegria e adrenalina. Parecia que eu voava.

–Pronto... acho melhor sairmos daqui antes que alguém nos veja e ache que somos malucos! –ele disse se ajeitando e rindo. Fazia o mesmo

–Isso foi...incrível!

–Sabia que ia gostar! Que tal sentarmos em frente a saída? –acenti, ele pegou um baú velho e o colocou de frente a porta. Nos sentamos e olhava a noite distanciar a minha frente.

–É lindo. –disse quase para mim mesma.

–Eu sei... –ele encarava a noite também. –Por favor... não vai! – olhei assustada

–Como, como sabe que...?

–Consigo te entender... não sei, mas quando a olho, é como se visse o reflexo de outra pessoa... –ele me encarava pensativo.

–Ora, isso é estranho! –disse rindo

–Certo... –ele sorriu desistindo de tentar descobrir. –Eu tenho algo a anunciar ao baile, e queria que estivesse no meu lado...

–Er...eu não sei! Acho que não posso!

–Seu primo não vai se importar, tenho certeza! –sorri para ele.

–Não é bem assim...

–Olha, entendo... pode pelo menos torcer por mim? –ele sorria envergonhado pelo pedido

–O que vai fazer?

–Quero que seja surpresa. –Ele me encarou, o fitei com certo respeito, não entendi o porque. Nunca tratei ninguém com respeito.

–Acho...melhor...NÃO! –Gritei, quando senti que ele se aproximava de mim para um beijo. Ele se assustou e se afastou quase que caindo do baú. –Desculpe... é que... eu não posso...

–Ah! Esta com alguém? –ele disse se recuperando do susto. Me senti tão ridícula. Não sabia o que dizer.

Vamos, Sam! Pensa em algo!

–Sim... –disse muito insegura, droga, porque não to conseguindo mentir direito para ele.

–Claro. –ele se levantou.

–Espera, não estou com ninguém... mas amo muito alguém... –Acabei falando uma coisa verdadeira. Não sei se é pior vê-lo não acreditar na minha mentira ou ele acreditar na minha verdade... Acho que a segunda.

–Entendo... –ele suspirou.

–Acho melhor eu voltar... Pro salão.

–Ah claro, me perdoe... Pode ir.

–Não vai? –disse me levantando e caminhando ate a saída

–Já vou... –ele se sentou e retornou a olhar o céu. Sai péssima, não ligo para os sentimentos dos outros, acho que por três fatos. Primeiro, por ele deixar extremamente claro que ficou ferido, o que não é comum. Segundo, por eu saber o que é ser não correspondido. Terceiro, por me sentir tão bem com ele. Como se tivesse algo em seus olhos que me fazia bem.

Eu não conseguia entender isso direito, mas significa algo, com toda a certeza.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que estão achando do Jack? Ein, ein!? haha



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