Rosas e Espinhos escrita por Miiou


Capítulo 4
Capítulo 3 - Abordagens


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Capítulo 3 – Abordagens


     Esse episódio que vou comentar aconteceu no meio de meu quarto ano, em uma aula de trato de criaturas mágicas.

     Era dia 26 de outubro, aniversário de Lily.

     Mas antes, é melhor eu esclarecer algumas coisas.
     Desde meus últimos relatos, comentei como conheci Malfoy, como sou apaixonada por meu primo, James e que sou uma grifinória e Alvo um sonserino.

     Pois, depois daquele dia – meu primeiro dia – pareceu se instalar umas certas ideologias. A primeira era que Malfoy decidiu me marcar como seu objeto de reprovação, o que me transformou em sua inimiga mortal. A segunda foi que Alvo podia ser da Sonserina, mas nós o tratávamos como se fosse um grifinório. No meu segundo ano, minha prima Lily e meu irmão Hugo entraram para Hogwarts, não foi muito diferente, nosso grupo se baseava em nossa família, é claro, sem contar com o Quinnity, amigo inseparável de James.

     Então, voltando para minha história.

     Era um dia frio, em outubro o inverno já se instalava. Os dias cada vez ficavam mais nublados e o clima mais gelado. Eu gosto do frio, gosto quando minha respiração se vê exposta pela umidade, revelando mais facilmente minhas batidas cardíacas. Gosto de ver a neve cair, de ver a água se tornar em gelo e se aglomerar, pintando o alaranjado - que uma hora foi do outono – e anunciando a estação que mais me promove esperanças. Sim, minhas estações favoritas são o outono e o inverno, o que de fato é estranho, as pessoas costumam falar que sou um sopro de vida, que revelo calor e cores, meu nome é Rose, tenho cabelos ruivos e olhos azuis, se fosse procurar me camuflar em uma paisagem, procuraria uma praia, mas as pessoas nem sempre são o que parecem ser, não se deve julgar um livro pela capa. Eu descobri isso alguns anos depois.

     Como ia dizendo, estava frio, todas as pessoas apertavam os cachecóis contra os pescoços e levantavam as golas das camisas, a aula de trato de criaturas mágicas eram nas plantações de Hagrid, perto da floresta proibida – que hoje em dia, não é mais proibida – , por isso, nós ficávamos expostos ao frio descaradamente.

     Hagrid estava nos explicando a nossa tarefa que faríamos na aula, me parecia uma coisa bem simples, apenas tínhamos que entrar na floresta e procurar uma planta especial para alimentar unicórnios, a questão que nos devia deixar animado é que, segundo Hagrid, ele só tinha escondido duas dessas plantas especiais e raras, a dupla que achasse primeiro iria ganhar uma caixa com sacos de feijãozinhos de todos os sabores. Claro, ninguém ficou extremamente animado, talvez Alvo, por que sei como ele era guloso e gostava desses feijões.

     Foi muito inconveniente, Helga e Caroline decidiram fazer dupla juntas, pensei em convidar Alvo, mas ele já tinha feito dupla com um sonserino, quando dei por mim, não tinha mais ninguém com quem eu poderia fazer dupla. Claro que fui relatar esse imprevisto para o professor.

     - Bem Rose, - Hagrid sorriu para mim, uma vez ele me falou que era muito amigo dos meus pais no passado, depois disso ele passou a me tratar como se eu fosse à reencarnação de mamãe e papai – se você não tem dupla, então creio que terá de tentar fazer isso sozinha. – então se aproximou mais de mim e sussurrou – se eu fosse você, procuraria perto da caverna.

     - Espere professor! – Jasper Zabini falou – Acabei de ver que Scorpius esta sozinho, poderia fazer dupla com a Weasley. – depois virou para o Malfoy e mandou a ele um sorriso que eu considerei extremamente falso.

     Pela careta que o Malfoy fez, deu para perceber que as intenções de Zabini não eram as melhores. Me lembrei que a alguns dias atrás ouvi pelos corredores um boato de que Malfoy tinha tido uma grande discussão com Zabini, aquilo devia representar algum tipo de vingança, claro que não me aprofundei para saber os motivos.

     Fiquei um tempo refletindo sobre isso, então eu me lembrei, lembrei que eu era o motivo da vingança e isso fez meu rosto arder de raiva, eu podia ser uma coisa tão desagradável para o Zabini me usar como vingança de uma discussão besta que eu nem saber de que se tratava sabia.

     Hagrid contorceu o rosto, a turma toda parecia esperar uma reação, por fim, ele pareceu pensar pelo seu lado profissional, mas com muito pesar.

     - Certo. Bem, certo. – falou – Herm... Quer dizer, Rose, faça dupla com o Malfoy se ele não tem uma.

     Contorci a face em uma careta.

     - M-mas... Professor! – implorei.

     - Sem mas. – falou, fechando a conversa.

     - Esta bem. – soltei um muxoxo e me arrastei para o lado do Malfoy de cabeça baixa, ele fez uma expressão de indiferença sobre o meu estado deplorável.

     O professor nos deu algumas recomendações e depois nos dispensou para começarmos a tarefa. Logo após ele falar, Malfoy se virou e saiu caminhando para a floresta proibida, totalmente descontraído. O segui apertando o passo, quando estava ao seu lado, eu falei.

     - Qual é o seu problema? – fiz uma cara de incredulidade.

     - Bem, se quer mesmo saber... – ele parou de andar de repente, quase me esbarrei nele – Começa com “Wea” e termina com “sley”. – falou com sarcasmo.

     - Você também não é nenhum mar de rosas para mim. – revirei os olhos – e para onde pensa que está indo? – perguntei quando ele voltou a andar.

     - Estou indo para o meio da floresta, dah, garota idiota. – falou.

     - Ora, seu... – comecei a sentir minha cabeça esquentar denovo.

     - Desculpe? Lindo? Gostoso? Perfeito? Sei que sou isso, não precisa dizer. – sorriu pra mim com escárnio.

     - Eu ia dizer algo como desprezível ou idiota. Enfim... – segurei seu braço para ele parar e aquela sensação de choque estranha percorreu meu corpo – Hagrid me falou que eu procurasse na caverna, e é para lá que eu pretendo ir.

     - Você esta se referindo aquela caverna que era cheia de aranhas gigantes? – perguntou tão displicente que se estivesse perguntando sobre o tempo seria no mesmo tom.

     - Ora, vamos. Você deve saber que tiraram elas de lá a séculos.

     - Hm, claro que sei. – ri, dava para notar como ele realmente não sabia.

     - Vamos logo então, Bonequinha de porcelana.

     - Como é?! – falou quase gritando.

     - Nada, senhor aplique. – depois soltei uma gargalhada e aprecei o passo. Não me atrevi a olhar para trás, mas sabia que ele devia estar vermelho.

     Quando chegamos à frente da caverna não havia ninguém. O espaço era como uma clareira, aberto e iluminado, a neve brilhava cristalina, uma coisa estranha, pois nenhuns dos outros locais nos arredores do castelo tinham neve, na verdade nem havia nevado ainda, pelo menos eu não cheguei a ver, bem mais à frente tinha a entrada da caverna.

     - Vem, vamos ver onde esta essa coisa e sair daqui!

     - Ta com medo Waesley? – riu da minha cara assustada.

     - Claro que não, idiota! – mas eu estava um pouco assustada.

     - Ta. Então entra ai primeiro, não é você a grifinória? – sorriu aquele maldito sorriso sarcástico dele, eu odiava aquele sorriso.

     Eu estava ao seu lado e com meu enorme orgulho me segurando para não cair de medo, dei o primeiro passo, me revelando ao céu. O sol estava alto e forte, seus raios penetravam fortemente minha pele clara e banhavam meus cabelos cor de fogo. Parei para inspirar um pouco do ar gelado e expirar o bafo úmido, isso me deixou mais convicta; virei-me para Malfoy, que de uma maneira estranha ficou me encarando, uma expressão de espanto estampada em seu rosto fino, seus olhos me capturando, olhos espelhados que não revelavam nada. Abaixei-me um pouco, hesitante, e apanhei um punhado de neve, ele estava tão imerso em pensamentos que não notou o meu ato até receber uma bolada na cara, que se esfarelou por seu rosto e deixou seus cabelos molhados.

     - Ei! Qual o seu problema garo... – ele parou, deve ter percebido que eu nem estava ouvindo o que ele disse de tanto que eu estava rindo, quando parei de rir, o encarei, ele estava com sua expressão nublada de sempre, o que me fez fechar a cara.

     - Você também vai, se for pra eu morrer, você morre junto.

     - Ah, claro. Tudo isso por uma nota boa, não é? Tão típico de você, Weasley. – falou com seu tom de sarcasmo tão comum.

     - Você só sabe ser sarcástico, é? – ele já estava abrindo a boca quando eu o cortei – quer saber, eu não quero saber, vamos.

     Simplesmente peguei seu braço, ignorei os espasmos e o carreguei até o meio da clareira, onde ele se soltou de mim.

     - Ta, pode me soltar, eu sei andar sozinho. – engoli um insulto.
     Continuamos a andar, até chegar à frente da caverna, onde quem entrou primeiro, é claro, fui eu. Quando tinha dado meu quarto passo, ouvir um Malfoy hesitante falar.

     - Você quer mesmo continuar? – perguntou, um pouco sem jeito.
     É claro que eu reparei que ele também estava com medo, mas eu não queria jogar o feitiço contra o feiticeiro, eu não me queria rebaixar ao nível dele.

     - Claro, vamos. – falei simplesmente, dando de ombros e virando.

     Continuei a andar para o fundo da caverna, não me atrevi a olhar para trás, fiquei procurando por vestígios de uma planta, sabia que o Malfoy não tinha me deixado para trás, conseguia ouvir sua respiração quase em minha nuca e seus passos pesados. Depois de alguns minutos andando em silencio, percebi que não existia possibilidade de Hagrid ter escondido uma planta tão longe. Parei abruptamente, nesse ato, um corpo alto se chocou ao meu e quase perdi o equilíbrio se um braço não tivesse me segurado pela cintura e impedido. Saquei a varinha, “lumos”, soltei um grito.

     Bem na minha frente, quase colando em meu nariz, havia uma enorme e pontuda estalagmite, pulei para os braços do Malfoy e logo depois me soltei dele o empurrando.

     - CUIDADO! – ouvi Malfoy gritar, antes de olhar para trás e me deparar com um abismo.

     Foi tudo muito rápido, uma hora eu estava me vendo escorregar e outra hora me sentir ser imprensada por dois braços bem fortes. O chão desapareceu e eu senti a pressão do vento em meus ouvidos, não consegui raciocinar direito, apenas me apertei mais ao seu corpo, o envolvendo com meus braços.

     Depois o banque.



     E o preto predominou.

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Notas finais do capítulo

Reviews, PLEASE! ;-;

Own, leiam essas minhas One-Shots!

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