Medieval Love escrita por Queen of Shadows


Capítulo 2
1- Bailes, surpresas e tapas na cara. Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Sei que sou do mal, mas é a vida.
Mas não deixem de comentar.
Não vou dizer quando irei postar o capítulo novo, mas vai ser rápido. Ou não.
Enjoy, kids xoxo
PS: LEMBREM DE COMENTAR, MEUS LINDOS



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– Katniss, acorde! Vamos, rápido! – Acordo com Anne gritando no meu ouvido.

Abro os olhos e me deparo com sua cabeleira ruiva em frente ao meu rosto, seu pequeno rosto delicado a dois palmos do meu parecia exasperado.

– O que foi, Anne? – Pergunto sentando-me ainda com muito sono, esfrego os olhos para tentar me concentrar nela em vez de apenas deitar e voltar à dormir.

– O QUE FOI?! Não me diga que você esqueceu, Kat!! – Ela falou me segurando pelos ombros.

– Esqueci de qu... Oh, não! – Jogo a cabeça para trás - Hoje é o baile? Aqui no palácio? Você está brincando comigo, não está?

Levanto apressada, não acredito que esqueci da droga desse baile, meus pais vão me matar se não estiver pronta às 7 horas em ponto. O baile será feito para todos os cidadãos do reino, de plebeus à nobres, todos virão. Passo as mão no rosto em forma de desespero, o que eu irei fazer?

– Sim, é sim. E sabe que horas são agora? 6 HORAS, KATNISS! Você só tem 1 hora pra ficar pronta. Você soube que Gale, príncipe de Navaia, futuro Rei e talvez seu marido está vindo, não é? Ouvi as criadas falando que escutaram a mamãe dizendo para o papai que essa seria a oportunidade perfeita para vocês firmarem compromisso. – Minha irmã fala a última parte com uma expressão de “sinto muito por nossos pais estarem estragando sua vida” ou era isso ou era “se você não ir agora, não irá ficar pronta”.

– Droga! Eu... Droga! Não acredito que mamãe continua com essa história, Anne! Eu já falei para ela milhares e milhares de vezes, eu não quero casar com Gale! – Esclareço levantando-me da cama enquanto desfaço minha habitual trança.

Olho-me no espelho do meu quarto, meus olhos estão inchados por conta do sono que ainda insisti e residir em mim. Meu cabelo está uma bagunça, mas não tenho tempo de arrumá-lo. Com certeza não pareço “A Princesa”, “A Futura Rainha de Helder”. Estou mais para “A Ovelha Negra da Família Real”. Droga, de novo! Amarro minhas madeixas pra que não molhem, tiro minha camisola de cetim branco e dirijo-me ao banheiro do meu aposento.

– Kat? Não quer que eu chame as criadas para que elas lhe banhem? – Anne pergunta sentada em minha cama.

– NÃO! Você sabe que as criadas, praticamente, me odeiam. Se eu as chamassem elas iriam correndo contar para mamãe que eu não estou pronta. Consequentemente, mamãe iria dizer muitas coisas a mim, eu me irritaria, e, bem, isso não seria bom. – Explico entrando na banheira com água morna, deveria estar quente mais cedo. Lavo meu corpo e peço a ajuda de Anne para esfregar minhas costas.

Anne, é uma boa garota. Era ruiva e tinha a pele branca como leite, igual a rainha, e possuía os olhos verdes do rei. Totalmente contraria a mim, que havia herdado a negra cabeleira do meu pai, e os olhos cinzas da minha mãe. Minha irmã era mais nova que eu 3 anos. Mas já conseguia realizar coisas que eu nunca esperaria ser possível. Ela é a dama da família, a boa garota para minha mãe. Eu, não. Anne sempre era a melhor para toda a família. Eu, não. Arrisco dizer que existe um certo ódio entre mim e a rainha, mas o que fazer quando você flagra sua mãe dormindo com o irmão do seu pai, seu tio, enquanto ele estava em uma viajem a Navaia para propor um tratado de paz entre os reinos? Os peguei no ato e Lilia Everdeen me ameaçou, dizendo que se contasse tudo à John, ela iria me exilar do meu próprio reino. Como ela iria fazer isso? Não sei, mas quando se trata da minha mãe tudo é possível. Então nunca contei isso para o meu pai. Tinha 8 anos na época, 12 anos depois ainda lembro exatamente da cena e da culpa que me invadia todos os dias desde que o Rei voltou para o Palácio.

Termino meu banho, enxugo todo o meu corpo com uma toalha de algodão e saio do banheiro. Dirijo-me à cama onde encontrei meu vestido deixado por Anne sobre os lençóis de ceda. Posso dizer que foi amor à primeira vista. Era um vestido sem alças, e ia até os pés. Era de um azul marinho lindo. Tinha detalhes dourados na parte do busto. Não era tão sofisticado pra uma realeza, mas não era tão simples para uma camponesa. Ele era acompanhado de um colar de ouro, com uma pedra azul, no mesmo tom do vestido. O vesti rapidamente coloquei meus sapatos e voltei para o espelho para tratar dos meus cabelos.

Olhei pela janela do quarto e o céu já estava escuro, deveria ser 18:40. Merda!

Trato de pegar rapidamente minha escova e arrumo meus cabelos. De uma forma inexplicável, consegui doma-los. Diria até que ficaram bonitos. Resolvi deixá-los soltos mesmo, não havia tempo para fazer algo mais sofisticado. Passo o perfume e sinto o cheiro de rosas no ar. Então, me olho no espelho. Os olhos inchados desapareceram, meus cabelos estavam alinhados perfeitamente e minha roupa impecável. Me superei dessa vez.

Dou uma volta em frente ao espelho e checo se está tudo bem com o vestido na parte de trás também.

– É agora, Kat! Você consegue, você tem que conseguir. – falo para mim mesma ainda olhando meu reflexo.

Viro-me e saio em busca do anel dado por meu pai no meu aniversário, ele é umas das coisas mais importantes para mim.

Começo a entrar em desespero quando não o encontro nas gavetas dos armários do cômodo. Não posso perde-lo! Então lembro-me que o usei na última visita à um dos reinos vizinhos, e quando voltei o guardei... na caixinha de madeira!

A caixinha era guardada dentro do meu armário, enrolado em um grande pano azul claro, sob minhas roupas. Ele era da Rainha Effie III, antecessora da minha mãe. Não, ela não é minha vó. É uma história complicadíssima, meus pais nunca me explicaram e eu também nunca perguntei, afinal não era da minha conta. Tá, talvez seja um pouco, mas eu tenho certeza que vai ser longa e chata, e se fosse muito importante meu pai já havia me contado.

Peguei a caixa que era do tamanho da palma da minha mão e a abri, e encontrei o meu amado anel. Quando fui pega-lo senti um papel em baixo dele, quase do mesmo tamanho do fundo caixa, tive um pouco de trabalho para tirá-la. Mas finalmente consegui, é uma fotografia. Há uma garota e um garoto nela, estão de mãos dadas, eles parecem bem amigos. Devem ter uns 6 anos, mais ou menos. E, então, noto o nome e o local da foto em seu rodapé.

Princesa Katniss Everdeen e Peeta Mellark, com 6 e 8 anos.

Lago das auroras, Reino de Fridgestic.

Sento-me na cama por tamanha surpresa, e encaro a foto. Eu lembro exatamente desse dia, foi um dos melhores dias da minha vida. Não sei como não o reconheci, mas faz tanto tempo que não o vejo! Faz uns 10 anos que não o vejo? Não tenho culpa se ele sumiu. Mamãe não quis me dizer para onde ele foi, papai também não me revelou nada. Essa foto me invadiu de saudades, nunca notei que sentia falta dele. Parei de pensar nele depois de dois anos que ele foi embora. Nem sei se ele está vivo ainda.

– KATNISS, MALDIÇÃO! - Annie grita na minha frente, me balançando.

Dou um pequeno grito de susto.

– O QUE FOI? – Grito de volta

– O QUE FOI?! As criadas vieram aqui te chamar e disseram que a porta estava trancada e que não conseguiram fazer você sair do quarto, elas disseram que bateram umas cem vezes na porta. Você não escutou?

– Não... – Respondo desviando seu olhar.

Ela olha pra foto em minhas mãos e pega rapidamente.

– Ei, isso é meu! – Tento pegar de volta, mas é quase impossível. Anne pode ser pequena, mas é muito ágil.

– Peeta Mellark, O Famoso Peeta Mellark?

– Me devolve, Anne, agora! – Falo conseguindo pegar a foto das suas mãos,

– Okay, estressada! Agora vamos descer, mamãe já deve estar furiosa com toda essa demora.

– Tá, vai descendo. Eu vou guardar isso aqui. – Levanto a foto – Diga a mamãe que já estou indo.

– Certo, mas não demore!

Anne diz e sai do quarto. Guardo a foto de novo na caixinha e a guardo no seu lugar de sempre.

Saio do quarto às pressa e chego bem na hora que os trompetes soam e a família real é anunciada.

Tomo minha posição e desço as escadas com uma música erudita ao fundo.

“Vossas Majestades, Rei John IV e Rainha Lilia. Sua primogênita, Princesa Katniss e, finalmente, a Princesa Anne com seu noivo, Finnick Odair.

Mamãe e papai chegam ao fim da escada primeiro, eles estão de braços dados e sorriem para os cidadãos enquanto ele os reverenciam. Anne está átras de mim, com um sorriso lindo no rosto. E Finn... espera, FINNICK? Ele voltou e NINGUÉM me avisou? Resolverei isso depois das cordialidades.

Finn era um ótimo jovem, e bem bonito para falar a verdade. Mas é uma criança sofrida, poucas pessoas sabem da sua verdadeira história. Quando éramos pequenos, Peeta, ele, e eu éramos melhores amigos. Fomos os únicos para quem ele contou tudo e juramos nunca contar para ninguém, isso incluía Anne.

Me concentro novamente antes que tropece e consigo chegar ao fim da longa escada de madeira sem pagar nenhum mico. Aceno para todos que, assim como fizeram com meus pais, me reverenciam.

A música muda para uma melodia mais calma e as pessoas passam a cumprimentar-nos, desde Lordes à plebeus comuns. Sou obrigada a ficar aqui com meus pais como responsabilidade de herdeira do reino, ao contrário de Anne que ia com Finn ao seu lado para o jardim do castelo onde dava para ter uma maravilhosa visão do céu estrelado.

Minhas bochechas já doíam de tantos sorrisos lançados.

Depois de milhares de pessoas cumprimentamos o Sr. e a Sra. Lairot e finalmente achei que estava livre para me divertir, mas ao longe consegui ver o Rei Luís e seu filho Gale Hawthorne vindo em nossa direção. Agora sim eu estou ferrada. Tenho que dar uma desculpa para poder sair daqui antes deles chegarem.

– Mamãe, papai, com sua licença, irei me retirar momentaneamente. – Falo já me afastando, mas minha mãe me puxa pelo braço.

– Porque? Para onde você vai? – Papai me pergunta.

– Er... hm... e-eu tenho que ir.... ao banheiro. Estou muito apertada, não para segurar.

Eles me olham desconfiados, mas a rainha solta meu braço.

– Volte rápido, ok?

– Ok. – E saio, inicialmente apenas com passos rápidos, porém começo a correr ao chegar na escada.

O único lugar que penso em ir é a biblioteca do castelo. Ficava no 5º e último andar do castelo. Ela continha arquivos importantes, então a sua entrada fora escondida para apenas a família real encontrá-la. Subo escadas e mais escadas até chegar em um salão retangular onde ficava vários e enormes quadros que retratavam todo os reis com suas magnificas rainhas e seus herdeiros. Uma pintura nos retratava, mamãe com Anne, ainda bebê em seus braços, e eu no colo do papai, sorrisos contagiantes e verdadeiros foram pintados. Sorrio ao lembrar do dia.

No salão, há uma estante com livros e um vaso de flor na última prateleira. Puxo o objeto e sinto o chão girar e de repente estou na biblioteca, onde milhões e milhões de livros foram meus companheiros durante vários anos. Ali também se encontrava o violoncelo e o piano pertencentes a mim.

Tocar (e ás vezes cantar) é a única coisa que realmente me acalma, então vou ao encontro do piano e me preparo para produzir uma música melancólica que eu mesma compus em uma tarde de chuva no outono. Me deixo levar pela triste melodia e fecho meus olhos absorvendo tudo aquilo. Não sei quanto tempo passou, mas apenas paro quando escuto Anne me chamando.

– Kat? Irmã? O que está fazendo aqui? – Ela me pergunta se aproximando e percebo que Finn estava atrás dela.

– Anne, você sabe que não pode trazer ninguém para cá não é? – Pergunto passando o olhar dela para ele.

– Eu sei, Kat, mas o Finn disse que você já havia trazido ele aqui quando mais novos.

– Traidor. – Falo.

Continuo com minha expressão séria, o que parece surpreender Finnick. Não aguento e começo a rir e corro para lhe abraçar.

Girl on fire! Quanto tempo!! – Ele fala ainda me abraçando forte.

– Estava com saudades do meu melhor amigo, cabeça de alga. – Digo e beijo sua bochecha.

– OK agora chega. – Anne fala fingindo estar emburrada.

Finnick ri, me solta e beija minha irmã apaixonadamente.

– Seus nojentos. Mas... como sabiam que eu estava aqui?

– Esqueceu que eu sou sua irmã?

– E que eu sou seu amiguinho? A gente te conhece melhor do que você mesma, Kat.

– Okay... e vocês vieram aqui para...?

– Bem nós temos uma surpresa, irmã. – Anne fala.

Ela vem até mim e me abraça de lado.

– Ah, se você pudesse fechar os olhos agradeceríamos. – Finn fala já se virando para abrir a porta.

– Não quero nem imaginar o que vocês aprontaram. – Falo divertida e me deixo ser conduzida cegamente pela minha irmã mais nova.

Caminho até onde parecia ser o lado de fora da biblioteca e sinto os braços de minha irmã me soltarem suavemente.

– Kat, pode abrir os olhos. – Escuto a voz suave de Anne atrás de mim.

Contei até três mentalmente, e abrindo os olhos lentamente...... minha surpresa não poderia ser maior.

– P-Peeta? Você....? – Retorço a cara em um misto de surpresa e emoção que parecem ter passado despercebidas aos olhares dos outros presentes na sala.

– Hey, Kat. – Ele fala sorrindo e se aproxima de mim o bastante para me dar um abraço. Quer dizer, para tentar me dá um abraço, já que antes disso minha mão atinge em cheio seu rosto com força, deixando a marca de cinco dedos em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

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