What If...? escrita por Miss Daydream


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma surpresa nada agradável


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!
Essa é minha primeira fanfic/história yaoi, então sejam bonzinhos comigo!
Bem vindos e aproveitem



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Coloco a jaqueta e penteio o cabelo, cansado.

Acabei chegando mais tarde do que havia planejado, ontem à noite. Esgueirei-me pelos corredores de Sweet Amoris e quase fui pego pelo menos três vezes. A minha sorte é que eu não ficava bêbado facilmente, ou com certeza não teria sobrevivido nessa vida de gatuno.

Foi um erro ter decidido sair no terceiro dia de aula, eu acho. Agora eu teria de lidar com a ressaca e a dor de cabeça, além de ouvir todo mundo falando. Dormi pouquíssimo ontem, e tomei um banho demorado demais, acabei me atrasando. Decidi que apenas almoçaria, e fui direto para as salas, porque sei que minha bolsa no colégio estava por um fio e que se a diretora acabar sabendo sobre esse pequeno atraso, estarei encrencado.

Saio correndo o mais rápido que consigo (o que não é muito, nas minhas atuais condições), e entro na sala uns três minutos atrasado. Sorte que a aula é do Prof. Faraize, e ele não se irrita muito com as coisas em geral. Mal me viu chegando! Vou para o meu lugar ao lado de Lysandre, no fundo da sala e ele me olha de um jeito estranho.

– O que aconteceu? – pergunta

– Bom dia para você também – digo emburrado – Eu estou ótimo! Obrigado por perguntar!

Lysandre apenas revira os olhos e me olha mais sério do que antes.

– Fale.

– Certo, eu saí ontem – bocejo – E cheguei mais tarde do que pretendia. Estou com uma puta ressaca agora. Feliz?

– No terceiro dia de aula?! – Lysandre fala um pouco alto demais e algumas pessoas olham para nós, confusas. Ele dá um sorriso torto e os intrometidos voltam a fazer o que quer que estejam fazendo. Lysandre fala mais baixo dessa vez – Caramba Castiel, você não muda? Ainda estamos no começo de setembro!

– E você está ficando cada vez mais careta sabia? – digo emburrado e me escondendo entre meus braços. Como está claro! – Me deixe em paz.

Ele não fala mais nada, apenas vira para frente e começa a anotar o que o professor está passando.

Sei que deveria fazer o mesmo, mas estou dolorido demais para pensar em qualquer coisa. Um tipo de névoa me envolve e vai tudo ficando mais calmo e escuro...

Adormeço.

Acordo com um cutucão nas minhas costelas. Levanto a cabeça rápido demais e me sinto um pouco tonto e uma pontada de dor atinge minha cabeça.

– O que é Lysandre?! – olho-o com raiva e ele simplesmente aponta para frente

A diretora acaba de entrar na sala e nos olha com aquela cara falsa de sempre. A sorte é que ela não me viu dormindo, faço uma anotação mental para lembrar de agradecer ao Lysandre depois.

– Bom dia – ela diz e alguns murmuram um “bom dia” em resposta. Um deles é o Nathaniel, que está sentado lá na frente sozinho, e de cabeça baixa. Sei que essa mulher já ferrou muito a vida dele. – Sinto em atrapalhar a aula de vocês, mas tenho um anúncio importante para fazer.

– O que será? – ouço Alexy sussurrar (ou melhor, tentar sussurrar) para Kentin

– Não faço idéia – o outro responde, tentando se fazer de indiferente, mas acaba saindo curioso

Armin mal se incomodou com o que está acontecendo. Está tão alheio jogando um de seus jogos que mal percebeu a entrada da diretora. Dou risada do que pode acontecer caso ela o descubra.

Observo Elizabeth conversar animadamente com Rosalya, e logo percebo o olhar da diretora sobre ela. Coitada, ela é bastante ingênua. Sorte que Rosa não é, e lhe lança um olhar discreto, então as duas olham para frente.

– Como sabem, este é o último ano de vocês, e acabamos recebendo muito mais inscrições do que imaginávamos – a diretora continua – Isso acabou nos trazendo um grande problema: O número de quartos por dormitório. Nós não temos o suficiente e nem infra-estrutura para construir mais a tempo. Então, ao observar a planta individual dos quartos, nossa equipe percebeu que os quartos são bem grandes para duas pessoas.

– O que?! – eu aumento a voz e todos olham para mim

Um burburinho começa a se formar, e fica claro que muitos de nós não gostaram muito da idéia da louca.

– Silêncio! – ela grita irritada e toda a classe se cala – Não são vocês que decidem isto! Eu estou simplesmente avisando o que será feito. Hoje à tarde, serão adicionados mais uma cama, mais um armário, mais um baú e mais uma escrivaninha a cada quarto. O padrão a partir de agora será esse.

– Ao menos poderemos escolher com quem queremos dormir – Dake fala e lança um olhar nada inocente para Lizzie, que cora violentamente

– Nada disso, senhor Dakota – a diretora diz – Os parceiros de quarto já foram definidos, e a lista está pregada ao quadro de avisos no corredor. Vocês poderão vê-la quando a aula acabar.

Novos protestos começam, dessa vez mais altos. Lysandre, ao meu lado, apenas observa a confusão, alheio ao que está acontecendo e parecendo estar a quilômetros dali. Os gritos indignados penetram na minha cabeça como agulhas e eu sinto que teria sido melhor não ter nem saído da cama hoje.

– Calem a boca! – grito com força, mas mesmo assim não há nenhum progresso.

Odeio ser ignorado e começo a me levantar para subir em cima da mesa, mas Lysandre me puxa, balançando a cabeça.

– Não vale a pena – ele diz – Fique quieto, faltam três minutos.

Enterro a cabeça entre meus braços e fico esperando. Posso ouvir a diretora tentando acalmar aquele bando de animais, sem progresso. Eu com certeza não quero dividir meu quarto. Não quero ninguém palpitando sobre minha organização, nem sobre horário que chego. Mas simplesmente não tenho cabeça para protestar nesse momento. Sinto-me tão cansado e começo a me arrepender de ter escolhido sair bem ontem à noite.

O sinal toca e observo as pessoas se acotovelarem para sair da sala e ver a lista. Alexy é um desses, provavelmente animado demais para descobrir quem será seu parceiro de quarto.

– Vocês estão dispensados, para arrumar e juntar suas coisas! Quero os quartos sem bagunça nenhuma até as 15:00h em ponto! Uma equipe de limpeza será enviada para deixar os quartos limpos! – ela grita avisando, e é quase atropelada pelos alunos precipitados – Sem correr nos corredores!

Eu e Lysandre nos levantamos, e dou um peteleco na cabeça de Armin, que nem percebeu o que estava acontecendo.

– O que? – ele pergunta irritado – Estava quase zerando isso!

– Não é mais dormitório individual – digo, avisando-o – Vai ter que dividir o quarto com alguém. A lista está no quadro de avisos, a velha quer os quartos arrumados até as 15h.

Armin me olha surpreso, provavelmente se perguntando onde estava quando toda essa informação foi dada. Ele guarda o console portátil na mala e junta o material.

– Obrigado, Castiel – ele faz um sinal de continência, brincando e sai correndo da sala

Gosto de Armin. Ele me faz rir, e literalmente não liga para nada e ninguém, sempre alheio ao que os outros estão falando.

Eu e Lysandre nos esgueiramos para fora da sala e observamos a confusão perto do quadro de anotações. Reviro os olhos e me viro, indo diretamente para o refeitório.

Não vou passar por aquele bando de babacas agora. Sei o quanto estão animados com tudo isso, e tentar me esgueirar por ali seria uma baita besteira.

Lysandre e eu pegamos o almoço e ele parece mais avoado do que o normal. Tenho esperanças de que sejamos colegas de quarto, afinal Lysandre é calmo e não tem quase nenhuma ocorrência (exceto pelos vários momentos de falta de atenção) e acho que a diretora terá levado isso em conta.

Tento almoçar direito, mas tudo em que eu consigo pensar é em como as pessoas falam demais e em como o barulho do garfo encostando-se no prato é insuportável. Não sou de me arrepender, mas estou começando a me odiar pela péssima escolha que fiz ontem...

Lysandre empurra a bandeja delicadamente para frente, e começa a se levantar.

– Eu vou começar a organizar meu quarto, ainda tenho que achar o meu...

– Bloco de notas, eu sei... – remexo a comida no prato, entediado

– É sim – ele me olha surpreso – Como sabe?

– Me surpreende você não perder essa sua cabeça – eu dou uma leve risada – Deve ser porque é grande demais.

Ele me olha ofendido e faz um biquinho engraçado.

– Isso não foi nada vitoriano – ele diz emburrado e eu dou mais uma risada – Mas não vou retrucar, cavalheiros não fazem isso...

– Ah, me erra Lysandre – digo voltando a olhar para o prato

Quando finalmente termino, ele já foi embora faz tempo. Todos no refeitório estão alucinados, conversando loucamente sobre essa nova noticia. Claro, tem muita gente riquinha aqui que enxerga isso como o fim do mundo, mas não é pra tanto.

Só preciso deixar claro para o meu colega de quarto as minhas regras e que eu faço o que quiser a hora que eu quiser, e já está bom.

Levanto-me e me espreguiço, cansado. Acho que a loucura no corredor já passou, e isso me permitirá ver quem é, afinal de contas, o meu colega de quarto.

Vou andando preguiçosamente até o quadro de avisos e começo a procurar pelo meu nome na lista do dormitório masculino.

Depois de um tempo, encontro-o e sigo os pontinhos para ver com quem vou dividir o quarto.

Encaro horrorizado o papel e tenho vontade de rasgá-lo.

Meu quarto é o 13, e a pessoa com quem vou dividi-lo é o Nathaniel, e, bem, isso muda tudo.

***

– A senhora não está compreendendo, Sra. Diretora – ouço a voz do menino loiro implorar – Eu simplesmente não acho que seja uma boa idéia.

– Ora, ora – me pronuncio lentamente, enquanto abro a porta – Olhe só quem já apareceu aqui para reclamar.

Nathaniel me fuzila com os olhos e eu posso perceber que ele gostou da idéia tanto quanto eu.

– Acho que é o melhor a ser feito. – a velha diz, visivelmente irritada – Nathaniel, saia daqui. O assunto está encerrado.

– Mas diretora... – ele tenta uma última vez

– Já chega.

– Não posso deixar de concordar com o representante – eu digo, a contragosto – Convenhamos que essa não foi a melhor idéia de todas. Quero dizer, já viu as minhas ocorrências? Metade delas tem a ver com ele...

– E é por isso que acho que vai ser melhor para os dois conviver juntos – ela se levantou e nos lança o olhar mortal – Nathaniel, apesar de intrometido, é um menino responsável. Quem sabe ele coloca algum tipo de juízo nessa sua cabeça, Castiel?

– Mas diretora... – nós dois falamos juntos

– Chega! Saiam daqui – e a cara que ela fez foi tão assustadora que fiquei com medo de ela colocar o Totó dentro das nossas calças.

Depois de corrermos até o corredor, Nathaniel começa a se lamentar.

– Não acredito, porque?! – ele grita, parecendo falar com uma força maior – Porque?! Eu sou uma boa pessoa, eu tento fazer o melhor que posso sempre e isso vem me acontecer?!

– Já ouviu falar em karma? – eu digo levemente – Você era um demônio quando éramos crianças. Eu não sei o que é eu fiz pra merecer uma coisa dessas.

Ele me olha com raiva e sai andando, me ignorando completamente.

– Ei, não me deixe falando sozinho! – grito, e ele sequer olha para trás.

Dou um soco na parede, com raiva. Nathaniel me tira do sério! Não acredito que vamos ter que dividir o mesmo espaço. Vamos acabar dando inicio a 3ª Guerra Mundial.

Ouço um sinal tocando e olho para a parede. Já são 13h. Tenho apenas duas horas para arrumar todas as minhas coisas e mudar para o quarto de alguém que me faz perder a cabeça.

Como poderia ficar pior?


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Notas finais do capítulo

E aí? Devo continuar?
Se encontrarem algum erro não hesitem em me avisar!
No próximo capítulo tenho alguns avisos para dar sobre o horário escolar da França, e como podem perceber agora Sweet Amoris é um colégio interno!
Beijos e até o próximo



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