Guardians I - The Divine Stones escrita por G Menegatti


Capítulo 8
VIII - Dark Angel


Notas iniciais do capítulo

More one cap.
Este ficou tenso '-'



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Procurei por todos os cômodos naquele lugar, mas não havia nenhum sinal da garota.

Abri a janela, procurando por ela na rua, mas também não havia nada.

– Fecha essa merda, seu mongoloide! – Brigou Logan, que se revirava no chão e resmungava de dor de cabeça.

– Luna sumiu.

Ele então parou e se levantou, quase caindo novamente de tontura. Ele colocou sua mão na cabeça e fechou os olhos de dor.

– Como assim? – Logan ainda estava grogue por causa das bebidas que tomara ontem à noite.

– Ela simplesmente sumiu.

Ele bufou e começou a resmungar. Em seguida começou a colocar algumas roupas para poder sair, já que ele estava somente de cueca.

– Ela gosta de se meter em encrenca. – Retrucava Logan. – Se papai e mamãe estivessem aqui já teriam deixado ela de castigo.

Bob arfava na janela, latindo para as pessoas que passavam pela rua.

– Cala a boca, cachorro mongoloide!

Claramente Logan estava irritado, ainda mais misturando com a ressaca dele. Enquanto isso eu simplesmente esperava ele terminar de se trocar para procurarmos por Luna.

No entanto, não precisou de nossos esforços, pois a porta do quarto se abriu de repente.

– Onde você estava? – Brigou o irmão ao ver Luna entrar pela porta, com várias sacolas na mão.

Ela levantou uma sobrancelha para ele e depois me encarou.

– Você é cego ou o que? – Zombou a garota. – Não está vendo que eu estou com algumas sacolas na mão? Obviamente fui fazer algumas compras.

– Deixasse um recado! – Logan já havia tirado sua camisa e se jogado na cama. – Agora me deixem dormir, estou com dor de cabeça.

Luna revirou os olhos.

– Quem mandou ficar bebendo ontem? – Ela então voltou a olhar para mim. – Será que pode ser cavalheiro e me ajudar aqui?

– Ah, desculpa. – Foi tudo o que disse após ver a briga entre os dois.

Peguei as sacolas da mão de minha amiga e as coloquei sobre a mesa, abrindo uma a uma, como sempre fazia quando vovó chegava das compras.

– Pra que tudo isso? – Perguntei ao ver um maracujá, folhas verdes, garrafa de água e mais algumas coisas.

Ela retirou o cartão de seu pai do bolso e o devolveu a carteira de Logan.

– Isso é meu. – Disse ela, pegando a sacola que eu estava vendo. – O resto é para nosso café da manhã.

Arqueei as sobrancelhas.

– Tudo bem.

Por fim peguei a sacola com nosso café da manhã e fui em direção à cozinha.

Luna havia comprado uma caixa de suco de laranja industrial, ovos, bacon e alguns pães. Por isso fritei o bacon, junto com os ovos e preparei a mesa para o café da manhã.

Eu podia não ser tão bom quanto vovó, mas ainda sim tinha talento para cozinhar. Tanto é que, ao sentir o cheiro dos ovos, Logan acordou na mesma hora.

– Isso sim é comida. – Disse ele, lambendo os beiços. – Onde está Luna?

Pelo visto ele já havia melhorado da ressaca, embora ainda estivesse com algumas dores de cabeça.

– No banheiro. – Falei. – Já faz um tempo que ela está lá.

– Quer que eu vá conferir? – Se ofereceu Logan enquanto comia pão e degustava o suco de laranja.

– Não precisa. – Falei. - Eu vou.

Então levantei e fui em direção ao banheiro, batendo de leve na porta.

– Tudo bem aí?

– Sim! – Respondeu-me Luna imediatamente. – Já estou indo!

Ela parecia nervosa e presumi que ela estava escondendo alguma coisa de mim, porém decidi deixar de lado.

Após o café da manhã, decidimos ficar um pouco mais no motel por segurança. Vimos o mapa do estado da Califórnia, vendo os lugares mais seguros e rápidos por quais passaríamos.

– Não temos nenhuma noção do que podemos encontrar no meio do caminho. – Comentei ao ver uma rodovia longe das cidades. – Esse tal Zargron está atrás de nós e provavelmente quer isso.

Coloquei a Pedra de Hades na mesa, junto com as de Logan e Luna.

– Se ao menos soubéssemos como usar. – Murmurou Logan. – A única coisa que lembro foi que desencadeei aquele ataque de fúria quando estava tentando salvar vocês dois.

Luna então olhou intrigada para as pedras.

– Acho que elas sentem as nossas emoções. – Ela estava com os braços cruzados e apoiados sobre a mesa. – Você conseguiu aumentar sua força quando estava determinado a nos proteger.

– Eu estava com medo... – Lembrei-me de quando estava cercado pelos ciclopes, até que fiz com que surgissem tentáculos feitos de sombras. – Mas temos que aprender a controlar isso, não somente quando estamos em perigo.

– Kevin tem razão. – Concordou Logan. – Se soubermos controlar esse poder da pedra, podemos lidar melhor com as situações e...

De repente Bob começou a latir sem parar, rosnando e mostrando os caninos, como se sentisse ameaçado.

– Esse cachorro é mesmo mongoloide. – Logan então levantou e foi em direção ao cão, que estava tremendo.

Ele tentou acalmar Bob, mas nada funcionava com o animal. Até que ouvimos o som de batidas na porta.

– Deve ser algum morador mandando ele parar de latir. – Disse Luna enquanto se levantava para abrir a porta.

Por um instante pensei que estava tudo bem, até que vi as três pedras sobre a mesa pulsarem e emitirem uma fraca luz. A princípio não entendi o que estava acontecendo, até que minha ficha caiu.

Olhei para Bob latindo e rosnando para a porta, enquanto Logan tentava segura-lo. As pedras sobre a mesa pulsarem de repente.

– Luna, não! – Gritei, mas já era tarde demais.

Tudo transcorreu tão rápido que não me deu chances de processar o que estava acontecendo.

Assim que ela abriu a porta, vi Thorfi entrar com seu irmão, pegando Luna pelos braços e a arremessando contra a parede, perdendo a consciência na mesma hora.

Logan se levantou, soltando Bob, que avançou contra os dois homens, mordendo o calcanhar de Thorfi. No entanto, ele se irritou e chutou o focinho do cachorro, que recuou ganindo.

– O que vocês fazem aqui? – Ralhei, pegando a Pedra de Hades e a segurando firme.

Ambos sorriram.

– Concluindo nossa missão. – Respondeu o outro. – Zargron não gostou muito do resultado anterior e nos deu mais uma chance.

Meu amigo se aproximou de Luna, conferindo se estava tudo bem com ela.

– E como conseguiram nos encontrar? – Logan colocou a mão no pescoço de Luna e fez uma expressão aliviada, tranquilizando-me.

Por conta disso, ele a puxou num lugar seguro, enquanto os dois homens riam da pergunta dele.

– Da próxima vez que matarem alguns ciclopes, façam o favor de sumir com os corpos deles. – Tornou a falar ele.

– Grunethel... – Chamou Thorfi pelo irmão. – Não haverá próxima vez.

Uma das mãos do homem pousou na testa dele, como se tivesse esquecido de algo.

– Verdade... – Brincou ele, tornando a sorrir cruelmente.

De repente senti o medo tomar conta de meu corpo, fazendo minhas pernas ficarem mais bambas, obrigando-me a reunir forças para não parecer fraco diante deles.

Olhei para o chão e vi as sombras de ambos serem projetadas. Tentei alcança-las, utilizando meus poderes e canalizando o medo que estava sentindo.

– Dessa vez não. – Comentou Grunethel, saltando sobre a mesa e me pegando pelo pescoço e arremessando-me contra a parede.

A dor foi imediata e tudo começou a girar novamente. Já estava me cansando de ser atacado toda vez.

Levantei-me com dificuldade e percebi que Logan estava protegendo a irmã contra Thorfi, que tentava desferir os golpes em meu amigo.

Olhei para a mesa e vi a Pedra de Ares pulsando enquanto Logan levava vários golpes.

– Os moradores vão ouvir todo o barulho e irão chamar a polícia. – Ameacei, fazendo-o sorrir.

– Você realmente é idiota. – Zombou o homem. – Acha mesmo que não fizemos o nosso trabalho aqui, assim como na sua rua?

Franzi as sobrancelhas, confuso.

– Do que você está falando?

– Como acha que durante o incêndio na sua casa não apareceu ninguém para chamar os bombeiros? – E tornou a sorrir, orgulho do que estava falando. – Matamos todos os seus vizinhos, assim como todos os moradores desse lugarzinho imundo.

Meu coração quase parou.

Tantas vidas tiradas e tudo era minha culpa. Eles nunca mais iriam crescer, ver os filhos se tornarem adultos, serem avós ou qualquer coisa.

– Você não fez isso...

Grunethel deu um passo adiante, ficando a centímetros de mim. Ele era pelo menos dez centímetros maior que eu, sem contar que cada braço era do tamanho dos músculos de Dwayne Johnson, ou seja, o cara realmente era um brutamontes.

– Fiz. – Respondeu, lançando seu olhar cruel que era inteiramente branco, igual aos de Thorfi. – E faria de novo.

O gosto pela morte das pessoas em ambos era algo aterrorizante.

Grunethel se aproximou e desferiu um cruzado, mas fui mais rápido e consegui fazer um pêndulo com meu corpo, desviando do golpe e contra-atacando com um soco no estômago duro como pedra dele.

– Está precisando malhar um pouco, meu jovem. – Caçoou de mim.

Tentei pensar em um plano, mas a única coisa que sabia fazer era entrar na brincadeira.

– E você precisa olhar para baixo. – Menti.

No mesmo instante o brutamontes fez o que eu havia dito, dando-me a oportunidade de contorna-lo e escapar de seus golpes.

Peguei a Pedra de Ares e a arremessei para Logan, que estava caído no chão, com o rosto todo ensanguentado. E assim que ele a pegou, se sentiu revigorado, conseguindo se levantar.

– Bob! – Gritou ele, fazendo com que o cão saltasse sobre Thorfi, atacando-o com suas garras e caninos.

Enquanto isso Grunethel correu em minha direção, mas eu empurrei o sofá, atrapalhando-o.

Logan pegou a TV e também a arremessou nas costas de Thorfi, que somente ficou atordoado. Em seguida correu na direção de Luna, pegando-a no colo e correndo na direção da porta.

– Vá! – Falei. – Eu cuido deles por enquanto.

Ele não queria, mas vendo sua irmã inconsciente nos braços acabou mudando de ideia, descendo as escadas.

– Agora somos só nós três. – Assim que disse isso, Bob deu um latido. – Quer dizer, nós quatro!

Meu comentário fez ambos rirem sem parar, como se eu fosse um completo inútil. Aquilo fez com que eu me sentisse irritado e confiante de mim mesmo.

Precisava proteger Luna e Logan, nem que pra isso precisasse sacrificar minha vida.

“...não se trata de apanhar ou bater, e sim de não desistir.”

Lembrei-me do que Hades havia me dito em meu sonho. E era o que iria fazer e estava determinado a salvar a vida de meus amigos.

– Podem rir a vontade. – Prossegui com a fala. – Mas vou fazer da fala de Logan a minha...

Ergui o punho, com a Pedra de Hades presa dentro dele. As sombras perseguiram a minha mão, deixando um rastro negro que desaparecia aos poucos.

– Vocês são mongoloides!

Eles pararam de rir e me olharam com uma cara irônica. Percebi que eles queriam dizer algo, mas não permiti.

Senti a força das Sombras aumentarem dentro de mim, enquanto eu encontrava o foco que precisava, canalizando toda a minha raiva em um só ponto.

Fechei os olhos e inspirei todo o ar possível, preenchendo meu pulmão enquanto me concentrava no que estava por vir.

A imagem de meus avós surgiu em minha mente, assim como as de Logan e Luna, que estavam fugindo neste exato momento. De repente surgiu a imagem de outras duas pessoas, nas quais eu nunca vi na vida, mas eu sabia perfeitamente quem eram. Minha mãe sorria para mim, com seus cabelos cor de mel e olhos vibrantes, mas não iguais aos meus. Seu sorriso era encorajador e espontâneo. Já meu pai possuía os cabelos iguais aos meus, embora fossem mais curtos e arrumados, e além dos cabelos, seus olhos eram ainda mais brilhantes que os meus, emitindo uma luz forte e branca das íris.

De repente tudo transcorreu lentamente ao meu redor. Reuni as sombras em meu punho e senti as projeções abaixo de cada um deles, fazendo-as se transformar em algo sólido e vivo.

As sombras então prenderam os dois homens de tal maneira que não conseguiam mover nem mesmo seus músculos.

Bob saltou sobre Thorfi, cravando seus dentes afiados e poderosos em sua garganta, fazendo o sangue jorrar pelo quarto.

E então corri na direção de seu irmão, que tentava se libertar das correntes de sombras criadas por mim. Saltei sobre os destroços da cama e chutei o peito de Grunethel. Assim que meu pé atingiu o tórax dele, pude senti-lo se partir, enquanto ele arregalava os olhos e gemia de dor.

– Isso foi pelos pais de Luna. – Falei, desferindo um último chute na cabeça dele, fazendo-o se calar no mesmo instante.

Fui em direção a Thorfi, que se contorcia de dor, enquanto Bob se deliciava com o pedaço de carne que havia tirado daquele ser.

O chão estava todo ensanguentado e um odor horrível impregnou meu nariz na mesma hora, mas ignorei aquele detalhe. Senti a raiva aflorar dentro de meu peito, enquanto eu criava uma estaca sólida feita de Sombras em meu pulso.

– E isso foi pelos meus avós! – Murmurei, cravando aquela estaca na garganta de Thorfi, que morreu no mesmo instante.

Não havia percebido, mas todo esse tempo eu estava mordendo os lábios enquanto tentava controlar a minha raiva. O gosto de sangue preencheu meu paladar, fazendo-me ter náuseas e cuspir o sangue no corpo inerte de Thorfi.

Olhei para o quarto, que estava completamente destruído, com exceção de algumas mobílias. Felizmente a mesa ainda estava intacta, com a Pedra de Atena sobre ela e com minha mochila sobre a cadeira.

Assim que as peguei, chamei por Bob e juntos descemos as escadas com pressa. Conforme eu passava pelas portas dos outros moradores, eu via a cena de morte em cada uma delas.

Corpos e mais corpos espalhados pelo saguão, todos com graves ferimentos e com o sangue se espalhando pelo chão.

A cena me causou enjoos, mas consegui ser forte e não vomitar.

Apressei-me para sair daquele motel assombrado, encontrando a saída rapidamente e procurando pelo estacionamento, onde a caminhonete estava nos aguardando.

– Kevin... – Ouvi alguém sussurrar meu nome em um beco no lado de dentro do motel.

Assustado me virei, prestes a enfrentar qualquer um que fosse preciso.

No entanto tive sorte de encontrar Logan me chamando. Ele segurava sua irmã, que ainda estava inconsciente

Logan parecia assustado e Bob foi de encontro a ele, parando a sua frente e ficando em posição de guarda. Era bacana ver o cachorro defendendo-o com sua vida.

– A caminhonete está destruída. – Informou cabisbaixo.

Era uma péssima notícia, mas ele parecia mais assustado e tinha certeza de que não era aquele o motivo.

– Tem alguma coisa a mais lá fora, não é?

Ele assentiu e então arregalou os olhos.

Rapidamente me virei e vi uma sombra se projetar na saída. Era a figura de um homem alto e forte, que andava lentamente até a porta, mas algo nele me chamou a atenção.

– Aquilo são asas? – Sussurrei, recuando até onde Logan e Luna estavam.

Ele não precisou responder, pois naquele momento o homem entrou pela porta, nos encarando.

Ele devia ter pelo menos dois metros de altura e não parecia ser tão forte quanto Thorfi ou Grunethel, mas havia algo nele que me fazia temer enfrenta-lo. Suas asas eram inteiramente negras e brotavam de suas costas. Despido de uma camisa, usando somente uma calça que cobria até os joelhos, o homem mostrava seu corpo jovem e marcado por feridas. Seus olhos eram inteiramente negros e seus cabelos ondulados cobriam sua testa, pendendo até o ombro. Ele usava uma máscara que tapava sua boca, fazendo-me pensar se ele era fã do Darth Vader.

– Imaginei que aqueles Asuras não fossem tão bons assim. – Disse o homem por trás da máscara, com uma voz grave e assustadora. – Mas não imaginei que iriam morrer para crianças.

Logan colocou Luna no chão cuidadosamente, levantando-se em seguida para enfrentar o homem.

– E quem você pensa que é para chamar a gente de criança?

Não sei se ele estava sorrindo, mas sua expressão mudou. Em seguida ele retirou a máscara, demonstrando várias feridas e uma grande quantidade de sangue escorrendo de sua boca.

– Eu sou um dos Anjos Negros que aguardam a Ascenção de nosso mestre. – Se apresentou, cuspindo o líquido vermelho. – Eu sou Zargron.


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Notas finais do capítulo

Pliz comentem :)



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