Guardians I - The Divine Stones escrita por G Menegatti


Capítulo 20
XX - The Ascension


Notas iniciais do capítulo

E aí galerinha o/
Desculpem a demora pelo capítulo, mas é que essa semana tá corrida pra mim :(
Mas aí está o capítulo, espero que gostem :)



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Fomos recepcionados antes mesmo de chegar na esplêndida pousada de Cleo, que se tornava mais magnífica a cada passo que dávamos.

A residência possuía uma arquitetura mista, juntando o tradicional aspecto medieval dos castelos europeus como torres e muros grandes, assim como a exuberância facilmente nítida dos palácios egípcios, possuindo, inclusive, uma réplica em escala menor da esfinge ao lado da entrada da pousada. Além de toda a magnitude do lugar, ele possuía um tom contemporâneo e atual, demonstrando tecnologia e aconchego para que pudéssemos ficar ali sem nos sentirmos deslocados.

— Meu pai e eu vínhamos com frequência aqui apenas para fugir do estresse das vendas. — Comentou Cleo assim que seu mordomo nos recepcionou.

Ele possuía uma pele bronzeada e um corpo bastante definido, com um olhar feliz ao ver Cleo. Seu traje era bastante diferente, ressaltando uma grande quantidade de branco, com uma roupa que lhe cobria até o joelho.

— Há quanto tempo milady... — Assim que o homem a chamou por aquele nome, rapidamente Cleo interrompeu ele.

— Aqui não Sebak. — Repreendeu ela, com um sussurro quase inaudível.

Ele se desculpou, como se tivesse feito algo muito errado e então recolheu nossas mochilas, abrindo o portão da pousada, mostrando-nos uma visão perfeita do lugar que era ainda mais lindo visto de perto.

— Meu Deus! — Exclamou Logan, que parou na entrada diante da paisagem a nossa frente, assim como Luna e eu.

A pousada possuía uma piscina de águas cristalinas com uma cascata no topo, além de inúmeras árvores facilmente encontradas nos litorais, que refrescava o lugar com sombras ótimas. Um caminho de pedras que levava à casa, jardim e diversos outros locais na pousada.

— Bob! — Ouvi Logan gritar assim que o cão passou correndo entre nós, saltando na piscina e mergulhando para se refrescar e se divertir.

— Pode deixar. — Comentou Cleo com um sorriso ao ver a felicidade do cachorro ao mergulhar toda vez que saía da piscina. — Pode ir também Luna.

Cleo não tinha nem terminado a frase quando minha amiga correu e saltou na piscina, embora estivesse com um ferimento enorme nas costas, fazendo-a não ter total proveito.

— Senhora... — Chamou o homem que Cleo havia chamado de Sebak, surgindo na porta da casa. — Como não sabia da sua vinda, não preparei nada especial, mas se quiser eu posso comprar algumas coisas para a janta.

— Não precisa... — Disse ela, no entanto, assim que ouvi a palavra “janta” minha barriga se contraiu, roncando de fome. — Pensando bem, é melhor comprar algumas coisas sim.

Após um rápido tour pelo quase palácio de Cleo, cada um foi tomar banho nos milhares de banheiros que possuía naquele lugar.

A água aquecida era tão agradável que me fez esquecer todos os problemas que eu estava tendo desde então. Pelo menos por alguns instantes, já que não era tão fácil esquecer tantos problemas de uma hora para outra, aliás, quando se tem a vida drasticamente virada de cabeça para baixo nada se torna fácil.

— 5 dias... — Murmurei ao fazer a contagem de quanto tempo havia se passado desde que aqueles lobos haviam invadido o parque de diversões em Santa Mônica, nos obrigando a fugir quando encontramos Thorfi e Grunethel.

Já estava naquele banheiro há pelo menos 20 minutos e nem sequer tinha me limpado, apenas deixava a água escorrer, enquanto meu corpo descansava da exaustão que havia me atingido.

Fechei o registro assim que tirei todo o sangue seco de meu corpo, limpando a sujeira extra. Peguei a toalha logo em seguida e me sequei, enrolando-a na minha cintura, olhando para o meu reflexo no espelho logo em seguida. Todo aquele tempo correndo, lutando e tentando sobreviver já estava causando grandes mudanças físicas em mim, deixando-me mais magro do que o habitual, mas eu havia ganhado uma quantidade razoável de massa muscular, passando a ter o abdômen mais definido, algo que me deixou bastante feliz. Meus olhos ainda brilhavam a mesma luz cinza de sempre, mas estavam presentes algumas olheiras, devido a quantidade de tempo sem dormir direito. Alguns ferimentos já cicatrizados estavam visíveis em diversas regiões do meu corpo, assim como hematomas e manchas. Percebi que a barba havia começado a crescer novamente, algo que eu costumava raspar com frequência, pois era incômoda, assim como meu cabelo que estava maior do que o de costume.

Suspirei profundamente após notar tantas mudanças em mim, não somente físicas, mas também psicológicas. E então abri a porta do banheiro, tomando um susto ao encontrar Cleo do lado de fora me esperando com algumas roupas em sua mão.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei sem saber o que fazer.

Ela sorriu e deu de ombros.

— Pelo visto você não fica sem camisa com muita frequência, certo? — Ela ria das minhas caras, o que me deixava ainda mais sem graça. — Trouxe algumas roupas novas que Sebak comprou, veja se elas servem, qualquer coisa me chame.

Peguei algumas camisetas do mesmo estilo e não muito chamativas, assim como bermudas confortáveis, agradecendo a Cleo.

— A propósito. — Tornou a falar a garota enquanto se virava para ir embora. — Você está precisando engordar um pouquinho.

Assim que provei todas as roupas, que couberam perfeitamente em mim, me encontrei com o resto do pessoal na sala de estar, onde havia uma mesa preparada com um banquete dos deuses.

— Eu devo ter morrido e encontrado o paraíso... — Murmurei ao ver tanta diversidade de comidas naquela mesa.

Eu estava tão faminto que nem percebi que Luna estava ao lado da mesa devorando um pedaço enorme de carne com seus dentes, tanto que é que acabei levando um susto ao ver ela, que ainda continuava em seu formato Licantropo.

E eu não era o único a demonstrar um grande apetite, pois os pratos de Kendall, Logan e Teseu pareciam o Monte Everest de tão grande que eram, precisando empurrar a comida para o prato de vez em quando, pois vivia transbordando.

— Espero que a quantidade de comida que comprei seja o suficiente, porque o mercado já está fechado. — Comentou Sebak, admirado com o nosso apetite. — Tenho sua permissão para me retirar, senhorita Selk?

Cleo assentiu, exibindo um sorriso ao seu mordomo, permitindo que ele partisse.

Ao ouvi-lo chamando a garota pelo sobrenome, fez com que a história que Lupa havia me contado na noite anterior surgisse em minha mente. Se realmente Cleo fosse imortal, será que ela tinha a mesma idade que dizia ter? Ou será que ela era ainda muito mais velha?

A garota era tão misteriosa e ao mesmo tempo tão feliz, mesmo com sua maldição, que acabava me intrigando de uma maneira surpreendente.

Sem que eu notasse, estava encarando Cleo enquanto comia feito um condenado, fazendo-me ouvir um pequeno riso abafado vindo do meu lado direito. Não havia percebido até então, mas Aine estava se alimentando apenas de vegetais e coisas do tipo.

— O que foi? — Perguntei ao perceber que ela estava me olhando.

— Nada... — Respondeu a fada, com um sorriso maroto no rosto.

Estava na cara que ela estava me zombando, mas eu não estava muito a fim de saber o motivo, então dei de ombros e continuei comendo.

O silêncio predominava no ambiente, e era possível ouvir somente a mastigação de Bob e Luna enquanto devoravam os pedaços de carne que lhe foram jogados, o que chegava a ser engraçado, pois minha amiga sempre se considerava vegetariana, embora pulasse a cerca as vezes.

Até o fim do jantar, todos permaneceram quietos, sem falar absolutamente nada, o que era algo muito estranho de se ver. Mas ao fim, decidimos que precisávamos definir algumas medidas a serem tomadas desde então.

— Vejam isso... — Murmurou Kendall ao ligar a televisão na sala principal.

Sentei no sofá, ficando na direção da reportagem que estava sendo transmitida em todo o país.

“...e esses eventos parecem estar todos conectados, embora as autoridades ainda não saibam o motivo. Há algumas suspeitas de que todos foram atentados terroristas, inclusive os incidentes em Santa Mônica e Bakersfield.” A tela nos mostrava algumas imagens de incêndios em florestas, várias casas destruídas em outro lugar e diversos outros incidentes por todo o país. “Por enquanto não foi encontrado nenhum sobrevivente ou filmagem desses eventos, o que leva a crer que todos foram muito bem planejados.”

E então a televisão foi desligada por Kendall, fazendo com que um breve silêncio se manifestasse na sala.

— Ele está procurando por algo. — Comentou Logan. — Note que há um padrão em seus ataques...

Meu amigo sempre era bom em assuntos como aquele, e eu sempre insistia para que ele seguisse o caminho e se tornasse um detetive, mas a situação agora era diferente e duvidava muito que alguém pensassem em faculdade.

— Ele está seguindo para o norte do país. — Em seguida ele se virou para Teseu. — O que há ao norte?

— Elfos. — Quem respondeu foi Aine, com um tom de desprezo ao proferi-lo. — Aqueles seres irritantes.

Ela brincava com Bob, enquanto prestava atenção em nossa conversa.

— Pensei que as Fadas e os Elfos se dessem bem. — Murmurou Teseu.

— E se dão bem. — Respondeu ela, olhando para o homem. — Mas eu não...

— O que houve?

Kendall rapidamente interrompeu.

— É uma longa história, envolvendo um rio, uma flecha e um coração partido. — Disse ele. — Agora voltemos ao que realmente importa aqui.

Aine lançou um olhar agradecido ao seu sobrinho, voltando a brincar com Bob que balançava o rabo toda vez que ela o acariciava.

— Que seja... — Disse Teseu, olhando para um mapa dos Estados Unidos que estava sobre a mesa. — Os Elfos vivem por aqui.

E então ele apontou para uma região onde estava localizada a grande floresta de Lolo e de Boise, no estado de Idaho.

— Pelo menos a grande maioria. — Complementou. — Mas porque ele estaria indo ao norte? O que ele quer com os Elfos?

— Talvez não seja exatamente com eles e sim deles. — Quem propôs aquilo foi Cleo. — Lembra que as Pedras Divinas surgem para quem possui um bom coração? Elfos são conhecidos exatamente por isso. É bem provável que pelo menos uma pedra tenha surgido lá.

— É uma boa hipótese. — Logan não parecia totalmente convicto de que fosse aquilo e nem mesmo eu. — Mas Elfos não são fortes?

Teseu assentiu com a pergunta.

— Eu sei que Zargron também é forte, mas não acho que ele se arriscaria a tal ponto. — Infelizmente ele tinha razão sobre isso. — Acho que ele quer algo mais além...

De repente Kendall arregalou os olhos, pondo a mão sobre a cabeça.

— Ele está reunindo um exército! — Exclamou em pânico. — Não há somente Elfos ao norte...

— Drows. — Pronunciou Teseu, concordando com o rapaz, mas logo percebeu que nem eu ou Logan havia entendido. — Também conhecidos como Elfos Negros.

— Exato! — Tornou a falar Kendall, andando de um lado para o outro. — Pensem comigo. Zargron já conseguiu o apoio dos Orcs, e tenho certeza que isso foi absurdamente fácil, pois eles gostam de guerra, independente do lado que estiverem. E também tenho certeza que será fácil conseguiu o apoio dos Drows se ele propor um ataque aos Elfos e então ele poderá conseguir o que quer.

Lembrei-me de quando encontramos com Zargron pela primeira vez e de como ele quase nos matou. Mas um rápido pensamento passou por minha cabeça, lembrando da maneira como havia se apresentado.

— Talvez estejamos nos esquecendo de algo. — Comentei de repente, chamando a atenção de todos. — Do verdadeiro objetivo de Zargron.

— A Ascenção. — Completou Logan, também se recordando do nosso primeiro encontro com o Anjo Negro.

Todos ali, além de nós, pareceram confusos.

— Do que está falando? — Perguntou Cleo.

Meu amigo e eu nos entreolhamos rapidamente e então repetimos as palavras do anjo quando ele nos atacou.

— Pelos deuses... — O tom como Teseu proferiu aquelas palavras chegou a me causar calafrios. — Se Zargron está trabalhando para alguém, isso significa que temos problemas ainda maiores.


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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam?



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