Tempted escrita por Camille Rose


Capítulo 7
Negócios Grey




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Os Grey instalaram uma mesa equipada com tudo de que eu poderia precisar dentro da biblioteca da casa. Era uma sala ampla, com três paredes cobertas de livros e uma quarta, com uma larga janela que dava vista para um dos lados do jardim. Minha mesa ficava bem em frente à janela, que proporcionava luz adequadamente.

A consciência de que eu ainda estava em horário de trabalho, apesar de não estar no trabalho, pesou sobre mim, mas eu tinha uma carta na manga para o Sr. Palmer. Tinha acumulado duas análises de manuscritos que não haviam sido incluídos na lista desta semana. Eu os li semana passada, por curiosidade, entre uma palestra e outra, ou um passeio e outro em Paris. Isso ia me dar uma vantagem no trabalho e demonstrar comprometimento. Sr. Palmer ia ver que eu poderia dar conta do meu serviço mesmo fora da empresa.

Satisfeita comigo mesma, sentei-me à mesa de trabalho e coloquei a mão na massa.

Martha foi a única pessoa que me interrompeu no resto da tarde. Uma gostosa interrupção com chá, mini hambúrguer, suco e torrada com geleia. Mais tarde, quando eu estava terminando tudo o que tinha pra fazer, ela entrou novamente para passar um espanador sobre prateleiras de livros de algumas estantes.

— Eu incomodo, senhorita? – Martha perguntou educadamente.

— De forma alguma. – sorri. Gostava de Martha.

Depois de clicar em “enviar” no meu e-mail, mandando meu trabalho para o Sr. Palmer, desliguei o computador, empilhei os manuscritos e os envelopes com cartas de recomendação de forma organizada.

— Se quiser, eu posso arrumar para a senhorita. – disse Martha.

— Não se incomode. Posso fazer isso.

Quando estava tudo em ordem, fiquei um tempo assistindo Martha passar o espanador sobre prateleiras e mais prateleiras de livros e álbuns. Já estava escuro lá fora e ainda não haviam sido acesas as luzes do jardim. Entediada, pensando se Elliot ainda estaria trabalhando em seu escritório, comecei a andar rente às estantes, olhando as lombadas de todos os livros armazenados ali. Tinha um pouco de tudo. Filosofia, direito, medicina, línguas e uma parede quase inteira de administração, economia e vários tipos relacionados aos negócios. Não à toa.

Conforme chegava à terceira parede, os assuntos iam ficando mais variados. Eram literaturas nacionais e estrangeiras, de vários gêneros. Crônicas, romances, poesias... Martha estava perto de uma prateleira ao final da grande estante, e nela, pude distinguir alguns clássicos infantis como Alice no País das Maravilhas, O Pequeno Príncipe, O Jardim Secreto, Harry Potter e outros mais. Eu ri me perguntando se Elliot cresceu ouvindo essas histórias antes de dormir. Bom... Talvez fosse Mia. Com certeza não Christian. Christian...

Toda vez que me lembrava dele, uma estranha sensação me abatia. Era o único Grey que eu não tinha certeza se gostava ou não de mim, porque, por mais que fosse educado, havia algo estranho no seu olhar desde quando sentamos para conversar na sala. Antes disso, no nosso inusitado primeiro encontro, eu não sabia dizer. Não tinha coragem nem para pensar no assunto direito, que dirá analisar as possíveis impressões que Christian poderia ter tido de mim na hora. E o sonho... E o jeito estranho como olhou para mim no meio da bagunça na cozinha.

Martha estava espanando a última prateleira da última estante. A que guardava além de livros, álbuns. Eu me aproximei e ela sorriu timidamente, dando-me passagem.

— São de família? – perguntei apontando para os álbuns.

— São sim.

— Posso ver?

— Bom... Eu não imagino porque a Sra. Grey iria se importar... Só que... Eu mesma não dou permissões ou faço proibições aqui, senhorita Steele.

Eu ri. Por que ela tinha que ser tão formal comigo?

— Eu sei, Martha, desculpe. E pode me chamar de Ana, estou falando sério. Não sou sua patroa.

Pisquei um olho para ela e ela riu para mim. Eu tomei a iniciativa de pegar um velho álbum com capa dura, marrom e surrada. Martha saiu ao terminar de passar o espanador por ali. Então, sozinha, e achando que não havia problema algum, sentei-me no chão e comecei a ver fotos antigas dos Grey.

Este álbum era da formatura do Sr. Grey em Direito. Ele estava muitíssimo mais jovem e era realmente bonito. Grace estava em algumas fotos, mas não pareciam tão íntimos ainda. Logo me cansei e troquei de álbum. Este era um rosa. Formatura da Sra. Grey em medicina. Eu mal sabia que ela havia trabalhado. Fiquei surpresa. Como eu poderia tê-la subestimado tanto? Percebi que minha visão dela não passava de uma elegante esposa de um homem rico. Mas não era bem assim.

Troquei de álbum novamente e puxei um banco com brilho prateado na capa. Nossa! Era o casamento de Carrick e Grace! Eles pareciam realmente felizes e apaixonados. Mas não via ninguém conhecido nas fotos além deles dois. Não deveriam ter Elliot ainda. Curiosa para encontrar fotos dos filhos deles, troquei de álbum de novo, mais para o fim da prateleira, e enfim encontrei um de Mia.

Ela recém-nascida parecia uma bolotinha avermelhada com pouco cabelo e várias dobrinhas pelo corpo. Com o passar do tempo, ela começou a parecer uma linda menina muito bem cuidada, com um par de olhos astutos e animados.

Conforme eu avançava entre os álbuns, as fotos não eram mais apenas de Mia. Dava para ver antigos bichinhos de estimação, que acho que não são mais vivos, retratos de Mia com... Elliot! Finalmente, era Elliot. Devia ter uns doze anos enquanto Mia tinha uns oito. Por que não vi fotos dele bebê? Em qual álbum estariam?

As fotos mostravam eles quase sempre sorrindo, fazendo poses engraçadas em casa, em parques, nas férias, natal, aniversários. Uma delas, uma em que estava apenas Elliot e Carrick, mostrava os dois na beira de um lago, pescando. Elliot já deveria ter uns quinze anos. De repente, me perguntei onde estaria Christian. Por que não estava em nenhum lugar até agora?

Enquanto eu matutava sobre isso, Sra. Grey entrou na biblioteca e me assuntou sem querer:

— Srta. Steele! – ela disse.

— Sra. Grey. – ruborizei e me coloquei de pé rapidamente. — Desculpe a intromissão, eu estava vendo suas fotos. Já tinha terminado meu trabalho e...

— Não, tudo bem! – ela sorriu, mas percebi que também olhou rapidamente pela pilha de álbuns já vistos que estavam ao meu lado no chão. Havia algum que eu não poderia ter visto?

— Eu coloco tudo no lugar num instante! – garanti.

— Não se preocupe. Não me incomodou. Vim apenas perguntar se está tudo bem. – ela pareceu sincera.

— Na verdade estou muito bem. Todos são muito hospitaleiros aqui. – garanti porque era verdade, mas depois fiquei envergonhada do que falei.

Grace sorriu.

— Obrigada. Vamos ver que fotos você estava vendo! – disse ela, aproximando-se da pilha de álbuns e os amontoando nos braços. — Ah! Meu casamento com Carrick!

— Sim. – sorri-lhe. — Não foi aqui, não foi?

— Não... Já tínhamos esta casa, mas foi na casa dos meus pais. – Grace respondeu sonhadora, olhando para o álbum e o recolocando no lugar na prateleira.

— É tradição na família de vocês? Por isso querem que Elliot e eu nos casemos aqui, a casa dos pais dele? – inqueri.

— É. Na verdade não é tanta tradição... Começou a partir da minha mãe: casamento na casa dos pais... Mas é uma boa não acha? – Grace sorriu tentando me convencer, o que na verdade não era necessário.

— Sim. Gosto da ideia de ser aqui. Eu já comentei antes... Essa casa é de tirar o fôlego!

— Obrigada!

Ela foi comentando um pouquinho de cada álbum que esteve no chão, colocando-os na estante depois de passar algumas fotos. Por fim, pegou o que estava na minha mão. Segurou a parte da capa e eu segurei a outra ponta, de modo que ficamos uma do lado da outra olhando as fotos.

— Veja! Elliot e Carrick na pescaria. Lembro-me deste dia! – ela riu. — Elliot arrebentou a linha de pesca de Carrick bem quando ele havia fisgado alguma coisa. Nem sei como ele conseguiu essa proeza. Elliot sempre apronta alguma!

Eu ri.

— Como a bagunça na cozinha?

— Exatamente! Ele é um menino no corpo de um homem. Mas tenho que admitir que isso também me preocupa um pouco.

— Como assim? Por quê? – intriguei-me.

Grace pareceu um pouco embaraçada.

— Demorou muito tempo para Elliot se interessar por alguma coisa de verdade. Sempre tão desprendido, era quase irresponsável. Apesar de inteligente, deu muito trabalho fazê-lo focar em algo para a vida! Houve viagens, intercâmbios, cursos... Tentamos um monte de coisas para ver se ele se interessava por algo... Foi quando Carrick o ajudou a abrir a empresa de publicidade, como um incentivo para que ele se tornasse mais centrado.

— E deu certo? – perguntei surpresa com a história.

— Bom... Com os funcionários certos e um bom planejamento, a empresa se tornou o que é hoje. – ela sorriu. — A criatividade e boa disposição de Elliot com certeza faz a diferença, apesar de não ser muito bom ainda com a parte chata do negócio: toda a administração em si. Por isso Carrick meio que trabalha com ele até hoje, de vez em quando. – Grace fez silêncio por um instante. — Espero não estar criando uma imagem ruim de meu filho para você! – ela disse, de repente, alarmada. — Não quero dizer que ele seja instável e irresponsável. Ele é muito consciente. Se quer se casar, então quer dizer que está disposto a ser o mais pé no chão possível.

— Não duvido do seu filho, Sra. Grey. – garanti. Eu já havia percebido que Elliot era um pouco despreocupado demais para alguém no posto dele dentro de uma empresa, mas nunca achei que fosse realmente irresponsável. — Mas e Mia?

— Ah, Mia... – Grace riu. — Ela ainda é muito jovem. Acabou de se formar no segundo grau e está naquela fase de descobrimento. Recebeu convite para duas faculdades, uma para cursar Moda e outra para cursar Artes Visuais. Ainda não sabemos qual ela vai escolher.

Sorri. Parecia realmente combinar com Mia.

— E... Christian...? – ousei perguntar. Por que será que todo mundo parecia falar muito pouco dele?

Percebi Sra. Grey ficar um pouco vermelha no rosto.

— Ah, Christian! Como é diferente dos meus filhos! Quer dizer, dos meus outros filhos... Bem...

— Eu sei. Elliot me contou. – disse de forma branda. Grace pareceu um pouco tímida ou nervosa. — Está tudo bem.

— É... Christian veio para nossa família com quinze anos. Ele é um bom garoto, mas muito fechado. É difícil, até para mim, fazê-lo se abrir. Às vezes eu não tenho certeza se ele realmente queria ser adotado, sabe... No começo foi bastante difícil... Mas ele é um obstinado. Agarrou todas as oportunidades que oferecemos. E é tão inteligente... Depois que se acostumou... Com a mudança... Bom, ele passou a traçar seus próprios objetivos, e devo dizer que obteve êxito em praticamente todos.

Oh!

Eu estava encantada em ouvir aquilo. Quis fazer perguntas, quis saber mais, mas não consegui formular nada na hora. Não tinha certeza... As reticências da Sra. Grey não me deixavam saber se eu poderia ou não especular mais.

— Ele... Ele não mora mais aqui há muito tempo? – foi o máximo que pude externar.

— Há uns três anos. Vive em Seattle.

— E não tem fotos dele aqui? – perguntei tentando descontrair, voltando-me para a estante.

— Não. Dele não. – Grace fechou o último álbum e o colocou no lugar. Seu tom foi definitivo. Acho que minha intenção foi um tiro pela culatra.

— Obrigada por me mostrar as fotos senhora Grey! – disse desejando que ela desanuviasse o olhar. Ela quase o fez.

Sorriu para mim e me disse para continuar à vontade, depois me deixou sozinha de novo. O que não durou nem cinco minutos. Logo, Elliot irrompeu pela porta, tirando-me de meus devaneios sobre a família Grey.

— Senhorita Anastasia Steele, está na hora da surpresa! – Ele falou andando de braços abertos até mim, sua voz preenchendo todo o cômodo de forma espirituosa.

— Pensei que ainda estivesse trabalhando no seu escritório. – falei quando ele me alcançou, puxando-me para seus braços.

— Escritório? Ah! Essa vida não é pra mim! – ele riu. — Vamos, tenho uma surpresa para você!

Elliot me levou até o jardim. Dessa vez grande parte dele estava iluminada e, para oeste, descobri que havia um coreto de pedras erguido na propriedade. Chegando lá me deparei com um perfeito piquenique à luz de pequenos lampiões elétricos. Paralisei, por um momento, emocionada.

— Que coisa mais...

— Romântica e atenciosa? – completou Elliot, convencido.

— Sim. – ri.

— É. Eu sou desses...

Sorri e lhe concedi um beijo, que aos poucos foi ficando mais longo e macio.

— Ana, Ana... Se não parar agora, eu não vou me controlar! – ele ameaçou.

Afastei-me dele e sorri. Meu coração pareceu leve e descontraído, como quando estávamos em Paris. Elliot me conduziu até nosso jantar e nos serviu.

— Para recompensar sua deliciosa colaboração no jantar de hoje! – disse ele.

— AH! Obrigada!

Então começamos beliscar os petiscos. A noite estava agradável do lado de fora, nem fria nem muito quente. Estar na presença de Elliot era agradável, como se nos conhecêssemos há anos.

— A propósito – falei, — sua mãe me contou todos os seus podres hoje.

Elliot arregalou os olhos.

— Como é?

— Isso que você ouviu! Agora estou repensando esse casamento. – brinquei.

A cara de espanto e alarme de Elliot foi hilária. Depois ele estreitou os olhos.

— Está tentando me pregar alguma peça, Srta. Steele?

— Por certo, Sr. Grey. – disse e ri de seu claro alívio.

— Pois saiba que eu me lembrarei disso futuramente, futura esposa. – ele ameaçou.

— Não tenho medo de ameaças, querido.

Ficamos ainda por um tempo deitados no chão de pedra, semelhante a mármore, do coreto. A toalha do piquenique agora servia como um tapete para nos proteger do frio do piso.

— O que está achando daqui? – Elliot me perguntou.

— Todos são ótimos. Sua família... É como deveria ser. – falei.

Eles pareciam mesmo uma família perfeita. Eram muito bem estabelecidos financeiramente, e disso não havia quem duvidasse. O Sr. e a Sra. Grey se tratavam muito bem e tinham dois filhos excelentes. Christian era o “algo mais”.

— Espero que esteja satisfeita de fazer parte. Quer dizer, em breve...

Virei meu rosto para ele e lhe beijei. Acho que sim. Parecia uma estrutura harmoniosa. Novamente me senti como em Paris, livre e romântica. Elliot e eu ficamos por mais um tempo, um nos braços do outro. Eu gostava do modo como me tratava, sem me pressionar. Era tranquilo, até que seu telefone tocou.

— Ah, por que você trouxe? – fiz biquinho. Ele me deu um sorriso culpado e atendeu.

— Pai! O senhor chegou? – Elliot parecia ansioso. — O que? Por quê? – vi sua expressão mudar e assumir um ar preocupado, tenso. Ele se sentou, de modo que eu tive que me apoiar nos cotovelos, já que antes estava deitada em seu peito. — Eu vou, bem cedo.

E desligou.

— O que foi?

— Parece que alguém depôs, sob sigilo, contra a empresa. Alguém lá de dentro.

— Como pode? – surpreendi-me.

— Parece que foi hoje à tarde. O advogado ligou para o meu pai, e agora ele acha melhor dormir em Seatle. Amanhã bem cedo vou ter que ir para lá ver de perto a situação.

— E o que disseram contra a empresa? – perguntei.

— Que o plágio foi premeditado, não um engano ou má fé de uma pessoa. - Eliot se levantou e começou a caminhar de volta para casa. Era o fim da nossa noite. — E também fizeram outras acusações.

— Que tipo de acusações? – disse, seguindo-o.

— Atrasos no pagamento, maus tratos aos funcionários e assédio.

— Assédio? – quase gritei.

— Com que provas poderiam acusar tudo isso?

— Eu não sei. Mas não podemos subestimar. A imagem da empresa é tão importante quanto a qualidade do que vendemos. Se ela for destruída, não importa o quanto na verdade tramalhamos bem. Fora o problema que isso causaria a marca Grey, no mercado como um todo.

A marca Grey. Ainda não tinha ouvido essa expressão. Era comum entre eles? Mas é claro, de fato eram uma marca. Grey Publicity, Grey Buildings, e Grey... Como era mesmo o nome da empresa de Christian?

Bom, não importava muito agora.

Elliot entrou em casa e contou rapidamente as coisas para Grace e Mia, que estavam na sala. Grace lendo e Mia mexendo no notebook. As duas ficaram espantadas e, assim como eu, começaram a fazer perguntas para Elliot, até que o telefone da sala tocou e Grace atendeu. Era Carrick. Elliot soube que o pai contaria as coisas para sua mãe, então subiu correndo as escadas. Eu fui atrás. Eu não sabia se poderia ser útil ou não, mas aí o vi chegar primeiro no seu escritório e se fechar lá dentro. Andei no corredor de um lado para o outro sem saber se poderia interromper ou não. Mas Elliot não demorou. Logo saiu carregando uma maleta, um paletó e um molho de chaves.

— Já vai? – Inqueri.

— Talvez. Eu não sei. Meu pai... – ele expirou pesadamente. Caminhou até um quarto. Eu o segui.

— Já é noite, Elliot!

— Eu sei, mas... Ele... Ele está realmente...

— Ele quem? Seu pai?

— É.

— O que tem ele?

— Está muito, muito irritado.

Tentei processar e entender sua linha de raciocínio.

— Acho que é natural. – disse hesitante. — O negócio, tecnicamente, também é dele, não é?

Elliot me olhou por cima do ombro, sem parar de se mover pelo quarto e tirou de um armário uma bolsa esportiva grande.

— Ele... Ana, você não entende... Eu tenho que consertar isso.

— Pode esperar amanhecer, pelo menos...

— Não, não posso. Poderia, mas... É minha culpa. Eu não deveria ter me afastado da empresa viajando para Paris...

Senti um estranho golpe de culpa acertar meu peito. Mas não era culpa minha, ele foi para Paris por que quis.

— Tem algo que... Eu possa fazer? – perguntei.

— Não. – Elliot bufou, depois respirou profundamente, passou a mão pelos cabelos e se voltou para mim. — Ana, desculpa. Eu preciso pensar... Descobrir quem está sabotando a empresa e porquê. Se eu não conseguir solucionar esse problema e a empresa quebrar de algum modo... – ele parou, respirou e voltou para a bolsa esportiva, colocando roupas dentro.

Então eu me lembrei da conversa que tive com a Sra. Grey. “Elliot era desprendido ao ponto de quase ser irresponsável”, e tudo o que seus pais queriam era que tivesse um objetivo. A empresa era o objetivo. Era muito importante que continuasse bem.

— Eu entendo. – disse. — Eu vou deixar você sozinho então.

Elliot olhou para mim e tentou me dar um sorriso, mas quase não conseguiu. Eu saí do cômodo e voltei a andar pelo corredor, devagar, em direção aos quartos de hóspedes. Meus pensamentos circulavam em torno do problema atual. Por que alguém se ocuparia em tentar destruir da empresa de Elliot? Plágio, atraso no pagamento, maus tratos e assédio? Assédio? Por que alguém se arriscaria tanto contando essas mentiras?


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Notas finais do capítulo

Queridas leitoras (e leitores), esses dias estou enfrentando um grave problema familiar. Caso eu demore a postar com certeza é por causa disso. Espero que compreendam. Obrigada pelo apoio, pela leitura.



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