Sasha caminhava lentamente pelos corredores do orfanato.

Vejamos... Eu não quebrei nada. Eu não roubei nada. A última vez que peguei comida da geladeira escondida foi há dois anos. Eu já limpei a minha parte do quarto. Eu já levei o lixo para fora. Então, o que Samira quer comigo? , Sasha pensava.

Mais rápido do que imaginava, Sasha chegou a diretoria do orfanato. A garota tremia de medo. Ela suspirou e abriu a porta.

–Olá, Sasha. –Samira, a diretora do orfanato, cumprimentou.

–Olá, senhora Samira. - Sasha cumprimentou meio hesitante. Ela usou o “senhora” apenas por educação, pois Samira não tinha mais 30 anos. –O que queria falar comigo?

–Uma das garotas foi adotada. - Ela falou.

Sasha foi tomada por um sentimento de tristeza. Ao menos uma das meninas iria ganhar um lar.

–Qual delas?

–Você! Você tem familiares em Tóquio, Sasha!

–E-eu? Impossível!- Sasha se recusou a acreditar naquilo. Ela pensava que toda a sua família morava no outro lado do mundo, e seus pais haviam morrido num acidente, no qual ela era a única sobrevivente.

–É verdade! Seu tio se chama Tougo, ele é um politico, e adivinhe: ele tem seis filhos! Assim, você tem seis priminhos!- Samira se empolgava cada vez mais.

–E ele apareceu assim, do nada?- Sasha estranhou.

–Na verdade, ele nem apareceu. Mandou um empregado aqui. E todos os documentos já estão prontos! Você parte amanhã à tarde!