A filha das sombras escrita por Caroline


Capítulo 8
Possessão




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Alabama , 15/06/98 07:00

Já fazia um tempo em que ela estava acordada. Seus olhos amarelos olhavam fixamente para o relógio e ela mesma não sabia o que estava esperando. Sentada em uma cadeira cinza, de braços cruzados, mordia os lábios e tentava não lembrar do último pesadelo que tivera. Yuna olhou para a porta e viu a bolsa pendurada. Passou os olhos nos quatro cantos do quarto. Desatenta e silenciosa, pegou a bolsa e saiu. Pegou uma maça na geladeira e fechou a porta.

_ Ei, oi. Você está estranha hoje.

Yuna não deu ouvidos ao comentário infeliz da amiga e continuou caminhando. Ao ver a escola soltou um enorme bocejo e continuou a caminhar. Passou pelos corredores e viu um rapaz com um terno cinza, cabelos lisos colocados para trás, olhar penetrante e sorriso tímido, parado em frente a sua sala olhando para ela. Yuna passou pelo seu lado e não falou nada. Olhou de novo para trás e ele havia desaparecido. Sentou na carteira e esperou 5 mim pelo professor. No meio da aula, ela decidiu olhar para a janela. Lá fora ela pôde ver a quadra de jogos e também viu o mesmo rapaz sentado sozinho na arquibancada. Ela se levantou, pegou suas coisas e saiu. Passou pelo corredor apressada e de repente seu cadarço é desfeito. Yuna se abaixa para amarrá-lo e é aí que uma coisa estranha acontece. As luzes do corredor de repente se apagam e tudo fica escuro. Ela tenta correr em direção a sua sala e quando chega lá não ouve nenhum barulho. Pega um isqueiro na sua bolsa e o acende. Não tinha ninguém alí. Era como se todos os alunos tivessem sumido. Yuna agarrou sua bolsa e deu três passos para trás onde sentiu que alguém estava passando por alí. Virou-se e colocou o isqueiro para iluminar sua visão e nada viu. Saiu da sala e para sua surpresa o corredor estava totalmente destruído. Um cenário obscuro estava posto bem á sua frente. Corpos estavam empilhados pelo chão, as portas estavam arrancadas e jogadas no chão, as paredes estavam manchadas de sangue. Ela não estava acreditando e como poderia? Sentiu um arrepio no pescoço e olhou para trás. O rapaz de sorriso agora assombroso estava olhando para ela. Suas mãos estavam descascadas e seus pés estavam sujos de sangue. Veio se aproximando, ela se afastando cada vez mais tropeçou sobre a cabeça de um morto e caiu. Fechou os olhos e quando os abriu, uma multidão estava ao seu redor. Ela não conseguiu olhar para todos. Olhou para o chão e começou a vomitar. Pegou suas coisas e saiu da escola. Na rua, Yuna corria rápido e olhava para trás e desejou não ver mais aquele rapaz de novo. Chegou em casa, viu que estava sozinha e trancou-se no quarto. Sentou na cama e começou a chorar. Nessa mesma hora a porta do seu quarto se abriu sozinha e uma corrente de ar frio entrou por ela. O vento forte arrastou tudo o que estava dentro do quarto e algo entrara dentro de Yuna. Desmaiada alí no chão, continuou alí por no mínimo 2 horas.

Chegando na cidade, Nara sente um arrepio. Sente vontade de chorar de repente e para.

_ Você está bem?

Hiro percebe o seu mal estar e olha para trás.

_ Estou com um pressentimento.

Dito isso, ela cai e fica inconsciente por algumas horas.

*

Esta mesma sou eu? Como meu cabelo está bagunçado. Nossa, mas o que é isso? Eu estou me vendo. Estou aqui parada diante de mim mesma e Hiro não consegue me ver. Que bom, pelo menos posso ver o que está acontecendo alí.

*

Nara teve uma experiência única, ao desmaiar, ela pôde sair do seu corpo e estabelecer uma conexão com o mundo dos mortos. Ao saber disso, ela percebe uma outra dimensão. Um lugar paralelo ao dela. Um lugar sombrio e nefasto. Acho que Nara estava no inferno. Sua imagem e a de Hiro desapareceram no ar e ela pôs a caminhar. Caminhando numa estrada coberta por sangue, o cheiro de enxofre era muito forte. Andando e se deparando com alguns pequenos demônios. Ao perceberem ela, alguns saíram de suas tocas e começaram a segui-la. Ao abrir mais os olhos, no fim da estrada, um recipiente de vidro estava alí jogado. abaixou-se e pegou o vidro, ao virar-se não conseguiu olhar mais.

_ Prazer, me chamo Alaster. Bem, eu sou um demônio e um dos meus fugiu e conseguiu incorporar em uma menina mortal. Preciso que pegue-o para mim. Preciso dele. Esse recipiente está enfeitiçado. Quando terminar de exorcizá-lo, coloque-o dentro do recipiente e ache um jeito de enviá-lo para mim.

_ O que eu ganho se fizer isso para você?

_ Não sou um demônio de encruzilhada, mas posso falar com um para que lhe conceda alguma coisa.

_ Não farei isso.

_ Ah não. Você é uma filha das sombras e não devia estar aqui. Mas mesmo assim ainda quero que me faça esse favor. Não posso descer lá e fazer o serviço por conta própria. Só voc~es podem, afinal, você é metade demônio também.

Ao dizer isso ele desapareceu na escuridão deixando ela lá sozinha e umas dezenas de demônios atrás dela. Retirou sua espada das costas e atacou. Ao se posicionar para então lutar, sente uma força maior puxando-a para fora dalí. Nara acorda nos braços de Hiro.

_ O que você estava fazendo lá?

Simiel não esboçava nenhuma reação.

_ Alaster quer que eu capture o demônio.

_ Sim, eu sei disso. Esse demônio que está incorporado nessa menina faz parte das seções de tortura de Alaster e vocês precisam mesmo captura-lo e enviá-lo para o inferno. Agora não entendo o porque de Alaster ter te levado até lá. Acho que aquilo era uma emboscada para você, mas eu a resgatei a tempo.

_ Obrigado.

_ Vocês precisam ir logo. O demônio já incorporou na menina e vocês precisam acabar com isso ainda hoje. E tomem cuidado, pois ele com certeza está irado de raiva.

_ Teremos cuidado sim, obrigado por tudo Simiel.

Simiel levantou uma das asas e alçou voo. Nara encarou Hiro, pegou sua espada e lhe disse:

_ Hoje a noite vai ser longa.


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Notas finais do capítulo

Peço, por favor, a quem está acompanhando a história ou simplesmente só a quem a lê que coloque aqui o seu ponto de vista a respeito da minha história. Agradecida pela compreensão de vocês.



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