A filha das sombras escrita por Caroline


Capítulo 6
Um cérbero




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Hiroshi ainda estava de pé, armado, de olhos fixos para o agressor, esperando qualquer passo infalso para então poder atacar. A estrada estava deserta. Não havia ninguém para socorrê-los. Mas quem poderia contra um demônio? Nara procurou não olhar muito para ele, pois o viu queimando, com seu rosto desfigurado, a pele do seu rosto estava sangrando e descascando lentamente, seu hálito era horrível, quando ele andava, deixava pingar no asfalto quente um líquido ácido que corroeu todo o estofado do carro.

_ Vocês não podem ir até onde querem. Vocês não podem impedir essa possessão.

Os demônios em si tinham raiva dos filhos das sombras, afinal, eles mandavam os demônios para o inferno. A missão era exorcizá-los e trancafia-los nos porões mais profundos do inferno. De repente alguns ruídos são ouvidos. Garras afiadas são lançadas contra o asfalto. Grunhidos horrendos são percebidos.

_ Antes de partirem, esse conseguirem, brinquem com os meus cachorros. Eles adoram a carne dos filhos das sombras. Esse é o meu cérbero e ele vai despedaçar vocês.

o demônio disse isso olhando para os lados, visto que um monstro parecido com um cachorro se erguia no horizonte. Ele tinha várias cabeças, seu coro era longo e ele era enorme, seus dentes afiados ensanguentados e cheios de pedaços de carne, suas unhas afiadas marcaram o asfalto. Quando cérbero os viu, ele inclinou a cabeça para cima e latiu. Passou a língua sobre os dentes e caminhou devagar afim de assustá-los. O demônio não estava alí, mas Nara pôde senti-lo. Aquela imagem não sairia da sua cabeça tão rápido assim.

_ Nara, se afaste, deixe comigo. Eu o distraio e você pega o carro. Dirige até o alabama e impede a possessão.

_ Não posso deixa-lo sozinho.

Terminada as suas palavras cérbero já estava correndo em direção á Hiroshi. O menino deu um golpe que atingiu uma de suas cabeças, mas isso não o impediu de atacar. Cérbero recuou para trás. Deu um uivo alto e arranhou o asfalto com raiva. Cérbero atacou Hiroshi. Deu uma mordida no braço do menino e o mesmo caiu ao chão cambaleando no asfalto. Hiroshi estava fraco, cérbero havia lhe dado um golpe na sua barriga. Hiroshi quando viu o sangue se recompôs rapidamente e levantou a espada. Atacou o cérbero e cortou-lhe uma das cabeças. Nara só viu uma cabeça de cachorro atrofiada deslizando pelo asfalto. Ela sentiu uma ânsia de vômito. O cérbero rugia e latia mais alto. Era dia e o sol parecia queimar a pele de uem estava embaixo dele. Por um momento o dia virou noite. Nara sentiu-se mal. Sentiu uma dor forte na cabeça, mas dessa vez não lhe veio nenhuma visão em mente. Cérbero o cercou. Ao olhar, por um momento Nara pensou que alí seria o seu fim. Ela deu um grito emudecido pelas mãos de um anjo de asas negras.

_ Ele sabe se defender. Vamos ver o que ele sabe fazer.

Simiel apareceu da escuridão e segurou a menina. Hiroshi fechou os olhos, concentrou suas energias, não viu ninguém, não sentiu nada. Deu um longo suspiro e colocou a espada a sua frente. Quando cérbero se posicionou a sua frente grunhindo, Hiroshi deu_lhe um golpe fatal com a espada que saiu cortando 8 das cabeças do cérbero. O bicho caiu quase inconsciente. Hiroshi olhou para trás e viu Nara envolvida por um manto de asas negras. Ele correu em sua direção e ao virar Nara gritou:

_ Hiro, atrás de você!

Chegando perto do anjo e de Nara, o anjo lhe disse:

_ Abaixe-se.

Hiro se abaixou e o anjo fechou os olhos. Cérbero estava vindo atrás correndo e bufando. De seu nariz saia uma fumaça acinzentada. Nara se abaixou onde estava, tapou os ouvidos e fechou os olhos. Hiro viu tudo...

*

Dois raios desceram do céu. Simiel juntou suas forças e o chão tremeu um pouco. Meus olhos estavam cheios de sangue, mas pude ver direito. Simiel fez o cérbero se desintegrar bem na nossa frente. Os raios lhe ergueram e ele ficou acima de nós. Suas asas tremeram e seus olhos ficaram brancos. Toquei minha barriga e minha mão saiu ensanguentada. Não tive mais forças e deitei no asfalto. Mas de repente uma tempestade se formou no céu. Olhei de um lado e não vi Nara. Simiel desceu ao chão e sua aparência voltou ao normal.

*

Simiel voltou ao normal. Caminhou para perto de Hiro e o olhou fixamente. Hiro conseguiu se levantar do chão, olhou para sua barriga e o ferimento havia sumido. Simiel viu Nara encolhida num canto e a segurou-a.

_ Acabou, vamos, se levante.

_ Você é o super homem?

Hiro disse dando uma pequena risada.

_ Não. Sou um arcanjo.

_ Tá bom então. Obrigado por ter me salvado.

_ Tudo bem, mas agradeça a Nara. Foi ela quem me chamou.

Nara vinha caminhando na direção deles com a mochila nas costas. Hiro a olhou-a bem e depois desviou o olhar quando ela se aproximou.

_ Pensei que aquele cachorro tivesse lhe arrancado o braço.

_ Não é um cachorro. É um cérbero. É ele quem guarda a entrada do inferno e o reino subterrâneo dos mortos não deixando as almas saírem.

_ Sinistro.

_ Vocês precisam ir ao Alabama. Um demônio está prestes a possuir uma garota e vocês precisam arrancar alguma coisa dele. Os demônios estão querendo vir ao nosso mundo para formarem um exército, controlarem as pessoas. Estão afrontando os anjos. Miguel tem uma opinião sobre isso.

_ O arcanjo Miguel?

_ Sim.

_ E os nossos pais?

Disse a menina com um nó no estômago.

_ O pai de cada um de vocês é um demônio diferente. Vocês fazem parte de uma dinastia, os filhos das sombras. Vocês são um Nefilim. Vocês são metade demônio e metade anjo. Tem um pé aqui e o outro no mundo inferior. Alguns escutam as conversas dos anjos, alguns têm visões do futuro, poderes sobrenaturais, sabem lutar perfeitamente, como Hiro.

_ E enquanto a nossas mães?

_ Suas mães assumiram a posição que elas tinham no céu. Passaram-se 2.000 anos e o arcanjo Miguel as aceitou novamente ao cargo. Mas vocês ainda podem manter contato com elas, através de sonhos e visões elas lhes dirão o que fazer e qual caminho vocês devem seguir. Vocês te um anjo da guarda. Agora vocês precisam ir logo.

_ Vamos dirigindo esse carro?

Hiro fez uma cara de desdém apontando para a lataria velha e toda corroída pelo demônio. Simiel tocou no carro e ele rapidamente tomou a sua forma de antes. Sem cheiro ruim, sem pingos de ácido sobre as almofadas e sem resquícios de demônio.

_ Nossa, eu preciso aprender isso.

Hiro soltou mais uma de suas piadinhas. Nara olhou para ele e lhe mostrou a língua. Ele não entendeu e abriu a porta do carro.

_ Antes de irem eu quando estava te segurando, coloquei o mapa na sua cabeça, agora você sabe todo o caminho daqui até lá. E também sabe quais as pessoas que deve procurar. E antes de partir leve isso com você. Quero que leve essa pedra e use com você. Uma pra você e outra para Hiroshi. Elea impedirão que os demônios te encontrem durante esse caminho que vocês vão fazer. Mas essa pedra está enfeitiçada e o efeito costuma passar rápido. Ainda não tive tempo de aprender um feitiço mais duradouro. Então use-a até enquanto puder.

_ Obrigado.


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