A filha das sombras escrita por Caroline


Capítulo 11
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Quem apenas lê a história, por favor, poste aqui seu comentário, preciso muito saber da sua opinião para então poder dar um bom desfecho para o meu texto. Obrigado!



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Por um momento eu não conseguia escutar os sussurros ao meu redor. Algumas palavras estavam falhas e eu não sentia minhas mãos nem o meu corpo. Acho que deve ter sido por causa da pancada na cabeça. Não consegui sentir nada. Só consegui ver um enorme clarão que se abria na minha frente e também pude ouvir alguns passos. Meu outro ouvido ainda tinha 50% da audição em um estado bom. De repente o dia virou noite e o clarão branco escureceu meus olhos por inteiro. Só agora pude perceber onde estava. Num lugar imenso e completamente cheio de rosas, árvores e no final, onde meus olhos podiam alcançar, percebi que uma cachoeira banhava aquele lugar com uma água límpida. Ali o dia virou-se noite e as rosas se esconderam. As árvores murcharam e seus troncos secaram. A água límpida transformou-se em sangue. Aquele cenário completamente paradisíaco sumiu em questão de segundos e eu me vi perdida e presa numa escuridão sem fim. Por alguns segundos eu não pude respirar e isso afetou minha coordenação. Caí no chão sem forças e percebi que algo estava caído do meu lado. Virei-me e procurei algum rastro de luz, porém, não encontrei. Então resolvi sentir e passei as mãos afim de sentir algo. Pude sentir um corpo áspero jogado ao chão e ao seu lado consegui perceber que uma substância molhada lhe cobria por inteiro. Deduzi então que aquele corpo estava coberto de sangue. Olhei para a frente e tentei enxergar alguma luz, mas nada havia ali. Então continuei a sentir os passos que tinha sentido no começo, senti duas mãos agarrando meu pescoço e tirando-me o ar. Virei-me em vão. Depois escutei um rugido forte bem ao meu lado. Fechei os olhos e soltei uma breve respiração. Quando olhei para o lado, pude sentir seus dentes afiados tocando meu rosto. Sim, agora eu podia ver. Era um Cérbero. Ele lançou suas duas mãos sobre o meu peito me derrubando longe. Veio correndo para cima de mim e uma de suas cabeças estava quase engolindo o meu pé por inteiro, foi quando eu o vi deitado, ensangüentado no chão frio. Sozinho. Hiroshi. Aquilo fez isso com ele? Meu deus, como? Uma lágrima escorreu do meu olho, foi aí que criei forças e arranquei um dos dentes do Cérbero que eram bem grandes e afiados e lancei em cima de uma de suas cabeças. O animal saiu de cima de mim, tonto. Levantei-me e agarrei seu pescoço, eu não vi mais nada na minha frente, perfurei-o várias vezes com o pedaço do dente que eu havia arrancado. Só parei quando o vi em pedaços no chão. Minha roupa estava banhada de sangue e eu tinha uma enorme ferida aberta no braço. Meus olhos foram até Hiro e o dente que eu estava segurando caiu no chão. Não consegui andar. Fiquei ali mesmo sem reação só velando pelo corpo do meu melhor amigo.


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