O show havia corrido perfeitamente bem, tanto os fãs quanto os músicos estavam esgotados, mas ao mesmo tempo, estavam tão empolgados que o cansaço quase não era sentido. As luzes voltaram a se acender aos poucos, anunciando o retorno da banda para o encore.

E mesmo com o cansaço, alguém parecia animado demais, suspeito demais, para um simples encore. O fato é que Takeo não estava em seu estado normal, longe dele ser considerado alguém normal, mas quando colocava uma ideia na cabeça, era muito difícil mudar de ideia. Mesmo que ele tivesse consciência que estava planejando algo arriscado.

Até tentou ser um pouco responsável e repetir várias vezes durante a pausa que era apenas um desejo momentâneo, uma vontade repentina de aprontar, que o namorado não ia gostar, mas não importava o que dissesse a si mesmo, pois seus olhos lhe traíam e seus dedos coçavam, encarando algo que não devia se aproximar, muito menos tocar, caso ainda quisesse viver, é claro.

Não que sentisse alguma atração sexual pelo colega de banda, longe disso! Estava namorando o vocalista, que era uma ótima companhia em todos os sentidos e respeitava bastante o amigo, mas não era cego e o outro guitarrista não deixava de ser gostoso.

Assim que começaram a última música, ambos os guitarristas foram para o centro do palco, para uma habitual disputa de guitarras e foi ali que Shiroyama viu sua oportunidade! Terminou sua parte no solo, dando espaço para o colega, erguendo o punho fechado e balançando no alto num pedido para os fãs aumentarem os gritos de apoio, mas quando abaixou a mão, ela não voltou para o braço da guitarra… Ela desceu um pouco mais para o lado, parando exatamente onde queria tanto apertar: a bunda de Teruo.

Terushido deu um pulo no lugar, mas precisou se conter, fingindo que não era nada demais, enquanto as fãs surtavam pelo pequeno fanservice.

Takeo se afastou sorridente, voltando ao seu lugar, enquanto o vocalista retomava sua posição ao centro do palco. Ao olhar na direção de Teruo, recebeu um gesto bem significativo, com um dedo apontado em sua direção, que a seguir foi direcionado ao pescoço, em uma linha reta, numa clara mensagem de “Você é um homem morto”.

O importante é que tinha valido a pena. Ele seria um homem morto, mas feliz.