Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 34
Capítulo 14




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Quando Gordon se foi, a única coisa que invadia meu pensamento era de que eu deveria contar para o Steve o que havia acontecido antes de eu acordar em um mundo totalmente novo do qual eu vivi.

Sai do quarto e as primeiras pessoas que vi foram Nick e Natasha sentamos em uma mesa, enquanto ele entregava uma caixa para ela, ela pareceu já saber o que era e sorriu. Mas logo ambos se viraram para mim.

–Vocês sabem onde Steve está?

–Ele saiu. -disse Natasha, ela falou tranquilamente, mas logo ambas as expressões dela e de Nick mudaram. -O que aconteceu?

–O que? -perguntei confusa, olhei para os meus braços para ver se eles ainda brilhavam, não brilhavam, do que ela estava falando?

–Você andou falando com alguém? -perguntou Nick, então tudo se formou claro na minha cabeça. Eles eram agentes, lembro de como Peggy muitas vezes sabia que algo havia acontecido apenas olhando para meu rosto.

–Todos na qual eu conversei estão aqui. -eu disse, olhei para baixo lembrando de que as únicas pessoas do meu passado que ainda estavam aqui eram Steve, Bucky e Peggy...

–Certo. -disse Nick, tentando não soar desconfiado. Ele se levantou e ficou em pé em um ângulo em que ambas eu e Natasha pudéssemos ver seu rosto. -Steve já contou como encontramos você?

–Ele disse que eu estava em um barco.

–Sabe como chegou lá? -perguntou ele, balancei a cabeça negativamente. -Ao menos lembra o que aconteceu antes de chegar?

A imagem de Bucky na maca, com o rosto branco e o cabelo gelado, sem o braço esquerdo invadiu minha mente como a imagem de uma grande televisão, na qual demorei para desviar o olhar. Engoli seco com a lembrança.

–Você se lembra. -disse ele.

–Preciso encontrar Steve... -eu disse antes de me virar de costas e seguir em uma direção que eu não conhecia.

Eles não são inimigos, disse a voz feminina em minha cabeça, parecia décadas desde que havia à ouvido pela última vez, mas não fazia tanto tempo. Ela soou como se tentasse me convencer de uma verdade, mas aparentemente o homem que eu amo é o inimigo, então é difícil distinguir quem é quem.

Acabei no corredor onde ficava a porta de entrada e pude ver Steve entrando com uma sacola de papel grande, ele parecia satisfeito com o que quer que tenha feito.

–Preciso falar com você. -eu disse assim que ele me avistou, ele pareceu preocupado e veio até mim com mais rapidez. Olhei para baixo e pude ver em sua sacola a estrela em um tecido azul. -Isso é...?

–Meu antigo uniforme. -ele concluiu confirmando, abrindo um pouco a sacola vendo o uniforme.

–Aonde você conseguiu?

–No museu onde fomos... -ele parou um pouco, antes de continuar a falar. -Achei que se usasse esse uniforme, Bucky talvez lembrasse de alguma coisa.

Meu coração parou quando ele disse isso.

–É sobre ele que eu quero falar. -eu disse baixo, já perdendo a coragem de contar o que havia acontecido.

–O que foi?

–É que... -respirei fundo e continuei - a última vez que vi Bucky não foi antes dele sair com o Comando Selvagem.

Estávamos todos em silêncio, o único som era das pessoas que chegavam perto e largavam flores do lado dos caixões com a bandeira dos Estados Unidos sobre ela, dando adeus a pessoa que ali estavam, até mesmo para aqueles na qual os corpos não estavam ali.

O que era o caso de Steve e Bucky.

Não tive coragem de ir até onde Peggy estava, ela tentou parecer forte, mas pude ver lagrimas brotando em seus olhos quando lera o nome de Steve.

Achei que seria mais fácil do que isso, mas assim que entrei no lugar não tive a coragem de ler os nomes deles em uma faixa em cima da bandeira, isso seria como dizer que eles realmente se foram e eu me recuso a acreditar.

Coronel Philips se aproximou de mim e segurava duas pequenas caixinhas de madeira na mão.

–Normalmente entregamos isso à família, mas os pais do Rogers...bem, você sabe. Os pais do Barnes também não apareceram, então...

–A mãe dele está doente, ela nem sai da cama. -isso não era algo que o Coronel precisava saber, mas dizer fez com que ele apenas assentisse.

–Achei que seria correto entregar isso para você. -ele disse me entregando as duas caixinhas de madeira, nelas havia os nomes "Capitão Rogers" e "Sargento Barnes'' e dentro delas estavam suas medalhas.

–Obrigada. -eu disse com os olhos cheio de lagrimas e sem ter certeza de que a voz havia realmente saído. Coronel Philips apenas saiu quando Peggy veio ao meu lado e ao ver as medalhas, me abraçou.

Steve me levou até uma sala, onde ele disse que ninguém poderia nos ouvir. Quando ele fechou a porta,comecei a falar.

–Depois que a Guerra acabou, voltei pra casa assim que a entrega de medalhas acabou e Howard me levou com ele em uma viagem para procurar você. Mas depois de um tempo isso pareceu inútil, pois nunca havia sinal algum de você.

–Howard me procurou? -perguntou ele.

–Durante meses. -eu disse, respirando fundo voltei à falar depois de um breve silêncio -Depois de pararmos de procurar, voltei para casa e tentei voltar a viver, mas toda vez que eu entrava em um hospital era como se meu mundo caísse ao lembrar que nunca seria um de vocês quem entraria pelas portas da enfermaria.

–Comecei a trabalhar em uma lanchonete perto de onde Peggy trabalhava. Isso durou alguns meses até que ela me convenceu à aceitar um emprego em um hospital soviético.

–Você atravessou o mundo, só para trabalhar?

–Era longe de tudo que me lembrava vocês e... de certo modo fez com que eu superasse. -tive que controlar minha respiração para chegar ao ponto importante. -Foi em uma noite de ano novo, que eu descobri que estava trabalhando em uma base da Hydra e ...

–O que aconteceu lá, Emma? -ele perguntou preocupado.

–Eu vi eles levando alguém por uma passagem em uma parede, eu liguei para a Peggy e disse que havia algo errado, ela me disse para ficar fora do caminho mas eu tentei descobrir alguma coisa por contra própria. Eu entrei por uma passagem que achei no vestiário, eu entrei e pude ouvir pessoas dando ordens e quando entrei em uma sala eu vi ele.

–Eu vi o Bucky. -eu disse tentando engolir as lagrimas que já se formaram, eu havia falado tão rápido que ficou um pouco difícil de respirar. -Eu vi ele em uma maca, ele estava sem um braço, mas era ele Steve.... eu poderia ter salvado ele.

Steve continuou em silêncio, tentando compreender o que eu dizia.

–O que aconteceu depois? -perguntou ele.

–Havia médicos do outro lado da sala e quando eles me viram eu corri, entrei em uma sala e havia uma mulher... cortada em pedaços. -eu disse, soando desgostada ao lembrar da imagem dela. -E... havia essa pedra, e por alguma razão eu não resisti e a segurei. E nesse momento coisas começaram a entrar na minha mente e foi como se eu tivesse recebido um treinamento, eu sabia como fugir de lá derrubando todos aqueles homens.

–Foi o que você fez? -balancei a cabeça negando.

–Um homem entrou na sala com vários soldados e quando viu que eu estava segurando a pedra, ele atirou em mim. Então acordei e você apareceu.

Se fez um silêncio e ele parecia completamente confuso. Até que a expressão dele se tornou séria.

–Escute, vamos derrubar a Hydra. Faremos tudo o que for possível para fazer eles pagarem pelos seus atos e se Bucky estiver no caminho, faremos com que ele se lembre. Tudo bem?

–E se ele não se lembrar? -eu disse, tentando engolir as lagrimas, tentando não parecer tão fraca.

–Ele vai.


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