Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 21
Capítulo 1




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–Steve...? –eu disse em um sussurro.

–Sou eu, Emma. –ele disse sorrindo, dando um passo à frente e eu recuando com um passo para trás.

–Não...não, isso não é real. Você está morto. –o sorriso dele diminuiu, mas ele não se aproximou sabendo que eu precisava de tempo para absorver o que estava acontecendo.

É ele. Está tudo bem, disse a voz da mulher em minha cabeça transparecendo confiança, e eu acreditei nela. Era estranho como vozes estranhas simplesmente apareceram em minha cabeça no momento que toquei o tal “Obelisco” e elas não me assustavam, nem um pouco para falar a verdade. Eu confiava nelas.

Me aproximei dele devagar, então toquei o braço dele e ele era real. Ele é real.

–É você mesmo... –eu disse voltando meu olhar para o rosto dele. Sem pensar duas vezes, eu o abracei e ele me abraçou de volta. Novo fato, Steve estava de volta. Primeiro Bucky e agora... Bucky.

–Como me encontraram? Encontraram Bucky? Quem encontrou você? –o rosto dele travou em uma expressão confusa ao me ouvir perguntar sobre Bucky.

–Acho melhor começarmos devagar com as informações. –ele disse com um sorriso leve, então nos sentamos na cama.

Steve apenas relembrou o que havia acontecido na época da guerra, recontou a história do que já havíamos vivido, o dia em que ele caiu do avião, incluindo o dia na qual ele acordou, no mesmo quarto em que eu estava.

–Howard encontrou você? –perguntei imaginando a felicidade no rosto do Stark encontrando Steve. Mas o rosto dele se tornou sombrio, então me disse o que eu temia ouvir.

–Não... Emma, Howard está morto. –engoli seco e senti o sangue congelar.

–O que?

–Howard morreu num acidente de carro em 1991.

–1991? Isso é daqui uns 40 anos, como que...? –parei minha pergunta ao ver o rosto dele continuou sério, ele sempre sorria quando contava alguma mentira pra mim. –Não estamos em 1946, estamos?

–Não. –ele disse com um sorriso que parecia uma tentativa de me consolar.

–Como? Como que estamos nos anos 90?

–Como você sabe, o avião caiu no gelo. –ele disse após um grande suspiro cansado, parecia ter pensado várias vezes em suas palavras – Não morri na queda, apenas caí na água e congelei. Uma organização secreta de inteligência, a S.H.I.E.L.D, me encontrou e... me trouxe de volta ao mundo.

–Simples assim? Apenas encontraram você?

–Não acho que tenha sido tão simples – disse ele sorrindo, o sarcasmo típico em sua voz fez com que eu risse de um jeito estranho, parecia anos desde que eu havia rido de verdade pela última vez. –E... não estamos nos anos 90.

Eu o olhei com os olhos mais abertos do que deveriam.

–Em que ano estamos?

–2014. –senti que havia me engasgado com a própria saliva. Dois mil e quatorze? Como que Steve ficou tanto tempo no gelo, como que eu...

–Como me encontraram? –eu perguntei involuntariamente, a pergunta simplesmente saiu dos meus pensamentos e foram para minha boca, ele me olhou cuidadosamente e falou um pouco devagar.

–Estávamos em uma missão, resgatando agentes da S.H.I.E.L.D, quando já havíamos resgatado à todos, revistamos o navio em que eles estavam e ... encontraram você, numa câmara de gelo. Não sabemos como, não sabemos por que, você apenas estava lá.

Eu apenas escute à ele, balançando minha cabeça negativamente, tudo parecia um sonho na qual logo eu acordaria e estaria na mesma mesa que aquela mulher, talvez eu nem acordasse, talvez eu estivesse no mesmo lugar que ela, sangue por todo meu corpo e pedaços do corpo sendo arrancados.

–Emma, o que aconteceu depois eu parti? –olhei para ele, mesmo não querendo, abri minha boca para falar, mas a voz da criança em minha cabeça falou antes.

–Não conte à ele sobre a Hydra.

–Se você contar, mudanças rigorosas serão feitas. –disse a mulher.

–Que tipo de mudanças? –pensei comigo mesma, sem saber se eles eram capazes de me ouvir.

–O futuro mudaria, o que acontecer, deve acontecer. Não fale para ele sobre a Hydra.

Olhei para Steve que me encarava em silêncio, ele saberia de um jeito ou de outro.

–Nada aconteceu até a guerra acabar, ou depois. Cerca de seis meses após o fim da guerra, eu consegui um emprego num hospital soviético. Não durei uma semana até que algum maluco soviético atirasse em mim.

–Você sabe quem foi? –Não mencione a Hydra, repetiu a voz da mulher. Então apenas neguei com a cabeça e ele pareceu compreender. –Descobriremos o que aconteceu com o tempo.

Ele se levantou e pegou minha mão, me fazendo levantar.

–O que acha, quer ver como o mundo está? –ele perguntou. Suspirei o mais fundo que pude, tentando absorver que não estava mais em minha cidade, podia ser o mesmo local... mas provavelmente mudou de modo extremo.

–Não há carros voadores na rua, certo? –eu disse com uma careta, ele riu e logo respondeu.

–Não. –ele deu uma olhada na roupa que eu estava usando e fez uma expressão engraçada.

–O que foi? –perguntei.

–Se quer sair e não chamar a atenção, precisamos lhe arranjar roupas novas.


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