Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 2
Capítulo 1




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Eu estava esperando por Steve e Bucky em frente ao cinema, o filme que Steve foi assistir já havia acabado, então não fazia sentido ainda não estar ali. Estava prestes a ir a lanchonete do outro lado da rua quando ouvi um barulho e logo em seguida um homem saiu de um beco com a mão no nariz, aparentemente sangrando. Se ele não fosse tão grande, poderia acreditar que era mais uma das brigas de...

–Steve. - disse para mim mesma e fui em direção ao beco, afinal, o máximo que poderia encontrar era alguém desmaiado nas latas de lixo, certo? Errado.

Steve estava de fato ali, acompanhado de Bucky, ao ver um novo hematoma se formando no rosto de Steve fui até ele, peguei seu rosto cuidadosamente e dei uma olhada.

–Temos de ir dar uma olhada melhor nisso.

–Emma, acho que não é nisso que você deve dar uma olhada. - ele disse se virando para Bucky.

Então eu notei, um terno de soldado. Aquilo me atingiu como um raio.

–Você...hã...você vai...

–Vou servir para a 107. Sargento James Barnes, parti...

–Você irá para a guerra. - eu o interrompi, meus pensamentos só dizia isso repetidamente. Ele irá para a guerra.

–Irei. Assim como voltarei para casa -ele pegou minhas mão e me olhou nos olhos- É uma promessa.

Olhando nos olhos dele, notei que a promessa não era só para mim, era para ele mesmo. Ele tinha medo de não voltar. Eu vi o que a guerra faz com os homens, e eu sabia que de algum modo, eu estava perdendo ele. Engoli seco e perguntei.

–Quando irá partir?

–Amanhã, pela manhã.

Eu poderia desabar ali mesmo e dizer que era loucura, que a guerra não mudaria se ele ficasse, até mesmo dizer que ele não era forte o suficiente, mas sabemos que não é verdade. Então me lembrei de nossa promessa.

Eu seria forte por ele. E ele por mim.

–Bom...então devemos aproveitar a noite.

–E aonde vamos? -perguntou Steve. Bucky lhe entregou o jornal que carregava.

–Para o futuro.

Estávamos indo para a "World Exposition of Tommorrow". Ouvimos que Howard Stark estaria lá, quando Lisa, uma ex colega de enfermagem descobriu que ele iria, falou sobre ir a semana inteira, ela tinha uma obsessão por esse homem. Quando estávamos chegando, Bucky comentou ao ver que Steve não estava animado.

–Se anime! Você vai ser o último homem solteiro em Nova Iorque, sabe que tem mais de três milhões e meio de mulheres aqui, não sabe?

–Eu me contentaria só com uma. -respondeu Steve.

–Ainda bem que cuidamos disso.

–A ideia foi sua, não minha. -eu disse quando avistei Lisa, ela parecia super animada, mas quando viu Steve e Bucky me acompanhando, seu sorriso se fundiu por um tempo.

–Oque falaram sobre mim? -perguntou Steve.

–Só as coisas boas. -eu disse e ri dele ajeitando o cabelo, sempre tão nervoso quando se tratava de mulheres. Quando chegamos ao encontro dela, ela rapidamente me puxou para o palco das Industrias Stark, ela não para de falar em o quão animada estava para vê-lo pessoalmente.

Como sempre, a apresentação do Sr. Stark foi interessante, com mulheres em trajes engraçados, ele até beijou uma delas. A proposta dele para o futuro era um tanto quanto tentadora, carros voadores. E no meio da demonstração o carro caiu. Como ele disse: "em alguns anos", talvez isso aconteça, mas o futuro é sempre incerto.

Quando a apresentação havia acabado, Steve não estava mais ali, e pude avistar Bucky indo a algum lugar.

–Emma, aonde os rapazes foram? -perguntou Lisa, quando avistei o cartaz de alistamento, junto com uma seta indicando onde era o recrutamento. Então soube que era lá que Steve se encontrava.

–Foram tentar a sorte. -eu disse, mesmo sabendo que Steve seria recusado novamente, ele já havia tentado 5 vezes, aquele rapaz sabe ser insistente quando quer algo.

Lisa e eu fomos até onde era o recrutamento, e eu estava certa. Ambos estavam ali, Bucky estava vindo em nossa direção quando ouvi Steve dizer:

–Não ganhe a guerra até eu chegar! -Bucky se virou para ele, e fez uma saudação. Antes dele chegar até mim, Lisa disse que iria dar uma olhada em volta e logo iria para casa. Eu e ele finalmente passaríamos um tempo juntos.

Quando ele me alcançou, dei a mão para ele e começamos a andar. Pus a cabeça no ombro dele e dei uma risada leve.

–Oque foi? -ele perguntou.

–Ele nunca vai parar de tentar, não é?

–Quando a guerra acabar talvez. -ambos rimos e se fez um breve silêncio até ele perguntar- Você quer ir dançar?

–Eu adoraria.

E dançamos. Dançamos até nossos pés doerem, até nossas pernas não quererem mais se mexer, até nossos pulmões não aguentarem mais. Mas só paramos quando vimos que eram os únicos dançando e que o bar estava sendo preparado para fechar. Não queríamos que aquilo acabasse, não agora, não hoje, aquele momento era o que nos restava até essa guerra acabar.

No caminho até minha casa, não falamos, não rimos, mal se podia ouvir nossas respirações, mas eu podia jurar ouvir nossos corações. Era isso, deveriamos nos despedir, ele partiria na manhã seguinte. E isso é algo que eu não quero fazer.

–Então...hora de dizer adeus. -ele disse quando estávamos na porta de casa.

–Eu nunca vou dizer adeus, diga..."Te vejo em breve". -eu disse e ele deu uma risada leve e olhou para o chão. Coloquei minha mão no cabelo dele, e baguncei-o um pouco, o que o fez levantar a cabeça. -Nos veremos de novo.

Assim que disse isso, vi seus olhos ficarem um pouco vermelhos, assim como eu sabia que estavam os meus, então ele me beijou. Como se fosse a última vez, e poderia ser, mas tudo o que eu conseguia pensar era na possibilidade de vê-lo de novo, toca-lo, poder dizer seu nome e saber que ele olharia para mim com aqueles olhos verdes que me fazem pensar no futuro.

Nosso futuro.

–Eu tenho que ir. -ele disse enquanto tínhamos nossas testas uma na outra.

–Não quero que vá. -eu o abracei, com a mínima intenção de solta-lo, eu sabia que o que ele estava fazendo o que era preciso. De certo modo, ele seria um herói. Eu tinha de deixa-lo ir. E com todas as minhas forças, eu o soltei.

–Nos veremos de novo. -ele repetiu minhas palavras, mas soavam como se ele tentasse se convencer disso. Depois de mais um beijo, ele se afastou e se foi.

E por mais que eu desejasse o contrário, eu sabia que poderia nunca mais vê-lo novamente.


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