Bastardos, Caixas e a Lua escrita por Auri Moonlight


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Depois de ver tantas teorias sensatas e incríveis sobre essa saga (talvez seja uma triologia, mas nunca se sabe o que se passa na cabeça do tio Pat) maravilhosa, resolvi que TINHA que fazer uma fanfic. A parte do Cronista fui eu que pensei, na verdade. Talvez seja besteira, mas eu ainda acho isso.
(Spoiler do 2º livro... eu acho)



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Há muito tempo atrás, sabe-se que um menino sem sorte aprisionou a própria lua. Mas vocês conhecem bem essa história, sobre o tal Iax Luckless. Você também pode ter ouvido a versão passada de boca em boca entre os humanos, o que deixou a história um tanto infantil.

Se você escutou essa versão, deve ter ouvido falar de Jax sem-sorte.

Caso não a conheça, poderia contá-la resumidamente à você. Jax fez algo que posso dizer que foi no mínimo inteligente: pediu à Lua seu nome. Não o roubou. Apenas o pediu, como se faz com um novo amigo.

E quando a Lua o sussurrou, Jax teve tempo de guardar apenas uma parte dele dentro de uma caixa.

O que muitos não sabem é o que essa pequena historinha esconde.

Ludis, a Lua, agora vem e vai entre dois mundos. O dos encantados, e o dos mortais. De noite, ela visita um alguém muito especial. A única pessoa que tem a chave para libertá-la.

E alguém que é gentil demais para pedir seu nome.

Kvothe. Doce Kvothe. De cabelos de fogo. Que canta para a Lua. Que havia apelidado ela, a própria Lua, de Auri.

Podemos dizer que Kvothe foi mais um menino sem sorte.

Auri, como aceitou ser chamada, deu à Kvothe várias coisas misteriosas ao longo de seus encontros nos telhados d'A Universidade.

O que Kvothe não sabia é que três deles pertenciam à uma lenda. A moeda, a vela e a chave pertenciam ao Grande Taborlin, que sabe o nome de todas as coisas.

— O que você me trouxe? — ele perguntou à ela, uma certa noite.

— Uma chave. — ela tinha respondido com um sorrisinho.

Mas Kvothe era curioso demais para não perguntar algo mais sobre a misteriosa chave.

— É muito bonita. — dissera ele, com cautela — O que ela abre?

Auri pensou um pouco antes de falar. Ela presumira que Kvothe um dia a libertaria de Iax, o primeiro na linhagem Lackless¹.

Auri sorriu. Ninguém melhor do que um bastardo para descobrir um segredo de família.

— A Lua. Dessa forma, se houver uma porta na Lua, você pode abri-la. — ela segredou.

Kvothe não pareceu muito certo de que havia uma porta na Lua.

Mas Auri sabia que não era louca. Não mesmo.

Tempos depois, como que por acaso, Kvothe foi chamado para uma missão inusitada e um tanto questionável: cortejar uma dama para o maer Alveron.

Para que um homem mais rico que o rei de Vintas pediria ajuda à um molecote para cortejar uma moça? Bom, isso não vem ao caso, eu lhe digo. O destino é obscuro demais, e eu é que o diga.

Kvothe foi enxerido em muitos aspectos, disso se sabe. Interferiu, mesmo que com boa intenção, em assuntos que não eram de sua conta.

Mas mal sabia ele que as respostas que ele procurava estavam em baixo do seu nariz.

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¹ A linhagem Lackless vem mudando de nome ao passar do tempo. Sendo assim: Luckless = Lockless = Lackless = Lochees.

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Não demorou muito, e a dama que ele cortejara para o maer, pediu ajuda ao inteligente Kvothe. Tal dama, Meluan Lackless, é talvez a protagonista de uma cantiga infantil um tanto proibida, que provavelmente deva ser mencionada:

“Lady Lackless tem sete coisas não reveladas

Sob o vestido negro guardadas.

Uma é um anel, não para enfeitar,

Outra, uma palavra ardente, não para xingar.

Bem junto à vela do marido, secreta,

Fica uma porta sem maçaneta.

Numa caixa que nem tampa ou chave tem

Ficam as pedras do marido também.

Há um segredo que ela anda guardando:

Lackless não vem dormindo, mas sonhando.

Numa estrada que não é para viajar

Agrada-lhe seu enigma enredar.”

A protagonista da canção, senão Meluan, é Netalia, sua irmã que fugiu com um artista de trupe, adotou o nome de Laurian e gerou um bastardo, o qual falava com sua provável tia sobre uma caixa misteriosa, herança de família, que não podia ser aberta.

Vê o que quero lhe dizer?

Kvothe não percebe, é claro, mas tal caixa é a caixa que guarda o nome da Lua, que Iax Luckless aprisionou.

Enquanto o jovem Kvothe conversava sobre a caixa com Meluan, o Chandriano procurava a mesma.

A caixa que guarda o nome da Lua.

Se Kvothe quisesse, prestasse atenção e ligasse os pontos, teria percebido que o Chandriano procurava o nome da Lua, tendo assim domínio sobre os dois mundos.

Há duas coisas que provam isso: uma outra relíquia, que uma outra família encontrou. Houve uma festa de casamento na fazenda dos Mauthen. E parece que a culpa foi desse vaso, que levava imagens do Chandriano.

Junto de Haliax, tínhamos a Lua eternamente mutável.

Além disso, temos uma pequena frase:

“Lembre-se de que de que há três coisas que todo sábio teme: o mar na tormenta, uma noite sem luar e a ira de um homem gentil.”

Agora é possível ver o porque o homem sábio temeria uma noite sem Luar. É claro que o Chandriano os induz a isso.

Então era perigoso ter em mãos a chave para a Lua e a própria Lua. Se Kvothe soubesse e pudesse, abriria a caixa com facilidade, já que mesmo sem parecer, a tal tinha uma fechadura invisível, até mesmo ao toque.

E então o mundo se desmancharia. Ou se uniria. Não se sabe ao certo, e nem eu mesmo já posso dizer, porque até hoje, em uma Taberna miserável, se esconde Kvothe, o Arcano. Kvothe, o Sem-Sangue. Kvothe, o Matador do Rei. Mesmo que esteja adormecido e tenha adotado um novo nome: Kote.

E junto com ele, uma herança de família que ainda não foi aberta, com duas outras fechaduras fajutas adicionadas.

E, mantendo lealdade à uma pequena garota a qual deu o nome de Auri, a chave que abre a caixa ainda está guardada em algum lugar por aí.

O mais estranho de tudo, se quer saber, é que há dois herdeiros da caixa na mesma taberna.

Devan Lochees transcreve uma história sobre um certo rapaz, e este rapaz, Kvothe Lackless, o Bastardo, a conta de bom grado, pela primeira vez.

E quem é que sabe de tudo isso? Posso apenas dizer que o jovem Bast estava certo ao dizer que Cthaeh não falha.


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Notas finais do capítulo

Brisei na parte em que o Cronista é parente do Kvothe, eu acho, porém... heuheeuhu eu vi que o nome Luckless veio mudando, e me surpreendi um pouco ao ver que Lochees vinha de Lackless. Talvez a pessoa que pensou isso também tenha brisado. Mas são só teorias. É quase certo que Auri seja a Lua, mas pode ser que nem isso se revele correto.



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