Cidade Dos Corvos escrita por Dyêgo


Capítulo 12
Cidade dos Corvos Segunda temporada: Capítulo Um: Amigos de Infância




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CAPÍTULO UM:

Era uma madrugada qualquer em Cidade dos Corvos, no cemitério só havia névoa, escuridão e a Ellen andando e procurando por Abby.

– Abby, onde você foi? – Ellen gritava no cemitério. – Abby, onde você está? – Ela caminha mais um pouco até encontrar Abby conversando com mais quatro pessoas, as pessoas que morreram junto com ela. Ao vê-la, Abby e os demais correm. – Não, esperem! – Falou Ellen correndo, mas era tarde, eles já tinham sumido. Ela olha para uma lápide onde dizia “Abby Weeler, filha amada”. 1975-1992. Ela ouve um estrondo e a lápide se quebra ao meio.

Garagem dos Collins.

Eu mandava um e-mail para Júlia.

– “Desculpe, por não retornar as suas ligações, acredite, Júlia, não que eu não queira ouvir a sua voz, há tanta coisa que preciso te contar, não sei por onde começar”. – Enviei o e-mail e o computador começa a dar falhas.

– Acho que a vi... – Falou Ellen chegando junto a mim. – Abby. E outros... Mais deles. Mais iguais a mim. Adolescentes. Quando cheguei perto, eles... Desapareceram, mas a lápide... Abby... Isso... Quebrou ao meio.

Eu olhei pra ela com uma cara não muito boa.

– Por que está me olhando assim? Está chateado que o deixei, enquanto estava dormindo? – Perguntou ela.

– Não, estou chateado porque o motorista gritou Cidade dos Corvos e eu desci do ônibus. – Falei.

– Está assustado com a...

– E você não está?

– Sim, por isso saí. Ouvi uma coisa lá fora. Achei, o que quer que fosse que rachou o teto, ainda podia estar lá fora e descobriria mais. O que houve com seu braço? – Perguntou ela olhando meu braço cortado.

– Nada. Cortei-me limpando. – Falei me levantando.

– Posso te ajudar? – Perguntou ela.

– Você meio que perdeu essa habilidade não? – Perguntei.

– Nunca tive. – Falou ela. – Esse e-mail que enviou é o mesmo que estava escrevendo desde segunda?

– Domingo.

– Talvez seja melhor ligar.

– Você acha? Querida Júlia, tanta coisa aconteceu desde a última vez que nos falamos. Quase me afoguei na banheira e em um carro afundado. Fui ao funeral da Ellen. Fui atacado pelo primo de Cujo em um ferro velho. O lustre em cima da minha cama tentou me decapitar. E... Já mencionei... Estava programando morrer naquele carro, também.

– Você pode... Esconder algumas coisas.

– Nunca menti para ela, Ellen. Talvez uma vez. Terei sorte se ela falar comigo depois disso. Não quero perde-la novamente.

Residência dos Mathersons.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou Heleno vendo Eduarda na cozinha.

– Não consegui dormir. E você? – Perguntou ela.

– Também. Duda... Não vou dizer que não vi o que vi hoje. Mas nunca quero fazer isso de novo. Precisa ficar longe daquele lugar. Entendeu?

– Não se tratava de onde estávamos. O pai foi assassinado porque descobriu algo. Algo sobre nós.

– Pare.

– Não vai desaparecer se não pisarmos nas rachaduras na calçada.

– Tudo bem. Mas com certeza, não quero deixar, seja lá o que, irritado de novo. Combinado? Deixe-o em paz. Por favor.

Residência dos Beaumonts.

Mykaella vai até a cozinha tomar um pouco de água, ela pega o copo de vidro e vai até a geladeira e põe água no copo, mas quando ele enche ela vê que é sangue, ela solta o copo no chão e começa a gritar, seu pai acorda e desce correndo pra ver o que havia acontecido, ele abraça a filha e Mykaella percebe que tudo não passou de um sonho.

– Tá tudo bem. Suba querida. Eu cuido disso. – Falou seu pai e ela olha para a janela onde tem um corvo olhando pra ela.

No outro dia no café.

Eu, Heleno, Eduarda e Mykaella conversávamos.

– Eu vi esta manhã. – Falei.

– Tem certeza que era a lápide da Abby? – Eduarda me perguntou.

– Tenho certeza. E não estava em pedaços. – Falei. – Estava cortada ao meio.

– Ellen viu isso acontecer? – Perguntou Mykaella.

– Não é a primeira vez que um idiota brinca com as lápides. – Falou Heleno.

– A não ser que esse idiota seja um pedreiro qualificado ou carrega um raio, isso foi feito por outra coisa. – Falei.

– Ela estava sendo punida. – Falou Eduarda.

– Ela quem? – Perguntou Mykaella.

– Abby. – Falou Eduarda. – Por tentar contato conosco... Para nos informar sobre o pacto.

– Precisamos fazer o nosso próprio pacto. – Falei.

– O que quer dizer? – Perguntou Heleno.

– Que precisamos parar de procurar respostas com os mortos, precisamos achar alguém vivo e disposto a falar.

– Como? – Perguntou Eduarda. – Por que falariam? Mal sabemos de algo, e tenho medo de fechar os olhos.

– E se eles falassem em anônimo? Podemos usar o blog da Gazeta. – Falou Mykaella. - Meu pai disse que é meu bebê. Posso fazer perguntas.

– Eu vou indo nessa. – Falou Heleno se levantando.

– Onde está indo? – Perguntou Eduarda.

– Escola. – Respondeu Heleno.

– Ainda temos tempo. – Falou Eduarda.

– Não posso me atrasar. Mykaella podemos conversar um pouco? – Perguntou Heleno.

– Sim. Claro. – Falou Mykaella e eles vão para um canto.

– Estava pensando... Talvez... Depois de irmos à biblioteca... Podemos jantar ver um filme, talvez, ou qualquer outra coisa. – Falou Heleno.

– Hoje? – Perguntou Mykaella.

– Sim. Por quê? – Perguntou Heleno. – Achei que sua mãe tivesse falado com seu pai sobre nós.

– Não tem nada a ver com meu pai. Só acho que eu... Consiga sentar em uma sala escura agora.

– Você não estará lá sozinha. – Falou Heleno pegando a mão de Mykaella e ela abaixa a cabeça. – O quê?

– Nada. Só estou com muita coisa na cabeça, só isso.

– Está certo.

– Ele vai mesmo fingir que não estava lá ontem à noite? – Perguntei a Eduarda lá na mesa.

– Ele sabe que estava lá. – Falou Eduarda. – Só não consegue lidar com isso ainda. Heleno ainda não se acostumou com o nosso pai não passar pela porta novamente.

Estrada.

Heleno está indo para a escola de bicicleta quando um passarinho passa em sua frente fazendo com que ele perca o controle e caia e machuque o joelho.

– Heleno você está bem? – Perguntou Dillon chegando com o carro.

– Sim, só não prestei atenção. – Falou Heleno.

– Onde está sua irmã?

– Está no The Vault (nome do café) com os amigos.

– Está certo então. A nova turma... – Falou Dillon baixinho. – Heleno, tem certeza de que vai ficar bem?

– Vai ficar tudo bem. – Falou Heleno e Dillon sai com o carro.

The Vault.

Mykaella, eu e Eduarda estávamos com o computador para postar sobre o que estava acontecendo.

– Eu não usaria “assombrada”. – Falei.

– Do que chamaria? – Perguntou Mykaella.

– Assombrados. – Falei e elas começam a rir.

– Esqueceu que você tem uma consulta? – Perguntou a Sra. Matherson chegando. - O escritório do Dr. Franke ligou depois que saiu.

– Olá Sra. Matherson. – Mykaella a cumprimentou, mas ela não falou nada.

– Quer pegar sua bolsa e me encontrar lá fora? – Perguntou ela a Eduarda.

– Mãe. Eu não preciso ver o Dr. Franke. Você foi jogada em um rio. Acho que ir a uma consulta seria melhor. Venha. – Falou ela saindo.

– Vejo vocês depois. – Falou Eduarda saindo.

Do lado de fora.

Eduarda e sua mãe estavam saindo quando o Sr. Collins a chama.

– Rochelle. Bom dia. – Falou Sr. Collins. – Pretendia ligar para você.

– Por quê? – Perguntou a Sra. Matherson.

– Saiu tão rápido do funeral que nem pude agradecer.

– Desculpe, não posso falar agora. Vou levar Eduarda ao médico.

– Se machucou ontem à noite? – Perguntou ele a Eduarda.

– O que houve ontem? – Perguntou a Sra. Matherson a Eduarda. – Do que ele está falando?

– Meu convidado deu um tipo de festa. Deve ter saído do controle. – Falou o Sr. Collins.

– Poderia entrar no carro? Por favor? – A Sra. Matherson pediu a Eduarda e assim ela fez. – Se devo algum dano, eu... Passo um cheque.

– Não será necessário, Shelley. – Falou o Sr. Collins.

– Perguntou se ela estava ferida, algo deve ter acontecido. – Falou a Sra. Matherson.

– Eu não quis te aborrecer... Já passou por muita coisa. Se soubesse que iriam te encurralar no trabalho, teria ajudado.

– Não importa onde foi. Poderia ser aqui ou no mercado. Devem estar me vigiando agora.

– Não deixaria ninguém lhe insultar em minha casa.

– Obrigada, Ray. – Falou ela entrando no carro e o Sr. Collins vai embora.

– Não sabia que vocês eram amigos. – Falou Eduarda.

– Estudávamos juntos. – Falou a Sra. Matherson.

– Ele nunca foi à nossa casa.

– Quando seu pai estava vivo? Ele não iria. Eles não se gostavam.

– Por quê?

– Seu pai não gostava dos negócios do Sr. Collins. Deve ter outras razões.

– Como o quê?

– Acho que eu é quem devo fazer as perguntas agora. – Falou a Sra. Matherson saindo com o carro.


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