Invisível Ilusão escrita por Weirdo


Capítulo 2
Capítulo 1 - Jonathan




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Primeiro dia de aula em uma escola nova, tentarei não esquentar com isso. Visto o uniforme cinza, penteio meus cabelos ondulados pretos que vão quase até a cintura, olho a hora no meu celular, 6:55. Pego minha mochila, e desço as escadas correndo, deixando pra trás o meu café da manhã, pego a minha bicicleta e pedalo o mais rápido que posso. Passo correndo pelos portões da escola, e vou a recepção.

—Eu preciso encontrar a minha sala. — Falei à recepcionista ruiva.

—Foi informado no final das suas aulas no ano passado querida. — Disse à mim, sem prestar muita atenção.

—Sou nova aqui.

—Ah, claro. Bem-vinda, querida. Eu vou checar sua turma, qual seu nome completo?

—Melanie Gilber Pearl.

—Sala 302, espere um instante, fique a vontade. — Diz ela me deixando sozinha na recepção.

Me sento no sofá, jogando a mochila ao lado. Escuto algo batendo no chão e rolando, um anel, atingido pela minha mochila. Ele é branco, com uma pedra roxa e alguns detalhes em prateado. Não diria que era uma fortuna, mas com certeza não é algo que se encontre em um camelô ou algo do tipo. Escuto passos ficando cada vez mais próximos, pego o anel e coloco no dedo indicador. É algo que faço as vezes, roubar, não me orgulho muito, mas eu roubo mesmo assim. Não chamaria de roubo, chamaria de furto, um assalto por exemplo é um roubo, pessoas se machucam ou são ameaçadas, em um furto não tem isso, eu simplesmente pego algo sem que os outros percebam. E não acho que essa vez tenha saído um roubo ou um furto, eu simplesmente achei, não sei quem é o dono e não me darei ao trabalho de perguntar.

—Sua sala é a direita no final do corredor. —Disse a recepcionista entrando na sala.

—Obrigada. —Falo e vou em direção à minha sala.

Bato na porta e a empurro.

—Com licença, posso entrar? — Digo ao professor, ele alto, moreno e não para e ter mais que vinte e cinco anos.

—Claro, aluna nova?

Faço que sim com a cabeça.

—Sou Richard Cowell, seu novo professor de história. Vá se sentar.

Só tem uma cadeira vaga, bem no fundo da sala. Vou até ela e tento prestar atenção nas aulas nas horas a seguir. Quando o último sinal bate, saio apressadamente da sala e vou até o portão da escola, mas está fechado.

—Quando vão abrir o portão, ou como abre o portão? — Pergunto à um garoto alto, de cabelos ondulados castanhos e olhos verdes. Ele parece surpreso com a minha pergunta.

—Que eu saiba vão abrir amanhã, e...você está planejando arrombar o portão da escola? — Fala curioso.

—Não, eu...só quero sair daqui, sabe, ir pra casa.

—Outro portão, do outro lado da escola. — Responde pausadamente.

—É muito abuso da minha parte pedir pra você me mostrar o caminho?

—É, mas eu não ligo, não tenho nada melhor pra fazer. — Fala e vamos andando.

—É a aluna nova, não é? — Pergunta ele.

— A aluna nova? — Digo dando ênfase no "a", ele fala como se fosse algo de outro mundo. — É, acho que eu sou sim.

—Então "aluna nova" vou ter que continuar te chamando assim, ou você vai me contar seu nome?

—Melanie.

—Jonathan.

—Você é da minha turma? — Pergunto

—Se você não se lembra de mim por que eu deveria lembrar de você? — Pergunta ele com um sorriso torto.

—Como você disse, eu sou "A" aluna nova.

—Não, eu não sou da sua turma.

—É aqui, não precisa arrombar, nem apodrecer na escola até amanhã. — Diz quando chegamos ao portão.

— Obrigada. A gente se vê.

—A gente se vê. — Diz ele, e eu vou embora.

Missão não cumprida, a minha intenção era fazer amigos mas eu esqueci completamente, talvez eu possa fazer do Jonathan um amigo... Ou pelo menos posso dizer pra minha mãe que ele é um amigo, ela é o real motivo pra isso, eu não ligo muito pra esse negócio de amizade. Chegando em casa vou direto para o meu quarto e me jogo na cama rodando o anel no meu dedo. Penso em ligar pra Sarah, mas não faz muito sentido.

—Fez amigos hoje, meu anjo? — Pergunta minha mãe entrando no quarto.

—Fiz. — Ela não parece muito convencida. — O nome dele é Jonathan. — Não se convenceu, minha mãe realmente me conhece... — Inclusive vou sair com ele hoje.

— Que bom! Estou tão feliz, eu...isso é ótimo. — Disse minha mãe animada, ela nunca entendeu que eu gostava de ficar sozinha.

Agora eu tenho um problema, eu não vou sair com o Jonathan. Eu tenho que encontra- lo e convece-lo a sair comigo. Não minto muito bem e não gosto de mentir para a minha mãe, então já descartei a possibilidade de eu simplesmente ficar na rua fingindo que estou com o Jonathan. Saio de casa pego minha bicicleta vermelha, e pedalo rápido até a escola. Ele ainda não havia ido embora aquela hora, então talvez eu dê a sorte de ainda encontra-lo por lá.

Dessa vez faço um caminho mais longo com a bicicleta pois tenho que chegar no outro portão, o pelo qual saí. Entro na escola, que agora está vazia, não vejo ninguém por alí.

—Jonathan? — Grito, sem resposta.

Sinto mãos em meus ombros e dou um grito de susto. A pessoa que fez isso começa a rir. Me viro pra ver quem é, é o Jonathan.

—Isso não... Se...faz! — Digo dando tapas não muito fortes no braço dele, que continua a rir.

— Você me chamou, eu só ia te avisar que eu estava aqui. — Fala fingindo inocência.

—Já que você quase me matou, tem uma pena a cumprir.

—Ah, é? E qual é seria essa pena?

—Você vai sair comigo hoje.

—Sua companhia é tão ruim assim? —Pergunta.

—Anh?

—Pra você considerar uma punição.

—Ah...Só responde logo.

—Acho que você deixou bem claro que não é uma opção, aonde vamos?

—Não sei. — Digo surpresa por ele aceitar tão facilmente. — Onde quer ir?

—Qualquer lugar.

Meu celular tocou.

—Alô?

—Oi, filha. Eu já te disse que eu fiquei feliz por ter feito amigos. Mas precisa ficar em casa hoje, se quiser chamar o seu amigo não tem problema.

—Tá. Por que preciso ir pra casa?

—Sua irmã.

—E ela não vai criar problema por eu levar o Jonathan? — Pergunto preocupada.

—Não sei, Mel. Mas não pode pensar somente na Larissa. Também, tem que pensar em você. Está fazendo amigos, não use sua irmã como desculpa para não fazer isso.

—Vou ver se ele concorda em pra aí. Tchau.

—Tchau, Mel.

—Ouvi meu nome nessa conversa...Devo me preocupar? —Pergunta brincando.

—Não. Mas vamos ter que ir pra minha casa.

—Tudo bem.

—Eu costumo ir de bicicleta para casa... Você tem uma?

—Não. Eu venho andando.

—Então vamos andando.


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