Miss Simpatia escrita por Little Queen Bee


Capítulo 16
Fim de semana em Manhattan


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou de volta. Gostaria de agradecer ao comentário inspirador de MilaKarenina. Espero que goste deste capítulo. Boa leitura!



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POV. Josh

A plataforma estava vazia. Eu era o único ali sentado. Meu irmão, Jared, vinha de Montauk, onde minha família mora, para passar um fim de semana comigo, aqui em Manhattan. Por isso eu o esperava na Estação Central. Ele precisava de um tempo. Meus pais estavam enchendo o saco dele, por acharem que ele tinha uma namorada. Eles são assim, infelizmente. Fazer o quê?

Já havia passado uma semana depois do casamento, e diversas mudanças nas relações amorosas ocorreram. Cheguei a conclusão de que Daphne e eu estávamos ficando. Eu a chamei para correr comigo durante esta semana inteira. Posso dizer que nos pegamos algumas vezes, quando chegávamos ao prédio dela. Eu estava feliz, apesar de nós nunca termos conversado sobre isso.

Brian havia chamado Eliza para sair. Sim! Meu amigo havia tido um encontro e não, eles não transaram. Eles estavam se curtindo, se conhecendo mais. Isso era bom. Sally e Ian estavam em uma lua-de-mel nas Bahamas. E finalmente Andrew e Kaitlyn voltaram, logo após ele concluir que não conseguiria viver sem ela e pedi-la em casamento. Pois é mais um casório à vista.

Um trem havia chegado à estação, enquanto eu passava a mão em meu pulso sentindo falta do meu velho relógio. Eu não fazia ideia de onde ele estava.

Levantei do banco em que esperava. Eu estava ansioso e com saudades do meu irmão caçula. Fazia três meses que eu não o via. Ele era um adolescente, já podia vir me visitar a hora que quisesse, mas ele resolveu esperar que o período de provas acabasse. Olhei para uma das portas do trem, na expectativa que ele saísse de lá.

– Josh! – Ouço uma voz atrás de mim. Dou meia-volta e o encontro.

Damos um aperto de mão e eu o abraço. Um abraço demorado. Meu pequeno companheiro fazia falta. Talvez nem tão pequeno assim. Deviam ser poucos os centímetros de diferença entre ele e eu.

– Como é que vai? – digo soltando-o.

– Bem. E você? – diz ele.

– Bem até demais. – digo, descendo as escadas da estação e indo para a rua. – Como é que vão a mãe e o pai?

– Como sempre, irritantes.- diz ele e comecei a fazer sinal para os táxis.- Eu quis levar uma menina para tomar um sorvete comigo, para isso fui pedir dinheiro pra mamãe. Ela questionou, quis falar com a menina, com os pais dela para convidá-los para jantar lá em casa. Sendo que eu comecei a falar com a garota não faz nem duas semanas. Ela exagera demais. Eu a amo muito, mas ela é muito exagerada.

– A mamãe deve sofrer um certo trauma. – digo e entramos em um táxi. - Leve a gente para o East Village, o cruzamento da Rua 8 com a Avenida B.

– Ok. – diz o motorista do táxi.

– Como assim trauma? – pergunta Jared.

– Eu dei alguns problemas para nossos pais, no quesito garotas. Quando eu era adolescente, como você, talvez alguns poucos anos mais velho, eu já saía com muitas garotas, eu já transava e tudo, mas nunca levei as garotas em casa. Para eles estava tudo bem, até que a única namorada séria que eu tive, foi bater na porta da nossa casa e falar que estava grávida de mim. O que era uma mentira, já que ela havia me traído. Mas isso foi o suficiente para que a mamãe quase tivesse um ataque cardíaco.

– Ah, acho que ta explicado. Aí agora eles querem ser mais cuidadosos? – pergunta Jared.

– Sim, basicamente isso.

– Você ainda esta dividindo o apartamento com aquele cara? – pergunta meu irmão.

– Sim. O Phil. Você vai dormir no meu quarto, num colchão no chão ou no sofá da sala.

– É aqui? – pergunta o taxista ao chegarmos a minha rua.

– É aqui, sim. Valeu, irmão. – digo pagando a corrida.

– Quando eu me formar quero vir para cá. Eu gosto de Montauk, mas sei lá. Sinto-me meio preso. – diz ele, enquanto caminhávamos até a entrada do prédio. Rio um pouco.

– Eu sinto falta de casa. Passar o dia na praia. Era bom demais. – digo abrindo a porta.

– Mamãe quer saber se você vai pra lá no dia de Ação de Graças. Ela quer muito que você vá. – diz meu irmão, soltando sua mochila no sofá e sentando-se.

Paro para pensar um pouco. Seria bom passar o feriado em casa com minha família. Quase não fui para lá no verão. Fiquei viajando com meus amigos. Acho que seria uma boa chance de ver meus pais.

– Vou pensar no caso. – digo, pegando uma garrafa d’água na geladeira e Jared concorda com a cabeça.

– Jared, Quanto tempo! – diz Phil saindo de seu quarto.

– Fala aí, Phil? – diz Jared, cumprimentando-o.

– Fica à vontade, valeu? Você está em casa. – diz Phil. – Josh vou vazar. Vou pra casa da Cynthia. Acho que não volto hoje, não. Valeu?

– Valeu. Fica tranquilo. – digo e taco a garrafa d’água para meu irmão.

– Até mais. – diz Phil, saindo.

– Vamos no Chinatown, comer alguma coisa. Deixa suas coisas aí. – digo e saímos.

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Acordo pela manhã, com o barulho do meu celular tocando. Para não acordar Jared, que dorme no chão, saio do quarto e atendo o celular.

– Alô?

– Josh Parker, o senhor ainda está dormindo? – pergunta Daphne do outro lado da linha e esboço um sorriso.

– Terei que cancelar nossa corrida de hoje. Meu irmão está na cidade, ele chegou ontem de Montauk.

– Ah, tudo bem. Então já vou indo. – diz ela, não parecendo tão magoada.

– Quer jantar aqui hoje? Com nós dois? Vou comprar umas coisas para fazer a comida. – digo e ela fica em silêncio. – Então, você topa?

– Hm... Claro. – diz ela.

– Legal. Pode vir depois do trabalho se quiser, mas se quiser vir lá pelas oito, está bom. – digo ficando meio sem graça e ela ri.

– Tudo bem. Vou depois do trabalho.

– Claro. Te espero. Até mais tarde.

– Beijos. – diz ela e desligo o celular.

Volto para a cama e espero Jared acordar para darmos uma volta pela cidade.

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POV. Daphne

Já estava no final do meu expediente, quando termino de guardar os novos lotes de roupas no estoque, pego minha bolsa, bato o cartão e vou embora. Resolvi não tirar o blazer que era parte de meu uniforme, já que havia uma corrente fria na rua.

Era sábado à noite, e eu jantaria com o meu homem preferido em toda Manhanttan. Eu sentia-me como uma adolescente com seu primeiro namorado. Com a cabeça nas nuvens e sem os pés no chão. Ele não era meu namorado. Pra falar a verdade, eu não sabia exatamente o que Josh era pra mim. Ficante? Talvez.

Ele correu comigo durante toda essa semana. Tomamos café em minha casa. Algumas vezes era apenas pegação, isso resultou que ele esquecesse seu relógio em minha casa. Por conta disto, eu o carregava na bolsa pra devolvê-lo. A parte interessante é que não transamos. Isso era diferente, apenas nos curtíamos. Ele era diferente de qualquer cara, apesar de eu já o ter conhecido e saber que ele já foi como todos os outros. Agora ele era único.

Eu estava curiosa para saber a comida que ele iria preparar. Nunca o vi cozinhando. Ao contrário dele que me viu fazer café da manhã durante toda esta semana. Eu herdei diversos dotes culinários de minha mãe. Sempre tive o interesse de aprender a cozinhar.

Pego o metrô e sigo para a casa de Josh. Fico nervosa pelo fato de conhecer o irmão mais novo dele. É uma parte da família, sabe? Sinceramente não sei aonde isso vai dar. Não quero magoá-lo, como também não quero sair magoada, pois não sou um robô para não ter sentimentos.

Salto na estação da 1ª Avenida e alguns quarteirões até o apartamento de Josh. Toco o interfone e ele abre porta do prédio para mim. Subo dois lances de escada já que o prédio não possui elevador. A porta já se encontrava aberta quando chego ao andar.

– Com licença. – digo adentrando a casa.

– Fique à vontade. – diz Josh da cozinha. Fecho a porta e vou à direção ao garoto sentado no sofá.

– Oi, você deve ser o Jared. – digo e ele se levanta assentindo. – Eu sou Daphne. Ah... Amiga do seu irmão.

– Prazer Daphne. Josh me falou de você. Quase o dia todo. - diz Jared e rio.

– Oi. – diz Josh chegando na sala e me dando um beijo na bochecha.

– Olá. – digo, retribuo seu beijo e abraço-o. – Quer uma ajudinha na cozinha? – pergunto, retirando meu blazer.

– Não, hoje é por minha conta. Vou te mostrar meus dotes culinários. – diz ele retornando para a cozinha.

– Estou curiosíssima. – digo e sento-me no sofá ao lado de Jared.

Olho para a televisão e vejo que está passando um jogo de basquete. New York Knicks contra Brooklyn Nets. Os Nets venciam de 14 a 8. Meu time, particularmente, é os Nets. Isso gerava uma certa rivalidade, em casa quando eu era pequena, já que todos torciam para os Knicks. Fico bem concentrada assistindo o jogo. Ao chegar ao intervalo o placar passa de 22 a 20. Numa tentativa de puxar assunto com o Jared, pergunto:

– Torce pros Knicks ou pros Nets?

– Para os Nets. Com certeza! – diz Jared.

– É isso aí. – digo e ele me olha com dúvida. – Eu só aparento não entender. Quer apostar que Earl Clark vai fazer outra cesta de três pontos?

– Eu acho que o Wayne Elligton vai bloquear uma bola dos Knicks.

– Também. – digo analisando e ficamos em silêncio por um instante. – Vocês sempre moraram em Montauk?

– Sim. Moramos de frente pro mar.

– Sério? Deve ser muito legal. – digo.

– Um pouco, mas chega uma hora que enjoa. Dá vontade de respirar novos ares.

– Eu sinto isso às vezes também. Sinto vontade de sair um pouco da Big Apple, dessa loucura da cidade.

– Você devia ir lá pra casa com o Josh. – diz Jared e me surpreendo. Rio um pouco. - Sério. Acho que minha mãe iria adorar você.

– Obrigada pelo convite. Quem sabe algum dia?

– Já ta na mesa. – diz Josh, colocando os pratos. Jared e eu nos juntamos a ele. Sentamos todos à mesa.

– Phil não está? – pergunto.

– Não, ele ainda está na casa da Cynthia. – diz Josh.

– Então é sério.

– Sério demais. – confirma ele. Dou uma garfada na comida de Josh. Almôndegas, arroz e alguns legumes.

– Nada mal, chefe. – digo elogiando-o.

– É, você se saiu melhor do que eu esperava. – diz Jared.

– Sai para lá, moleque. – diz Josh dando um leve tapa na nuca de Jared. Rio um pouco da situação.

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Já eram quase nove horas da noite, quando decidi ir embora. Estava tarde e eu não gostava de andar pela rua sozinha depois desse horário.

– Vou embora. – digo pegando minha bolsa e meu blazer.

– Eu te levo em casa. – diz Josh.

– Não precisa. – digo.

– Eu insisto. Espere um instante. – diz Josh indo em seu quarto. Ele volta com um pacote em suas mãos. – Jared, já volto. Não apronta nada aí. – ele abre a porta.

– Tchau, Jared. Foi muito bom te conhecer.

– Digo o mesmo Daphne. – diz Jared e abraço-o.

Saio do apartamento e desço as escadas enquanto Josh fecha a porta. Andamos pela rua um ao lado do outro. Em um momento que já estávamos a certa distância de sua casa, Josh me deu sua mão.

– Seu irmão sabe... algo sobre nós? – pergunto.

– Não, não disse nada para ele. Mas ele deve desconfiar depois de hoje. Eu disse que você era minha amiga.

– Foi assim que me apresentei.- digo – Então quer dizer, que você ficou falando de mim para o seu irmão? – pergunto, mas sem esboçar irritação.

– É isso que as pessoas fazem, não é? Sempre quando encontram alguém, contam a melhor coisa que tem lhes acontecido. – diz ele, começando a olhar para seus próprios pés. – Não falei diretamente sobre você, mas toda a história que tenho para contar, você está nela.

Fico sem o que dizer. O que se pode dizer sobre isso? Isso é normal para duas pessoas que estão ficando? Eliza diz que não, já que ela que escuta todas as minhas histórias. Ela se nomeia agora uma quase namorada de Brian. Será que éramos isso? Quase namorados. Isso tudo me assustava, mas me dava mais curiosidade para conhecer esta sensação. Ficamos em silêncio até chegar à porta de minha casa.

– Bom está entregue. – diz Josh. – Mas antes, quero lhe dar uma coisa. – ele me entrega o envelope que ele havia pegado em seu quarto.

– O que é isso? – pergunto, abrindo o envelope. Dentro dele encontro uma revista e alguns outros papéis. – Não me diga que...

– Sim. É a revista da Poise.

– Ai meu Deus! - digo dando um pulo e o abraçando. - Parabéns!

– Essa matéria está sendo um sucesso. Está entre as mais lidas. Como eu disse essa é a cópia das fotos. E eu que tenho que lhe agradecer.

– Não precisa me agradecer. Eu adorei ter sido sua modelo.

– Bom, eu já vou. – diz ele já indo.

– Espera! – digo, sentindo falta de algo.

Vou atrás dele e beijo-lhe nos lábios. Ele acaricia meu rosto, mas cessa o beijo, colando nossas têmporas.

– Tenho que ir. Meu irmão está me esperando.

– Vai lá. – digo.

Separo-me dele e vou para a porta do prédio. Aceno para ele enquanto vai embora. Entro no prédio. Fecho a porta e suspiro felizmente.


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Notas finais do capítulo

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