Sob a Máfia escrita por Deih


Capítulo 2
1


Notas iniciais do capítulo

Pequenas mudanças apenas, apartir de agora teremos POV do Edward. Espero que gostem e ate mais.



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1
Três anos atrás

–A deixe em qualquer lugar. Os amiguinhos dela chegarão bem rápido assim que souberem que a soltamos.

–Você não quer me libertar. Por que está fazendo isso agora!?-Senti as correntes machucando meus pulsos. Meus olhos vendados.

–Se eu não quisesse, não estaria te mandando de volta.

–E o nosso acordo?

–Não tem acordo. Eu não preciso de você e você vai perceber que não precisa de mim. Somos inimigos de alguma maneira.

Senti-me sufocar. Tudo afundando ao meu redor.

–A partir de agora somos inimigos, sem acordos. Vou colocá-lo atrás das grades na primeira oportunidade.

Ouvi sua risada baixa, Peter me levantou do chão em dois segundos.

–Boa sorte - O ouvi sussurrar antes de me tirarem dali.


******

Minha mãe parou de ligar, ela parecia empolgada demais para um coração fraco. James me ligou poucas vezes na semana dizendo que agora me teria para todo sempre, mas não dispensou me mandar flores. James era minha droga, meu calmante, era tudo o que me fez bem nos últimos anos. Foi o único que não me exigiu nada, minha quebra de silêncio nunca ocorreu.
Ninguém nunca saberia que a sensação de passar dois meses em um cativeiro significou muito, mais até do que estar presa.
O telefone tocou e despertei dos meus pensamentos, era uma mensagem do meu chefe. Estava proibida de aparecer no trabalho, estavam todos me proibindo de tudo e minha última saída era dormir.
Na quinta-feira recebi rosas brancas, sem cartão. Fui avisada uma vez de que qualquer presente surpresa deveria ser avisada, mas eram apenas rosas e mesmo me assustando, não disse nada. Meu vestido estava estendido sobre a cama, Charlotte e Alice sorriam para mim com lágrimas nos olhos.
–Hei, sem lágrimas, por favor.
–É o seu casamento, eu ficaria desidratada se fosse o meu! -Charlotte segurou meus ombros. -Que flores lindas. James?
–Provavelmente. -Não!
–Certo, sua mãe ligou, seu cabelo já está pronto. Malas em algum lugar e temos pouco tempo agora. -Alice me puxou. -Está na hora da noiva se vestir.
A ficha começou a cair quando me encarei no espelho, minha pele não estava mais tão amarelada graças a bela maquiagem. E meu coração estava batendo bem lentamente, numa mistura de medo e ansiedade. Em poucas horas eu estaria casada, começando uma família e dando adeus a vida perigosa. Estava abrindo mão de sucesso e fama por uma família, isso não me parecia ruim.
Mike sorriu no banco do motorista, meu colega de trabalho virando chofer por um dia. Tentei a todo tempo parecer bem, ser uma mulher forte. É só um casamento e uma nova vida.
James é apenas o homem que te conhece muito bem e agora, estará com você para o tempo que durar, dizia minha consciência.
Aquela música, todas as pessoas, todos os olhares direcionados a mim fizeram meu estômago se revirar. Parecia idiota quando você conhecia cada rosto presente. Meus pais e amigos. James estava sorrindo para mim enquanto caminhava lentamente em sua direção, sem enxergar nenhum rosto ao meu redor. Parei de contar os passos quando vi sua mão estendida e a alguns centímetros de tocá-la. De repente, James caiu a minha frente e um coro de gritos ecoou pela igreja. Tudo voltou a surgir na minha frente, todos os que estavam presentes, a decoração, cada pequeno detalhe.
Uma mão segurou meu pulso e me arrastou de lá. Tiros eram dados por todos os lados, senti a ânsia tomar conta de mim e quase vomitei, minhas vistas ficaram turvas me levando para a escuridão. Todo o pânico me levou a isso.
******
Abri os olhos encarando o teto, me sentia sufocada dentro de uma caixa. Tinha uma bandeja em cima da mesa de madeira, o ar era escasso ali dentro e minha cabeça estava doendo. Aparentemente eu estava bem, sem machucados ou sangramentos, meu vestido estava rasgado até os joelhos e meus olhos se encheram de lágrimas.
Isso é só um sonho, e eu vou acordar! Minhas mãos estavam tremendo, vasculhei meu cérebro na busca de algo que tivesse me levado até ali. Mas nada aparecia. Nos últimos três anos tudo o que fiz foi falar de casos banais, nada tão grande. Nenhum chefe de máfia, nenhum corrupto, ninguém perigoso. Ninguém que quisesse me prender como... como ELE. As luzes piscaram e senti a brisa fria entrar pelo vão da porta, conseguia ouvir seus passos e se respirasse fundo era possível sentir o forte cheiro de cigarros. Eu estava com medo.
Não sabia quanto tempo havia se passado, dias ou horas. Quando me sentei na pequena cama, ouvi a porta sendo destrancada, abracei minhas pernas com o máximo de força que possuía – e que não era muita – então o vi e me perguntei se o tempo não havia passado. Foram apenas três anos.
–Você?
–Eu deveria dizer: Seja bem-vinda novamente. Mas sua presença não me agrada tanto quanto eu gostaria.

EDWARD

Três anos atrás

Felix estava vinte e quatro horas vigiando cada canto do galpão. A guarda havia sido reforçada nas últimas semanas desde que Garrett havia sido morto na fronteira do Arizona, logo em seguida virei um foco para as notícias e tinha certeza que não demoraria muito para meu nome explodir em todos os lugares. Jornais, sites e revistas já estavam mais do que presente em meu ambiente.
–Quem foi para lá?- Perguntei assim que entrei no escritório. Felix havia mandado dois de nossos homens para agir como espiões dentro de corporação.
Quem estava nos pondo a público, estava sendo protegido.
–Acho que não precisa mais deles. -Falou me virando o computador. -Isabella Swan, acabou de voltar do Peru recheada de novidades. Edward ela vai te entregar, ela esteve lá.
Respirei fundo segurando a cabeça.
–Quero que ligue para o banco e transfira algum dinheiro para Jasper. O mantenha longe daqui por um tempo. Preciso de Emmett e Peter na minha sala em dois minutos.
–O que pretende fazer?
–O que sempre fazemos quando estamos na linha de tiro. Vou matá-la, mas não sem antes faze-la me contar tudo que estão planejando.
–Acabamos de vender essas armas Edward. Os mexicanos vão nos colocar uma bala no meio da testa se não pararmos essas deixas agora. Garrett está morto e a essa hora nossos dados estão circulando por aí, se ela foi até o Peru ela foi até o acampamento. Eles são uns merdas de uns medrosos.
Os planos não eram esses, já tinha problemas demais para deixar esse se arrastar. Peter e Emmett ficaram de vigia-la vinte e quatro horas por dia depois que puxamos todo os seus dados. Nossos espiões nos alertaram das horas exatas em que a polícia ficava distraída e a deixava circular pelo pátio da corporação.
Isabella Swan era uma jovem jornalista manipulada em seu trabalho com o sangue jovem sem medo de dizer o que tem a dizer. Eles estavam ganhando com isso, ela estava desviando o verdadeiro foco de suas pesquisas. Enquanto seu belo rosto corajoso ia para as capas de jornais, os federais trabalhavam a todo vapor secretamente.
Fomos avisados um dia antes que a jovem jornalista tinha um grande comunicado a fazer. Os sites diziam ´Máfia age dentro do governo´ ´Jornalista desvenda verdadeira localização da maior quadrilha dos Estados Unidos ´ ´Os números exatos dos roubos ao cofre nacional são assustadores, segundo investigações´ ´A polícia federal está na mira do mentor de toda a lavagem de dinheiro do Estado ´.
–Dessa vez eu acho que a casa caiu. -Peter falou. -Ela sabe demais Edward, fomos entregados.
–Eu vou acabar com essa vadia. Vamos nos separar, vou arrasta-la para cá ainda hoje.
Felix e os outros dividiram os trabalhos entre despistar a polícia e cuidar do galpão. As três da tarde estávamos parado em frente à sua casa, segundo nosso espião do dia, ela sairia sempre a esse horário. Não dessa vez. Assim que a vimos pisar o chão de sua calçada, Peter deixou o carro, não demos tempo de gritos ou histeria. Ela estava dentro do carro agora, e era seu último dia na terra dependendo de mim.
Peter a desacordou quando começou a gritar chamando a atenção, foram mais ou menos quatro horas até o galpão.
–Levem- a para o quarto e a amarre.
–Faça isso logo. -Felix mandou. -Não precisamos dela, então não precisa fazer o que está pensando em fazer.
–Eu acho que preciso dela. Ela tem que me contar algumas coisas.
–Ela não contou a eles.
–Quem me garante? Ela colocou todos nós em perigo. Ela colocou meu irmão em perigo! E Garrett está morto!
–Acha que foi ela?
–Pode ser.
–Não trabalhamos com ´pode ser Edward. Apenas acabe com isso logo.
Emmett voltou minutos depois e apesar de mandar todos voltarem para casa, Felix continuou no galpão provavelmente esperando para limpar minha sujeira depois. Apenas alguns dias desde a morte de Garrett e eu não conseguia lidar muito bem com isso, ele era mais do que um amigo para mim e agora estava morto por causa deles. Ajeitei a arma na cintura e segui para o quarto.
A porta estava fechada e contei até quatro antes de abri-la. Isabella estava acordada, o sangue estava seco parado do lado esquerdo de seu rosto. As mãos amarradas atrás das costas e a fita na boca. Seus olhos me encaravam assustados e um grito abafado escapava por debaixo da faixa. Me aproximei sentindo o cheiro do medo, ela toda transpirava medo. Puxei a tira de sua boca e ela gritou balançando a cabeça para aliviar a dor.
–O que estou fazendo aqui?- gritou.
–Pergunta errada princesa. - Segurei seu cabelo gentilmente. - Você sabe o que está fazendo aqui. Ou você não sabe quem eu sou?
Era como se um filme estivesse passando em seus olhos antes de arregala-los e deixar o grito escapar. A puxei com força para trás até que sua cadeira caiu e o grito abafou.
–Sou Edward Cullen, como você mesma vê. Ao vivo e a cores, grave bem essa imagem que é a última que verá depois que me fizer alguns trabalhos.
–Eu... me solta! -Gritou.
Puxei sua cadeira até a parede, ouvir os passos de Felix no corredor impaciente, ele não gostava desse tipo de tortura quando se tratava de uma mulher. Mas aprendi que não podemos confiar em ninguém. Muito menos em uma mulher. Endireitei sua cadeira e seu corpo tombou para a frente antes de empurra-lo de volta ao encosto.
–Certo, vamos começar as perguntas. Está sendo rastreada?
–Por favor...
–Esta!?
–Na..ão. Eu não sei.
–Você sabe, você sabe demais e eu quero ouvir. -Puxei uma cadeira a sua frente e me sentei. -Temos todo o tempo do mundo.
–Eu não sei de nada, por favor... me deixe ir. Minha cabeça dói...
–Isso vai passar quando seus miolos estiverem nesse chão. Agora me responda.
–Eu não sei, eu juro que não!
Segurei seu rosto com força.
–Um de meus homens está morto, minha vida está de cabeça para baixo e a culpa é toda sua. Eu não serei gentil e você não sairá viva daqui de qualquer forma, tem pessoas lá fora que eu me preocupo demais para deixar as coisas como estão. Então pode começar a me contar tudo o que sabe.
Atirei na parede quando tudo o que se ouvia era sua respiração.
–Tudo bem, eu falo. -Gritou.
–Certo, comece. -Coloquei o gravador ao lado da mesa.
Sua voz soava tremula e assustada. Seus gritos vinham a cada meio segundo e perdi as contas de quantos tiros fiz na parede, uma raiva cresceu quando ela citou Londres. Jasper estava em Londres, eles estavam atrás dele.
–Quem e quando? -Gritei.
–Eu não sei.
–Você sabe, você não quer me contar, mas sabe até demais. Eu vou te dar mais alguns minutos Swan. Pense que lá fora você tem pessoas que ama também.
–Deixem eles fora disso.
–Cinco minutos. -Falei antes de me levantar e deixar o quarto.
Felix me encarava.
–Você sabe que não posso matá-la agora.
–Você está jogando todos os seus problemas em cima dela, não é?
–Ela é a fonte, ou já se esqueceu que estamos nessa por causa dela?
–Não digo ao todo. Você sabe disso.
–Ela é problema meu.
–Não se esqueça que sou que limpo tudo depois.
Não voltei ao quarto pelo resto do dia, e ela se calou depois de algumas horas. Ninguém voltou ao galpão e as notícias de seu sequestro começou a circular, era perigoso demais ficar ali com toda a aera sendo investigada. A levamos para o casarão no Sul, a cada dia que se passava uma raiva crescia dentro de mim apenas por olha-la. Felix tinha razão em algumas partes, ela foi meu alvo fácil.
–Uma dia e meio. -Avisou se sentando a mesa. -Alguém tem que dar alguma coisa para ela comer.
–Ela não vai comer até me contar tudo o que sabe. Tudo o que ela disse nos jornais, todas as suas afirmações.
–E se ela não souber?
–Ela assinou sua sentença de morte sozinha.
Mais semanas se arrastaram, ou ela realmente não sabia ou não contaria e todos começaram a questionar porque não a matava logo já que nada mudaria. Isabella não se levantava mais, e Felix quebrou as regras indo vê-la todas as tardes.

Um mês.
–Ela não vai contar. -Anunciei. -Essa é a minha última tentativa, mas sei que será em vão. Então eu quero que todos voltem para casa, eu vou logo em seguida. Você também Felix. -O encarei na ponta da mesa. -Tem trabalho para você.
Esperei o último carro deixar a garagem para seguir de volta ao meu carro, carreguei a arma duas vezes. Ela não tentou mais fugir, como sempre fazia todas as vezes que a porta se abria. Isabella estava sentada ao lado do colchão no chão balançando seu corpo para frente e para trás. Era só entrar e atirar, mas ela estava de pé no segundo em que percebeu minha presença. Cambaleando até mim, segurou minha arma, as lagrimas molhando suas bochechas, seu rosto mais magro desde a última vez que o vi.
Mesmo que sua boca se abrisse, não emitia som algum por alguns segundos, apenas suas mãos trabalhavam nervosa tentando afastar a arma para longe dela, não era exatamente tira-la de mim.
–Eu já falei... eu não sei de nada Edward. Eu não sei... eu já falei tudo. -Segurou minha camisa. -Não me mata, por favor Edward. Não me mata.
–Se virar de costas, vai tornar as coisas mais fáceis, conte até dez.
Negou com a cabeça freneticamente. Pensei em afasta-la, mas seus braços me evolveram como que para se livra do que iria acontecer. Pequena, foi a sensação que tive quando seus braços me evolveram, coloquei o cano da arma em sua cabeça e seu abraço se intensificou, mas não emitiu nenhum som. Até eu perceber que ela estava contando. E que suas pernas estavam mais moles que gelatina.
Depois daquele dia, eu não consegui matar Isabella Swan, mas ela conseguiu me matar cada dia que se passava... eu precisei esconder meus sentimentos para mantê-la viva desde então.


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Notas finais do capítulo

Os dias de postagem serão uma vez na semana. Como disse, teremos POV do Edward em alguns capitulos para entender o lado dele na historia. Nao mudei nada, apenas acrescentei.



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