A flor de Yuki escrita por Jude Melody


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Eu estava olhando minhas fanfics antigas e encontrei esta pérola! ♥ Preciso voltar a escrever coisas meigas como esta!



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Eles estavam sozinhos em casa, e a chuva caía. O jovem de cabelos negros, sentado na varanda de madeira, espiava as pequenas aves que tremiam nos galhos das árvores. Dentro da casa, na cozinha, uma garota cantava animadamente.

Yuki abriu um sorriso, sentindo-se aquecido pela doce voz, e se deitou no chão. Encarou o céu nebuloso. Estava feliz. Kyo tinha ido ao supermercado e provavelmente esperaria a chuva passar para voltar para casa. Shigure tinha ido para longe, buscando um lugar que lhe desse inspiração para escrever.

“Sozinhos...” pensou o garoto da maldição do rato “Sozinhos e em um dia de chuva... Parece um romance antigo...”

Ele fechou os olhos. Ficou ouvindo o barulho da chuva e a voz distante que cantarolava. Dormiu.

.

Ao acordar, Yuki percebeu que alguém mexia em seu cabelo. Abriu os olhos lentamente e viu que Tohru estava sentada ao seu lado, olhando-o com receio.

- Ah! – ela disse, corando um pouco – Desculpe! Estava vendo se não estava com febre...

“Ela estava preocupada comigo...”

O garoto sentou-se, ainda tonto de sono, e encarou a garota. Ela tinha algo no colo. Parecia uma cesta cheia de...

- Bolinhos de arroz?

- É! – disse Tohru, abrindo seu sorriso de sempre – Você estava aqui, deitado... Pensei em fazer algo para comer!

“Ela sempre faz tudo que pode por nós...” pensou Yuki, sorrindo.

- Obrigado. – disse, pegando um dos bolinhos.

Ele se deliciou com o aperitivo e imaginou como teria sido bom se sua mãe tivesse sido tão carinhosa quanto Tohru quando ele estava sob sua guarda. Depois de devanear por alguns segundos, percebeu que a garota o observava atentamente.

- O que foi? – perguntou.

- Não é nada. – ela mentiu, pegando um bolinho para si.

O movimento de sua cabeça fez Yuki dar-se conta de algo. Ele esticou o braço para tocar seus cabelos macios e castanhos.

- So... Sohma-kun? – ela murmurou, corando.

- Está usando a fita que eu te dei. – ele disse, brincando com uma mecha.

- É! – Tohru corou um pouco mais.

- Você fica... Você fica bonita com ela.

Ele a olhou no fundo dos olhos, fazendo com que ela tremesse. Tohru tentou mentir para si mesma, dizendo que tremia de frio, mas... Os olhos de Yuki pareciam tão próximos e brilhantes...

CABRUM!

Um raio despencou pelo céu de repente, fazendo com que Tohru berrasse. Yuki colocou as mãos em seus ombros imediatamente.

- Honda-san, calma! É só um raio.

- Si-sim! – ela disse com os olhinhos brilhando assustados.

Yuki corou por um instante e virou o rosto.

- Yu...Yuki-kun?

Ele estremeceu, e Tohru sentiu o coração bater disparado. E se o Sohma tivesse ficado doente? E se pegasse uma gripe?

Yuki abriu a boca e um som estranho encheu a varanda. Um som que parecia muito um riso. Ele estava rindo!

- Desculpa! Desculpa! – ele disse entre risos – Eu quase nunca rio assim! É que você fica tão meiga com essa cara assustada!

- Hum... Eu... – a garota murmurou, encarando o chão – Mamãe também achava graça quando eu ficava com medo dos trovões...

O garoto parou de rir.

- Ela costumava me pegar no colo e me contar histórias bonitas... Até eu parar de chorar e abrir um sorriso.

Ela acabou abrindo um sorriso fraco com a lembrança. Suas bochechas coraram levemente. Olhando-a assim de perto, Yuki tinha vontade de abraçá-la.

- Tohru... – disse, colocando a mão sobre a cabeça dela – Você não está sozinha.

A garota encarou-o, surpresa.

- Eu estarei aqui com você. Para sempre. Eu... – ele fez uma pausa.

Silêncio.

Em volta deles, até a chuva parou de cair.

- Eu gosto muito de você! – disse o Sohma, abaixando a cabeça imediatamente, como se tivesse dito algo imperdoável.

Não se ouviam mais os raios, e os pássaros estavam calados.

Tohru tocou seu rosto levemente.

- Também gosto muito de você, Yuki! – disse, abrindo um sorriso gentil e sincero.

Como se uma flecha tivesse acertado seu coração, Yuki sentiu o corpo inteiro esquentar. Era ela, Tohru, sua grande esperança, a flor mais bonita de seu jardim.

“Eu te amo...” eram as palavras que não saiam... Mas que ele ansiava por dizer.

- Eu te...

Yuki estremeceu ao perceber que Tohru o encarava com olhos grandes e curiosos. Precisava ser rápido, antes que lhe faltasse coragem.

- Ô, de casa! – disse Kyo, fechando a porta da frente – Tem alguém aí?

“Mi-se-rá-vel!”.

- Tohru! – disse o ruivo, aparecendo na varanda e cumprimentando a garota com um gesto de cabeça – Rato... – disse, enojado, encarando o primo.

Yuki levou a mão ao rosto, estremecendo de raiva.

- Morra! – murmurou, abrindo um sorriso cruel.

- Mas o que eu fiz?! – berrou Kyo, levantando o braço para se proteger do chute do primo.

- Não importa!

Yuki lhe deu outro chute e Kyo foi parar no meio da sala de estar.

- Odeio gatos...

Tohru encarava a cena com olhos esbugalhados, mas preferiu não comentar nada. Kyo ficou de pé, resmungando, e foi para a cozinha.

- Cadê o rango? – perguntou.

- Eu fiz bolinhos de arroz! – disse Tohru – Sem nirá!

- Oba!

Ela se levantou, segurando a cesta de oniguiri na mão e correu até a cozinha. Yuki suspirou e encarou o gramado a sua frente.

“Oh!” pensou “Uma flor! E parece que acabou de desabrochar!”

Ele se sentou para admirar a linda flor. Estava sozinha, no meio do jardim, toda molhada pela água da chuva.

“Pequena, mas forte... Como minha Tohru...”

- Sohma-kun? – ouviu alguém chamar.

Ele olhou para trás e viu a expressão tímida de sua querida Honda.

- Tudo bem? – perguntou, sentando-se ao seu lado.

- Eu... Eu... – ele suspirou – Esqueça.

Tohru abaixou a cabeça, observando o jardim.

- Uma flor... – disse.

- Não, imagina. É um peixe.

- Hein? – ela o encarou sem entender.

- Foi uma piada... Peixes não sobrevivem fora da água... – disse Yuki, sem ânimo algum.

- Sohma-kun...

- Sim?

- Pode sorrir se quiser. Eu estarei sempre por perto, pertinho de você.

Ele sorriu com a ironia das palavras e olhou Tohru nos olhos. Sentiu que, desde que a tivesse por perto, estaria feliz.

- Tohru...

- Yuki-kun?

- Não... Não é nada...

Ambos olharam o céu que começava a mudar, ficando azul. Nada mais precisava ser dito. O casal ficou sentado na varanda. O silêncio só era quebrado pelo gato que suspirava em um canto da cozinha.


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Notas finais do capítulo

O mais engraçado é que eu sempre fui KyoxTohru!



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