Tudo nela é tão viciante e tão urgente.

A pego em meus braços e amos nos beijando até a sala. A coloco no chão por um instante e vejo minha camisa voando longe. A puxo pela cintura e mordo toda a extensão de seu maxilar, ela geme ao meu toque e me sinto louco.

São sensações estranhas as que tenho com ela. Quero tudo e de uma vez. Sem tempo pra pensar direito, sem tempo para conversar, sem tempo pra respirar. E ela parece estar do mesmo jeito.

Subo as escadas com cuidado sem conseguir me desvencilhar de Sakura e empurro a porta do quarto com o pé. A pego no colo novamente e a deito na cama com cuidado.

Toda a minha excitação dá as caras e Sakura sorri quando vê o volume em minha calça. Ela passa a língua nos lábios e me puxa para me beijar.

Meu coração palpita enquanto passo as mãos pelas curvas dela, sempre desejando mais.

Sua blusa é tirada com facilidade e não consigo controlar minha boca. Eu desço beijando todo seu tronco e provando daquela pele branca e deliciosa.

Ela arfa a cada mordida que dou e me puxa para cima novamente. No meio do beijo ela abre o botão de minha calça e eu termino de tirá-la com os pés.

– Sasu...ke - ela geme meu nome quando a agarro com mais força e nossos quadris colidem. Ela mesma começa a desabotoar a calça e eu me ocupo em tirar seu sutiã.

Ela é linda.

Ela tira minha cueca com os pés enquanto mordo seu pescoço e percorro minha mão por sus coxas.

Olho a extensão de seu corpo e minhas mãos percorrem tudo. Ela é macia. Suas mãos também passam por mim, um toque suave e eletrizante.

Seus dedos se agarram aos meus cabelos enquanto eu tiro sua última peça.

– Qual... qual seu sobrenome? - ela pergunta arfante. Solto uma risada com a pergunta.

– Uchiha. - respondo sussurrando em seu ouvido.

– Haruno. - ela diz sussurrando rouca. - Agora pode continuar.

Não penso duas vezes.

Eu a mordo, sugo, beijo... A torno minha.

Nossos movimentos são sincronizados e fortes. Não consigo controlar o desejo dentro de mim e a tomo com força, com rapidez, com paixão...

Sua voz me deixa extasiado enquanto geme meu nome de forma tão sedutora.

Seu olhos brilham quando olho se encontram com os meus e ela consegue me dar um sorriso inocente no meio da nossa festa.

Isso me deixa louco.

A seguro com mais força e levanto mais seu quadril a fazendo ficar fora de si. Suas mãos me apertam com força e sinto que logo chegarei ao meu ponto máximo.

O corpo de Sakura treme em minhas mãos e seu grito de satisfação é o suficiente para me fazer preenchê-la.

Ofego olhando para ela. Ela retribui o olhar me dando um sorriso lindo. Me perco por um instante e me deito ao lado dela. Vejo os lençóis caídos ao chão, meus travesseiros jogados em todas as direções e minhas roupas perto da porta.

Loucura. É isso o que aconteceu aqui.

Ela se ajeita em meu braço e a contorno com o outro.

Que sensação é essa? Nunca me senti tão satisfeito depois de fazer sexo.

– Foi bom. - ela diz com um sorriso sapeca e eu não resisto e a beijo delicadamente. O retorno dela me acende por dentro e fico com vontade de mais. Mas o ar nos falta.

– Sakura Haruno. - sussurro passando a mão em seus cabelos.

– Sasuke Uchiha. - ela diz meu nome em tom divertido. - Me acharia uma qualquer se fizesse isso sem saber seu sobrenome. - ela comenta rindo.

Dou um sorriso pra ela e beijo o topo de sua cabeça.

– Você nunca seria um qualquer. - digo sincero e isso a faz me olhar com aqueles olhos curiosos. - Você é diferente... - comento sem saber no que exatamente.

– Fiquei com vontade de beijar desde a primeira vez que te vi. - ela comenta de repente escondendo o rosto em meu peito.

Parece tão inocente assim...

– Quanto anos você tem? - pergunto temendo a resposta. E se for menor?

Ela me olha incrédula e me dá um tapa no abdômen.

– E isso lá é pergunta que se faça? - ela ralha comigo.

– Como vou saber se você não é menor de idade? - me defendo.

– Ah, que fofo! - a reação dela me surpreende. Ela dá um sorriso grande e me dá um selinho. - Só por causa desse elogio eu falo. E tenho 23. E você?

Agora me senti ainda mais velho.

– 23 também.

– Sério? Parece mais. - ela diz sem maldade mas sinto a idade batendo nas minhas costas.

– Hn.

– Responde certo. Odeio que me respondam com uma palavra só, pior ainda com onomatopeia!

Tenho que rir dela.

Depois de mais uma rodada de sexo no banho, dormimos abraçados.

Acordo no dia seguinte sentindo frio. Sentindo falta de um corpo pequeno ao meu lado.

Abro os olhos e não a vejo.

Desço as escadas procurando-a, mas não há sinal de Sakura, nem que ela um dia tivesse passado por ali.

Suspiro frustrado e tento me distrair de alguma forma naquele domingo. Nem o número dela eu peguei...

– Naruto? - pergunto logo quando ele atende o celular.

– Teme? sabe que horas...

– Fala pra Hinata me passar o número da Sakura.

– Tá, perae... ela disse que a Sakura não tem telefone.

– Como?

– Ela não tem telefo...

Desligo o celular com raiva. Como ela não tem telefone?

Fecho os olhos com força e tudo que vejo são as curvas dela. Os olhos.

Ela me deixou maluco. Não consigo pensar em nada. Não consigo me distrair.

Esse mistério que é Sakura Haruno e o que ela deixou em mim me fazem perder toda a razão.
***

Segunda-feira passa lentamente, e meu serviço não se desenvolve.

Minha secretária já cansou de corrigir meus erros e agora leio pela quinta vez a mesma linha do contrato em minhas mãos.

Só me lembro de ter ficado assim, tão alheio a tudo quando Itachi morreu. Itachi...

Esse foi o primeiro fim de semana que não encho a cara sozinho para chorar a perda de meu irmão. Ao invés de pensar nele pensei nela.

Droga!

Vejo a maçaneta virar e estou prestes xingar Naruto por entrar sem bater quando vejo os cabelos rosas balançando. Meu coração para por um momento e sua cabeça aparece travessa na fresta da porta.

– Posso entra, senhor presidente?

Dou um sorriso genuíno me levantando da cadeira. Lá está ela.

– Fugiu de mim e agora me persegue? - pergunto enlaçando sua cintura.

Ela dá aquele sorriso travesso e me dá um beijo.

– Tinha umas coisas pra resolver. - ela responde dando de ombros.

– Namorado? - pergunto sem hesitar e ela se surpreende.

– Não. Não tenho namorado. - ela responde rindo.

– Que bom. - digo a puxando pra mais um beijo.

Eu precisava disso. Precisava dela.

Ao nos separarmos ela começa a andar pelo escritório olhando tudo.

– Como me achou? - pergunto olhando andar de um lado para o outro até parar na foto de Itachi na parede.

– Google. - responde dando de ombros. - Quem é esse?

Não me sinto bem falando de Itachi para as pessoas que não sejam Naruto, mas acho que ela merece saber por ter me distraído da dor esse fim de semana.

– Meu irmão Itachi. - respondo vagamente me sentando.

– Ele é mais velho? - ela pergunta analisando bem a foto.

– Era. - respondo sentindo minha voz abafada. - Morreu faz dois anos. - completo quando vejo seu olhar sobre mim.

Todas as sensações que sinto quando lembro de Itachi me assomam e sento pesadamente na cadeira desviando meu olhar do dela.

– Dois anos? Você já deveria ter superado. - ela me surpreende com o comentário. Normalmente alguém iria dizer “Sinto Muito” ou algo semelhante. Mas ela não.

Olho para ela e seu olhar está no chão.

– Você já passou por isso? - pergunto vendo suas expressões endurecerem.

– Passo até hoje. - el responde evasiva pegando um clipe em minha mesa e o entortando em sua mão. - Mas temos que seguir e viver o máximo que pudermos, não?

Sua voz sai amargurada mas seus olhos emanam um brilho intenso.

– Você fala como ele.

Ela sorri com o comentário e relaxa.

– Sabe, é tão difícil entendermos a vida, imagina entender a morte? Então não perca mais seu tempo corando por seu irmão, infelizmente ele se foi, mas o que ele fez sempre ficará aqui e é nisso que você tem que se lembrar. Não naquilo que vai, e sim naquilo que fica.

A encaro sem saber o que falar. Já me disseram tantas coisas inúteis para me fazerem superar a morte dele, mas eu sabia que ninguém ai conhecia a minha dor. Mas ela conhece e as suas palavras fizeram sentido para mim.

Fico refletindo aquilo por um tempo e ela parece estar refletindo também, até que levanta de uma vez e me estande a mão.

– Vamos tomar um sorvete. - e lá está a garotinha de 23 anos novamente.

– Não posso, tenho que...

– Tem nada. Esquece o trabalho e vem curtir um pouco a vida. Por Itachi!

Passo a mão no rosto rindo. É a primeira vez que sorrio à menção de Itachi e me levanto seguindo-a para fora.

– Mei, cancele todas as reuniões de hoje...

– E de amanhã também. - Sakura me interrompe olhando para a minha secretária.

– Por que amanhã? - pergunto sem entender aquela mente.

– Por que sim. O Naruto disse que você precisa de férias. - ela responde me dando um olhar reprovador.

– Mei, cancele tudo de hoje e amanhã.

– Sim senhor. - ela me responde com os olhos saltados.

– E pode pegar o dia de folga Mei! - grita Sakua quando chegamos ao elevador.

A olho incrédulo. Como pode se dar tanta liberdade em minha empresa? Olho para Mei e vejo os olhos dela brilhando em sua expressão descrente.

– Tire o dia de folga. - digo concordando e pela primeira vez vejo Mei sorrir me agradecendo.

– Tô orgulhosa de você! - diz Sakura apertando o botão para o primeiro piso.

– Você é maluca, isso sim.

– Você deveria ser um pouco também. Um dia você vai olhar para trás e vai se arrepender de estar com a bunda quadrada de tanto ficar sentado em uma cadeira. - ela diz com semblante de sábia.

Tenho que rir e puxá-la pra mais perto.

– Como você consegue, hein? - sussurro em seu ouvido quando a puxo pela cintura.

– Vamos começar com isso de novo? - ela pergunta divertida.

A beijo e só escuto um som de surpresa quando abre as portas. A separo e olho para as pessoas que aguardam o elevador.

Limpo a garganta constrangindo com minha falta de noção.

– Boa tarde. - digo polidamente.

– Boa tarde, Sr. Uchiha. - eles respondem atropelando-se e olhando para Sakura com curiosidade. Ela sorris acenando para eles e me puxando para fora do elevador.

Passo a tarde toda com ela conversando sobre programas de TV, fazendo joguinhos de adivinhação e qualquer coisa louca que se passasse pela cabeça dela.

No fim descobri que o nome dela é Sakura Haruno e que ela tem 23 anos. Só isso.

– Por que não tem telefone? - pergunto quando nos sentamos em banco de praça.

– Não gosto daquilo. - ela responde evasiva jogando pedrinhas.

– Onde você mora? - pergunto tentando tirar alguma informação.

– Estou em um hotel. - ela responde meio apreensiva.

Noto a expressão dela se endurecer e isso atiça ainda mais minha curiosidade sobre ela.

– Naruto disse que você não é daqui. - digo mais casualmente pegando algumas pedrinhas da mão dela e a imitando.

– Não. - ela responde mais séria engolindo em seco. Espero que ela diga alguma coisa, mas não diz mais nada e sei o que isso significa.

– Um dia você vai partir. - digo com um aperto no coração. Me apeguei a ela e me assusto com o pouco de tempo que nos levou a isso.

Ela abaixa a cabeça e assente mordendo o lábio com força.

Um silêncio tenso se faz depois disso. Não consigo aceitar que ela se vá. Me dói.

– Vou pra casa. - ela diz se levantando subitamente.

– Eu te levo. - digo segurando a sua mão.

Ela estremece por um instante e depois me olha diretamente nos olhos e parece querer me rejeitar. Quando vou soltar a sua mão, ela aperta mais forte e juntos vamos até o carro.

– Qual o problema? - pergunto depois de vê-la tão pensativa.

– Nenhum. - ela responde me dando um sorriso fraco.

– É difícil acreditar. - acuso me sentindo mal por não vê-la sorrindo de verdade.

Ela não me responde e vira o rosto para a janela.

Quando chegamos ao hotel, desço para abrir a porta para ela. Quero ficar mais, mas acho que ela quer ficar sozinha por suas atitudes. Me aproximo e dou um singelo beijo nela.

– Fica aqui comigo. - ela pede como uma criança desolada. Não resistiria nem que quisesse.

Subimos ao seu apartamento e logo o clima melhorou quando ela colocou um filme de animação para assistirmos. Nunca gostei, mas...

Essa garota está mudando meus gostos...

– Não queria ir embora. - ela diz de repente me deixando surpreso.

– Então fica. - quase imploro.

– Eu realmente queri ficar... - ela dá um suspiro longo e me olha tristemente. Coloco seu cabelo atrás da orelha.

– Quando você vi embora? - pergunto temendo a resposta.

– Em breve.

– Pra onde?

– Ainda não sei.

– Por que ainda não sabe?

Ela dá de ombros e se ajeita em meu peito.

Dormimos juntos aquela noite. Fizemos algo diferente da noite passado. Foi tudo mais calmo, mais passional.

Dormi aliviado em saber que não teria como ela fugir de mim na manhã seguinte.

Aquele dia eu descobri que existe o amor a primeira vista. Estaria sendo hipócrita se dissesse que não. Porque eu sei que já estava te amando.