Novo olhar. escrita por Ley Morrigan


Capítulo 7
Hay.


Notas iniciais do capítulo

EU SEI, EU SEI que Wi ou Katniss não são loiras, mas usei as fotos da Adele com o filho para dá uma ilustração para vocês de como foi, então coloquem um cabelo castanho e são elas...

Até lá em baixo.



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As sapatilhas rosa com fitas que sobem até o tornozelo são suas preferidas.

Sorri para os dois. Peeta a tem sentada na cama, com suas perninhas gordinhas de dois anos falsamente lutando para não pô-las, enquanto o pai a segura e a morde nos pés fazendo os dois gargalharem.

Ela não entendia muito bem o porquê deveria ficar na cabine, um vão com uma cama de casal que ela dividia com a gente, uma cozinha extremamente básica e um banheiro. Estávamos indo ao Capitol para visitar Haymitch e o único modo era os trens, no entanto depois que Willow tinha sujado todos os objetos que seus dedinhos gordurosos curiosos, abrido e fechado o refrigerador varias vezes só pelo barulho engraçado que fazia e encharcado o banheiro, nossa cabine não pareceu mais interessante.

Havia tido um aviso de que estaríamos chegando no Capital em uma hora. E enquanto eu arrumava as malas eles tinham tomado banho e se arrumado, Peeta pelo menos já que a menina pareceu interessada em brincar com o pai.

— Eu vou ter que te morder mais, se você não parar. — Peeta disse enquanto ria da criança pelada pulando na cama. — Você não vem? — Perguntou a ela, recebendo um “Nhão”— Tudo bem então, quando você decidir que vai por os sapatos nós vamos ver o Hay.

— Pa-paí, nhão nhão. — O efeito foi desejado, ela correu para o seu colo.

Quando Willow começou a falar ela não conseguia dizer “Haymitch” Hay foi à solução e ele não pareceu ligar. A três semanas ele foi diagnosticado com Cirrose hepática, por anos de abuso do álcool, e estava internado no Capitol com Effie ao seu lado, porém Wi não entendia, perguntou por Haymitch todos os dias durante as três semanas, chorando e esticando os bracinhos para a sua casa sempre que passávamos por ela, era seu melhor amigo e ele era completamente apaixonado por ela.

Effie tinha contado que ele também chorava por saudade dela, ficava rabugento e insuportável para disfarça à saudade, mas uma noite, quando achou que ela estava dormindo pegou a foto de Willow na sua cabeceira e chorou, beijando a foto, Peeta e eu, decidimos levá-la para pelo menos entender o porquê de ele ter ido embora, já que Will estava dormindo quando foi levado.

Ficaria no hospital até o novo órgão, feito no super moderno hospital da Capital , ficasse pronto, já que era feito com seu material genético, e pudesse se transplantado para que assim Haymitch pudesse voltar para casa.

Fechei a mala enquanto via Peeta passar a blusa por sua cabeça e ajustando seu short jeans com passarinhos desenhados. Agarrou o tronco de Peeta enquanto ele com as duas ligas na boca já que a mão estava ocupada com o pente, ajustava seu cabelo para fazer dois coques, um de cada lado da cabeça, fazendo os fios caírem em suaves ondas.

Estique meus braços para ela, quando Wi desvio o olhar do pai para mim me presenteando com um enorme sorriso cheio de dentes, a segurei no colo quando no terceiro pulo chegou a mim.

— Que menina mais bonita você. — Disse enquanto beijava sua bochecha.

—Boní-tá? — Ela repetiu, olhando para mim.

— Bonita.

— Oh, mostre a ela. — Peeta se manifestou enquanto apontava para a janela e o Capitol aparecia atrás do vidro.

Levei a menina até lá, apoiando-a no parapeito enquanto ela gritava de animação pelas cores e tamanhos dos prédios.

Era a primeira vez que ela vinha ao Capitol, na verdade, era a primeira vez que ela saia do 12. Peeta e eu tínhamos orgulho de a ter mantida só para nós ate agora, não existia foto vazada, apenas seu nome e sexo.

Imploramos para que Plutarch impedisse de divulgar, mas ele apenas disse “ Eu não posso mais controlar as noticias Katniss, pessoas agora são livres para comentarem o que quiser, não tenho direito de censura-las.”

Às vezes a democracia ia contra mim.

Peeta e eu tínhamos tomados todos os cuidados, para sermos os mais discretos possíveis, porém Willow não precisava de muito para chamar a atenção, os raios de sol pareciam dançar em direção a ela, iluminando o recinto com se a luz levitasse apenas em torno dela.

Um quadrado ao lado da porta iluminou-se avisando-nos que chegamos ao Capitol e que o trem sairia em quarenta minutos. Tirei o bebê fascinado da janela, vendo Peeta checar os cômodos enquanto esperava com a menina no colo, que balança as pernas pulando em cima do meu quadril soltando risadas de animação.

Colocamos a senha do lado de fora do vagão para o fecharmos. A maioria das pessoas já tinha saído e o restante estava ocupada demais com sua própria bagagem para prestar atenção em nós. Caminhei enquanto Peeta e eu conversamos com a menina no meu colo, enquanto ela, na sua linguagem infantil respondia, às vezes sorrindo, ou tropeçando nas palavras.

Entristeci-me, olhando-a repreender o pai por alguma razão, em pensar o quanto já tinha se passado, já não era mais meu bebê, mal podia pronunciar uma palavra corretamente, ou forma frases muito compridas, porém podia facilmente derrotar eu ou o Peeta se apostássemos qual era o mais inteligente.

Eu pude ouvir antes de ver, enquanto caminhava para porta de saída do trem, a quantidade de pessoas que tinha fora delas, assim que eu passei pela porta eu escutei a exclamações da massa de pessoas coloridas e as luzes das câmeras me segarem.

Willow. Foi à única coisa que meu pensamento gritou, olhei assustada para os fotógrafos, tentando achar uma saída pelo mar de luzes brancas. Segurei-a mais fortemente nos meus braços, apoiando-a em cima da minha barriga, segurando sua cabeça e com os dedos cobrindo seu rosto, para que ela não recebe as luzes diretamente. Porém confusa e irritada ela forçou a cabeça para trás sinalizando para que eu tirasse a mão do seu rosto, e olhou espantada para as luzes das câmeras e depois para mim e Peeta nas minhas costas, como se pergunta-se o que era aquilo?

Automaticamente puxei meu ombro quando uma mão o segurou e apertou. Olhei para trás assustada.

— Para trás, vai para trás de mim. — Peeta gritava por cima da multidão, dei espaço, parando, o que fez os flashes clicarem mais freneticamente em cima de mim, dessa vez parecendo incomodar Willow, que pôs o braço em cima dos olhos. — Saiam da minha frente, saiam da minha frente! —Voltei a cobrir o rosto de Willow com as mãos quando ela tirou o braço do rosto para ver o pai gritando e ela voltou a empurrar a minha mão.

Dois homens, que chamou minha atenção pelos gritos sérios, coberto de músculos, veio até nos, esticando os braços, delimitando o espaço dos fotógrafos, afastando-os de nós. Peeta olhou para trás, confirmando com a cabeça o que eu já sabia.

Entrei as pressas no veiculo grande, fechando a porta, vendo pela janela Peeta desistir e entregar as malas para o grande homem e correr para dentro do carro também. Sentada e alarmada, o vi esticar os braços para filha, mas instintivamente apertei-a mais nos meus, olhando sobressaltada e aborrecida para ele, apenas para ver nos seus olhos os mesmos sentimentos.

Peeta chegou mais perto de nós, quando o outro homem entrava no veiculo e este dava partida, deixando a multidão para trás.

— Willow. — Peeta abandonou meus olhos e chamou a filha, sabendo que eu não a entregaria, passou os braços por cima do meu beijando seu rostinho que ainda parecia assustado e eu senti o ódio corta minha pele, era disso que eu a protegia, não queríamos entregar nossa pequena filha a Panem e hoje falhamos. —Tudo bem meu amor?

Willow parecia saber que estávamos tristes e apenas sorriu para o pai, acariciando com a mãozinha sua barba, como se disse a Peeta para relaxar.

A escuridão assustou a nós, porém poucos segundos depois registrei onde estávamos, entramos pelo subsolo do hotel, eram soldados com o selo do Capitol que foram mandados por Paylor, ela foi informada da quantidade de gente a nossa espera e eles foram mandados para lá. Não descartava que todos aqueles fotógrafos tivessem sido avisados por Plutarch, ele foi o maior “perdedor” com a nossa resguarda, não podendo alimentar o monstro que ele tanto adorava.

— Eu vou subir com ela, você cuida do resto. —Sussurrei para Peeta quando os homens se posicionaram nas portas para abri-las e ele concordou com um beijo nos meus lábios.

Deixo-os para trás, enquanto subia o elevador, com nós duas em silêncio, a menina parecia ainda tentar entender e eu não abriria a boca com as emoções na flor da pele. O fracasso era o mais difícil de lidar, eu tinha lutado de todas as formas e maneiras para mantê-la afastada da mídia. 18 anos atrás eu fui mandada para um programa de TV para matar e morrer, apenas para dá-los um bom show, um divertimento, um entretenimento. No entanto não faria isso com a minha filha, ela não era uma pessoa publica, ou famosa, era só a Willow, uma criança que adora maçã, borboletas e se sujar com as tintas do pai e que odeia usar calça.

Sabia apenas o andar, porém não tinha a chave de acesso para o quarto, sentei em um banco de madeira no corredor, colocando-a no meu colo.

— Mâmãi. —Segurei uma mãozinha, e ela apertou-a. —Naum gosteí das luzis

— Eu sei filha. — Chorar não adianta, você só vai assustar mais a menina. Meu cérebro gritou para mim quando meus olhos lagrimejaram. — Desculpa a mamãe, certo? Não vai acontecer mais.

— Cadê o papaí?

— Ele já vem.

Wi me empurrou para que eu a deixa-se sair do meu colo. A menina olhou para o enorme corredor e correu dando gritinhos, como qualquer criança faria, curiosa sobre o novo espaço cheio de coisas, para se mexer. Continuei sentada, vendo-a correr ate o fim do corredor, cair e rapidamente se por de pé virando para mim e sorrindo e depois novamente voltar a correr.

O quanto maravilhosa era minha filha?

Ela não parecia mais preocupada ou confusa, apenas curiosa enquanto ia e voltava pelo corredor. Às vezes eu achava que ela sabia quando eu preciso relembrar, relembrar que ela era feliz, e que não precisava se preocupar com o futuro, porque haveria paz lá. Willow teria sua primeira foto divulgada e já tinha dois anos, eu a mantive anônima por anos, como se ela fosse uma criança normal, ela é, mas os pais não.

Quando já tinha dado sua segunda volta pelo corredor, a chamei pegando um pequeno copo infantil cheio de água da sua bolsa. Willow voltou, correndo o mais rápido que suas perninhas gordinhas deixavam. Suas bochechas estavam vermelhas quando chegou a mim, entreguei o copo para ela, que deitou a cabeça nas minhas pernas, arfando enquanto tomava água, e eu acariciava seu cabelinho, mas largou rapidamente quando viu Peeta aparecer para correr até ele.

[...]

Hospitais sempre me lembraram de dor, odiava-os, me relembrava as queimaduras, já que as finas cicatrizes não faziam, segurei a mão de Peeta enquanto na outra ele levava a filha adormecida, viemos a noite, nos camuflamos na saída do hotel, e na chegada do hospital.

Effie tinha avisado que o marido ficava mais acordado durante a noite, já que de manhã ele tomava uma quantidade de remédio louca, ele tinha ficado em uma sala especial para pacientes graves. Haymitch tinha parado de beber quando finalmente percebeu que perderia Effie, porém o corpo não tinha sido poupado depois de tantos e tantos anos de abuso.

Já que tinha as duas mãos livres, bati na porta do seu quarto, escutando um urro alegre “Entrem”.

O lugar era como eu já sabia, estreito e branco, Effie era a única cor lá, as roupas laranja berrantes, porém o cabelo estava preso em coque baixo e sem maquiagem, parecia ter envelhecido dez anos, mas sabia que se Peeta ficasse doente eu teria envelhecido cinquenta. Effie pulou da cadeira quando entramos, me abraçando já com lágrimas.

Olhei Haymitch por cima do seu ombro, mas ele parecia ter olhos apenas para o bebê adormecido no colo de Peeta, seus olhos encheram de água, mas sabia que não derramaria, Effie me largou quando Peeta caminhou ate ele, para que Haymitch pudesse tocá-la.

Ele estava tão magro, como nunca na vida, seu braço estava conectado a tubos que o impediam de levantar da cama -não a vontade de arranca-los- o cabelo branco foi cortado, o que dava a ele uma aparecia mais fantasmagórica.

—Tragam-na aqui, por favor. — Ele tentou sentar e foi impedido por Effie e eu que corremos para empurra-lo de volta a cama.

—Só se você ficar parado. — Falei o empurrando novamente para a cama, enquanto Effie balbuciava sobre sua teimosia.

Tirei minhas mãos de Haymitch quando Peeta a deitou cuidadosamente sobre ele, sua cabeça sobre seu coração e acreditei fielmente que naquele momento ele choraria, fungou tentando se controlar o que a fez acordar.

Olhou confusa para Peeta e eu, antes de levantar o tronco para ver onde estava, e seus olhos reluziram quando ela o viu. Abriu a boca para gritar e deu um impulso em cima da barriga de Haymitch para poder chegar ao seu pescoço com os braços esticados para um abraço, mas ele não pode controlar a lufada de dor, rapidamente me movi para tira-la do seu colo, mas ele apenas ignorou-me enquanto a puxava para um abraço.

—Ô minha querida, quanta falta senti de você. —Ainda não tinha derramado lágrimas, porém sua voz saiu sufocada.

— Haaaaaaaaaaay. — Ela gritou enquanto se apertava mais ao seu pescoço.

Eles tinham uma conexão que eu me maravilhava, eles se amavam tanto. Quantas e quantas vezes Haymitch largou tudo só para ir brincar porque Willow pediu? Era um pai, um avô que ela nunca teria, ele a adorava.

— Will, você esta bem? — Haymitch perguntou quando Willow finalmente largou seu pescoço.

— Eú ví um monti de gentí. —Sua seriedade era engraçada. Curiosa, ela olhou para a mão de Haymitch que tinham ido fazer carinho no seu rosto. — Té ixo?

— Filha. —Peeta falou sentando na cadeira que Effie tinha ocupado. — Hay esta um pouco dodói, isso no braço dele é um remédio para que fique bom.

—Mediô papaí? — Wi parecia ainda mais curiosa sobre as agulhas na mão de Haymitch.

— Sim, minha menina. — Haymitch respondeu chamando sua atenção para ele novamente. — Mas já já vou esta em casa e a gente vai poder brincar mais, o que você acha? — E seu grito com palmas lhe respondeu.

— Ela está em todos os noticiários, vocês sabem né? — Effie sussurrou para nós, enquanto assistíamos Haymitch e Willow brincarem. — Não para de passar o vídeo de vocês chegando, e fotos dela, vão ser até notícia principal no jornal.

— Me neguei a pensar sobre isso. — Ou encarar a realidade. Peeta apenas suspirou.

—Essa menina já ganhou seus corações, Panem agora inteira caiu de amores por ela.

— Que se explodam não me importa, essas fotos foram tiradas e divulgadas sem minha permissão, ainda sinto-me violada.

— Plutarch deveria proibir isso. —Haymitch encarou-nos, e Willow bufou irritada por ele não está prestando atenção dela.

— Eu poderia apostar meu café-da-manhã que foi ele que informou a imprensa que estaríamos aqui, quantas e quantas vezes dizemos não sobre fotos dela? Imagina a mídia que está dando sobre isso agora.

— Aquele velho gordo, deveria ter se aposentado há anos. — Willow soltou um choramingo por ele ter desviado novamente a atenção dela e Haymitch rapidamente voltou a sua atenção a menina.

—Ligue a TV. — Pedi a Effie que rapidamente procurou o controle em cima de uma mesa. Escutamos ainda algum tempo antes da abertura famosíssima do jornal começar, para a nossa surpresa, era Caesar.

Ele tinha se aposentado há alguns anos atrás, às vezes aparecia como entrevistado, mas tinha parado alegando que queria férias. Seu cabelo e roupas estavam verdes, isso ele nunca mudou. Estava sentando em um estudo muito parecido com o que há dezenove anos anunciou a Panem o noivado – Falso na época. – E eu e Willow estampávamos o fundo.

''Caro senhoras e senhores de Panem, hoje eu vou terminar meu dever. Vocês veem essa foto? Reconhece essa mulher? Sem dúvida. Mas e a criança no seu colo? Provavelmente não. Essa é a filha do casal que mudou nossa história, a história dessa nação, e aqui está o fruto do amor que nós vimos crescer. ’’

O vídeo de nós duas correndo para dentro do carro passava a trás, e a cena continuava, até mostrar Peeta entrando, depois apenas o veículo partindo ficou na tela.

'' Essa doce menina é a filha de Katniss Everdeen e Peeta Mellark, finalmente depois de dois anos de suspense, podemos ver o quando bonita é. Willow Mellark tem os cabelos da mãe como podemos ver nessa foto.”

O fundo mudou novamente, dessa vez dando close no rosto de Wi, que tinha um olhar perdido, enquanto eu tentava tampar seu rosto e depois mudou para a foto que ela me empurrava para tirar a mão do seu rosto.

'' Mesmo com os cabelos da mãe, essa doce menina é muito parecida com seu pai, consegue perceber Senhoras e Senhores? Eles foram flagrados saindo de um trem aqui no Capital, temos a informação de que a família foi visitar seu grande amigo e mentor Haymitch Abernathy que está doente e internado em um hospital local. Os Mellark se mantiveram calados sobre qualquer informação sobre a primeira filha, e quando digo que seu nome é Willow apenas posso torce que a fonte ligada ao casal esteja certa, porque nem seu nome o casal tornou público. Katniss ainda tentou esconder seu rosto mas a menina pareceu irritada com isso, como se dissesse a mãe que queria que Panem finalmente a conhecesse...”

E a TV foi desligada. Haymitch tinha um olhar furioso enquanto devolvia o controle a Effie.

— A conhecesse? Que tipo de babaca é ele? Ele não pode ver o quanto assustada está? Ou seus esforços para protegê-la? Ela afastou suas mãos porque provavelmente estava aterrorizada com aquela gritaria. Isso é nojento. — A maquina que controlava seus batimentos começou a fazer barulhos mais altos, e mais rapidamente.

— Querido, por favor, se controle. — Effie pediu em pânico, e eu arranquei Willow do seu colo que chorou em protesto. — Se acalme, por favor, por favor.

— Haymitch pare! — O repreendi enquanto tentava acalmar Willow.

— Ela está chorando porque você a tomou de mim! — Haymitch se controlou para não gritar, provavelmente ele teria se estivéssemos sozinhos. — Me dê ela de volta. —E não era um pedido, era uma ordem.

Não o fiz até que seus batimentos cardíacos voltassem ao normal.

— Não poderíamos tê-la escondido para sempre mesmo. — Peeta se manifestou, com um ar pensativo. — Com o tempo talvez seja mais tranquilo, talvez essa algazarra toda seja porque por dois anos eles ficaram curiosos sobre ela e agora além de fotos tem vídeo, mas...

— Com licença. — A enfermeira adentrou na sala, interrompendo-o. — Recebemos um aviso sobre seus batimentos senhor Abernathy e o médico pediu para medica-lo. —Dessa vez ela falou para nós, e tentou disfarça seu olhar sobre Willow. — Você precisa relaxar.

— Não.

— Querido, por favor, eles voltarão amanhã, não é? — Effie olhava seriamente para nós.

— Tome seu remédio Haymitch. — Peguei novamente Willow do seu colo, e ela aceitou, como se concorda-se comigo. Virei para Peeta que retirou um embrulho da bolsa e dei nas mãos de Willow. — É pro Hay filha.

Sem pestanejar, ela se inclinou no meu colo, até a altura da cama, colocando o embrulho em cima de suas mãos.

— O que é isso? — Perguntou ainda rabugento por ter perdido a batalha contra nós.

Esperei até que ele tivesse aberto.

— Para acrescentar outra a sua coleção. Quando a guerra acabou tudo que eu queria era uma primavera cheia de dentes-de-leão para acabar com aquele sofrimento. Eu tinha Peeta na época me dando um futuro cheio de amor. — Sorri quando ele olhou amorosamente para mim. E depois voltei minha concentração em Haymitch. — Eu sei que está sendo difícil para você agora, queria poder ver você todo dia, mas você sabe que não é assim. Não teve um dia que Will não perguntou por você, e eu sei que você a ama, e também sei que ela é o dente-de-leão que você precisa para passar por isso. E essa foto vai te lembrar todo dia, que quanto mais você lutar mais rápido você vai poder volta para casa, para colhermos juntos os dentes-de-leão.

O soluço emocionado de Effie era ao único som, até Willow ficou calada, observando Haymitch olhar a porta retrato.

— Telô vê mamãi. — E Haymitch virou o retrato para ela e olhou para mim novamente com os olhos cheio de lágrimas sussurrando apenas um “obrigado” e desta vez eu que lutei contra as lágrimas.


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Notas finais do capítulo



Não se esqueçam, a sua opinião é muito bem-vinda! :D

Beeeijos