Seductive Poison escrita por Giovanna Di Angelo Riddle


Capítulo 2
Noir




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Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança.

 

Passos eram ouvidos pelo corredor do castelo. Os quadros reclamavam do barulho e da luz, mas eram veementemente ignorados. A mulher parou em frente a gárgula e conseguiu pela primeira vez em muito tempo se lembrar da senha.

A castanha esperava encontrar seu avô para comunica-lo de sua decisão. Não ia falar o verdadeiro motivo que a fez aceitar, já que o mais velho era totalmente contra sua sede de vingança. 

Apesar do esperado, encontrou apenas um malão fechado, um vestido que se adequava perfeitamente a moda dos anos 40 e uma carta sobre a mesa. 
    – Vô? – chamou a castanha estranhando a ausência de seu mentor. Empunhando a varinha ela deslizou pelo aposento. Correu os olhos pela mesa e distinguiu um objeto incomum. Estranhou já que em seu 5° ano todos haviam sido destruídos no mesmo dia do falecimento de Sirius Black.

A castanha analisou o vira-tempo em sua mão, era diferente do que usava em seu 3° ano. Tinha várias runas escritas e sua areia era dourada. Sentiu uma sensação familiar quando segurou o item mágico. Olhou em volta em busca de seu parente mais próximo novamente. Perguntou-se o motivo da ausência do mago, já que normalmente toda Hogwarts era avisada quando o líder da Ordem se afastava. Havia uma carta endereçada a ela próxima ao objeto que primeiro capturou sua atenção. Largando o vira-tempo, a morena concentrou-se em ler a carta que se avô tinha deixado para ela.

“Minha neta.

Creio que tenha feito a escolha certa. Nunca duvidei por um instante que você, de novo, se sacrificaria pelo bem de todo o mundo. Devo avisar-lhe, porém, para que tenha cuidado, estás a entrar em um mundo completamente diferente do seu. Peço a você que controle ao máximo seu temperamento e se mantenha tão fiel ao plano quanto possível. O mais importante de tudo é não deixar ninguém saber de onde (ou melhor, de quando) você é.

Dentro do seu malão está tudo que você vai precisar na sua nova vida. Inclusive há uma carta endereçada ao meu eu antigo. Essa carta não pode ser lida por ninguém, inclusive você, além de meu eu do passado. Se apresente como Grindeward. Gostaria que você pudesse levar meu nome, mas devido às circunstâncias que minha família se encontrava na época você será alvo de desconfiança caso utilize o nome Dumbleodore. Todos os documentos que você precisará também estão no malão. Neles consta que você é filha de Nikolai Grindeward, que faleceu um ano antes do 7° ano de Tom Riddle.

Minha neta. Eu te amo com todo meu coração. Você é uma das melhores coisas que a vida pode ter me proporcionado e eu não me arrependo de tudo que teve que ser feito para que você pudesse gozar dessa frágil segurança que você teve em grande parte da sua vida Confio em você com todo o meu ser. Espero que faça grande uso do conhecimento que eu te entrego hoje.

Com muito amor,

Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore

Seu avô.

Ps: Creio que 53 é um número bom ,não? “

Hermione terminou de ler a carta mais confusa do que antes. O mais velho não era de declarações. Porque o seu avô não lhe disse isso pessoalmente? Ignorou os pensamentos ruins que começavam a trazer todo seu distúrbio à tona e resolveu começar sua missão. Respirou fundo e foi para sala da professora Minerva, antiga sala do Professor Dumbleodore. Depois de pôr a roupa que o seu avô separou para ela, olhou para janela por uma última vez antes de agarrar seu malão e virar o vira-tempo 53 vezes, sentindo o costumeiro desconforto, até se deparar com um par de intensos olhos azuis.


—______________________________________________________________

A morena esperava pacientemente o professor terminar de ler a carta. Viu a palidez que o mais velho adquiriu depois de um certo tempo com o papel na mão, mas preferiu não se prender a isso. A cada dia ficava mais difícil se manter totalmente conectada com o mundo. 

O homem finalmente acabou de ler. Balançou a varinha e em questão de segundos o papel estava em chamas. Ela olhou para o mais velho com uma sobrancelha erguida.

— Sempre senti algo estranho no Sr. Riddle. – falou Dumbleodore ignorando a indagação silenciosa no rosto da mais nova - Meu eu do futuro me explicou sobre sua verdadeira identidade, e também me falou sobre quais circunstâncias você veio para esse ano. Apesar de tudo, fico feliz em poder conhecer e estar perto de minha neta. 

— O que faremos então? – indagou a mais nova, tentando ao máximo esconder sua vergonha com o carinho dirigido a ela. "Laços nos deixam frágeis! Não pode ter laços com ninguém desse tempo, mesmo seu avô."   

— Você, como manda a tradição, será selecionada no Salão Principal. Pedirei para que um elfo entregue esse bilhete para o Diretor. Acredito que ele não sera contra abrigar uma orfã de guerra. Devo te informar que Nikolai era muito estimado por muitas pessoas. Nunca apoiou seu pai, ainda que nunca tivesse sido expressamente contra o mesmo. Você tem o sangue parecido o suficiente com o dele para que consiga se passar por filha dele em um eventual exame de linhagem mágica. Devemos, entretanto, evitar isso ao máximo. Dependendo da pessoa que realizar o exame, ele pode ser um pouco exato demais para o seu próprio bem.  – disse futuro diretor, recebendo um aceno de cabeça como resposta.

Aceitando a resposta não vocal da garota, Dumbleodore chamou um elfo para entregar uma carta sobre Hermione para o diretor e pedir um chá para que ambos pudessem tomar enquanto não chegasse a hora do jantar. A menina viu como oportunidade para fazer perguntas sobre sua falecida mãe que nunca foram respondidas pelo seu avô em seu tempo de origem. Algo na expressão do mais velho, entretanto, fez com que a castanha ficasse em silêncio.

— Deixe suas coisas aqui que serão levadas para seu dormitório. Vamos indo.  –falou Dumbleodore, depois de algum tempo de silêncio desconfortável. Hermione agradeceu a Merlin, pois não sabia quanto tempo aguentaria com essa pessoa que parecia completamente desconhecida dela. 

A jovem seguiu silenciosamente o outro. Não sabia como ia se sentir ao pisar de novo no Salão Principal lotado. Perdida em devaneios nem percebeu quando chegaram chamando atenção no local. Ignorou os comentários e caminhou para o banco aonde ia ser selecionada pelo tão antigo Chapéu Seletor.

— Ah sim, sim! Este ano receberemos uma aluna transferida da academia de bruxas de salém. Hermione Grindeward! – falou diretor Dippet enquanto a sala explodia em murmúrios. Hermione ignorou- os e se sentou no banquinho.

— Então temos uma viajante no tempo? Que interessante... Difícil. Muito difícil. Bastante coragem e lealdade, vejo. Há uma sede de vingança muito rara em alguém da sua idade... Há bastante inteligência e fome de conhecimento... Audaciosa. Sede de Poder... Ora isso é interessante...  Então onde vou colocá-la? Hum...

— SONSERINA! – gritou o chapéu para todo o salão. A mesa da direita explodiu em aplausos e ela caminhou lentamente se sentando ao lado de um menino loiro de olhos cinzas que lhe lembrava levemente Draco Malfoy , e um moreno de olhos azuis que lhe lembrava Sirius.

— Hermione Grindeward , não? – perguntou o loiro com um sorriso malicioso no rosto. Hermione respirou fundo para não dar uma resposta mal educada. Pediu para Deus para que ele não fosse arrogante como o filho, mas já tinha certas dúvidas.

— Sim , e o senhor seria? – a castanha perguntou mesmo sabendo a resposta.

— Abraxas Malfoy, muito prazer. – disse o loiro beijando a mão da morena levemente. – Esses são meus amigos. Druella Rosier, Cygnus ,Orion ,Walburga , Cedrella e Dorea Black ,Albert Avery , Briam Mulciber e Tom Riddle.

—Prazer em conhecê-los – disse Hermione acenando a cabeça cordialmente parando o olhar em Tom. O grupo voltou a conversar, as meninas principalmente buscando conhecer a mais nova integrante da casa. Hermione percebeu que Druella era bem parecida com Narcisa Malfoy ,enquanto Walburga parecia com Bellatrix ,parecendo gostar um pouco demais de Tom Riddle. Era estranho ver tantas pessoas que pareciam comensais que ela conheceu em seu futuro.

Hermione decidiu que as garotas que mais gostou eram Cedrella e Dorea. As duas era extremamente educadas, sem serem invasivas, e não pareciam tão encantadas com o Riddle e seu grupo como as outras. A castanha percebeu o olhar delas em cima na mesa da Grifinória, mas especificamente em um garoto de cabelos pretos revoltos e olhos azuis e um garoto ruivo de olhos verdes. Hermione se lembrou de seus amigos e imaginou se elas não seriam suas avós. Uma pontada atacou o coração da castanha. Aquela situação fazia com que ela sentisse ainda mais a falta daqueles que perde. Desviou rapidamente o olhar da mesa antes que alguém reparasse.

—Srt. Grindeward? – ela ouviu uma voz masculina e profunda a chamar e percebeu ser Tom.

— Sim Sr. Riddle ? – Hermione respondeu desviando sua atenção.

— A senhorita tem alguma ligação com Gellert Grindeward? –ele perguntou como se a desafiasse. Ela ergueu as sobrancelhas enquanto sentia o clima pesar. Os burburinhos que antes se ouvia na mesa já eram inexistentes. 

— Sim. Ele é meu tio, apesar de não o conhecer – Hermione falou tentando não se alongar na resposta. Sentia a raiva nublar seus pensamentos. Era mais fácil fingir não odiar o belo rapaz quando ele não se dirigia para ela. Não sabia o que faria se os pais de Rodolphus Lestrange fossem do mesmo ano que ela. Já era difícil se controlar com Walburga sendo tão parecida com a sobrinha.

— Então você não concorda com os ideais que seu tio defende? –sussurrou Walburga se intrometendo na conversa sendo olhada de forma repreensiva por Druella.

— Nunca me envolvi no assunto, para ser sincera. Meu pai nunca apoiou a causa do irmão, mas nunca foi um grande defensor dos trouxas. Ainda que nós não tenhamos expressamente defendido algum dos lados, meu pai foi vítima de um ataque no ano passado. Eu tento me manter o mais neutra possível desde então. – disse Hermione dando de ombros vendo Tom Riddle estreitar os olhos.

— Você não sente vontade de descobrir quem foi responsável pela morte de seu pai? Seria impossível que fosse o próprio irmão, não? – disse Tom visivelmente contrariado.

— Nunca tive contato com ele para saber o que o mesmo faria em determinadas situações. Meu pai nunca gostou da divisão entre mundo mágico e mundo trouxa, mas tentava ver como uma medida de proteção para os bruxos. Nunca foi da vontade do meu pai ser responsável por conflitos então não serei eu a ir contra as vontades mais profundas dele.- A morena disse dando um fim a conversa. Ela mesma se impressionou com a convicção que disse sobre algo que nunca aconteceu com ela.

Dorea, Cedrella e Druella a olharam impressionadas enquanto os outros a encaravam como se tivesse nascido outra cabeça em seu pescoço. Hermione ignorou e observou a comida sumir.

— Vamos, vou te levar ao dormitório. – disse Cedrella a puxando levemente pelo braço.

—Acho que não gostaram muito da minha resposta – falou baixo para Dorea e Cedrella enquanto o resto do grupo ia na frente.

— Provavelmente vão voltar nesse assunto novamente. Confesso que eu mesma fiquei surpresa com seu ponto de vista e o do seu pai. – admitiu Dorea

— Mas se te incomodar muito é só você falar que é um assunto muito delicado ainda. – completou Cedrella. Hermione sorriu agradecida

— Tudo bem. Obrigada pelo apoio, senhoritas.  – disse Hermione sorrindo levemente.

— Você pode me chamar de Dorea! Nos aguentaremos até o fim do ano escolar, então é bom termos intimidade! – brincou a futura Potter.

— E você me chamar de Cedrella ou Ella! – completou a futura Weasley.

— Me chamem de Hermione, então, por favor! - respondeu a castanha agradecida. Fizeram o resto do caminho para as masmorras em silêncio. Hermione acabou ficando no dormitório de Dorea e Cedrella. Agradeceu a sua sorte.

— Fique sabendo que normalmente Dorea ronca –brincou Cedrella depois de todas prontas.

— E Cedrella fica a noite toda falando do Weasley dormindo. – rebateu Dorea rindo , mas depois botando as mãos na boca vendo o olhar da prima.

— Fiquem tranquilas, eu percebi seus olhares. – disse Hermione rindo.

— Ótimo, agora que já me constrangeram bastante, vamos dormir! –disse Cedrella com um bico no rosto. As garotas riram dela.

— Boa noite meninas. –disse Hermione.

— Boa noite Hermione – disse Cedrella.

Hermione fechou sua cortina pensativa, apesar de ter gostado das meninas, sabia que não podia se apegar a elas. Caiu no sono com a certeza de que seria mais difícil se manter longe de laços nessa época do que foi em seu futuro.


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Notas finais do capítulo

Resolvi postar tudo de uma vez, mas comentem não vai matar ninguém! Postarei um dos capítulos novos amanhã.
Edit 17/06/2020: mais um capítulo editado! Me falem o que acharam! Se você já tiver comentado e quiser falar sobre me manda uma mensagem!!!



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