~Erika’s P.o.V

– Ah Leila... Finalmente. – Me viro e encontro Leila sorrindo para mim do seu jeito animado como sempre. – Toma.

Jogo para ela os bombons que estavam no bolso do meu blazer. E ela rapidamente os pega e se senta em cima da carteira ao lado.

– Cuidado aí, se essa porcaria quebrar a culpa será só sua.

– Quebra não. Além do mais, foi feita para sustentar livros bem pesados!

– E tenho certeza que você pesa mais que qualquer enciclopédia de 700 páginas... – Murmuro enquanto pego meu livro de novo. Eu realmente não consigo paz para lê-lo em canto algum.

– E muitoo obrigada! Sabe que é por esta e outras razões que amo ser sua amiga! Você nunca comeu nenhum desses bombons mesmo?

– Eu já disse que não curto muito.

– Você não deve ter coração! “Relou” quem não gosta de doces e chocolates?

– Eu.

– Malvada... – Ela murmura e após isso coloca o pirulito de volta na boca. – Sabe o que eu vi agora á pouco passando pelos corredores? – Ela diz se sentando agora na cadeira e se virando para mim.

– Não. – Depois da minha resposta, ela dá um suspiro enquanto revira os olhos.

– Eu vi alguém sendo bastante gentil com certo rapaz.... – Ela estava praticamente cantarolando. Já sabia onde ela queria chegar.

– E daí?

– E daí, minha cara... Que eu percebi que ele ficou louquinho com o presente que você deu á ele! Erika... Erikazinha... Você nunca deu nada pra ninguém que não fosse eu! Fala aí, achou ele bonito né? Já viu os olhos dele também? São que nem o céu ou até mais claros! Acho que ele é da turma 1-C! E...

Eu praticamente parei de escutá-la depois desse ponto. Estava tentando manter mó foco no livro e sempre alguém ficava falando comigo, me perturbando e me fazendo perder até o parágrafo em que tinha parado ou acabado de ler. Eu só fui assim com esse idiota porque aquele ali realmente sabe sofrer. E eu dei aquele lenço não como presente, mas sim uma forma de me livrar daquilo.

Ela não parou de falar sobre isso, o que estava me deixando nervosa e bastante nervosa. Até não aguentar mais.

– Cale a boca agora mesmo ou lhe amarro inteira á ponto de não conseguir se mover e então, minha cara... Farei-lhe como minha cadeira até o final do dia. – Disse sádica e fria. Realmente estava no limite e queria ler o final do meu livro.

~Leila P.o.V

Eu percebi a aura negra que estava se formando dela. Realmente não deveria ter tocado muito no assunto. Mas ela foi um tanto gentil pro gosto dela.

– T-tá, eu vou... Estudar lá fora! – Saio o mais rápido que consigo, pois se não o fizesse, Erika com certeza cumpriria a promessa.

~Armin’s P.o.V

~Antes deste momento acima...~

Eu estava me trocando no vestiário, quando ouço algumas risadas vindas de fora. Pareciam ser de Dakota e Castiel. Estavam rindo do acontecido só pode.

– Cara, você é um idiota!

– Mas com estilo! Mano, coitado do Armin, levou uma bomba por conta de mim.

– É, disso eu concordo!

Que ótimo, falando de mim enquanto eu estou aqui, que coisa não?

– Mas, cara você acredita mesmo naquela história dele? – Por favor, não seja aquela, por favor, não seja aquela!

– Na real? Não. Ele nunca explica nada sobre essa tal. E me parece perfeita demais!

– Entendo, nem foto, nem e-mail! E percebe-se que ele não tem nem cara de saber como conversar com uma garota. – Ouço mais risos e então eles saem.

Que ótimo Armin, eles não acreditam. Contar a verdade seria tão bom, mas já chegou até aqui, seria um fim do mundo depois de tudo! Ah, eu não posso mais esconder isso. Se eu conhecesse uma garota boa o suficiente, linda, inteligente para as minhas quase descrições! A Íris é perfeita. Será que ela se candidataria á ser minha namorada?

Como eu iria falar pra Íris algo como esse?! Estou enlouquecendo só pode. Depois de passar noites jogando Alice Madness Returns isso está fazendo efeito.

[...]

Depois de me trocar e pedir informações de onde era a sala 1-A, fui tentar achá-la. Essas sala daqui são tudo embaralhadas, o 2-B fica do lado da minha e o 1-B lá na China. Enfim, eu não poderia ficar com aquele lenço, não sei guardar nem minhas coisas direito imagine de outras pessoas. Eu o lavei claro, não iria devolver sujo para ela. Apesar de delicada, ela poderia me dar um pontapé, quem sabe.

Eu achei a sala, mas alguém vinha saindo na hora e acabamos nos esbarrando. Ela tinha cabelos negros e olhos acinzentados. Tinha uma bela aparência, a propósito.

– M-me desculpe eu nããããoo... – Ela ficou assim logo que olhou para mim direito. Ela tem problemas? - ... Eu... Não queria ter feito isso sabe?

– Hã... Sei sim. E-!

– Leila, você deixou alguns b...! - A figura que eu estava procurando logo apareceu na porta. E pareceu meio surpresa por ter me visto ali. Eu acho que tenho certeza que aquela garota com cabelos escuros ainda estava meio caída em cima de mim. Ela logo se afasta e sussurra algo para Erika e logo após dá uma pequena risada, mas a própria Erika faz uma cara de tédio. – E o que você veio fazer aqui? – Ela deu um sorriso, como se estivesse recebendo visitas cordialmente.

Eu já ia me pronunciar, mas ouvi risadas bem conhecidas vindo em nossa direção. Dakota e Castiel estavam andando pelo corredor conversando e irão passar por nós. Como eu não queria ver aqueles tão cedo! Droga, a namorada. Se eles me virem vão me empurrar para algum canto e me forçar a falar.

Olhei rapidamente para Erika para tentar dar logo esse bendito lenço. Mas acho que a santa luz apareceu de novo. Era os meus olhos ou ela estava brilhando? Uma idéia logo me surgiu na mente e não pensei duas vezes antes de pegá-la pelo pulso rapidamente e á puxar para algum outro lugar.

~Erika’s P.o.V

[...]

Logo depois de Leila me sussurrar palavras estúpidas como: “Acalma o coração, eu não vou te roubar ele.” Tentei ser um mínimo gentil com ele.

– E o que você veio fazer aqui? – Eu não quero realmente saber o que você veio fazer aqui. Entenda até como um pergunta retórica, por favor.

Pelo o visto, ele iria dizer alguma coisa, mas acabou olhando para dois garotos que estavam rindo alto de mais para o meu gosto. Isso é um dos motivos pelo o qual eu prefiro minha cama de que a escola.

Eu o iria perguntar novamente, mas ele me puxou pelo braço e saiu quase me arrastando de lá, deixando a Leila bem confusa. Que droga, ela me fazer uma enxurrada de perguntas sobre o que ESTÁ acontecendo!

– Ei! O quê você ta plane-! – Eu sou interrompida, pois ele coloca a sua mão livre na minha boca me impedindo de falar. E então me coloca de costa contra o seu peitoral quando estamos entrando em uma sala vazia. Sequestro? Ah cara, de novo não...

~Armin’s P.o.V

Acho que aqui vamos estar seguros, eu espero. Ouço uma reclamação abafada e me lembro que ainda estou segurando ela, logo a solto. E que isso! Nunca fiquei tão perto de uma garota assim antes. (A: Os tempos mudam meu jovem gafanhoto... E você não escapou dele. *Aquela cara...*)(A²: Mas que... Autora santa mais pura dos anjos. Pra não dizer o contrário...)

Como começar, como começar... Explicações á dar, mil coisas a dizer... E uma garota confusa á minha frente.

– Ah, bem... Você deve estar se perguntando por que eu te trouxe até aqui sem explicação alguma.

– Oh, espero que não esteja por algum acaso me sequestrando para eu poder tirar uma foto com você ou me obrigar a te beijar. – Ela fala como se já tivesse experiência. Quem sequestra alguém para fazer estes tipos de coisa? (A: Hã, você gênio! Acabou de ter uma ideia absurda.)(A²: Obrigado por me lembrar, obrigado...)

– Não, não... – Eu digo fazendo gestos com as mãos. – É mais ou menos isso... – Eu murmuro.

– O quê?

– Quer sentar? – Eu falo dando um largo sorriso como quem não quer nada.

[...]

Depois de resumir toda a história para ela, que parecia ter prestado atenção em cada detalhe, logo acabei. E bem rápido mesmo, ainda temos uns pequenos minutos antes de voltarmos para a aula. Acho que assim que conseguiu processar tudo na cabeça se pronunciou.

– Então, é isso... – Ela disse e assenti com a cabeça. – E me diga, você inventou tudo isto! Por que não conta a verdade?

– Bem, já foi tão longe, eles podem rir de mim pra sempre! – Eu jogo minhas mãos para o ar.

– Entendi. E agora você quer que eu seja sua “namorada”. – Ela fez aspas com os dedos. Eu apenas assenti de novo com a cabeça. – Hm, ok então.

– V-v-v-você aceita...? – Minha cabeça deve ter virado que nem a daquela garota do filme do exorcista na direção de Erika. Eu não esperava que ela fosse reagir... ASSIM! Essa menina é um anjo, só pode! Uma filha de Deus está entre nós!

– Sim. – Então ela estica seus braços como se tivesse acabado de acordar e me fita com um sorriso nos lábios. – E agora, você vai fazer algo pra mim. Ajoelha e beija meus pés.

– O QUÊ?!