New Divide escrita por RoyxEd


Capítulo 3
Agulhas & leite.(Parte 1)




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Capítulo 3

Agulhas & leite.(Parte 1)


- Vá para o inferno Mustang. Eu mandei me soltar! – Exigiu Edward, tentando se soltar do aperto de Roy.

- Edward ,você é um idiota. Por que você esconde tudo assim? Isso te faz sentir útil?

- E você é um $ #&*@, coronelw22; Respondeu o menino furioso.

- Não fale desse modo com o seu superior! Por uma vez, seja racional! Você não vai mover outra polegada até que esteja de volta nos alimentos sólidos, está me entendendo? Eu não sei se é a febre ou se é realmente só você, mas eu não vou deixar você ser tão irresponsável enquanto eu tiver uma palavra a dizer isso!

- Você não pode me obrigar coronel.

- Já chega. – Interrompeu Riza. w22; Não vá à procura de problemas, Edward, se está doente vamos levá-lo ao hospital.

- O que?! Eu não vou ao médico.

Roy o ignorou e estabeleceu o menino sobre o sofá, enquanto Edward gritava profanidades. Muitas delas nunca ouvidas por Roy.

- Eu tenho uma escolha. – Disse Edward levantando a cabeça em sinal de desafio. – MINHA ESCOLHA É DE NÃO OBEDECÊ-LOS! – Ele gritou, sua garganta era revestida com um gosto metálico de dor.

A coloração avermelhada de frustração que mostrava o limite da paciência estava aumentando na face de Roy. Edward estava claramente tentando combater fogo com fogo. Roy não se preocupou com armas, afinal o fogo era a principal arma de sua artilharia... Mas lutar com um garoto de 12 anos em vez de um soldado velho, obviamente, era a coisa errada a se fazer.

Roy levou a mão até sua testa, lembrando-se de pensar nas circunstâncias terríveis. Edward ainda era uma criança..., teimosa, irritada, chata, infantil, mas mesmo assim uma criança, nada mais. Forçando-se a ficar calmo e focado, Roy suspirou.

- Edward. – Sua voz era profunda. Ele inclinou seu corpo para frente, intimidando o garoto. – Suas ordens são para ficar quieto e obedecer. Não vou aturar rebeldia Fullmetal.

Riza franziu a testa diante dessa divagação e fuzilou Roy com os olhos. Ed fez outro ruído e Riza olhou para seu rosto.

Parecia que ele não estava prestando atenção à conversa... Sua contrariedade parecia vir de outro lugar... Ele estava tentando manter uma tosse em silêncio, e não chamar a atenção para si. Seus olhos estavam fechados e seus ombros tremerem rígidos.

- Não me trate como se eu fosse algum tipo de criança.

- Você é uma criança. – Acrescentou Roy.

- Não tenho três anos de idade!

Apesar de que Edward já possuísse uma personalidade raivosa, tanto Mustang quando Hawkeye achavam que ele estava sendo tolo....o menino poderia ser tão teimoso as vezes.

Edward se esforçou para liberar mais uma tosse silenciosa, disfarçado o máximo possível.

- Não faça isso. – Disse Riza com a voz calma. – Só vai ferir a si mesmo.

Edward continuou, ignorando-a completamente. Riza estendeu a mão e prendeu o braço de Ed.

- O que v-v-você está fazendo? – Balbuciou quase sem fôlego.

- Eu disse para parar de fazer isso, você entendeu?

Riza olhou para Edward severamente, o garoto evitou seu olhar, desviando seus olhos dourados para os pés, semelhante a uma criança emburrada.

- Muito bem – Disse ela sorrindo e soltando o braço de Ed, só para encaixar seus braços sobre as axilas do pequeno e puxá-lo para seu colo, antes de levantar. Riza não havia notado antes, mas agora que estava mais perto poderia ver que a face corada de Ed, seu rosto estava pálido. A febre estava piorando.

- Me coloca no chão, eu posso andar! – Gritou Edward, empurrando um pouco os braços para manter certa distância.

- Sei que você pode, mas agora o quanto mais rápido sairmos, mas cedo nos voltamos.

- Ir? Pra onde?

- Você sabe muito bem ‘aonde’. – Encerrou Roy, antes de pegar as chaves do carro.

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Edward cruzou os braços, olhando tediosamente para a paisagem noturna da cidade central.

O edifício branco, onde estava situado o principal hospital da cidade central era o suficiente para fazer Edward se sentir desconfortável. Ele encolheu as mãos dentro dos bolsos e mordeu o lábio quando passaram através da porta em direção a recepção.

Logo um enfermeiro (Vamos chamá-lo de Jason) se aproximou e cumprimentou o casal. Abaixando para verificar a temperatura da criança.

- Você está queimando.

- Não, eu não estou. Você é que está alucinando.

Jason fitou Roy com um olhar confuso.

- Ele está negando o fato de que está doente. – Disse Riza, ainda segurando a mão de Edward.

- Eu não estou negando qualquer coisa! Eu apenas não estou doente!

- Sigam-me, por favor.

Caminhando depois de Mustang e ao lado de Riza, Edward chegou à sala de exames. Tudo cheirava a anti-sépticos, doença e a morte. O loiro não gosta deste cheiro, ele teve que se controlar para não vomitar no chão do hospital.

- O médico estará aqui em breve. – Jason mudou-se para perto do armário, recolhendo algumas coisas que eram impossíveis de serem identificadas devido ao foto de estar de costas.

Ed olhou para baixo e mordeu o lábio inferior. Seus novos “pais” iriam acabar o internado nesse maldito hospital.

Minutos mais tarde (o que pareciam ser horas para Edward) um médico entrou.

- Boa noite. Sou o doutor Mike. – Cumprimentou o homem, sorrindo para os integrantes da sala. – O que os trás aqui hoje?

Riza apontou para a pequena figura tossindo sobre a cama.

O médico sorriu e se aproximou. – Como se chama garoto?

- Eu não sou um garoto!

O homem leu o nome em sua prancheta e se voltou para o garoto. –Tudo bem, Sr. Elric. – Risos. – Aqui diz que você não toma leite, isso explica por que é tão curto para a sua idade.

- Quem você está chamando de TÃO CURTO QUE PODE SE AFOGAR EM UM COPO DE LEITE?!

- Eu não disse nada disso. – Falou Mike perplexo.

Depois de varias exames tediosos e perguntas tolas feitas pelo médico a respeito da vida de Ed. Mike fez um gesto com as mãos para que Jason o acompanhasse, trazendo o pequeno carrinho com uma bandeja com agulhas.

Quando eles se aproximaram Edward ficou ainda mais pálido. Congelado no lugar.

- Edward?– Chamou Riza ao perceber que o garoto tinha ficado milagrosamente em silêncio.

- COLOQUE ESSA COISA ESSA COISA FORA! – Gritou Edward, olhando para a injeção na mão de Jason. – COLOQUE-A PARA LONGE DE MIM AGORA!

Jason escondeu a injeção atrás das costas e Edward soltou um suspiro aliviado.

- Não precisa ter medo garoto. – Assegurou Jason, com um sorriso.

- EU NÃO QUERO!– Edward de repente pulou da cama e correu para a porta. Roy agarrou sua trança e o puxou em um reflexo.

- Me solta!– Rosnou o garoto. Quando Roy o segurou entre seus braços.

- Se você puder colocá-lo sobre a cama e de barriga pra baixo seria bom. – Disse Mike. Roy obedeceu e colocou o garoto sobre a cama, mantendo um aperto sobre ele.

- Me solta, por favor! Eu n-não quero, p-por favor!

O médico lentamente pegou uma agulha e se aproximou, tentando não assustar Edward mais do que ele já estava assustado.

- F-F-Fique longe de mim!– Edward empalideceu. – Pare!– Ordenou ele com uma voz débil, enquanto seus olhos se ampliavam. Quando sentiu os dedos de Riza acariciando seu cabelo.

- Tudo bem Edward, você vai sentir uma pequena picada no seu braço, ok? –Jason aproximando a agulha do braço de Edward, que começou a lutar e gritar, sua expressão parecia à beira de lágrimas.

Roy relutantemente levantou a manga da camisa de Edward.

- Não! Não! Pare! – O garoto gritou. Lágrimas correriam pelo seu rosto. – E-Eu estou com medo...

Esta frase fez com que tanto Riza, quanto Roy, tivesse uma sensação horrível por colocar o garoto naquela situação.

- Será que você pode se apressar?– Perguntou Riza a Jason, com um tom de urgência.

- Eu não quero traumatizá-lo.

- É um pouco tarde para isso. – Informou Roy irritado.

- Certo, criança, tente ficar calmo.

Edward sentiu a ponta da injeção contra sua pele e se afastou. – Não! Não ouse colocar isso no meu braço!

O metal frio furou sua pele e ele gritou, sua garganta parecia dilacerada, mas ele continuou a gritar. Sentiu o líquido da seringa entrar e se afastou, logo em seguida uma bola de algodão foi colocada em seu braço.

- Pare... – Edward murmurou.

- Só falta mais um.

- Não! – Ed sufocou, sua garganta estava doendo ainda mais. Ele tentou fugir, mas seu braço esquerdo foi preso por uma mão firme.

- Pronto. – Disse o médico gentilmente. – Acabou.

Edward apenas choramingou e Riza passou os dedos pelo seu cabelo. – Veja Edward, não foi tão ruim assim.

- Eles não estavam furando as coisas no seu braço. – Ed balbuciou, sua voz estava fraca, cheia de exaustão.

- Posso falar com vocês em particular? – Indagou Mike olhando para o casal.

O doutor suspirou pesadamente e rabiscou algo em sua prancheta. Assim que eles se afastaram para um canto separado da sala ele começou seu discurso:

- Por ter ficado durante tanto tempo sem um atendimento médico, ele contraiu um grave caso de bronquite, não é fatal, mas se não for tratado corretamente pode se transformar em algo mais perigoso.

Roy deixou escorregar sua máscara de frieza e olhou com preocupação para o médico.

- Vocês terão de verificar sua temperatura a cada duas horas e vão ter que fazê-lo tomar um comprimido a cada 8 horas, dois se ele tiver uma dor de cabeça. – O médico fez uma pausa, com se pensasse em como continuar. – Vou dar o número da minha residência, liguem se houver algum problema.

Mike voltou-se para Jason que lhe disse algo em voz baixa, em seguida o enfermeiro deixou a sala. Voltando poucos minutos depois com dois frascos de comprimido nas mãos.

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Chegaram a casa e subiram as escadas, acompanhando um lento Ed, que logo desviou sua direção a seu quarto, foi quando Roy o interrompeu, guiando-o em direção ao quarto principal.

Edward continuava tossindo.

- O que quer agora bastardo? Eu estou com sono. Pode me deixar dormir?!

- Você não vai voltar para seu quarto. Terá que dormir na nossa cama para que não ajam dificuldades para verificar se você tiver uma recaída.

Edward franziu a testa, mas quando estava prestes a protestar, Riza ergueu a mão, interrompendo o garoto.

- Não vamos discutir com você sobre isso. Lembra-se sobre o que o médico disse? Se não ficar quietinho e respeitar a nossa autoridade, vai voltar para o hospital e ficar internado. Escolha uma opção.

Edward mordeu o lábio e esfregou os olhos, em seguida bufou e cruzou os braços sobre o peito. Não queria voltar ao hospital. O cheiro sempre lembrava a época em que sua mãe estava doente. Ele não disse nada, mas fez várias caretas, causando risos por debaixo das expressões sérias de Riza e Roy.

Riza em seguida sorriu. – Vou busca seu remédio, enquanto isso tente não arrumar uma confusão nesse horário, temos vizinhos, lembra-se?

Ela virou e se retirou da sala, deixando apenas Roy e Edward, que estava se inclinado prestes a deitar na cama.

- O que você está fazendo?– Interrompeu Roy.

O garoto olhou por cima do ombro e encarou o homem mais velho, dando de ombros.

- Eu estou indo pra cama. Não foi o que me “mandaram” fazer? – Falou Edward com uma tosse violenta em seguida.

- Não, você não vai.

- O que quer fizer com ‘não’? Eu já estou na cama.

Roy franziu a testa. – Você vai dormir na cama conosco, mas não com esse casaco e essa roupa empoeirada.

Edward revirou os olhos, abriu o cinto da calça e empurrou-a para baixo, retirou seu casaco e a camiseta logo em seguida. Se arrastando de volta para a cama.

- Está bom assim, ou eu tenho que tomar um banho só para deitar nessa porcaria de cama. Porra?!

- Não, você não pode tomar um banho na condição em que está, mas amanhã você vai tomar. – Acrescentou Roy. – Além do mais, onde está seu pijama? Não é quente aqui, você tem que usar algo para se proteger.

Edward esfregou novamente os olhos. – Eu sempre durmo de cueca, quando tinha que dormi em um trem eu permanecia com as minhas calças, não a necessidade para um pijama quando se vive na estrada.

Roy suspirou e caminhou até o armário. Não poderia deixar a criança dormi só com a cueca, a bronquite tinha deixado seu corpo frágil, ele precisava de algo para aquecê-lo. Pensando nisso um singelo sorriso apareceu no canto de seus lábios. Ele abriu as portas do armário e vasculhou uma caixa, dentro dela encontrou o que estava procurando e puxou um conjunto de um pequeno pijama azul coberto com carrinhos vermelhos, exatamente o tamanho do Ed. Riza tinha escolhido na semana passada.

Roy sorriu, ele teria que forçar Edward a vesti-lo.

Ele pegou o pijama e foi até Ed, que quando viu o tecido, franziu a testa. – Nem pense que vou usar isso!

- Agora, Edward. Podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira mais difícil. – A voz de Roy era quase ameaçadora. Edward aparentemente não se abalou e levantou, forçando Roy a fixá-lo na cama.

O menino tentou de tudo, mas não conseguiu se livrar. A doença havia o deixado mais fraco. Roy segurou o loiro que se contorcia. Primeiro puxou a perna Automail para dentro da calça do pijama, em seguida, fez o mesmo com a direita e depois puxou o menino ainda está lutando para o seu colo.

- Ouça Eddy. – Começou Roy o persuadindo. – Riza realmente gosta desse pijama, ela mesma o comprou, por isso, apenas coopere. Ela ficaria muito feliz.

Apesar de relutante, Edward relaxou. Logo em seguida Roy puxou a camisa por cima da cabeça pequena e loira. Desfazendo sua trança. w22;Esse é o meu bom menino.

Riza entrou no quarto e Roy girou Edward para que ela pudesse vê-lo, o garoto a olhou com seus grandes olhos dourados um pouco sonolentos.

- Oh Eddy, você parece tão adorável. – Falou ela. – Venha para a mamãe!

Quando ela estendeu os braços, um olhar de terror cruzou o rosto do jovem alquimista. Riza rapidamente percebeu seu erro e abaixou os braços. Aproximando-se da cama.

- Me desculpe Edward. – Ela disse sinceramente, envolvendo os braços em torno do garoto. – Você não tem que me chamar de mãe se não quiser.

Edward tinha esquecido como era bom ser abraçado por um adulto, não que ele precisasse disso. Aconchegou sua cabeça no ombro de Hawkeye deixando-a saber que ele não havia se chateado por causa de seu deslize. O que o deixou irritado não era somente o fato de que seus novos “pais” estavam tratando-o como uma criança e sim o fato de que ele estava gostando.

- Agora tome o remédio e poderemos deitar. – Informou ela, oferecendo o comprimido.

Depois de tomá-lo, Edward corou ao ver o beijo que Riza plantava nos lábios de Roy. O loiro sentiu o rubor em seu rosto aumentar e desviou o olhar para o chão. Enquanto bocejava. Fechou a cara para Roy e se enfiou por baixo dos lençóis.

Dois pesos foram adicionados de cada lado da cama, Edward cobriu toda a sua cabeça e se encolheu. Ele realmente tentou dormir, mas estava frio mesmo com aquela quantidade de cobertores. Mas tarde quando Roy e Riza já haviam adormecido, ele ainda estava bem acordado.

Esticando a cabeça para o lado, viu o relógio e soltou um gemido. Eram quase duas da manhã e não conseguia dormir. Lentamente começou a levantar, mas uma enorme tontura fez com que deitasse novamente.

Mudou sua posição muitas vezes, mesmo quando calafrios percorriam seu corpo. Ele finalmente se mexeu tanto que acordou Roy.

- O que você está fazendo Ed? – Murmurou Roy, sonolento.

- Eu não consigo dormir.

- Bem, se você continuar se mexendo nunca vai conseguir. Alguma vez você dormiu?

- Não.

- Que horas são?

- Duas.

- Feche os olhos e tente dormir.

- Era isso que estava fazendo.

- Se você continuar se mexendo, então não vai ser capaz de dormir.

- Eu não posso fazer nada contra isso!

- Tudo bem, então eu vou ajudá-lo. w22; Colocando um dos travesseiros ao lado do seu peito, Roy passou os braços firmemente em torno de Edward, colocando a cabeça loura contra o travessei, aumentando o aperto. Ele colocou sua perna por cima das do garoto, criando um espaço onde Edward não podia se mover.

- O coronel. Roy! w22; Edward choramingou.

- Agora você não vai incomodar.

O garoto lutou contra a ‘‘prisão’’, mas quando descobriu que ele realmente não conseguiria se mexer, desistiu com um suspiro irritado.

- Agora vá dormir.

- Eu não quero. – Disse ele com uma voz sonolenta, inclinando os olhos diversas vezes.

Roy não disse nada e continuou mantendo sua pressão sobre o corpo pequeno, quando ele sentiu o corpo do menino relaxar. Ele o emburrou um pouco para longe. Certificando-se de que aquilo não era um truque.

Edward estava encolhido e tremendo, Roy voltou a puxá-lo para perto e se aproximou de Riza.

De repente tudo parecia muito confortável, suas pálpebras pareciam pesadas, foi quando tudo ficou escuro...

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