Eu estava extremamente nervosa com Quatro, pois o mesmo mal sabia o rumo do roteiro de passeio daquele dia. Estávamos no ônibus, Quatro sentado e eu de pé a sua frente.
— Você vai me levar aonde? — perguntei.
— Eu já disse que eu não sei. — respondeu — Agora fica quietinha que eu tenho que prestar atenção no caminho.
Respirei fundo para não ofender Quatro em público.
— É melhor me dizer se não vou descer em qualquer ponto! — bradei.
— Calminha aí, não é você que está liderando o passeio. — levantou-se e deu o sinal — Sou eu quem manda aqui — sussurrou.
Fiquei vermelha de ódio, ninguém nunca me provocou como Quatro provoca, nem mesmo Peter.
— Onde eu estava com a cabeça quando aceitei esse passeio — pensei alto.
— É óbvio que estava pensando em mim e em meu corpo escultural e deliciosamente sensual. — brincou.
— O que adianta ter um belo corpo e não ter um cérebro! — bradei.
Alguns passageiros me fitavam como seu eu estivesse dando PT ou algo do tipo, Quatro debochava de mim.
— Vamos, o ponto é aquele aí. — Quatro andou até a porta do ônibus e eu fui logo em seguida. O ônibus parou e nós descemos.
— Siga-me. — ordenou Quatro. O mesmo entrou em uma estrada que cortava a mata, e eu o segui.
O cheiro da mata era incrível, o barulho dos animais tornava aquele lugar mágico, enquanto andava Quatro prestava atenção na paisagem, como se nunca estivesse naquele lugar. Haviam alguns saguis brincando nas árvores, tão bonitos que fiquei com vontade de acariciar algum.
— Fofos porém arteiros. — disse Quatro como se tivesse adivinhado o que estava pensando.
— Estamos indo para onde? — pergunto novamente.
Quatro revirou os olhos e ficou em silêncio, parou de andar e apontou para duas estradas que estavam a frente.
— Siga o coração. —disse.
Fechei os olhos e esperei ‘’o coração’’ optar o caminho, então escolhi ir para a esquerda.

— O que você está escondendo aí atrás Peter? — perguntei.
— O que você acha que é? — perguntou sorrindo.
— Se eu soubesse não estaria perguntando. — revirei os olhos — Ande, me mostre! — suplico.
— Escolha a mão, siga o coração.
Fecho os olhos e espero o coração optar qual mão escolher, então escolho a direita.
— Direita! — digo.
Peter estendeu a mão direita e abriu dizendo:
— Acho que errou, não vou mostrar!
Coloquei minhas mãos na cabeça e bufei.
— Você não seguiu o meu coração minha atriz.

Lágrimas começaram a escapar dos meus olhos, então sussurrei para mim mesma:
— Agora eu segui o meu coração Peter.