Gaiden - O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 1
Capítulo 1 - Justiça ou afronta?


Notas iniciais do capítulo

*Parceria novamente realizada com Claudio J. Gama.*



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Capítulo 1 – Justiça ou afronta?

– NÃO É POSSÍVEL!!!

Cinco ninfas entraram assustadas com olhos arregrados na sala dourada do deus dos deuses, que atirava raios em todas as direções, com uma raiva assustadora nos olhos. Ele apenas se conteve ao perceber a presença de suas subordinadas e da pequena criança de cinco anos escondida atrás de sua mãe, agarrando-se em seu vestido com medo.

– Senhor... – a mulher começou devagar, olhando rapidamente para a filha assustada – Está tudo bem aqui?

– O senhor está sempre tão calmo... Aconteceu alguma coisa? – A ninfa de olhos puxados questionou.

O deus arfava de raiva, com o olhar ainda em chamas na direção delas. Nenhuma se atrevia a falar, apenas o olhavam apreensivas. Quando finalmente conseguiu controlar-se, respirou fundo e se dirigiu à ninfa de cabelos castanho escuros.

– Tháyma, por favor... Eu lhe enviarei informações depois ou a chamarei aqui.

– Tudo bem – ela respondeu, entendendo imediatamente e erguendo a garotinha no colo, deixando o local em seguida – Apesar de perder a cabeça quando está zangado ele ainda se preocupa bastante com você, querida. É melhor voltarmos quando ele estiver mais calmo – falou, já fora da sala dourada.

– Mamãe, por que ele está bravo?

– Eu não sei, meu amor. Mas logo deve estar tudo bem. Com sorte não será nada tão ruim que não se possa resolver, minha pequena Celeste.

******

– O que?! – Kýma e Aeris exclamaram ao mesmo tempo.

– Está certo disso, senhor?! – Káfsi lhe perguntou.

– Eu tenho certeza! O eterno ciclo foi quebrado. Isso pode mudar tudo! Não só agora, mas das próximas vezes que Atena voltar à Terra também!

– Como o senhor soube...? Por acaso não andou os espionando tão a fundo... – Arashi questionou sem jeito, sentindo o rosto esquentar um pouco.

– Não!! Por acaso acha que eu passaria para observar calado uma blasfêmia dessas?! Teria acabado com os dois no mesmo instante!

As ninfas suspiraram aliviadas, mas a questão ainda não estava bem esclarecida.

– Confesso que me descuidei de minha observação nos últimos tempos... Mas quando finalmente decido verificar como andam as coisas na Terra após as últimas batalhas de minha filha Atena... Descubro que ele está casada!! E com um mortal!! Um cavaleiro de bronze!! Que ousou afrontar e superar vários deuses!!!

As ninfas exclamaram em espanto, mais pelos gritos de Zeus do que pelas recentes notícias.

– Está falando de...? – Káfsi começava a deduzir.

– Fala do cavaleiro de Pegasu? – Aeris perguntou pausadamente.

Após um longo e incômodo silêncio, voltaram a encolher-se e saltar de susto quando Zeus exclamou.

– E isso não foi o pior!!! Se fosse apenas isso... Eu até poderia pensar em perdoar minha filha... Um castigo poderia corrigi-la.

– O que foi que aconteceu além disso? – falou Arashi, apreensiva.

O deus bufou de raiva e falou entre dentes.

– Atena... Está carregando um filho dele!!!

– O QUE?!! – Todas espantaram-se.

– Mas... Hum... Senhor... – Kýma finalmente falou – Achei... Que Atena não podia gerar descendentes.

– Ela pode... O que não quer dizer que deva!! Atena fez seus votos há incontáveis eras de manter-se como uma deusa virgem, para sempre!!

– Mas... – uma outra voz falou de repente – Senhor... Aquela mulher é apenas a hospedeira da deusa Atena e nem se lembra disso, embora tenha conhecimento a respeito. Apesar de aceitar isso e sempre honrar Atena dando tudo de si nas batalhas... Ela nasceu como humana... Atena é a deusa da justiça... Há mesmo uma justiça se o seu lado humano não pode ser livre pra viver normalmente? Uma criança é sempre uma benção, isso pode não ser tão ruim como pensamos. Uma criança sempre faz bem à uma mulher, seja humana ou não, tanto física quanto psicologicamente.

– HONRA?!!! Não me venha falar de honra, Tháyma! – Falou para a ninfa, que não demonstrou se alterar ou se assustar com o tom de voz agressivo – Lado humano! Justiça! Vida normal de humanos!! Isso é tudo tolice!! Atena nos traiu! Tornou sua alma impura ao se unir aquele humano e agora possui ainda uma prova viva disso!! Não quero ouvir mais ideias ridículas como esta! E onde está Celeste? – Perguntou em tom mais ameno.

– Ela está brincando num local seguro – respondeu simplesmente e voltou ao assunto anterior – Por acaso... Não está intencionando matar essa criança, está? – Perguntou num tom desafiadoramente corajoso.

Zeus lhe lançou um olhar de raiva no mesmo instante, mas procurou controlar-se antes de responder qualquer coisa.

– É claro que não... Essa criança ainda é um semideus. E apesar de ser filho do miserável do Pegasu! Também é meu descendente! Após seu nascimento, eu punirei ambos e a criança ficará sob nossos cuidados!!

A ninfa, pouquíssimos anos mais velha que suas companheiras, fitou o chão dourado e assumiu uma expressão de tristeza, mas não se atreveu a dizer nada mais.

– Atena já sabe disso? – Arashi perguntou com sua doce voz.

– Não. Mas irá descobrir em breve.

O silêncio se apoderou do lugar novamente.

– Eu pensarei em como monitorar essa situação patética! Eu as chamarei se achar necessário.

Todas assentiram silenciosamente com um aceno de cabeça e uma rápida reverência, deixando a sala em seguida.

******

Estavam ambos dormindo abraçados, bem aquecidos pelo cobertor. Seiya acariciava o cabelo da esposa com cuidado enquanto observava seu rosto iluminado por um raio lunar que entrava pela janela. Beijou carinhosamente sua testa e depois seu nariz, o que fez Saori abrir os olhos lentamente.

– Eu também te amo muito, Seiya, mas me deixe dormir – ela disse sonolenta.

– Me desculpa, eu não resisti.

Ela respondeu com um risinho e deu um beijo no tórax do marido, voltando a encolher-se em seus braços.

Seiya afagou de leve suas costas e tornou a fazer carícias em seu cabelo para que ela adormecesse.

******

O cavaleiro despertou ao sentir a esposa se mexendo muito em seus braços, mas ainda assim vagarosamente, provavelmente tentando não acordá-lo. Seiya olhou em volta, percebendo que ainda estava um pouco escuro e se dirigiu à Saori.

– Está se sentindo bem? Tem alguma dor?

Ela abriu os olhos e o fitou, parecia um tanto aflita e estava pálida. Seiya levou uma mão a seu rosto, a temperatura não parecia alterada.

– Não estou me sentindo muito bem – respondeu baixinho, fechando os olhos de novo.

– Qual é o problema? Você está pálida.

– Estou enjoada.

– De novo? Você ficou assim há dois dias... Achei que tivesse melhorado.

– Seiya... – ela falou em tom interrogativo e o encarou, como que perguntando se pensavam a mesma coisa, sorrindo ao pensar no quanto ele demorava pra entender algumas coisas.

– O que foi?

Ela riu e deslizou uma mão por seu rosto.

– Eu tenho pensado nos últimos dias... Que talvez...

– O QUE?! – Ele exclamou incrédulo ao entender onde ela queria chegar.

A deusa segurou a mão do marido e a guiou para baixo das cobertas, pousando-a sobre seu ventre. Seiya a afagou por alguns instantes, ainda em choque com o que estava acontecendo, e quando a mão de Saori pousou novamente sobre a sua ali, ele pode confirmar que a proporção daquele local estava maior.

– Tem alguns dias que notei essa alteração e outras, mas... Não tinha certeza.

– Saori... Você está... – ele falava, ainda impressionado.

– Você também pode sentir, Seiya? Há um cosmo aqui dentro. Nem meu, nem seu, e de nós dois ao mesmo tempo – ela dizia com o mais doce sorriso.

A resposta do cavaleiro foi uma gargalhada de felicidade e o forte abraço no qual envolveu a esposa em seguida.

– Eu não acredito! – Exclamava com felicidade, ouvindo Saori rir enquanto retribuía o abraço – Eu sou pai!

Ela riu mais ainda, sentindo o tecido macio do pijama de Seiya contra seu rosto.

– Mas o bebê nem nasceu ainda. Tem pouquíssimo tempo de vida até agora.

– Eu vou proteger vocês dois! – Ele disse erguendo-se com o cotovelo apoiado no colchão – Nosso bebê vai nascer e ser tão lindo quanto a mãe.

– E já pudemos perceber que tão forte quanto o pai.

Seiya tinha um sorriso doce e deslizava o indicador suavemente por seu nariz e seus lábios.

– Me desculpe... Fiquei tão feliz que me esqueci completamente que você estava se sentindo mal. Quer que eu vá buscar alguma coisa?

– Não, já vai passar. E isso não é algo que podemos parar ou evitar.

– Vai continuar acontecendo até ele nascer?

– Ao menos por um bom tempo ainda vai. Mas eu suportarei cada sofrimento com prazer pra ter o nosso pequeno nos braços no final de tudo.

– Eu farei o impossível pra te ajudar a suportar isso.

– Eu sei que fará. Seiya...

– Hum?

– E se for uma menina?

Ele sorriu e beijou sua testa.

– Eu vou ficar muito feliz também.

Saori fechou os olhos quando viu Seiya aproximar-se e beijá-la longamente.

– Muito obrigado, querida.

– Obrigada, Seiya – sussurrou sorridente.

******

– Você, o gêmeo mais velho, se chamará Astrapih. Cuidará dos assuntos que exigirem firmeza e agressividade em combate. Espero que se saia bem livrando-se do Pegasu quando chegar a hora certa, e de todos que tentarem protege-los.

– Assim eu farei, meu pai – ele respondeu prontamente.

– Você, a gêmea mais nova, Ignis, deve se sair tão bem quanto seu irmão nas mesmas tarefas, mas não se esqueça de que seu principal dever é saber lidar com Atena nos próximos tempos. Atena está longe demais dos deuses. Você será a ponte entre ela e nós, até que esteja outra vez do nosso lado, ou que entregue sua vida como castigo. E seu bebê será com toda certeza uma menina. Eu não desejo matar essa criança, apesar de ser filha de Pegasu – falou o nome com desprezo – Você também será útil para lidarmos com ela quando crescer.

– Sim, meu pai.

De um canto da sala, as ninfas observavam as duas crianças gêmeas ajoelhadas diante de Zeus. Celeste, que muito em breve teria sete anos completos, permanecia quieta de mãos dadas com Tháyma. Os dois novos guerreiros possuíam longos cabelos dourados, pele clara e olhos tão azuis quanto os de Zeus. Eram dotados de uma beleza estonteante e uma aparência não menos encantadora, mas também imponente, especialmente o mais o velho, mesmo ainda parecendo crianças de mais ou menos oito anos. Podiam sentir a agressividade em seus cosmos. A mais nova não parecia muito diferente, mas emanava alguma tranquilidade e gentileza.

– Vocês crescerão rapidamente. Muito mais rápido do que crianças normais. Deve ser assim para que se torne possível cumprir tal tarefa – Zeus dizia com autoridade – Passaram por treinamentos dia e noite comigo e com seus irmãos mais velhos, até que possam alcançar o verdadeiro poder digno de um deus! Essa criança nascerá em menos de um ano, e quando isso acontecer, os dois devem estar prontos! Irão monitorar a vida de Atena e Pegasus, o nascimento da criança, e o que acontecerá depois disso. Quando completarem seu treinamento e crescimento, eu lhes darei armaduras feitas da minha própria Kamui. Serão forjadas por Hefestos, o ferreiro dos deuses. E quando chegar o momento certo... Nós acabaremos com Pegasu, e Atena e a criança serão trazidos para nós. E se aqueles outros cavaleiros de bronze se atreverem a ajudar, também devem ser tirados do caminho, sem nenhuma piedade.

******

– A criança surgiu há cinco meses. Quero que monitorem os três até que nasça. Nenhum ato hostil por enquanto, nem mesmo contra Pegasu. Eu quero Atena e a criança vivas!

Ambos, que agora aparentavam ter uns doze anos, curvaram-se em assentimento e se dirigiram para a saída, sendo seguidos pelas ninfas, que observaram um feixe de luz transportá-los dali.


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