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Pov. Percy

— Estão atacando Hogwarts! - disse um garotinho, que acabara de tropeçar em seus próprios pés ao entrar no dormitório da Grifinória

Então, a baderna começou de verdade. Todos corriam, assustados. Hermione e Harry pareciam fantasmas

— C-c-como que eles entraram em Hogwarts? - disse um Harry confuso

Não esperei reação. Puxei a mão de Annabeth de um lado e a de Hermione do outro, fazendo com que elas despertassem do transe que se encontravam a minutos atrás

— Precisamos achar o Rony! - exclamou Hermione, correndo para fora do dormitório

— Mione, é perigoso! - disse Harry, indo atrás dela. Eu e Annabeth ficamos sozinhos, mas por pouco tempo. Logo já estávamos acompanhando os bruxos

X-X

O salão principal (que antes estava tão arrumado) estava um verdadeiro caos. As mesas haviam sumido e os bancos estavam quebrados no chão. Alunos corriam de figuras pretas encapuzadas. Ao meu lado, havia uma pequena garotinha machucada, juntamente a um cadáver estirado no chão. A garota gritava. Aquilo me acordou. O que tivesse matado aquele inocente no chão, não importasse como, pagaria. Peguei a Contracorrente no bolso, mas Annabeth me impediu e disse, em um pequeno sussurro:

— O disfarce …

Então, eu lutaria como? Meus olhos perguntavam a Sabidinha, mas ela parecia não corresponder.

O que havia acontecido? Ela estava paralisada … de medo

Quando olhei para trás, visualizei uma cena que nunca mais sairá da minha cabeça.

Minha mãe e Grover estavam estirados no chão. Pareciam mortos. Impossível! Mais ao longe, Annabeth corria, enquanto uma flecha traspassava seu coração. Então ela caiu, e levou o meu mundo junto. Annabeth está morta?! Como deixei isso acontecer??

— RIDIKKULUS!- uma voz ao fundo gritava, enquanto a cena se dissipava na minha frente. Tinha sido tudo um sonho. Um sonho ruim. Annabeth caiu ao meu lado, e eu não tardei a abraçá-la:

— Não me abandona. Por favor – ela sussurrava, enquanto prendia o choro

— Nunca – eu me levantei, ajudando ela. Corri, junto a ela, para algum lugar seguro. Harry estava em nosso encalço

— Bicho-papão. Um dos piores monstros do nosso mundo, tirando os humanos, é claro – ele deu uma risada sem humor, e eu o acompanhei – Vamos, vocês estão melhor?

— Sim – respondeu Annabeth, acompanhando Harry. Eu fui junto. Ao chegarmos perto do lago, alguns alunos eram atacados. Outros já estavam mortos no chão (ou talvez estivessem apenas inconscientes, se Zeus assim quisesse)

Annabeth correu para ajudar um garoto que carregava uma menina. Harry correu para a batalha. E eu … bom, eu estava perdido. Era muita confusão para um garoto disléxico. Eu estava perturbado, e a imagem que eu vira a alguns segundos atrás não contribuiu com nada. Eu só queria um banho relaxante … ESPERA AI!! PERSEUS JACKSON, COMO VOCÊ PODE SER TÃO TAPADO! USE A ÁGUA, LESADO!

O lago estava na minha frente. E eu poderia usar uma desculpa, dizendo que era um feitiço bruxo ou sei lá o que. Peguei a varinha em meu bolso (eu havia ganhado uma do Harry) e apontei para o lago

“Me ajude, pai. Eu preciso disso”

Eu puxei a água do lago e comecei a guiá-la pelo ar. Alguns “encapuzados” olharam para aquilo embasbacados. Annabeth, percebendo o que eu faria, começou a puxar os alunos que via na frente. Harry estava paralisado (também, quando você vê um rio voador – não, não são os rios voadores que o seu professor fala nas aulas de Geografia, tá? – quem não ficaria atordoado?), mas conseguiu seguir as instruções de Annie. Eu me concentrava bastante, mas a qualquer momento a barreira invisível cederia. Então eu fiz a única coisa que podia:

— O que diabos você pensa qu...

O que é que o “encapuzado” diria, ninguém descobriu. A água veio em nossa direção violentamente, levando os “encapuzados” e todos que via na frente. Por sorte, não havia muitos estudantes por perto e os que lá estavam eu consegui proteger. O meio tsunami acabou e o lago voltou para seu devido lugar, antes que minhas forças acabassem. Os meus pés poderiam ser transformados em chapas de lanchonetes de tão quentes que eles estavam. Eu poderia desmoronar bem ali. Mas algo me impediu.

Annabeth sorria para mim do outro lado do lago

Pov. Harry

Aquilo tinha sido … incrível. Por um milésimo de segundo, eu achei que Percy era um grande tapado por ficar parado no meio de uma batalha. Ai eu vi. Aquele enorme “monte” de água que se locomovia lentamente pelo céu. Pelo céu. Isso parece ser tão estranho, e eu já deveria está acostumado com o inacreditável. Aquele poder que Percy tinha ficou passando pela minha cabeça por muito tempo. O jeito que ele conseguiu acabar com todos os Comensais. Alguns haviam morrido afogados, outros estavam devastados e fracos demais para aparatar e logo foram apanhados. Alguns, com muito esforço, aparataram e fugiram rapidamente.

O castelo estava mal. Muito mal. As paredes estavam riscadas de um vermelho-escuro brilhante. Aquela cor me causava náuseas.

Assim que entramos no Salão Principal, senti dois braços envolvendo o meu pescoço, iniciando um abraço:

— Graças a Merlin! Você me assustou – disse Gina, em um sussurro. Não sei por quanto tempo ficamos abraçados, mas fora um tempo especial. O abraço de Gina era reconfortante, e eu não queria sair mais

— Harry! - Gina me largou e foi para outro canto, enquanto Hermione me abraçava – Você está bem?

Eu apenas assenti com a cabeça, ainda atordoado com tudo que havia acontecido

— Harry, o Rony … - Hermione olhou de maneira preocupada para trás e eu vi um garoto ruivo sendo, rudemente, abraçado por uma cabeleira loira

— Lilá, assim você vai me matar! - disse Rony, saindo do abraço. Todos riram, exceto Hermione, que estava ocupada, olhando um pássaro cantar. Ah, esses dois …

— O que você tem, Rony? - disse Annabeth, analisando o braço do ruivo

— Um Comensal me puxou pelo braço, gritando “Esse é amigo do Escolhido!”. E, bom, ele era muito forte. Mas não é nada demais

— Nada demais? Ele quase arrancou seu braço fora, Ronald Weasley! - exclamou uma Hermione irritada – Com a força que ele fez, não duvido que você tenha deslocado o osso!

— Não é pra tanto … AI – gritou Rony, quando Annabeth puxou seu braço

— Sim, deslocou – disse ela, rindo – Hermione, você já pensou em fazer Medicina?

— Haha, muito engraçado vocês! - disse Mione, em um tom de deboche, e saiu do salão

Nós ficamos nos encarando até Percy bufar:

— Eu vou atrás dela – e saiu

— Você vai deixar? - perguntou Rony

— Eles são amigos, Rony!

— Eles se conheceram a menos de 4 horas! - revirou os olhos – E se for uma pessoa ruim?

— Você quer dizer que o Per … digo, o Logan, é uma pessoa ruim? - perguntou Annabeth, olhando no fundo dos olhos do garoto

— NÃO! Longe de mim! É só que … - e, então, o ruivo se calou.

— Vamos, temos que descansar. Mas primeiro, vamos falar com Dumbledore!

Então eu e Annabeth saímos do Salão Principal atrás do diretor

X-X

— Vocês vão para o Acampamento Meio – Sangue – disse Dumbledore, calmamente

— Como? - eu perguntei

— Aqui já não é mais seguro para vocês. Com um cheiro tão forte, você se encontra em perigo, Harry. E também coloca os outros alunos em perigo. Além disso, Annabeth e Percy são alvos fáceis aqui em Londres, mas em Nova Iorque, eles possuem um exército. Você pode descobrir um pouco mais e se preparar. Algo me diz que uma possível batalha contra Voldemort se aproxima e precisamos de todo o apoio possível. Concorda, Srtª Chase?

— Hm, eu acho ótimo. Seria bom ele conhecer o outro lado da situação.

— Então está decidido. Você irá para o Acampamento o mais rápido possível. Gostaria que o Srº Weasley e a Strª Granger o acompanhasse, Harry?

— Bom, acho que Rony não está em verdadeiras condições de ir. Mas agradeceria se Hermione viesse.

— Ok. Só preciso que vocês estejam aqui daqui 30 minutos. Vocês irão o mais rápido possível. Não falem com ninguém aonde vocês vão e continuem com o disfarce. O plano ainda não ruiu completamente – disse Dumbledore, nos dispensando da sala.

Eu e Annabeth fomos correndo avisar os outros. Logo separei o essencial para a viagem e me sentei em uma cadeira, no dormitório. Era loucura tentar pensar na lógica por trás de toda a história, mas também era inevitável. Aquela história de monstros gregos no meu mundo ainda danificaria o meu psicológico

Pov. Percy

Quando encontrei Hermione, ela estava sentada embaixo de uma árvore, enquanto chorava silenciosamente. Quando me avistou, tentou enxugar as mesmas, mas eu a impedi:

— Não precisa ter vergonha de chorar. É normal chorar

— Eu não estava chorando. Apenas … apenas caiu um cisco no meu olho, então ficou bem irritado.

— Sei … Só não entendi uma coisa. O porquê desse choro. O que aquele garoto te fez?

— Ele roubou meu coração, Percy – ela disse em um sussurro, como se admitisse um segredo. Então, deu um sorriso

— É bom a gente admitir para o coração que está apaixonado, mas, Hermione, ele … bom, ele tem namorada e …

— Eu sei, Pry – ela me chamou do nosso apelido de infância e eu sorri, involuntariamente – Esse é um dos maiores problemas. Ele está todo feliz, e eu aqui, sofrendo – disse ela, chorando mais um pouco

— Olha, aconteça o que acontecer, eu estarei aqui, Mion. Sempre estive, nunca sumi. Nem por um instante sequer. Eu sempre vou está aqui para te confortar. E, se serve de consolo, ele não te merece. Se não, deveria ter notado o quão incrível é a garota que você é agora! Deveria saber o valor dela. Deveria te apreciar e te prender um potinho, de tanto que você é especial! Agora vem aqui e dá um abraço no Pry! - ela praticamente correu até mim e me abraçou.

Eu sentia saudades daquele abraço.