Epílogos escrita por Catherine Earnshaw


Capítulo 2
Epílogo I


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu e confiante que vocês gostem desse capítulo :3

Boa leitura.



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Era mais um dia de outono que a temperatura caiu drasticamente em um amanhecer anunciando o inverno próximo, todos os dias em que saia do alojamento dos magos, seu mais novo lar provisório, tinha que fazer um escudo de calor para se proteger das manhãs gélidas. Entretanto hoje era um dia livre e por esse motivo resolveu permanecer na cama durante um tempo a mais.

Fora banida das aulas da universidade, lhe disseram que foi por quebrar as regras ao usar magia negra, porém lhe concederam a permissão de ficar no Clã desde que não ultrapassasse os seus muros. No começo havia torcido o nariz para o fato de não poder mais frequentar as aulas, mas agora era uma maga negra e mesmo contra a vontade de uma grande maioria era uma peça essencial e de certa forma com privilégios já que se mostrou como uma das mais poderosas ladys e uma guerreira em potencial contra uma eventual invasão ichani.

Confinada a viver em quatro paredes, dedicou seu tempo livre a aprender sobre a cura com os Curadores. Dorrien estava sendo um excelente professor. Em uma oportunidade Rothen pediu ao conselho para construírem hospitais fora dos limites do Clã, porque o povo da favela havia sofrido tanto quanto os que moravam nas casas no círculo interior. Seu pedido fora negado por diversas vezes pois afirmavam que os favelados os odiavam e eles recusariam a ajuda; mas a situação se agravou com tantos feridos nas favelas e alguns magos que questionavam que a oportunidade da cura não era somente para os ricos, que enfim resolveram escutá-lo. E que para espanto de muitos a inauguração foi muito bem recebida por eles.

Sonea passava a maior parte de seu tempo ajudando o povo de onde saiu, eles a adoravam por ser uma deles. Hoje ficaria de plantão a tarde parando de pensar em todas essas coisas e voltou a fechar os olhos novamente e decidiu que ficaria um tempo a mais na cama.

Sentiu quando Akkarin passou o braço por detrás de sua cabeça e a puxou para mais perto. Abriu os olhos vendo um rosto que encarava o seu. Ele passava sua outra mão com doçura sobre a pele do rosto dela, era um ato que fazia o coração da garota saltar com tanta força que por algumas vezes ela pensou que ele explodiria em seu peito. Todos os dias a mesma cena se repetia e terminava quando ela passava um dedo nos lábios dele fazendo leves curvas nas beiradas demonstrando um sorriso.

Era realmente bom estar ali. Todas as noites quando ia dormir, ele a puxava pela cintura a deixando próxima, pousava sua mão sobre a barriga dela e em algumas vezes pode jurar que algo sentia a sua presença e saltava dentro dela. Por vezes teve algumas suposições, porém preferia pensar que Sonea havia aprendido algumas técnicas com os Curadores para evitar o que pensava ser e então esquecia esses pensamentos se encostando nela.

Entretanto Sonea a cada dia ficava mais nervosa com seu humor variando entre a felicidade e uma cara emburrada em questão de segundos. Houve dias de se esconder e chorar, chorar como quando viu Akkarin sem vida no chão e nessas horas suas mãos tremiam e suavam, seu estômago gelava e palavras lhe faltavam e quando conseguia juntá-las elas ficavam presas em sua garganta.

E mais uma vez esses pensamentos vieram em sua mente lhe arrancando a paz, não conseguia fingir, não mais. Não estava tudo bem e sabia disso. Saiu da cama como se não tivesse ninguém nela e foi para a sala, inquieta primeiro sentou numa poltrona, depois andou em círculos e por último parou de frente a janela debruçada tamborilando os dedos. Sua respiração parecia ofegante mesmo não tendo feito nenhum esforço. Sentiu quando duas mãos pousaram sobre seus ombros, estava tão distraída que mal se deu conta que Akkarin veio atrás dela.

— O que está acontecendo com você? — manteve um tom sóbrio e firme querendo uma explicação.

Sonea não lhe disse nada, somente abaixou a cabeça suspirando mais alto e mais forte fazendo a menção de que estava segurando as lágrimas que desesperadamente queriam rolar.

— Sonea você está me preocupando, você tem agido muito estranho ultimamente, não tem cumprido seu dever como uma mulher e muitas vezes quando eu olho para você, você me dá um riso forçado com um semblante de tristeza como se alguém estivesse morrendo e você não pode fazer nada para ajudar.

— Não sou a garota que você acha que eu sou, nunca ninguém se importou comigo antes e por isso eu não aprendi algumas coisas, não sabia, eu não tive culpa — algumas lágrimas começaram a cair, seus olhos já ardiam por lacrimejar e nem somente piscar para não mostrar que estava chorando.

— Por que está dizendo essas coisas? — Akkarin estava confuso com somente palavras, queria uma frase lógica, uma solução — Seja clara.

Suspirou — Eu estava esperando um momento melhor para poder dizer isso — se virou para ele com o rosto baixo — Estou grávida... — virou a cabeça par o lado cerrando os olhos e os punhos com força esperando palavras amargas que não escutou. Aos poucos foi subindo as pálpebras vendo um rosto pensativo e sem muita expressão.

Akkarin deu meia volta e sentou na poltrona curvando-se apoiando um cotovelo na coxa e segurando o queixo, seus cabelos soltos cobriam parcialmente sua face.

— Nunca me ensinaram a como evitar isso e bem, eu achei que você...

— De quanto tempo? — soltou com uma voz ríspida.

— Não sei bem ao certo, três meses e meio, talvez quatro.

Akkarin balançou a cabeça para cima e para baixo, bem quando foram exilados. Então aquilo que sentia quando se deitava e passava a mão sobre o ventre dela era uma criança, um filho não planejado. Não percebeu nenhuma diferença até porque ela usava uma túnica larga que escondia bem sua barriga e todas as noites no escuro não conseguia perceber tal detalhe.

— Me desculpe não ter te contado, eu fiquei com medo e tantas coisas passaram em minha cabeça, que vai me deixar... — Sonea ainda estava chorando quando Akkarin olhou para o seu rosto soltando um leve sorriso — O que tem de tão engraçado nisso? Eu não me sinto feliz com toda essa situação... Eu sempre fui tratada mal por ter saído das favelas e fui mais ainda quando você tomou a minha guarda, somente piorou quando descobriram que uso magia negra e você acha que vão realmente tratar bem essa criança depois de tudo isso?

Akkarin continuou rindo olhando para ela — Minha família sempre me disse que eu estava ficando velho e não me casava e nem tinha filhos, acho que eu finalmente não vou ter que aturar mais esse tipo de perturbação. — Se levantou da poltrona indo em direção a Sonea — Você colocou tantos obstáculos para te derrubar que não consegue se levantar por estar presa neles.

— O que quer dizer com isso?

— Não me importa se você não veio do círculo interior, não me importa se vão falar mal disso ou não. Sonea... — parou por um momento escolhendo as palavras certas, segurou as mãos dela a encarando nos olhos — Sonea estou lhe pedindo agora para fazer parte da família Delvon da Casa Velan. — ao terminar de falar ela arregalou os olhos não acreditando no que ouviu.

— Akkarin...

Não conseguiu pronunciar nada, Akkarin colocou um dedo sobre os seus lábios — Você aceita se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e me digam o que acharam, façam o coração da autora feliz :)
Ainda falta mais um capítulo, vejo vocês em breve o/



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