Ilha da Lua escrita por Live Gabriela


Capítulo 28
O Sequestro - 2° dia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/59512/chapter/28

 

Acordei com muita dor nas costas afinal, dormi no chão. Não tem nada na sala, é apenas um quarto fechado com uma única entrada e saída, a porta pela qual fugi da última vez. Mas desta vez eu sabia que não seria tão facil escapar, principalmente com aquele velho corcunda por perto, eu teria que bolar algo.

 - Ei, você ai, eu preciso ir ao banheiro sabia?! E eu estou com fome! Ta certo que sou prisioneira aqui mas eu tenho que comer!!! - falei para quem estivesse atrás da porta me ouvindo.

 A princípio não houve resposta, mas logo ouvi alguém dizer:

 - Não se preocupe, você logo vai comer, e se precisa ir ao banheiro é só falar. Mas não pense que abriremos a porta com a ingenuidade de antes, agora que sabemos que você é meio "levada" vamos tomar cuidados especiais. Agora afaste-se da porta, a menos que queira se machucar, é claro. - disse a voz do outro lado.

 Me afastei e logo senti uma espécie de terremoto, o chão estava tremendo, apesar de estar assustada me manti firme ali. Logo vi dois dominadores da terra sair do chão, aquilo foi bizarro. Pensei que iriam me atacar então logo soltei fogo neles, mas uma coisa deu errado.

 - O que?! Onde está meu fogo? Onde estão os meus poderes? - perguntei assustada, não sei como, mas conseguiram "apagar" a minha chama, eu não conseguia se quer fazer uma faísca.

 - É isso o que acontece com meninas levadas como você. Agora venha, você quer ir ao banheiro certo?! - disse um dos dominadores.

 - Quero. - respondi.

 Eles prenderam meus braços com uma algêma, eu me sentia como uma presidiária, aquilo foi horrivel. Depois de se certificarem de que eu estava bem presa abriram a porta e me levaram pelo corredor. Fui reparando em tudo pelo caminho, viramos várias vezes pelo corredor, até chegarmos numa área com salas com grades, não eram fechadas como a minha. Percebi que haviam muitas pessoas ali, cada uma em uma cela separada, eu os observava e reparei que todos estavam tristes, dava pra ver em seus olhares. Alguns se atreviam a olhar para mim, esses por sua vez ouviam os guardas dizendo "O que está olhando idiota?! Cuide da sua vida!" outros preferiam não ouvir isso. Fiquei realmente comovida com aquela cena, haviam adultos, crianças, adolescentes e idosos nas celas, também reparei que estavam todos com uma marca no pescoço, parecia um furo de agulha, mas era bem mais grosso, era como uma pequeno buraco, e todos tinham isso.

 Comecei a realmente ficar com medo, eu não sabia o que me esperava. Ao terminar o corredor chegamos a uma porta majestosa trabalhada em madeira, como aquelas de "chefões" em filmes e seriados. Eu sabia que cisa boa não poderia ser. Os guardas abriram a porta e vi a silhueta de um homem encostado em uma mesa, ele logo disse:

 - Então, finalmente, após todos esses anos, conseguimos tê-la aqui Nefertiti. Tantas tentativas fracassadas de trazê-la pra cá. Se não fosse o Dr... Bem não precisamos citar nomes certo?! E então, o que está achando de suas acomodações?!

 - Quem é você? O que você quer comigo? E como sabe o meu nome?

 - Vamos com calma, você pergunta demais sabia?! Sabe, me magoa você não se lembrar de mim ... seu próprio tio.

 - Tio? Você não é meu tio, você não ... não pode ser, eu não te conheço!

 - Na verdade te conheço como ninguém, te conheci quando você era recém-nascida, mas infelizmente perdi contato com minha irmã. Fiquei apenas observando você todos esses anos, esperando uma oportunidade, e enfim ela chegou!

 - Sua irmã?! Então quer dizer que minha mãe ... - deixei uma lágrima escapar - O que você quer?

 - Só quero sua ajuda Nefertiti, afinal você é muito poderosa sabia?!

 - Do que está falando? - meus olhos estavam cheios de lágrimas.

 - Haakhef te encontrou, cuidou de você como se você fosse filha dele, mas não isso não é verdade, não chega nem perto de ser verdade, você desde pequena é um verdadeiro prodígio, sempre se superando. Tentei tomar você dele, o que é direito meu já que sou seu tio, mas ele é tão cabeça-dura, preferi ficar apenas na minha, te observando de longe.

 - Como você sabe de tudo isso? Eu só quero ir para casa! Por favor!

 - Calma querida, está tudo bem, você logo entenderá tudo! - ele deu um sorriso. - Mudem ela de sala, coloque em uma comum, assim ela poderá ficar mais à vontade.

 Eles me pegaram e me levaram para uma das celas, como as que aquelas pessoas tristes ficavam. Me largaram lá. Sentei na cama e apoiei meu rosto com as mãos, comecei a chorar, eu queria muito ir embora, tudo estava saindo errado, era tudo um pesadelo para mim. Então ouvi uma voz:

 - Você é nova aqui?

 Era uma garota, estava na cela ao lado. Ela parecia feliz, apesar dos arranhões no rosto, ela devia ter uns treze anos.

 - Sim, sou nova aqui. - repondi.

 Um silêncio momentaneo ocorreu mas logo o quebrei com uma pergunta:

 - O que é exatamente aqui? Quem são essas pessoas?

 - Bom, não sei exatamente, nós, que ficamos aqui, não recebemos muitas informações, sabemos apenas o que ouvimos dos guardas, as vezes eles deixam escapar alguma informação ou outra. - sussurou ela. - Mas o que eu sei é que por algum motivo todos aqui tem poderes, você também tem, não tem?!

 - Sim, tenho ... fogo. E você?

 - Controle da mente. Consigo fazer com que as pessoas façam o que eu quero.

 - Sério?!  Que legal, mas ... porque você não fugiu daqui então? - perguntei curiosa.

 - A droga.

 - O que?

 - A droga, é um remédio, na verdade uma injeção que eles nos dão todos os dias, com ela nenhum de nós consegue usar os poderes. E pelo visto você ja tomou dela não é?! - disse ela apontando para o meu pescoço.

 Passei a mão e senti um furo ... "Então é por isso que não consigo usar os meus poderes" pensei.

 - E como ela funciona? - perguntei.

 - Não sei direto, mas é um líquido que eles injetam em nós, as vezes eles passam nas mãos, ja que não há efeitos com os humanos, mas só de cheirarmos isso ficamos paralisados, com uam dose mais forte é possivel desmaiar, e depois disso, é "bye-bye" para os nossos poderes.

 Fiquei quieta depois disso, agora aquilo fazia sentido, o jeito de como tudo ocorreu no táxi, estava tudo explicado.

 - Meu nome é Julia e o seu?

 - Nefertiti.

 - Nefertiti?! Você está falando sério?! Não acredito nisso!

 Olhei para ela com cara de interroação.

 - Nefertiti, você tem que sair daqui, corre grande perigo, o organizador de tudo isso prevavelmente irá te dizer que é seu tio, mas não acredite nisso! Foi o que ele disse para todos nós, sempre dando a desculpa de ser um parente e bla bla bla, olha, você tem que me ouvir, ele está atrás de você há anos, tem procurado pelo mundo todo, e capturado todos que ele achavam que poderiam servir para o trabalho dele, e agora que ele te achou, está tudo acabado, você não pode se render, não pode ajudá-lo, ele só quer ...

 Um guarda percebeu que ela estava falando demais e logo abriu sua cela e a levou embora. Desde então não vi mais Julia, estou apavorada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ilha da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.